1) A Copa do Mundo brasileira 2) Uma reflexão de Tony Blair que explica muito

COPA DO MUNDO

Romário continua batendo forte “Ontem o  ex- atacante questionou a forma como tem sido conduzida a organização da Copa e os atrasos nas obras que levariam “ao maior roubo da história do Brasil”…… Brasileiros, continuem cobrando e se manifestando porque essa palhaçada vai piorar quando estiver faltando e 1 ano e meio da copa. O pior ainda está por vir, porque o governo deixará que aconteçam as obras emergenciais, as que não precisam de licitações. Aí vai acontecer o maior roubo da história do Brasil.”

Ora Romário, nós todos sabemos disso desde  momento em que o Brasil foi indicado para realizar a Copa. A FIFA teve, e continua tendo, dificuldades em dialogar com os nossos ladrões ,que falam uma linguagem tão escrachada, tão aberta de quem quer logo atacar a mina de ouro,  que espantou os  encarregados de fazer contato conosco.  Embora eles mesmos não sejam santos, jamais imaginavam que o nivel brasileiro seria de máfia para baixo,  a sem -vergonhice total. O roubo vai ter dimensões estratosféricas. Será motivo de conversa para décadas.  É provavel que dê origem no futuro a alguma expressão do tipo ” foi um Panamá”, que durante muito tempo fazia referência ao roubo quando da construção do canal.  Posso até apostar. Poderia ser: “aquilo é uma outra Copa do Mundo”. 

O que não deu para entender foi o seu apelo para que os “brasileiros continuem cobrando e se manifestando”.  Acho que você andou sonhando. Ninguém está cobrando nada e muito menos se manifestando. O que aconteceu por estes dias, e não sei se tem a ver com a roubalheira monumental, foi a saída do famoso ladrão Ricardo Teixeira do comando da CBF. O homem roubou por 23 anos ! Foi colocado lá por seu sogro, o João Havelange, que embora tenha ficado rico com a FIFA, fez um trabalho maravilhoso e transformou completamente a entidade, tornando-a enxuta, rentavel, poderosa, super bem organizada. O presidente da FIFA é mais importante do que quase todos os chefes de estado do mundo. Que ótimo: roubou, mas foi um excepcional presidente.

 

 TONY BLAIR

 

Muitas vezes, no calor da emoção, tiramos conclusões que mais tarde desprezamos.  Pode ser um erro. Vejam que maravilha a introdução de Tony Blair abrindo o capítulo “Lado a Lado no 11 de setembro”, em seu livro de memórias: “Uma Jornada”.

” É espantosa a rapidez com que um choque é absorvido e como o rítmo natural do espírito humano consegue se reafirmar. Ocorre uma catástrofe. Os sentidos entram em vertigem. Nesse momento de suprema definição, conseguimos captar em nossa imaginaçao todo o significado de um acontecimento. Com o tempo, não se pode dizer propriamente que a memória dele vá desaparecendo, mas a luz que o ilumina se torna mais tênue, perde sua força e nossa atenção segue em frente. Recordamos, mas não como nos sentimos naquele momento. O impacto emocional é substituído por um sentimento que, por ser mais calmo, parece mais racional. Mas, paradoxalmente, pode ser menos racional, porque a calma não é o produto de uma mudança de análise, mas da passagem do tempo. Foi o que aconteceu com o 11 de setembro de 2001.’

Brilhante. Explica muito bem o comportamento liberal-esquerdista, com o seu relativismo, a sua vontade de não enxergar o preto no branco, sua insistência em negar que existe o bem e o mal, o bandido e o mocinho. No momento em que as torres explodiram todo o mundo civilizado se posicionou ao lado dos Estados Unidos. Mas, devagar, o demônio da dúvida, da “calma” a que Blair se refere, tomou o pensamento da imensa maioria e começaram a analisar o que havia acontecido sem o calor da emoção, mas friamente, intelectualmente, e chegaram a conclusão de que os EUA tinham sua parcela de culpa, ou eram (incrivel!) totalmente culpados. Considero essa passagem do livro de Blair, antológica.

Os amigos podem clicar em cima do titulo do meu artigo-crônica:  Logo após o 11 de setembro e terão um exemplo prático  do que foi dito acima. Eu me lembro que tudo foi muito rápido. O posicionamento contra os americanos começou no máximo dois dias depois do ataque. Muita gente que eu conheço não se abalou nem no momento mesmo da barbaridade. Tiveram um comportamento semelhante ao dos palestinos gritando de alegria pelas ruas. 

19 março, 2012 às 10:18

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Categoria: Artigos

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