o ministro Celsinho de Mello ; Ann Coulter analisa Obama e o comportamento dos liberais nas guerras (comentários do blog) ; Cartoons

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As televisões estão ligadas. Celso de Mello apresenta seu voto com enorme segurança. Embora tenha afirmado na sessão anterior que não passaria dos cinco minutos, está deixando claro que não vai ser assim. Durante os dias  em que a nação esteve em suspense percebeu que não poderia perder a oportunidade de ser visto e ouvido por milhões.  Seu discurso não é só para a elite do aparato jurídico do país. Decidiu que mostraria seu  brilhantismo para todos, esgotaria a matéria, mostraria a diferença entre ele e os outros ministros, impressionaria a totalidade dos que o estivessem vendo e ouvindo. Ele sabe que a imprensa, e até o povo, conseguirão entender o básico em sua decisão, e assim segue em frente com os RISTF, ART. 335, § 3º – DERROGAÇÃO PELO ART. 511 DO CPC, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 8.950/94 – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.- O art. 511 do CPC, na redação dada pela Lei nº 8.950/94, derrogou o § 3º do art. 335 do RISTF, e continua citando as leis, uma atrás da outra, e aqui estão autores famosos, professores, antigos ministros do Supremo, juízes do Império e de séculos passados, algumas frases em latim, e agora Celso está entregue à volúpia do som da própria voz. O ministro sorri para seduzir o público interno e externo e o plenário acompanha suas palavras em respeitoso silêncio. É o que a gravidade do momento exige. Nenhum pedido de aparte. Ele aponta energicamente a página que está na sua frente e de maneira professoral repete, sublinhando sílaba por sílaba, a lei que precisamos cumprir. Quem somos nós para podermos fugir DA LEI ?  Estes são os momentos em que procura mostrar a solidez da sua argumentação, mas não escapa de coisas assim: ” que nada se perde quando se cumprem as leis e a Constituição da República, pois, como não se pode desconhecer, tudo se tem a perder quando a Constituição e as leis são transgredidas e desconsideradas por qualquer dos Poderes do Estado” . Em qualquer lugar esta afirmação seria considerada pura bobagem demagógica, uma clássica frase de efeito, mas não aqui, no maior tribunal do país.

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Várias vezes afirma que respeita profundamente os votos dos seus colegas, todos, sem exceção, foram brilhantes, bri-lhan-tes, e tanto repete os elogios que ultrapassa até a linha da gentileza em excesso, que é uma característica do tribunal. A mentira fica no ar, incomoda, porque todos sabem que vários ministros são medíocres e que muitos votos foram simplistas e vazios.  Mas Celso está em tal estado de agitação e entusiasmo consigo próprio que não percebe o exagero. (Da maneira como estamos nos acostumando às grosserias de que somos vítimas diariamente até que é agradável observar o ritual do Supremo, onde quem fala enfatiza sua insignificância e exalta a sabedoria dos colegas).

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E o ministro continua perorando. Sua eloquência é tamanha que parece estar defendendo pobres diabos que serão enforcados ao amanhecer. Celso está orgulhoso e vaidoso por não se submeter ao desejo popular, ou “pressões”. Seu discurso é emblemático para o momento que vivemos: é liberalismo extremado, é políticamente correto, onde o criminoso tem todos os direitos, até os que não existem, ou que são firulas discutíveis, desprezíveis face à magnitude do que está sendo julgado. O ministro se engana quando pensa estar defendendo o texto da lei. De fato está dando importância indevida a pequenos, míseros enganos, dos que se esqueceram de resolver (talvez por preguiça), a questão dos tais embargos infringentes e sua aplicação pelo STF. Não se incomoda em desmoralizar ainda mais a sua querida República porque julga que se trata apenas do inconsequente juízo das massas, de efeito passageiro, e que no futuro todos lhe darão razão. Mas que erro! O ministro se amesquinha, porta-se como um caipira fascinado por mostrar sua competência na interpretação de um texto capenga, confuso. Enquanto discursa faz questão de salientar que tem plena consciência de que seu voto contraria o entendimento de nada mais, nada menos, do que 5 ministros, esquecendo-se de dizer que também vai em sentido contrário ao de grande parte, talvez da maioria, dos juristas do país. Desta forma, somando-se os dois fatos, se Celso de Mello fosse mais inteligente e mais humilde, não estaria trocando o imensamente discutivel pelo extraordinariamente importante: a Nação deseja a imediata condenação da quadrilha.

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No caso de nos transformar-nos numa república lulivarianista Celsinho será lembrado como um babaca inocente útil. Se escaparmos da ditadura será considerado um bom ministro que jogou fora o que seria seu maior momento (his finest hour); falhou não alcançando o verdadeiro sentido da justiça. Muitos vão dizer que seu comportamento final foi  “de um mar em que se podia andar com água pelas canelas”.

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Certa vez o ex-ministro José Paulo Sepúlveda Pertence disse que Celso ficava furioso quando era confundido com o primo de Collor, o ministro Marco Aurelio de Mello, já que os dois têm o mesmo sobrenome. Bem, é possivel que daqui para frente o sentimento deva ser comum aos dois.

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Political Cartoons by Glenn Foden

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Political Cartoons by Chip Bok

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Political Cartoons by Michael Ramirez

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Political Cartoons by Robert Ariail

 

 

 

 

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Political Cartoons by Michael Ramirez

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


ANN COULTER

 

 

Os americanos inseguros do que pensar sobre os planos do presidente Obama para a Síria deveriam se lembrar que toda ação militar empreendida pelos democratas nos últimos cinquenta anos nos levou a um total desastre.

Os democratas são muito entusiasmados e dedicados quando se trata de posicionar o exercito americano desde que haja dano a segurança nacional dos Estados Unidos, mas se opõem veementemente à intervenções que servem aos interesses americanos.

O presidente republicano Dwight Eisenhower, o supremo comandante das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial disse que ele não poderia conceber tragédia maior do que o envolvimento pesado dos Estados Unidos no Vietnam. Ele mandou ajuda para as forças anticomunistas, mas não soldados.

O presidente democrata John F. Kennedy enviou tropas. Mas rapidamente ele estava conspirando para assassinar o presidente do Vietnam do Sul Ngo Dinh Diem – também conhecido como “nosso aliado no meio da guerra”.

O irmão de John Kennedy, o Advogado Geral da União, e democrata (Robert Kennedy), na realidade sugeriu que os americanos doassem sangue aos norte-vietnamitas — ou “nosso inimigo” — como um gesto de boa vontade. (Em comparação, a audaciosa ameaça esta semana, de um “inacreditavelmente pequeno” ataque à Síria, feita pelo Secretario de Estado John Kerry, soa positivamente viril.)

O sucessor de Kennedy, Lyndon B. Johnson, intensificou a guerra no Vietnam para provar que a defesa nacional poderia ser confiada aos democratas. O que não se pode. Como o jornalista David Halberstam mostrou, Johnson “conversaria com seus aliados políticos mais próximos sobre a época de McCarthy*, em como Truman perdeu a China, e assim o Congresso e a Casa Branca, e como, por Deus, ele, Johnson não iria ser o presidente que perdeu o Vietnam e o Congresso e a Casa Branca.”

* NOTA DO BLOG: Político americano caluniado pela esquerda por causa de suas investigações sobre a infiltração comunista em instituições americanas e em Hollywood. Até hoje perdura a mentira absoluta, consagrada, de que este senador teria sido uma figura horrorosa, responsável por perseguições injustificadas. Documentos russos abertos em 1995 provam que McCarthy estava correto em suas afirmações, mas a lavagem cerebral é tão poderosa que pouquíssimas pessoas ao redor do mundo conhecem a existência desses documentos. De fato, hoje sabe-se que o senador foi até cauteloso em suas acusações. A infiltração comunista era maior do que ele pensava.

 

Johnson sacrificou dezenas de milhares de vidas americanas tentando fazer com que os democratas parecessem virís.

Nixon veio e honradamente terminou com a desastrosa guerra do Vietnam de responsabilidade dos democratas assinando os Acordos de Paz de Paris em janeiro de 1973. Em retribuição às torpes condições que enfiamos pela goela abaixo dos sul-vietnamitas, a América prometeu que se o Norte atacasse os Estados Unidos reiniciariam os bombardeios e a ajuda militar.

A América não tinha sido humilhada — a esquerda teve que agir rápido! A mídia inventou Watergate, Nixon foi forçado a renunciar e uma ala esquerdista alucinada foi inaugurada no Congresso. Apenas um mês depois, o Vietnam do Norte atacou o Sul e o Congresso democrata deu as costas ao seu aliado traindo-os e sujando a palavra da América. (Para os democratas, foi uma “vitória”.)

NOTA DO BLOG : Sobre o acordo de Paris : Pouca gente conhece o fato de que o documento foi assinado pelos Estados Unidos, Vietnam do Norte, Vietnam do Sul, a Força de Libertação Nacional (o Vietcongue) e mais 11 países que haviam dado apoio logístico,ou lutado ao lado dos Estados Unidos: Coréia do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Tailândia, Filipinas, Taiwan, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Suíça, e o Marrocos. O acordo previa: RETIRADA AMERICANA; O GOVERNO DO VIETNAM DO SUL CONTINUARIA EM SUAS FUNÇÕES ATÉ A REALIZAÇÃO DE ELEIÇÕES LIVRES; O FIM DO ENVIO DE REFORÇOS E DAS INFILTRAÇÕES NORTE-VIETNAMITAS; DEVOLUÇÃO DE PRISIONEIROS; UM DIÁLOGO POLÍTICO CONTÍNUO ENTRE AS PARTES. Não era, em absoluto, uma derrota americana. Pela primeira vez os Estados Unidos tinham nas mãos um compromisso que delimitava o papel dos participantes da guerra – inclusive o seu próprio – que era claramente defender o que tinha sido firmado. Os norte-vietnamitas teriam que cumprir o tratado ou sofrer as consequências. Mas, o motivo que levara os comunistas a concordar em Paris logo ficou claríssimo. Esperavam que a ideologia liberal americana não permitiria mais nenhum apoio às forças armadas dos Estados Unidos no Vietnã. E acertaram em cheio. O Congresso, de forma pusilânime, e covarde, negou-se a fazer cumprir o que seu governo e os norte-vietnamitas haviam assinado.

O movimento pacifista nos Estados Unidos, considerando qualquer intervenção americana um símbolo de degeneração moral, queria a retirada de qualquer maneira, não se importando com o fato de que o preço a pagar seria a liberdade dos vietnamitas, que haviam sido encorajados a lutar sob promessa de proteção armada. Em junho de 1973, cinco meses após o Acordo de Paris, o Congresso americano proibiu qualquer ação militar “em ou sobre o Vietnam”. Isso significava abandonar o país à sua própria sorte. A decisão fez com que o acordo, que já estava sendo violado pelos norte-vietnamitas, fosse abertamente jogado no lixo. Ao mesmo tempo, esse Congresso, com uma penada, ignorou o sacrifício de mais de 55 mil soldados americanos, e de centenas de milhares de vietnamitas do sul que haviam perdido suas vidas na guerra. O princípio da política externa americana nascido em 1945, de que os Estados Unidos tinham o dever de proteger e apoiar os povos livres havia se “transfigurado nas mãos da nova contracultura americana num símbolo de arrogância e presunção de uma sociedade corrompida”.

 

 

CONTINUA ANN COULTER: Em 1953, o presidente Eisenhower ajudou o Xá do Irã a colocar para fora o primeiro ministro Mohammad Mossadegh, um perigoso filo-comunista que tinha sido eleito na confusão após o assassinato do primeiro ministro anterior. Mossadegh prontamente nacionalizou os campos de petróleo do Irã, pondo para fora as companhias britânicas que sabiam administrá-los e consequentemente varrendo a fonte primaria de riqueza do Irã. Com a ajuda britânica e americana o escolhido do Xá foi instalado como primeiro ministro, e um governo amigo dirigiu o Irã.

Infelizmente, vinte anos depois Jimmy Carter se tornou presidente. Quando os fundamentalistas islâmicos fizeram a revolução no Irã, Carter se recusou a ajudar o Xá, um fiel aliado americano. Os liberais saudaram o Aiatolá Khomeini — o embaixador americano do governo de Carter, Andrew Young, Richard Flak de Princeton e o Advogado Geral da União do governo de Lyndon Johnson, Ramsey Clark, todos nos asseguraram que a vida seria cor de rosa com Khomeini. O que afinal poderia dar errado?

O aiatolá mal agarrou o poder e islâmicos lunáticos fizeram 52 americanos reféns em Teerã, onde eles permaneceram 444 dias, ate que Carter fosse salvo pelo fato de não ter sido reeleito. (perdeu as eleições para Reagan)

Dando a primeira nação-estado aos islâmicos fanáticos, Carter produziu o movimento islâmico fascista global com o qual estamos lidando até hoje.

NOTA DO BLOG: Khomeini matou 10 mil iranianos (segundo consta – nunca acredito nos números a respeito de quem matou quem )

Pelos oito anos seguintes, paz e liberdade se espalharam por todo o mundo quando o presidente Ronald Reagan destruiu a União Soviética e restaurou o poder americano. Os liberais reclamaram e bateram o pé durante todo esse período.

Face à fome em massa na Somália, o presidente George H. W. Bush enviou tropas para assegurar a entrada de ajuda no país. O presidente Clinton veio e decidiu converter esse simples esforço de alívio em um exercício de “construção de uma nação.” Na Somália! Grande idéia.

Rapidamente, os rebeldes muçulmanos mataram alguns de nossos soldados e arrastaram seus corpos pelas ruas. Clinton instantâneamente bateu em retirada, acabando com nossa operação militar. (E então, ficou em pé no corredor sem janelas entre o Salão Oval e a área da cozinha para contemplar e refletir.) – NB: provavelmente as frases em parênteses são uma gozação que escapa a quem não é americano. Clinton, o maior mentiroso de todos os tempos é também um terrivel demagogo e frequentemente fazia, faz, jogos cênicos)

Anos mais tarde, Osama bin Laden riria da América, que fugiu correndo da Somália, observando como essa mostra de fraqueza tinha encorajado seus guerreiros da Al Qaeda.

O que levou, da noite para o dia aos… ataques de 11 de setembro. Em resposta, o presidente George W. Bush invadiu o Afeganistão e varreu o Talibã e as fortalezas da Al Qaeda em poucos meses. Bush deixou lá uma força limitada para prevenir o retorno dos campos de treinamento de terroristas.

De forma mais crucial, o presidente Bush removeu um monstruoso ditador do Iraque e estabeleceu a única democracia islâmica no Oriente Médio. Saddam Hussein do Iraque tinha ajudado e acolhido terroristas, tentou assassinar um ex-presidente dos Estados Unidos, e brutalizou horrivelmente seu próprio povo, matando um milhão de pessoas de acordo com o The New York Times – inclusive com armas químicas, muito pior do que qualquer acusação ao presidente da Síria, Bashar al-Assad.

O Iraque se tornou o sinal de esperança para todos os muçulmanos que ainda viviam sob regimes despóticos.

Por absolutamente nenhuma razão, com nenhum objetivo explícito, e nenhum conceito de “vitória”, Barack Obama maciçamente aumentou o número de soldados no Afeganistão. Quando Bush deixou a presidência foi computado um número em torno de 625 soldados mortos em todo o curso da guerra do Afeganistão. Obama quadruplicou esse número; aproximadamente 2.300 soldados morreram nessa guerra. nota do blog: embora Obama seja um pacifista no sentido Munich da palavra, e por isso jamais poderá ter uma estratégia guerreira, não concordo com Ann quando o critica por ele haver aumentado o número de soldados no Afeganistão. Acontece que os taleban se reorganizaram. Quando estive no país eles ainda estavam nas montanhas, oferecendo alguma resistência às formas aliadas. Conversando com soldados sentia-se um otimismo cauteloso onde a maioria achava possivel contê-los (mas não vênce-los), e que poderiam ficar eternamente na fronteira com o Paquistão, sem representar perigo nas grandes cidades. O que se viu depois mostrou que estavam errados. Lembro-me que um major (capitão ?) russo disse-me que os militares e civis afegãos jamais seriam aliados confiáveis, que eram traiçoeiros, venais, desleais por natureza. Repetia as palavras de um coronel que havia participado da guerra quando a Rússia ocupou o país. O tempo mostrou que ele tinha razão. Não concordo com Ann Coulter.  Acho que Obama agiu bem quando aumentou o número de tropas,  mas infelizmente cedeu ao seu temperamento e ao desejo do povo americano, e deu início a uma retirada sem nenhum sentido, criticada pelos seus maiores generais.

Acontece que Obama jogou fora nossa vitória no Iraque. Era a querra de “conveniência”, de “escolha”, como ele idiotamente a chamou durante sua campanha. Retirando os últimos soldados, Obama permitiu que a Al Qaeda e o Irã aniquilassem esse único exemplo brilhante de democracia árabe. Temos soldados americanos na Alemanha, Japão, Bélgica, África e Noruega (um notório terreno fértil para a Al Qaeda!), Singapura, Qatar, Diego Garcia** e até na pequena Djibouti***. Mas nenhum soldado para você, Iraque!

**Ilha do Oceano Índico, colônia britânica.

***País localizado no Chifre da África fazendo fronteira com a Eritréia, Etiópia, e Somália.

 

Obama nem tinha nada o que fazer no Iraque! Ele só tinha que não remover todos os nossos soldados.

Em vez disso, Obama arruinou o prestígio americano ao apoiar a remoção do general pró Ocidente, Hosni Mubarak, no Egito. Mubarak apoiou a politica americana, usou seu exercito para lutar contra extremistas muçulmanos e reconheceu o direito de existir de Israel. A Irmandade Muçulmana imediatamente assumiu o controle do Egito, e os militares reagiram dando um golpe de estado. Será que podemos trazer Mubarak de volta? NOTA DO BLOG: Os militares egípcios parece que estão dando conta do recado. Foi uma sorte única do Ocidente, que ainda assim levou semanas para perceber que o golpe era a salvação do país.

Um erro craso o comportamento americano e da União Européia com respeito à importantíssima Turquia. Democratas-liberais americanos e seus idiotas colegas europeus atormentaram os militares turcos exigindo democracia, sem se dar conta do perigo de um estado islâmico. O mesmo problema da Guerra Fria:  ou ditadores  militares favoráveis ao Ocidente ou ditadores comunistas. Os democratas sempre preferiram ser contra as ditaduras de direita.Desta forma, conseguiram desmoralizar os militares que garantiam uma Turquia livre e um estado laico. Hoje, temos um governo islâmico, militares desmoralizados, e o país caminha para ser um estado terrorista. O mais acabrunhante é que esses militares por cem anos mantiveram como objetivo supremo, como uma questão de honra, o jamais permitir a islamização da Turquia. Procuravam através de uma sólida aliança com o Ocidente a modernização de seu país. Durante décadas foram um escudo protetor da Europa e dos Estados Unidos contra a URSS. Mesmo depois do acordo para a retirada dos mísseis de Cuba, ainda assim representavam uma ameaça aos russos. O soldado turco é famoso pela sua valentia. Eu os conheci no quartel-general da OTAN, na Bélgica. Impressionavam pela postura, fardamento, enquadramento, visivel auto-confiança. Sempre foram muito respeitados por seus colegas ocidentais, mas… vergonhosamente traídos pelos Democratas americanos. 

Ann Coulter : Então Obama ordenou ataques aéreos a Líbia contra Muammar Gadhafi — após conseguir alguém na Nações Unidas para assinar a permissão para seu erro. O momento não poderia ter sido melhor! Gadhafi já tinha concordado em desistir de seu programa nuclear após a invasão do Iraque por George W. Bush. Apavorado com a invasão ele havia saído correndo para perguntar aos britânicos se Bush planejava invadir seu país também.

A guerra do Iraque transformou cada déspota do Oriente Médio em cadelas do presidente Bush. Mas agora Obama é a cadela deles. (Vejam a charge e o texto logo abaixo do artigo de Ann)

Eu sei que vocês liberais se importam mais com controle de natalidade do que com geopolítica, mas se vocês continuarem a eleger democratas, vão estar mais preparados para usar burcas, e não DIU’s (dispositivos intra-uterinos).

 

Dois cartoons que valem por muitos artigos

Em um dos meus artigos eu disse que no momento em que Bush invadiu o Iraque todos os países delinquentes morreram de medo. Siria e Iran, principalmente, prostraram-se aos pés dos Estados Unidos, em um show de covardia que para mim foi inesquecivel. O medo de uma invasão , ou de um bombardeio, fez com que acabassem as ameaças e começassem as concessões, os pedidos de apaziguamento, tudo que seria necessário para o governo americano tomar providências concretas e negociar duramente com eles. O momento foi registrado pela imprensa, mas logo caiu no esquecimento. Esse foi o ponto para o qual eu chamei a atenção: Se os leitores procurassem os jornais da época veriam o espetáculo que foi a submissão desses países ante o poder americano. A maneira como se comportaram na hora da verdade. Ficou ruidosamente claro que somente entendem a linguagem da força.

Bem, eu selecionei duas charges. A primeira é de 2003, no momento da invasão do Iraque, e mostra esse instante de pavor a que me referi. Os quatro membros do Eixo do Mal estão com os olhos arregalados de medo. O charuto cai da boca de Fidel. Kim Jong-iL, da Coréia do norte diz : “Sim, Senhor Bush, estamos prestando atenção”. No lugar onde estaria o Iraque existe um vazio como se um foguete houvesse obliterado Saddam Hussein.

A segunda charge é absolutamente excepcional. Foi feita quatro anos depois, em 2007, e mostra um aitolá eufórico, batendo em um imenso tambor do qual saem as palavras: “Morte para a América!” “Ameaça terrorista!” “Totalitarismo islâmico!” “Matar as tropas no Iraque!” ”Novos reféns!” “Bombas !” —– Do outro lado, está Bush, retratado de maneira impagavel: tocando um tamborzinho com uma incrivel cara de quem acha que está fazendo alguma coisa séria. Do seu tamborzinho saem as palavras: ” apaziguamento”, “diplomacia”, “conversações”. O título é um clássico : “Tambores de Guerra”.

Através dessas charges percebe-se muito bem dois momentos distintos: Os Estados Unidos fazendo uso da força, com o resultado de “sim senhor, faremos o que o mestre mandar”, e quatro anos depois o que acontece quando se usa o “diálogo” sem fim, as contemporizações, e o infindavel engolir de desaforos e ameaças.

O que o chargista expressou em apenas duas charges os articulistas levam páginas para conseguir.

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8 novembro, 2009 às 15:44

 

 

 

 

22 setembro, 2013 às 09:01

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Categoria: Artigos

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