A juventude contra a nossa “Revolução dos Bichos”

Img_22062013002A capa da Veja desta semana,   Edição Histórica – Os sete dias que mudaram o Brasil, corre o risco de se tornar importante como um grave erro jornalístico.  “Sete dias que mudaram….”é uma frase clássica usada para grandes transformações na história de um país, ou de uma guerra, ou como resultado de uma revolução, etc. Existem vários livros com esse título. O Edição Histórica” aumenta o compromisso. Sugere que a revista deve ser guardada como um documento para o futuro.

 

Puxa, que peito do pessoal da Veja. Quer dizer que o Brasil mudou e eu nem percebi ?  Mas, talvez eu tenha entendido mal, e estejam afirmando  que VAI MUDAR por causa dos últimos sete dias. Será?  Na minha modesta opinião, se Dilma ou Lula forem novamente presidentes os movimentos de rua fracassaram, o Brasil continuará igualzinho. O que a grande maioria dos manifestantes está pedindo em seus cartazes não admite a reeleição de nenhum dos dois. A juventude terá sido vencida.

 

 

Conversei com uns 50 manifestantes, geralmente pequenos grupos, ou casais. (Evitei as bandeiras vermelhas e o pessoal do Passe Livre, que eram poucos) . Assim, a maioria me disse que não votaria na Dilma, mas muitos disseram que sim, ou que ainda não sabiam. Fiquei impressionado com o enorme numero de adolescentes,  na sua maioria muito bem vestidos. As mulheres maquiadas e bonitas, uma atração extra na passeata. A liderança vem do caminhão com alto-falante que diz em que direção devem se movimentar, além de gritar slogans que me pareceram neutros. Pretendo voltar na quarta-feira .

 

Os que absolvem Dilma e Lula e ao mesmo tempo são contra a barbárie a que chegamos, mostram uma desastrosa dificuldade em estabelecer um encadeamento lógico dos fatos, por mais fácil que ele seja. Se o PT está há 10 anos no poder, não é possivel eximir de culpa a dupla que chegou à presidência. Muito pelo contrário, eles são os maiores responsáveis, mesmo que os manifestantes também acusem os deputados, governadores e  outras figuras públicas. Essa dificuldade em saber que 2 + 2 é igual a 4, leva ao desastre na opção política. Os que inocentam a presidente e o ex-presidente colocam-se  acima do senso comum. 

 

O  pacote da Dilma contra a corrupção é ridículo. Para simplificar: aumentando o grau de dificuldade para o roubo, ou se as penas para os delitos forem maiores, mais alto será o valor do suborno, apenas isso. Para o País melhorar o PT precisa perder as eleições, perder a presidência da República. Isto é condição sine qua non. De imediato teríamos afastado o risco de um governo de consultas populares, ou uma ditadura constitucional. Quem assumir precisaria desmontar a gigantesca máquina petista aboletada no funcionalismo público.  A corrupção voltaria aos niveis normais e algumas reformas importantes poderiam ser feitas. Pior do que está seria impossivel, isto é certo.

 

Discutir sobre a violência não é tão importante. Ela é um sub- produto do que está acontecendo. Quando se constatou que a imensa maioria se comportava de maneira pacífica, e o vandalismo partia apenas dos baderneiros, o assunto deixou de ter significado político. A Polícia continua sendo criticada na TV pela turma dos direitos humanos e do politicamente correto, todos apoiados de uma maneira apressada, meio histérica, pelos âncoras. É uma chatice e uma injustiça. Além do mais, o que menos importa em toda esta história é justamente o comportamento dos policiais. Trata-se de um detalhe, perto das imensas forças que estão em jogo. Melhor deixar que os marginais, ou candidatos a marginais, levem as cacetadas da maneira que a Polícia achar conveniente. Muito do interesse que os entrevistados pela televisão têm pelos atos de violência está exatamente no fascínio que estes exercem sobre eles. Detestam a polícia e sem se darem conta torcem pelos que destroem, saqueiam, provocam incêndios. O intelectual de esquerda ama a violência, e como ele mesmo é incapaz de deixar os livros e o computador, minimiza sua impotência através dos que contestam a lei ( no regime capitalista, é claro). 

 

Por não estarem a vista não pude conversar com nenhum daqueles que desafiam os policiais. Parece que eles aparecem ao final da passeata, e sentem prazer em enfrentar os PMs. Algum fenômeno de afirmação pessoal, ou o prazer do perigo. Devem ser muito poucos os que se arriscam por motivo político.Pretendo me encontrar com alguns deles, se não for muito cansativo.

 

Os manifestantes carregam cartazes pedindo a diminuição de idade para responsabilidade penal. Talvez alguns deles estejam vendo na impunidade  de criminosos comuns o reflexo da completa desmoralização do Executivo, Legislativo e Judiciário. A corrupção assombrosa, a desmoralização da classe política, a impunidade para os colarinhos brancos , são a causa do aumento de crimes nas cidades e da audácia do seus executores. Lembram-se do mais famoso bandido brasileiro de algum tempo atrás, o Marcola, perdendo a paciência quando foi inquirido por deputados ? Disse na cara deles:” e vocês, não roubam também ?” . Sensacional. Ficou claro que sentiu-se como um pequeno criminoso diante da massa de cínicos bandidos na sua frente.

 

E vejam,  Dilma é uma das personagens da “Revolução dos Bichos”, de George Orwell. Começou, em seus tempos de guerrilha, querendo justiça para todos e terminou junto com os outros porcos chafurdando na lama da corrupção. O porcão Lula, não teve nenhum problema em se encontrar às gargalhadas com Paulo Maluf. Tal e qual no livro. Os petistas quando chegaram ao poder tiveram comportamento igualzinho ao dos que condenavam. Fizeram pactos com os corruptos e passaram a andar nas duas pernas, isto é, roubar, traindo os que neles confiaram. Já não se percebe nenhuma diferença entre eles e Renan Calheiros, Jader Barbalho, Newton Cardoso, Iris Rezende e Sarney.  Igualzinho ao livro.

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Quando Dilma declarou na TV que o governo não havia gasto coisa alguma com os estádios, que tudo era dinheiro da iniciativa privada, eu quase entrei em dispnéia pré-agônica. Realmente nunca imaginei uma coisa dessa como presidente da república. Que figura boa para um Gabriel Garcia Marques.  

 A jornalista Miriam Leitão publicou:

 

                                                Tesouro tem, sim, gasto com a Copa do Mundo.

Em pronunciamento em cadeia nacional na noite de sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff afirmou que não há custo para as contas públicas com a Copa do Mundo porque as empresas precisam pagar pelos empréstimos recebidos. O problema é que isso é feito via BNDES, com juros mais baixos do que os praticados pelo mercado. O banco público tem sido capitalizado pelo Tesouro Nacional, que faz captações pagando taxa Selic, mais alta.

Esse diferencial de juros – entre o que as empresas pagam ao BNDES, e o que o Tesouro paga aos bancos – é gasto público. Muitos economistas têm dito que esse gasto não está sequer sendo contabilizado no Orçamento da União. No site do BNDES (clique aqui), é possível obter mais informações sobre os financiamentos. No caso do estádio Beira Rio, por exemplo, houve empréstimos também do Banco do Brasil, que também foi capitalizado pelo Tesouro Nacional recentemente.”

 

 

24 junho, 2013 às 14:41

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Categoria: Artigos

Comentários (2)

 

  1. Luiz Antonio disse:

    Sr. Parece me complicado, demover os déspotas que chafurdam no Pais, há mais de dez anos.
    Será que o radicalismo resolveria?;Ou o que?
    Abraço.
    Luiz…

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