A propósito do desesperado desejo de jogar Dilma e sua bicicleta pela janela do vigésimo andar do edifício da Petrobrás: O incrível impeachment de Collor

 

Os palermas Fernando Henrique, Aécio, Serra, Alquimim, deram um imenso show de burrice defendendo a “governabilidade”, e outras idiotices, para negar, até ontem, apoio ao impeachment da Dilma, sendo que ela é culpada de 1.234 crimes contra a Constituição.

FOI MUITO DIFERENTE COM FERNANDO COLLOR:

 

Os caras-pintadas foram saudados como heróis nacionais. Não tinham a menor ideia do que estavam fazendo, mas a mídia os colocava como altamente conscientizados

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A capa da revista:

 

1) A Revolução que derrubou Collor. Sem querer a revista pode ter acertado.  Não foi um processo de impeachment mas uma revolução ao contrário, já que uma chusma de gatunos e alguns inocentes úteis rasgaram a Constituição. O mais hilário, o mais ridículo, foi : ” O Brasil deu uma lição de democracia para o mundo!”, que se berrava com grande orgulho.

2) O estouro da quadrilha que tomou o Planalto. As quadrilhas sempre estiveram lá, muito antes de Collor, mas este tornou-se, de uma hora para a outra, o ÚNICO ladrão brasileiro. Todos os outros, dezenas eram famosíssimos,  foram esquecidos, inocentados, perdoados, sei lá o que aconteceu, e participaram com entusiasmo da derrubada do sujeito que roubava sem dividir.

Existem muitos tipos de corruptos e isso confunde as pessoas. Por exemplo: Collor queria roubar e ao mesmo tempo fazer um excepcional governo. Sabia que havia medidas óbvias a serem tomadas que alavancariam o nosso desenvolvimento em nível nunca visto desde Juscelino. Queria libertar o País, que estava numa camisa de força. Se nós deixarmos de lado a bobagem da tentativa de acabar com a inflação usando mágica, usando um processo heterodoxo, as medidas que tomou em seu governo foram, na maioria, excelentes. Simplificando ao máximo: deixamos de ser jecas, olhando para uma garrafa de whisky importado como se fosse uma joia. Helio Jaguaribe, o mais respeitado expoente do PSDB naquela época ( participou do ministério de Collor)  disse: ”O maior presidente da República desde Juscelino, e é louco”. Aliás, Jaguaribe concordava com o Plano Collor de combate à inflação. Tinha restrições, mas aceitava na conceito geral.

Acredito que Collor estava tão entusiasmado com a perspectiva de se tornar um verdadeiro herói como presidente que não prestou atenção na implicações extra-judiciais do roubo. Cometeu, talvez por arrogância, um erro fundamental: era tudo para ele e sua turma. E pior, eram amigos, uns caras que ele conhecia desde os seus tempos de rapazinho em Brasília. Não eram ligados em política, não pertenciam, em sua maioria, a partidos.

O que Collor tentou pode ser feito em nível de prefeitura de cidade pequena, mas jamais em nível nacional. Não era possível, e ele foi deposto em um claro golpe branco, um impeachment ridiculamente inconstitucional. Não tinha apoio em lugar algum, pois havia se colocado contra as mediocridades em geral: a do Congresso, a dos estudantes, dos operários, Judiciário e tudo o mais. Achava-se completamente isolado. Durante o processo de linchamento a que esteve exposto não tomou a menor medida de defesa além de contratar advogado. Não acionou, como seria de se esperar (até em países como os Estados Unidos), a Polícia Federal, e a Receita Federal, órgãos que podem ser usados para intimidar os adversários ameaçando expor seus segredos.

Um pouco antes das coisas ficarem muito difíceis ele poderia ter negociado, poderia ter aberto a roubalheira (principalmente nas Fundações – os fundos de pensão) para quem estava de fora, mas nada disso, ele permaneceu olimpicamente quieto, provavelmente num processo doentio de autocomiseração. Tenho um amigo que foi o encarregado do inquérito sobre sua mulher, Roseane, que  presidia a LBA -Legião Brasileira de Assistência – (Collor permitiu que se abrissem inquéritos para todos os lados). Pois bem, ele me contou que jamais recebeu um telefonema do presidente, ou seja, nenhuma forma de pressão. E no inquérito nada se encontrou que incriminasse Roseane.

A articulista Dora Kramer criticou, tempos atrás, o Congresso atual, fazendo apologia do comportamento dos congressistas que derrubaram Collor. Comparou os de agora com os tais formidáveis do passado. Nem sei o que dizer. Os acusadores de Collor estavam entre os maiores ladrões que esse país já conheceu, homens completamente desmoralizados:  Jader Barbalho, Orestes Quércia, Sarney, e muitos outros – Lula, ainda longe do poder – sentou-se ao lado deles A foto rodou o País.  Para completar o quadro, quem presidiu o processo de impeachment foi Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara dos Deputados, um gatuno, um dos famosos Anões do Orçamento. Ibsen foi cassado.

Na época, repito, chegamos ao cúmulo do ridículo. Os adolescentes de cara pintada, traduzindo a desinformação da população indignada, faziam sua festa pelas ruas. Batemos todos os recordes de jequismo e patriotada com “a lição de democracia que o Brasil deu ao mundo!”. Enquanto rolava o inquérito eu estive com seu advogado, o brilhante José Guilherme Vilela. Ele estava mortificado com as sacanagens que o Congresso fazia, atropelando todos os prazos. Procedimentos que constitucionalmente deveriam durar 2 meses eram executados em 48 horas. Um espanto. Todos sabem que o Supremo Tribunal Federal, o inocentou, o absolveu, DEPOIS do impeachment, não é mesmo ?

Estive com Collor duas vezes na famosa “casa da Dinda”: nos dias finais que antecederam sua queda, e tempos depois quando ele já estava solitário, a pessoa mais desprezada do País.  Nesta segunda vez me recebeu fumando um dos charutos que ganhou de Fidel, os que traziam o seu nome na anilha,”Collor de Melo”.  O máximo da esnobação.  Ainda era senhor de si, articulado, algum toque de elegância,  seu rosto não trazia traços da monumental humilhação. Considerava-se amigo de Brizola, defendeu o PT e reservou sua raiva para o PSDB.

É possível uma explicação para essa atitude: lutar arduamente para fazer um bom governo e roubar ? Sim, para mim Collor é esquizofrênico, tem duas personalidades. Hoje ele me parece muitíssimo diferente. Mr. Hyde assumiu o comando. Trata-se de algo podre, abjeto. Eu diria que ficou louco por completo.

Algum tempo atrás, depois de cumpridos os dez anos de inabilitação para cargo público, foi eleito senador e fez um discurso que durou 4 horas, contando tudo o que aconteceu na sua deposição (foi transmitido ao vivo pela TV Senado). Todos os senadores ouviram de boca aberta, sem discordar. Até o Mercadante -que era líder do governo – teve a maior dificuldade para balbuciar alguma coisa. Não defendeu a sua deposição, apenas disse que não poderia concordar com ele. Só isso. Não tinha argumentos.

Sendo o primeiro a entrevista-lo após o impeachment (Estadão), recebi as exaltadas críticas de todos os que desejavam que nunca mais ele fosse visto e ouvido. Papagaio! Perto dos sentimentos que existiam com relação a ele, a Dilma é amada pelo povo brasileiro.  Existe uma unanimidade nacional no ódio a Collor.

Vou colocar neste espaço duas perguntas de um encontro de quase duas horas. Reparem que eu insinuei que ele era louco:

ESTADO: Presidente, de qualquer forma está presente para a população que o deputado Ibsen Pinheiro teve um papel de relevância em um determinado momento histórico. Talvez não estivesse habilitado moralmente a conduzir o impeachment de um presidente da República.

COLLOR: Isso é o que agrava ainda mais a situação. Exatamente esse fato, porque o povo hoje sente-se enganado. A juventude brasileira, aqueles que pintaram as suas faces para promover uma manifestação contra o meu governo, foi induzida em erro, e exatamente por aqueles que hoje estão acossados, não somente por denúncias, mas por provas de que existiu alguma coisa mais entre a presidência da Câmara e a comissão de Orçamento que a nossa vã filosofia poderia supor. Então a população, ao se sentir ludibriada, pede e espera uma palavra e uma explicação desses que conduziram todo esse processo de linchamento moral a que fui submetido. Aquele movimento acaba de ser desmascarado diante da opinião pública. Em algum momento aas pessoas podem refletir naquilo que vai em seu íntimo: “ Puxa! Mas é esse pessoal que cassou o Collor ?”

ESTADO: Sobre o senhor se diz que o seu comportamento nos últimos dias de governo, seu isolamento, e a atitude olímpica que manteve na adversidade não foram simplesmente fortaleza de caráter, mas distúrbio psíquico.

COLLOR: Olhe, eu acho que ultrapassar a prova a que eu fui submetido- sem registro na história política desse país- é uma demonstração de que, graças a Deus, eu consegui manter a minha estabilidade emocional, e sem cometer nenhum desatino, seja em relação às instituições e a vida nacional, seja em relação á minha vida pessoal. Eu acho que a melhor resposta é o fato de nós hoje estarmos aqui, conversando, passada, vencida, essa enorme refrega, já ultrapassado grande parte desse calvário a que fui submetido

 

 

 

                                      OS PALERMAS

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A ridícula declaração de Fernando Henrique pedindo a renúncia de Dilma “num gesto de grandeza” é perfeita no histórico de idiotices com que nos castiga ao longo de sua vida política. A palavra é IMPEACHMENT, mas FH sempre pensa estar acima dos pobres brazucas que não possuem a sua clarividência, cultura e sofisticação. Um homem acima de seu tempo, é o que pensa sobre si mesmo.
Estive lendo trechos da imensa entrevista de FH (quando ele era presidente), para Roberto Pompeu de Toledo. Vejam o que diz sobre Cuba, que visitou como senador:
O que eu vi lá ? O povo está bem nutrido, foi isso que eu vi. Não sei hoje, mas na época estava bem nutrido, com bom atendimento de saúde e educação. Visto de fora, o regime é uma ditadura. Claro que há gente farta de tudo aquilo. Mas, de acordo com minha sensibilidade, o país estava distante da catástrofe que se descrevia” .
Não é impressionante ? O povo morrendo de fome, o país com índices piores do que nos tempos do ditador Batista, esgoto ao céu aberto, a famosa medicina é nada mais, nada menos, do que a profilaxia (vacinação pura e simples), um imenso campo de concentração, e Fernando Henrique não conseguiu enxergar nada disso. Continua trilhando o caminho de sua juventude. E o que foi que ele quis dizer com esse: “Visto de fora o regime é uma ditadura” Quer dizer que estando lá, vivenciando o dia a dia, não é uma ditadura ?
Outro trecho: “Pergunta : “O que o senhor acha de Che Guevara? FH : “Esse é do estilo Trótzki . O estilo dele era romântico, embora com um lado stalinista. Ele tinha verdades. Por isso, digo que uma pessoa apaixonada, muitas vezes é perigosa”. Incrivel, não ? Romântico com um lado estalinista. Mas que mediocridade! E o sociólogo vai buscar Trotsky para mostrar erudição e acuidade de análise. E sabemos que tratava-se de um psicopata, com a crueldade padrão dos comunas que chegam ao poder. Um assassino com uma bela estampa. Mas FH acha que “uma pessoa apaixonada, muitas vezes é perigosa “ (!!!) Puxa, que profundidade de reflexão ! “Ele tinha verdades”. Que verdades ? O que isto quer dizer ? Êta FH!

 

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19 agosto, 2015 às 18:57

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Categoria: Artigos

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