As delícias de ser um delator; Por que nenhum repórter pergunta para a Dilma se ela é comunista ?; O Iran nuclear ( Charles Krauthammer – Washington Post) ; A indicação de Fachin para o Supremo e os oportunistas das redes sociais; Até que enfim um bom artigo sobre o pavão FH (Francisco Ferraz ); Tópicos; Jango; A Finlândia somos nós ?(Simon Schwartzman); Charges;

 

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AS DELÍCIAS DE SER UM DELATOR 

 

Nossa,  como é bom ser delator !  O ladrão Paulo Roberto Costa foi fotografado numa churrascaria, e parecia bem satisfeito.  Quanto milhões de dólares ele deve ter no exterior em contas não reveladas?   Cem milhões ? Mais ? Muito mais ?  Quanto tempo vai ficar preso ?  Parece que um ano em regime semi-aberto, e depois alguma coisa que não entendi – ao que parece é quase a completa liberdade.  Mas…é maravilhoso!  Hilário. Digamos que ele tenha apenas US$ 100 milhões. Paulinho pode comprar uma linda vila na Itália à beira mar, hummm…, 10 milhões ?  Um apartamento na avenue Foch, o lugar mais chique de Paris, por uns 20 milhões ?  Um iate daqueles de 100 pés, verdadeiros navios, o máximo do prazer, por 30 milhões ?  Sobram 40 milhões de dólares líquidos para levar uma vida bem longe desse país que ele ajudou a arruinar. Nada mal. Os agentes da Polícia Federal devem estar morrendo de inveja. Aliás, muitos deles já devem ter sido subornados em casos  e situações que desconhecemos por completo. Não ? Não acreditam ? Vejam, os caras estão presenciando uma tremenda injustiça:  algemam pilantras que abalaram a estrutura econômica do país mas logo recebem a notícia de que os mesmos vão ser recompensados de maneira extraordinária. Esses agentes são homens comuns, com mulheres, filhos, uma vida difícil como a de qualquer outro. Jogam na megasena e perdem . Ao lado deles um monte de canalhas que ganharam sozinhos, dezenas de vezes. Os policiais não são monges budistas. São iguaiszinhos ao povo brasileiro, nada mais, nada menos.  A inveja corre solta entre nós, ou vocês não se conhecem ? Duzentos milhões de dólares, prisão domiciliar e depois liberdade, tudo isto em apenas uns dois anos ?  Nome manchado ? Filhos envergonhados ? Não me façam rir.

Este blog entrou no ar em abril de 2009. Quem tiver paciência de ler alguns artigos passados vai perceber que escrevi sobre tudo isto muito antes que acontecesse. Sobre os fundos de pensão (Fundações) cheguei a ficar rouco de tanto berrar sobre a roubalheira ( que continua acontecendo neste momento mesmo em que redijo esta nota). É absolutamente incrivel que os funcionários dos Correios tenham que obedecer ao governo de bandidos que determinou um desconto mensal (alto)em seus salários mensais para cobrir o rombo do seu fundo de pensão, a Postalis. Inacreditável.  A Postalis vem apresentando um rombo atrás do outro há décadas !!!  Quantos presidentes e diretores financeiros passaram por essa fundação em todos esses anos ? São milionários, e os funcionários vão pagar por seu roubo? Deveriam, isto sim,  fazer uma greve geral, paralisar totalmente seu trabalho. Mas são ótarios, desfibrados. Assim, feito nós. 

Por último: se esses bilionários que abalaram a macroeconomia brasileira quiserem residir nos Estados Unidos – para o resto de suas vidas – é muito facil. Basta investir 500 mil dólares naquele país. O green card tem a denominação de “visto EB-5” . Que tal construir uma casa em Miami, ou em outros lugares ainda melhores? Levar toda a família e de vez em quando visitar os primos pobres no Bananão ?    

 

 

 

 

 

No feiçibuqui:

 

Foto de Humaniza Redes.

“Você sabia que o discurso discriminatório de ódio é crime?

Discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é crime punível na…”

 

Minha resposta:

CHEGA !!! EU TENHO ÓDIO DESSE CARTAZ!

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Lisa Benson

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O ministro Aldo Rebelo é do PC do B. Todo mundo fala assim : PC do B.  Por que ninguém diz Partido Comunista do Brasil ?  Por que não enfatizar o “comunista”?  Por que nenhum repórter faz a pergunta simplíssima : ” Ministro, o senhor é comunista ? ”  É de mau gosto ? É provocação ?  Claro que não.  Ele pode perfeitamente responder: “Sim, eu sou comunista, com muita honra”.  Se, por acaso,  ficar com raiva, vai estar depondo contra a sua escolha maldita. Ah, esse jornalismo fuleiro, medroso, medíocre. Por que  na  coletiva no Palácio do Planalto ninguém pergunta para a Dilma : “Presidente, a senhora é comunista? ” A pergunta é perfeitamente legítima por todos os motivos. Um deles é que milhões de brasileiros acham que sim. E ser comunista não é contra a lei, a bandeira com a foice e o martelo estão em todas as passeatas do PT, partido da Dilma.  Ofensivo seria perguntar “Presidente, a senhora roubou nesse escândalo da Petrobras?” E, qual seria a resposta da Dilma sobre ser comunista ? O vídeo seria um espetáculo! Imagine sua cara de espanto. O que iria gaguejar ? Quem não gostaria de saber a resposta ? Ficaria muda e acenaria para outro setorista, aflita por uma nova pergunta?  Que pena que não exista NENHUM setorista ( quem cobre o Palácio) que seja corajoso.  O que aconteceria a ele ? Seria demitido pelo dono do jornal ? Com toda a probabilidade NÃO! Perderia a credencial e não poderia mais participar das coletivas no Palácio ? Com toda a probabilidade SIM. Eu prefiro mil vezes assistir a um vídeo desses do que uma semifinal de Copa do Mundo.

Collor presidente, que já era magro, foi ficando magérrimo, um esqueleto. Primeira pergunta na coletiva: Levanta-se a Soninha, repórter do Jornal do Brasil: ” Presidente, o senhor está com AIDS ?” Nossa, foi um espanto. Eu fiquei embasbacado. Collor responde sorrindo: “Só mesmo a Soninha para fazer uma pergunta dessas. Não, Soninha, eu não estou com Aids. Estou fazendo regime  e……..”  .

Já contei que trabalhei no Jornal do Brasil e fui para uma coletiva do Elizeu Resende, ministro do Transporte. Literalmente acabei com a entrevista quando quase o chamei de ladrão fazendo uma pergunta sobre a estrada Lagoa-Barra, Em virtude de contatos indiretos com engenheiros da PUC eu tinha dados muito precisos, irrefutáveis. O ministro ficou pasmo e, ao seu lado, o diretor do DNER, levantou-se, colocou a mão em seu ombro e disse: ” Ministro o senhor tem um compromisso agora, estamos atrasados”. E os dois foram embora sem nem dizer até logo. Espanto geral na sala.  Fui demitido ? Claro que não. Na redação me elogiaram.

Ah, por que ninguém faz a pergunta para a Dilma ? Seria tão bom de se ver! 

 

 


 

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Political Cartoons by Gary McCoy

 

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Lisa Benson

 

 

 

 

A doutrina Nixon de Obama: a unção do Irã –  (Charles Krauthammer – Washington Post)

 

Em dezembro, o presidente Obama disse que desejava ver o Irã finalmente se tornar um “poder regional bem sucedido.” Seu desejo – um pesadelo para os estados árabes pró-ocidente – está se tornando uma realidade. Considere:

● Golfo de Aden: O Irã manda uma flotilha de navios de guerra e cargueiros com armas para reforçar os rebeldes no Iêmen – um estado árabe não contíguo, não persa, não ameaçador (para o Irã) – afirmando seu novo status como juiz e intimidador regional. A administração Obama manda um grupo de porta-aviões, aparentemente para prevenir essa brecha grosseira no embargo de armas imposto ao Iêmen pelas Nações Unidas. E então, a administração anuncia que não tem intenção de fazer nada.  Enquanto isso, exerce pressão sobre a Arábia Saudita para que ela pare com os ataques aéreos ao Iêmen e que concorde em negociar um acordo político envolvendo o Irã.

● Rússia: Após uma suspenção de cinco anos, a Rússia anuncia a venda de mísseis terra-ar avançados para o Irã,  o que vai tornar suas instalações nucleares quase que invulneráveis a um ataque. E qual a reação de Obama? Críticas, ameaças, sanções? Não. Uma palmadinha nas costas do Vladimir Putin: “Estou francamente surpreso que (o embargo) tenha durado tanto tempo.”

● Irã: Nos últimos dias, Obama antecipadamente suspendeu a posição antiga dos Estados Unidos de não aliviar de imediato as sanções em nenhuma negociação nuclear com o Irã. Ele casualmente dispensou essa linha vermelha declarando que, realmente importante é se essas sanções podem ser reimpostas se o Irã trapacear. E não parou por aí. O The Wall Street Journal informa que Obama esta oferecendo a Teerã um bônus de 30 a 50 bilhões de dólares (derivados dos bens iranianos congelados) – cerca de 10% do PIB iraniano.

● Síria: Após insistir por anos na renúncia do presidente da Síria, Bashar al-Assad, os Estados Unidos adotaram uma política de não interferência em relação a um regime descrito pelo nosso próprio Secretário de Estado como um fantoche do Irã.

● Iraque: O comandante da Força Quds* do Irã, Qassem Suleimani, chefe das milícias xiitas que mataram centenas de americanos durante a Guerra do Iraque, e que foi finalmente derrotado pelo ressurgimento dos Estados Unidos em 2007-2008, opera livremente por todo o Iraque ostentando  a supremacia de seu país. Em março, ele dirigia as mesmas milícias iraquianas, dessa vez contra o Estado Islâmico – com a ajuda da cobertura aérea americana.

*Unidade especial do Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica do Irã.

Este é o novo Oriente Médio. A sua realidade estratégica é clara para todos: o Irã crescendo, surpreendentemente assistido pelos Estados Unidos. A estratégia inicial de Obama para o Oriente Médio foi simplesmente a retirada. Ele poderia entrar para a história como o presidente fundamental para a paz, abrindo uma nova era na qual “a maré de guerra vem diminuindo.” Sendo esse  vácuo subsequente preenchido, infelizmente e previsivelmente, por vários inimigos, adversários e irresgatáveis, Obama trouxe a luz uma nova ideia: não apenas nos retiramos, como também passamos o bastão. Para o Irã. Obama pode nem estar consciente de que esta recapitulando a Doutrina Nixon**, mas com uma fatal reviravolta. O principal foco de Nixon era fazer os vietnamitas assumirem o nosso lugar naquela guerra.  Mas a doutrina evoluiu e se generalizou para a substituição de vários poderes menores policiando as suas regiões em nosso nome. No Golfo Pérsico, nosso principal representante foi o Irã.

nota do blog: Krauthammer refere-se ao Irã do ditador (Shah) Reza Pahlavi, que foi derrubado em 1978 pelo sanguinário aitolá  Khomeni,  numa “revolução” aplaudida pelo presidente Carter (Democrata, é claro), que, esperava-se, fosse considerado para sempre o pior presidente americano da história – isto antes de Obama.

** Princípios criados no governo do presidente  Richard Nixon: a manutenção de todos os seus compromissos firmados em tratados, protegendo os territórios dos aliados; proteção dos aliados de ameaças de potencias nucleares; e fornecimento de assistência militar e econômica a nações ameaçadas sendo que estas deveriam fornecer a mão de obra para a própria defesa.

O único problema com a versão Obama da doutrina Nixon é que o Irã, hoje, não é o poder regional ocidentalizado, secular, pró-América que era quando sob o comando do Shah Reza Pahlavi. Ele é agora radical, clerical, ferozmente anti-imperialista, profundamente anti-ocidental. O principal propósito estratégico do regime – e abertamente declarado – é tirar os americanos infiéis da região e até subordinar ou aniquilar os aliados dos americanos no Oriente Médio. O que deixa esses aliados num compreensível estado de pânico.  Pode um presidente americano realmente acreditar que, apaziguando o Irã – territorialmente, economicamente, militarmente, e conferindo a ele legitimidade nuclear – irá moderar seu comportamento e ideologia, e cujo resultado, apesar de todas as probabilidades em contrário, está agora, rendendo um sucesso inimaginável?

O Irã entrou nas negociações nucleares bastante penalizado, internacionalmente isolado,  sangrando financeiramente  – e isso foi antes mesmo do colapso dos preços do petróleo. O postulado dessas negociações foi que os mulás teriam seis meses para desistir de seu programa nuclear ou eles seriam ainda mais apertados com outras sanções mais devastadoras.

Após dezessete meses de uma série de concessões americanas, a economia iraniana está crescendo de novo, suas forças e representantes estão caminhando pelo Oriente Médio árabe e o Irã esta prestes a ter a sua posição nuclear recompensada e legitimada.

Os sauditas resistem a se curvar frente à dominância iraniana. Eles reiniciaram sua guerra no Iêmen. Eles resistem a serem forçados a negociar sobre o Iêmen com o Irã, um país que é, nas palavras do embaixador saudita nos Estados Unidos, “parte do problema, e não parte da solução.”

Obama parece implacável. Ele esta determinado a fazer com que a sua doutrina Nixon faça do Irã o primeiro país convertido, fazer disso uma realidade. Nossos amigos na região, que, por décadas têm confiados em nós, confiado nos Estados Unidos para protege-los do  Irã, assistem espantados.

 

TRADUÇÃO: Célia Savietto Barbosa

 

 

 

 

Political Cartoons by Lisa Benson

 

 

 

 

 

Respondendo para um amigo:

 

Acho que sei muito sobre o Jango. A análise psíquica do personagem assume uma proporção definitiva, bem acima de quem era quem na política, partido comunista, militares, ou tudo que normalmente levamos em consideração quando examinamos o que se passou. Ele se tornou patético no verdadeiro sentido da palavra.  Estive perto de tudo, inclusive fisicamente. Nenhum historiador me trouxe nada, coisa alguma, acima da importância do que eu mesmo vivi.  Jango é um dos exemplos mais fortes que tenho de um homem importante, importantíssimo, dominado por suas fraquezas psíquicas, aliás, fraquezas que ele conhecia em parte, já que não era burro. Com toda a certeza jamais imaginou que fossem tão profundas, tão determinantes de um comportamento errático, suicida. Talvez, já fugitivo em Porto Alegre, tenha se dado conta de que era um marionete de algo incontrolável, talvez, tenha enfim caído na realidade de que suas atitudes irracionais vinham de algo desesperador, muito além de seu controle.

 

 

    COMUNISMO

 

 

 

 

 

 

Acho que a única coisa boa que a Bolívia fêz até hoje foi ter matado Che.  Não me lembro de mais nenhuma contribuição dos cucarachas para o bem da humanidade.  Mataram rapidinho para não dar confusão, para não haver julgamento onde os comunas poderiam – com a pressão da comunidade internacional – liberta-lo, ou ele ser condenado de mentirinha por haver invadido o país, ficando hospedado num quartel de luxo e ganhando a liberdade logo em seguida. Hoje seria impossível liquidar tão maravilhosamente o fdp sanguinário. O sujeito que lhe deu os tiros teria medo de ser preso, ou expulso do exército, pegar prisão perpétua. Nem pensar.  Em tempo: o otário que está escrevendo chorou quando viu na TV Tupi (?), o filme mostrando seu cadáver. Acho que só passou uma, ou duas vezes, logo sendo proibido pelos militares brasileiros.  

 

 

 

 

 

No feiçibuqui:

 

http://veja.abril.com.br/…/um-artigo-de-fachin-contra-o-di…/

Quando os senadores forem fazer uma sabatina com o sr. Luiz Edson Fachin, haverão de perguntar se ele renunciou às ideias expostas em artigo de 1986 sobre a…”

 

 

Minha resposta: 

 

Caríssimo,

O energúmeno Fachin não ser aprovado para o Supremo daria satisfação para todos nós, mas é apenas um detalhe no cenário espantoso no qual estamos inseridos. Sai dia, entra dia, ficamos sabendo de mais e mais roubalheiras: é o rio Amazonas despejando água no rio Negro  – não vai acabar nunca. Podemos passar a vida inteirinha sentados na margem, apreciando o espetáculo. E faltam o BNDES, os fundos de pensão (Fundações), a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, Eletrobrás, todas as outras estatais, todos os municípios brasileiros, todos os estados. Aonde houver dinheiro público ele foi , está, e estará sendo roubado. Nos idos de 1980 preparei a deputada federal Tutu Quadros para uma entrevista no programa do Ferreira Neto. Fiz com que ela dissesse:  …”os que roubaram, os que estão roubando e os que vão roubar”. Eu sabia que a colocação do ” os que vão roubar”,  faria enorme efeito, e foi exatamente o que o Ferreira Neto comentou.  A grande novidade, agora,  é que o PT ” exagerou no roubo”, abalou a macroeconomia brasileira

Voltando ao Fachin:  estamos nos contentando com muito pouco. O cara do artigo da VEJA – que vive dessas mumunhas  (a indústria do antipetismo)- tem ódio dos que desejam O ATALHO ao invés do caminho que evitaria as décadas de atraso que estão à nossa frente. Compreendo que para você  é mais fácil citá-lo do que procurar a mesmíssima coisa em algum canto dos jornais. Dá muito mais trabalho. No entanto, reproduzir o texto é prestigiar quem só tem  ganhar com a lenta continuação do processo de depuração que vai nos abalando os nervos, estragando a nossa saúde. De fato, sem o PT no poder esse cara corre o risco de  perder completamente a importância. Ele não está do nosso lado. Imagino ser um erro pensar que neste caso aplica-se o ” o inimigo do meu inimigo é meu amigo”. O preço que temos que pagar é alto nessa aliança, incluindo o nosso amor próprio . Melhor nos reservarmos a um núcleo realmente democrático, e deixar que outros, os ingênuos, se beneficiem das colagens (pesquisas em jornais) que por ele são feitas. A macacada de auditório, que o tem como guru, faz esse trabalho sem precisar de nossa ajuda. Não sei se vc. já percebeu que esse rei da vaidade (perde apenas para o FH) deixou de ser uma unanimidade nacional. Um outro tipo  (também da indústria do antipetismo), o tal do Villas, já caiu em semi-desgraça nas redes sociais. Toda essa turma é de esquerda, e sempre desce o cacete com a extrema violência nos que desejam soluções que não sejam as deles. São intelectuais desonestos e, claramente, totalitários.

 

 

 

 

 

A Eliane Cantanhede, no Estadão, (texto abaixo), é bem diferente da Eliane da Globo. Vejam que ótimo:

 

“…..Padilha, vice-poderoso do vice-presidente, é aquele que recusou o convite (ou convocação?) de Dilma para ser ministro de Relações Institucionais e, portanto, articulador político. Ao dizer “não” à chefe, argumentou que sua mulher, advogada no Rio Grande do Sul e mãe de um bebê, o proibira de aceitar: “ou ela, ou eu”. O que pouca gente sabe é que Dilma ligou para a mulher de Padilha e… ela não atendeu. Não atender a um telefonema da presidente da República, chefe do marido? Pois é.

 

Voltemos a Renan, que, dizem as más-línguas, também se recusou a atender não a um, mas a dois telefonemas da presidente. Sim, o presidente de um Poder mandou o mordomo dizer à presidente do outro Poder que não estava em casa, ou não podia atender, ou qualquer coisa dessas que a gente diz para operadoras de telemarketing e chatos em geral.”

 

 

 

Political Cartoons by Chip Bok

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Michael Ramirez

 

 

 

 

UMA INTELIGENTE ANÁLISE SOBRE O PAVÃO FH :

 

Fernando Henrique, ponto fora da curva?

Francisco Ferraz – O Estado de S.Paulo

02 Maio 2015 | 02h 03

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem-se movimentado deliberadamente para aquele local misterioso denominado por um ministro do STF como ponto fora da curva. Esse ponto fora da curva corresponde à sua manifesta oposição ao impeachment da presidente Dilma, na contramão do que defendem lideranças de seu partido. O ex-presidente também já manifestou sinais de abertura para eventualmente “pactuar” com o governo uma saída para a crise econômica.

 

 

FHC escolheu uma posição pessoal, no mínimo muito singular. Fora da curva do seu partido e do presidente do partido, Aécio Neves, que vem adotando uma atitude dura com Dilma e o PT; fora da curva do sentimento popular de hostilidade ao PT e de rejeição do governo Dilma; fora da curva do debate político em que se tornou o alvo de Lula, Dilma e políticos do PT em ataques à sua pessoa, à sua administração e ao legado do seu governo; fora da curva da oposição, que por mais de uma década se mostrou inapetente para a função e agora deseja manter o governo e o PT enfraquecidos. Não há como saber com certeza as razões dessa sua opção. Pode-se, entretanto tentar algumas conjeturas.

 

FHC deve sentir-se (e tem sobradas razões para tal) muito acima da maioria dos líderes mundiais na escala dos estadistas e, muito mais ainda, dos brasileiros. Para ele Lula, Dilma, Aécio, Temer, Marina não passam de políticos voluntaristas, ambiciosos e superficiais que não estão preparados para as responsabilidades do governo de um país do porte e potencial do Brasil. Ele deve se ver como professor, por vezes o preceptor, no mínimo como um possível exemplo para essas lideranças que, por sua imaturidade, desmontaram o País que ele com tanta competência havia consertado. Não sendo persuadidos pela razão nos bons momentos, talvez nos momentos de crise possam abrir-se para uma influência mais madura e equilibrada. Creio que essa interpretação pode não ser a mais exata, mas não deve estar muito distante da realidade.

 

Dir-se-á que, se verdadeira, a postura de FHC seria de vaidade e presunção, traços pessoais que se não forem exatos também não estarão muito longe da realidade, já que o ex-presidente não costuma ser “acusado” de humildade.

 

Impossível saber com certeza as razões que fazem FHC buscar esse ponto fora de todas as curvas que só favoreceria o PT. Em situações como essas, a sabedoria da política ensina que devemos recorrer à expressão latina cui prodest – a quem beneficia esse curso de ação?

 

Não a Aécio, que se cacifou para a estatura presidencial pelo combate dado a Dilma na campanha e, com a próxima eleição marcada para daqui a três anos, não se pode afastar demais do sentimento popular.

 

Não a Dilma, que se chegar ao fim do segundo mandato estará politicamente exaurida.

 

Não a Lula, que agora precisaria da ajuda de FHC. Do mesmo FHC cujo legado há 12 anos tenta demonizar na lembrança dos brasileiros, com agressividade, mau gosto e demagogia.

 

Não à oposição, que encontra agora, com os escândalos da corrupção e o desgaste de Lula, de Dilma e do partido, sua chance de derrotar o PT no Congresso, na opinião pública e nas eleições municipais de 2016.

 

Não a Temer, que recém-ganhou protagonismo por causa do enorme desgaste de Dilma; nem ao PMDB, que nada teria a ganhar com o ingresso no jogo político de cardeal de elevada estirpe, reconhecida habilidade política e carreira irreprochável.

 

Incidentalmente, FHC traiu-se ao usar o termo cardeal numa palestra promovida pela Goldman Sachs, quando afirmou que, “se a situação de Dilma piorar muito, chegará um momento em que os cardeais do País deverão se reunir para costurar uma saída para este governo”.

 

Ao implicitamente se incluir como cardeal (termo que não vem sendo usado no vocabulário político) no jogo político brasileiro, quis inevitavelmente significar sua posição superior em relação aos demais e sua presença como player neste jogo. O jogo político dominado por cardeais sempre visou o poder papal e só ocorria na combinação de um papa fraco com um baixo clero desqualificado.

 

De outro lado, não seria sensato admitir que FHC adotasse essa posição política generosa para com Dilma e o PT num momento em que quem pode deles busca se afastar. Deve haver uma razão muito mais elevada do que as usuais acusações de “murismo”, “covardia”, “esquerdismo enrustido” que justifique seu comportamento e possa compensar os riscos a que expõe sua imagem.

 

Esse ponto fora da curva somente pode ser ocupado por ele. Num momento em que todas as outras lideranças nacionais (Dilma, Aécio, Marina, Temer e Lula) estão derrotados ou sem chances de vir a disputar a Presidência, quem vai sobrar daqui a três anos e meio? Mais ainda: assim como o Lula dos tempos de glória abafava FHC, agora o Lula desgastado pode ressuscitar FHC.

 

Se Aécio não sobreviver politicamente ao desgaste deste período; se Lula, Dilma e o PT estiverem inviabilizados politicamente; quem além de FHC poderá unir um PT fraco, mas agradecido pela proteção recebida no seu pior momento, e um PSDB que finalmente, com ele, poderá voltar ao poder?

 

FHC pode (e acredito que está tentando) emergir como o estadista acima dos medíocres interesses políticos, voltado para os grandes objetivos da Nação e emprestando seus talentos, sua sabedoria e sua respeitabilidade à recuperação do Brasil. NOTA DO BLOG: seu talento é falso, sua sabedoria nenhuma, e sua respeitabilidade altamente discutível. Engraçado,  o articulista passa da crítica à vaidade de FH para os elogios. Também pode ser que esteja sendo sarcástico. Não entendi. Não lhe faltam saúde, nem condições intelectuais e, deve-se supor, tampouco vontade para se dedicar a essa missão.

 

Talvez não seja um ponto tão fora da curva lembrar que o povo brasileiro pode querer convocá-lo novamente para presidir o País num regime, quem sabe, parlamentarista, em mais um desafio de recuperação nacional. NOTA DO BLOGo artigo sai completamente da curva ao usar “o povo brasileiro pode querer convocá-lo novamente   Por certo esse não é hoje o resultado mais provável. Pouquissimo provável.  Trata-se, entretanto, de uma hipótese que nem nós nem ele, neste momento, podemos excluir.

 

PROFESSOR DE CIÊNCIA POLÍTICA E EX-REITOR DA UFRGS,

DIRETOR DO SITE WWW.POLÍTICA PARA POLÍTICOS.COM.BR

 

Political Cartoons by Nate Beeler

 

 

                                                              

 

 

 

 A Finlândia somos nós?  (prof. Simon Schwartzman)

 

A notícia que a Finlândia ia acabar com o ensino das disciplinas (ou “matérias”) nas escolas, que seriam substituídas por “tópicos”, ou temas, foi recebida com alvoroço por muitos que, no Brasil, resistem à ideia de que o país necessita de um currículo definido e estruturado, que estabeleça com clareza o que as crianças devem aprender em cada etapa em línguas, matemática, ciências sociais e ciências naturais. Afinal, se os finlandeses, que têm a melhor educação do mundo, vão fazer isto, pode ter coisa mais antiga e ultrapassada do que criar um currículo estruturado no Brasil? Aliás, os finlandeses não fazem só isto: a escola lá começa aos 7 anos, não fazem muitas provas e avaliações, e é proibido passar dever de casa . . .

Na verdade a história não é bem esta, como se pode ver por um artigo publicado pelo  The Independent, na Inglaterra, que pode ser visto aqui. Não existem muitos detalhes, porque é um projeto que ainda está por ser implantado, mas o se pode ver é que a preocupação é sobretudo com a maneira de ensinar os estudantes de nível médio a partir de projetos e problemas do mundo real, sem sobrecarregar os alunos com a memorização de fatos que estão ao alcance de todos na Internet, mas nem por isto abandonando a necessidade de desenvolver as competências básicas de leitura, escrita, raciocínio matemático e entendimento dos fenômenos científicos .

A principal diferença entre Brasil e Finlândia é que eles já estão de volta, enquanto que nós ainda mal começamos a andar. Na prova internacional do PISA de 2012 em matemática, para estudantes de 15 anos ao final do ensino médio, 5% dos estudantes finlandeses tinham desempenho excepcional, de nível 6, e outros 13.6% estavam no nível 5, também de alto desempenho, sendo capazes de resolver problemas complexos com independência, e somente 10,9% estavam no nível mais baixo. Apesar disto, ela perdia para Shangai, Hong-Kong, Singapura e Coréia, todos com mais de 20% dos estudantes de alto desempenho. Em contraste, o Brasil tinha somente 0.8% nos dois níveis mais altos,  30% no nível mais baixo, e 31% abaixo do mínimo.

A qualidade da educação da Finlândia se explica, a começar, pela excepcional qualidade de seus professores, todos com cursos de pós-graduação e motivados por trabalhar em uma das carreiras mais prestigiadas do país, ao que se somam escolas em excelente condição que funcionam com grande autonomia e flexibilidade, sem abrir mão dos conteúdos que todos devem aprender. A flexibilidade aumenta no ensino médio, a partir dos 15 anos, com a preocupação em formar os estudantes para a vida do estudo e do trabalho. As escolas chinesas de alta qualidade são muito diferentes – formais, rigorosas, exigentes, fazendo uso de métodos tradicionais. Os estudantes finlandeses são certamente mais felizes, e o que perdem em alto desempenho nas avaliações talvez ganhem em criatividade e iniciativa.

O que a educação da Finlândia e dos asiáticos têm para nos ensinar? O mais importante, me parece, é não confundir o conteúdo do que deve ser aprendido com os métodos de ensino.  Existe uma grande polêmica, que me parece falsa, entre os que enfatizam as informações a serem acumuladas e os que enfatizam as competências que  a educação deveria desenvolver.  Na verdade não existe uma coisa sem a outra. Uma educação focada na memorização de informações, sem entender que sentido têm e como podem ser revistas, reinterpretadas e expandidas, é tão oca quanto uma educação voltada para competências vazias. A educação de qualidade consiste sempre na transmissão dos conteúdos de uma cultura viva, a começar pela linguagem culta.  Não se pode abrir mão dos conteúdos, e isto se faz, sobretudo, com bons professores que pensam e sabem o que  ensinar nas diversas áreas do conhecimento, e com expectativas claras sobre os conhecimentos que os alunos devem adquirir ao longo de seus estudos – um currículo bem definido. Os métodos podem ser variados, dos mais tradicionais aos mais flexíveis, e dependem muito da cultura de cada país. A outra lição é que os conteúdos – começando pela alfabetização plena e incluindo o domínio de uma segunda língua – devem ser consolidados na educação fundamental – muito diferente da permissividade e falta de rigor que predomina nos primeiros anos das escolas brasileiras. É isto que permite que a educação média seja mais flexível, diversificada, baseada na pesquisa e em projetos, adaptada cada vez mais às preferências e características individuais dos estudantes, orientada para problemas e o desenvolvimento de competências não cognitivas, como a capacidade de trabalhar de forma autônoma ou em colaboração – muito diferente da marcha forçada para o ENEM em que se transformou o ensino médio brasileiro.

 

 

         

 

4 maio, 2015 às 10:16

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Categoria: Artigos

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