Charges; A greve nas universidades federais ( Simon’s Site – Professor Simon Scharwtzman); Pobres alunos (prof.Claudio M.Considera) ; Entrevista com Paul Johnson (TV Globo- Geneton Moraes Neto) ; Capitão de Fragata da Marinha solta o verbo ( doc. circulando entre os militares)

 

 

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A greve nas universidades federais ( Simon’s Site – Professor Simon Scharwtzman)

A greve das universidades federais não é um evento isolado, mas parte de um processo que, infelizmente, tem tudo para acabar mal. Para entender, é importante lembrar que, diferentemente da maioria dos outros países da América Latina, o Brasil nunca teve grandes universidades nacionais abertas para todos que concluem o ensino médio, e optou, desde o início, por universidades seletivas, abrindo espaço para o crescimento cada vez maior do ensino superior privado, que, com seus cursos noturnos, de baixo custo e sem vestibulares difíceis, acabou atendendo à grande demanda por ensino superior de pessoas mais pobres e sem condições passar nos vestibulares e estudar de dia, que o setor público não atendia. Hoje, apesar do esforço do governo federal em aumentar a matrícula em suas universidades, 75% dos estudantes estão do setor privado.

Com um setor público pequeno e seletivo, as universidades brasileiras conseguiram criar um corpo de professores de tempo integral e dedicação exclusiva, desenvolver a pós-graduação e criar muitos cursos de qualidade, coisas que quase nenhum outro país da região conseguiu. Mas, como parte do serviço público, elas possuem um sistema homogêneo de contratos de trabalho, regras e promoção de professores e programas de ensino que não tomam em conta o fato de que elas são, na verdade, muito diferentes entre si – algumas têm programas de qualidade de graduação e pós-graduação em áreas dispendiosas como engenharia e medicina e fazem pesquisas relevantes, enquanto outras simplesmente copiam os modelos organizacionais, as regras de funcionamento e os custos das primeiras, com muito pouco de sua cultura institucional e conteúdos. Com a generalização dos contratos de tempo integral e a estabilidade dos professores, os custos subiram, sem mecanismos para controlar a qualidade e o uso adequado de recursos, que variam imensamente de um lugar para outro, independentemente de resultados.

 

Na década de 90, com Paulo Renato de Souza como Ministro da Educação, houve algumas tentativas de colocar esta situação sob controle, introduzindo um sistema de avaliação de resultados (o provão), vinculando parte do salario dos professores ao número de aulas dadas, e tentando introduzir legislação dando às universidades autonomia não somente para gastar, mas também para assumir a responsabilidade pelo uso eficiente dos recursos públicos através de orçamentos globais, e tentando fazer valer a prerrogativa do governo federal de escolher reitores a partir das listas tríplices selecionadas pelas universidades. Estas políticas encontraram grande resistência, os orçamentos globais nunca foram instituídos, o “provão” na prática só afetou alguns segmentos do setor privado, e o conflito entre as universidades e o governo no episódio da nomeação do reitor da UFRJ, em um tempo em que os salários não aumentavam, mobilizou grande parte dos professores, alunos e administradores das universidades federais contra o Ministério da Educação e o governo Fernando Henrique Cardoso.

 

Nos primeiros anos do governo Lula as relações das universidades federais com o governo passaram por um período de lua de mel: tudo era concedido, e nada era cobrado. A gratificação de docência foi incorporada aos salários, que passaram a crescer graças à melhora da economia e do aumento geral dos gastos públicos; o “provão” foi substituído por um pretencioso sistema de avaliação, o SINAES, que demorou em se organizar e continuou sem afetar as instituições federais; e a nomeação dos reitores eleitos internamente pelas universidades se transformou em regra. Para atender à demanda crescente por educação superior, o governo comprou vagas no setor privado com o Prouni, em troca de isenção de impostos, aumentando cada vez mais a proporção de estudantes no setor privado. Ao mesmo tempo, o governo iniciava uma política de expansão do acesso às instituições federais, primeiro com a introdução de cotas raciais e sociais, depois com a criação de novas instituições e a abertura de novas sedes das universidades existentes, e finalmente com o programa Reuni que, em troca de mais recursos, exigiu que as universidades federais praticamente duplicassem o número de vagas abrindo novos cursos, sobretudo noturnos, e aumentassem o número de aulas dadas por professor. Ao mesmo tempo, os antigos centros federais de educação tecnológica, os CEFETs, foram transformados em Institutos Federais de Tecnologia e equiparados às universidades em termos de custos e prerrogativas. Segundo dados do INEP, o gasto por aluno do governo federal passou de 9 mil reais ao ano em 2001 para 18 mil em 2010, acompanhando a inflação. Como o número de alunos do sistema federal duplicou nestes dez anos, devendo estar hoje em cerca de um milhão, os custos do sistema aumentaram na mesma proporção em termos reais, embora o número de formados tenha aumentado pouco. Só o programa REUNI custou 4 bilhões de reais, metade para investimentos e outra metade que passou a se incorporar ao orçamento das universidades federais.

 

Esta política de expansão acelerada não obedeceu a nenhum plano ou avaliação cuidadosa sobre prioridades, abrindo instituições aonde não havia demanda, admitindo alunos antes de existirem os edifícios e instalações adequadas, forçando as universidades a criar cursos noturnos e contratar mais professores mesmo quando não haviam candidatos qualificados, e sobretudo sem preparar as universidades para lidar com alunos que chegavam do ensino médio cada vez menos preparados. Ao mesmo tempo, a necessidade de contenção de gastos do governo Dilma tornou impossível atender às expectativas de aumento salarial dos professores, gerando um clima generalizado de insatisfação revelado pela greve.

 

É possível que a greve leve a algumas concessões salariais por parte do governo federal, como costuma acontecer, mas o efeito mais visível deste tipo de movimento é o de prejudicar os estudantes e professores mais comprometidos com o estudo e pesquisa, levando à desmoralização das instituições, sem que as questões de fundo sejam tocadas. A principal questão de fundo é a impossibilidade de o setor público continuar se expandindo e aumentando seus custos sem modificar profundamente seus objetivos e formas de atuação, diferenciando as instituições dedicadas à pesquisa, à pós-graduação e ao ensino superior de alta qualidade, que são necessariamente mais caras e centradas em sistema de mérito, das instituições dedicadas ao ensino de massas em carreiras menos exigentes, que é onde o setor privado atua com custos muito menores e qualidade pelo menos equivalente. Esta é uma tese que provoca enorme reação nas instituições federais e os sindicatos docentes, que querem sempre continuar iguais e niveladas por cima em seus direitos, embora esta nivelação não exista em relação aos resultados. Mas a conta, simplesmente, não fecha.

 

Uma diferenciação efetiva exigiria limitar os contratos de trabalho de tempo integral e dedicação exclusiva às instituições que consigam demonstrar excelência em pesquisa, pós-graduação e formação profissional; introduzir novas tecnologias de ensino de massas e à distancia, aumentando fortemente o número de alunos por professor; e criar mecanismos efetivos que estimulem as instituições a definir seus objetivos, trabalhar para eles, e receber recursos na proporção de seus resultados. Um exemplo do que poderia ser feito é o processo de Bologna que está ocorrendo na Europa, que cria um primeiro estágio de educação de superior de massas de três anos, com muitas opções, e depois as instituições se especializam em oferecer cursos avançados de tipo profissional e científico conforme sua vocação e competência. É necessário, também, criar condições e estimular as instituições federais a buscar recursos próprios, inclusive cobrando anuidades dos alunos que podem pagar. Esta diferenciação exigiria que as universidades federais fossem muito mais autônomas e responsaveis pelos seus resultados do que são hoje, sobretudo na gestão de seus recursos humanos e financeiros, o que se torna impraticável quando os salários dos professores são negociados diretamente entre os sindicatos e o Ministério da Educação e as tentativas de diferenciar benefícios e financiamento em função do desempenho são sistematicamente combatidas.

Se nada disto for feito, o mais provável é que as universidades federais continuem a se esgarçar, com greves sucessivas e piora nas condições de trabalho dos professores e de estudo para os alunos, abrindo espaço para que o setor privado ocupe cada vez mais o segmento de educação superior de qualidade, como ocorreu no passado com o ensino médio.

 

Prof: Simon Schawartzman:  Recebi o texto abaixo de Claudio M. Considera, professor de economia da Universidade Federal Fluminense

Pobres Alunos

Os professores da Universidade Federal Fluminense estão em greve junto com os de outras 44 universidades federais. Reclamam pelo cumprimento de um acordo celebrado com o governo anterior que, além de promover um reajuste salarial escalonado, cuja última parcela foi recentemente determinada por uma Medida Provisória, previa a elaboração de um novo plano de carreira docente que redundará em novos reajustes salariais. Os demais itens de pauta são os acessórios de sempre: melhoria nas condições de trabalho, rejeição à privatização do ensino superior, etc. O governo já havia anunciado desde o início do ano que não haveria reajustes salariais das carreiras de servidores públicos devido à gravidade da crise internacional e seus impactos na economia brasileira. Do ponto de vista dos reclamantes são justas as reivindicações e por consequência justa a greve para negociá-la com o governo.

O que argumento a seguir é que a greve é falsa, covarde e, portanto injusta. Em primeiro lugar, trata-se de uma greve que paralisa unicamente as atividades docentes dos professores na graduação. Todas as demais atividades desses mesmos professores continuam: os que atuam também na pós-graduação continuam a fazê-lo, pois se as paralisarem, os alunos perdem suas bolsas e os órgãos de financiamento cortam as verbas dos cursos. Em segundo lugar, todas as atividades de pesquisa dos professores continuam: se assim não for o financiamento das pesquisas cessa e o professor perde seu status de pesquisador junto aos órgãos financiadores. Em terceiro lugar, as participações dos professores em seminários, intercâmbios e outros eventos acadêmicos nacionais e internacionais são cumpridos religiosamente, alguns inclusive realizados nas próprias universidades que estão em greve. Em quarto lugar, os professores que ministram aulas nos programas de pós-graduação lato-senso pagos, continuam a fazê-lo, caso contrário não serão pagos e serão cortados do programa. Portanto, trata-se de uma falsa greve.

Mas, é uma greve real para os alunos de graduação que têm seus cursos, sonhos e calendários de vida interrompidos por um período indeterminado. Os prejuízos para esses alunos são irreparáveis. Em primeiro lugar, a interrupção do curso a um mês do seu término deixa em aberto o tema abordado até o início da greve, sem a necessária conclusão que amarra o assunto desenvolvido. Em segundo lugar, a tal reposição das aulas raramente é cumprida na mesma quantidade e qualidade de um curso regular sem interrupção. Em terceiro lugar, formaturas não serão realizadas no período previsto e sem os diplomas os alunos perderão empregos, vagas em cursos de pós-graduação no Brasil e no exterior, possibilidade de participar de concursos públicos, etc. Em quarto lugar, a greve prejudica principalmente os alunos mais pobres, pois os que podem pagar já optaram por universidades particulares onde sabem o dia da matrícula e o dia da formatura, se seu desempenho for adequado. Isto sim contribui para a privatização do ensino superior. Por isso é uma greve covarde praticada contra um ator sem defesa.

Finalmente cabe uma reflexão sobre o significado de uma greve no setor público, particularmente no sistema de ensino. Lembremos que no setor privado a greve afeta o lucro do empresário que fará uma avaliação entre o reajuste salarial de seus empregados, a redução de seu lucro e de sua capacidade de competir em termos de preços e qualidade com seus concorrentes. No setor público, não existe empresário nem lucro para ser prejudicado. O prejudicado é a sociedade em geral e em particular os alunos (da graduação). Não sei qual a melhor forma de luta; cabe aos dirigentes sindicais pensarem sobre essa questão. Lembro que o último acordo foi negociado por meses sem necessidade de greve.

Outro aspecto é a forma em que tais decisões são tomadas; assembleias minúsculas, em que participam e votam professores aposentados. Quem já participou dessas assembleias sabe que sua direção prolongará sua duração até o tempo necessário para que fiquem presentes aqueles, que a direção do movimento, têm certeza votarão na sua proposta. Qual a representatividade de uma assembleia de 102 professores (incluindo os aposentados) para decidir em nome de mais de 3000 professores como ocorreu na Assembleia da UFF?

Por isso, por ser falsa e covarde trata-se de uma greve injusta

 


 

Capitão de Fragata da Marinha Brasileira solta o verbo.

 

 De:* Dario Giordano – Capitão-de-Fragata *(Rfo) – 15/12/2011****
Ao:* Exmo. Sr. Contra-Almirante Paulo Mauricio* Farias Alves****

Diretor do CCSM – Centro de Comunicações Social da Marinha****
 Brasília DF – Esplanada dos Ministérios BL N Anexo A 3ºandar****

CEP 70.055-900 Tel.(061)3249-1040****

Ref: Revista NOMAR Nº 831 – Julho de 2011 Recebida sómente em Dezembro de 2011****

ASSUNTO: DEVOLUÇÃO DA REVISTA NOMAR****
>
> Digníssimo Almirante,****
>
> Com todo respeito que V. Exa. é digno, permita-me devolver a Revista
> NOMAR Nº 831/julho 2011, recebida somente há poucos dias, distribuída pelo
> Centro de Comunicações da Marinha, do qual V. Exa. é o Diretor.****
>
> O motivo da devolução é pessoal. Considero que a foto da capa fere a minha
> dignidade de oficial superior da Marinha de Guerra. A foto mostra a
> confraternização do Comandante da Marinha com a presidenta Dilma Roussef e
> a Ministra da Secretaria dos Direitos Humanos Maria do Rosário. A
> Confraternização do Comandante da Marinha é pessoal. É um cargo político,
> escolhido pela presidenta, e só fica no cargo quem estiver de acordo com o
> sistema.****
>
> Entretanto, a foto dessa confraternização na capa de uma revista da Marinha
> faz da Marinha cúmplice de todos os desmandos políticos e sociais que
> estão levando o Brasil a uma rebelião popular que já vem acontecendo.
> Chegará a hora em que as Forças Armadas serão acionadas para conter o povo
> e terão a mais infame tarefa que um militar pode ter: Atirar contra seu
> próprio povo para defender instituições atoladas em corrupção.****
>
> Não se trata de serem Ex-Guerrilheiras, Comunistas nem se odeiam ou não os
> militares. Essa Guerra já terminou há muito tempo e só é lembrada para
> desviar a atenção dos problemas atuais e da incompetência para resolvê-los.
>
> A Sra. Dilma Roussef é a Presidenta de um país que abriga os políticos mais
> corruptos do mundo. Os Ministros da Presidência e seus assessores são
> envolvidos em escândalos e a postura desta Sra. é de defendê-los até serem
> alijados graças à mídia e ao clamor popular.****
>
> A Sra. Maria do Rosário é a Ministra da Secretaria dos Direitos Humanos. No
> seu discurso de posse já demonstrava falta de visão para a função.
> Enfatizou em apurar violações de direitos humanos pelo regime militar.
> Esqueceu-se da memória histórica que exige um compromisso com a verdade.
> Esqueceu-se das violações praticadas por guerrilheiros e dos problemas
> diários atuais que vivemos. Ignorou os. setores que mais necessitam de sua
> assistência : a saúde, a segurança..; e a educação. Na Saúde vemos
> brasileiros sendo “assassinados”, dentro de hospitais reduzidos a sucatas,
> dormindo no chão, sem assistência médica hospitalar, ou, morrendo de
> desnutrição. Na Segurança Pública os Direitos Humanos só atuam para
> defender bandidos. Na educação as salas de aula estão reduzidas a sucata e
> os professores com salários miseráveis. A qualidade da educação é péssima.
> O direito à vida e à educação são ignorados. ****
>

> Até hoje, empenha-se em caçar ossos de 64 e não faz mais nada. Essa
> Secretaria deveria ser fechada por ser de inutilidade pública. ****
>
> As Forças Armadas têm uma postura ética e disciplinar exemplar.****
>
> Cumprem a Constituição e as leis. Exatamente como os políticos gostam para
> continuarem a praticar seus desmandos, pois é a Constituição e as Leis que
> bandidos se utilizam para ficarem impunes.****
>
> As Forças Armadas na seqüencia de humilhações econômico-social têm funções
> reduzidas a de uma Força Auxiliar de baixo escalão – Combate mosquitos
> dengosos , faxinas em favelas e são substitutos da PM em dias de Folga
> declaradas por eles mesmo.****
>
> Acaba de acontecer: Em Rondônia, soldados do exército patrulhando as ruas,
> em substituição à PM em greve foram insultados pelos militares da PM. ****
> > Não dá para entender: Militar não pode fazer greve. Militar não insulta
> outro militar sem ser severamente punido. Militar das Forças Armadas que
> conheci não ficava na rua recebendo insultos. E, o texto não diz onde os
> soldados do exército colocaram os fuzis como recomendado pela PM.****
>
> Voltando à Presidenta e à Ministra: O Cabo Anselmo já bastante conhecido de
> todos nos dá mais um motivo significativo pelo qual temos de ficar alerta:
> O Cabo Anselmo, ex-guerrilheiro, foi entrevistado pela TV CULTURA, programa
> RODA VIVA. Como ex-imediato do navio onde servíamos, perguntei: DG: “Não é
> uma acusação, apenas uma pergunta:
>
> Meu nome estava em uma lista com nomes de oficiais que deveriam ser
> executados ou assassinados logo que iniciasse a revolução. O que sabe a
> respeito do assunto?.”****
>> Resposta: “Bom, Comandante Giordano, eu não conheço essa lista, não tinha
> essa informação. Mas, inferindo naquilo que vivi no meio da esquerda, o
> senhor iria ser assassinado simplesmente porque era um oficial da marinha.
> Era um inimigo do povo. Muito agradecido pela pergunta – meus respeitos”
> Essa parte da entrevista pode ser vista neste endereço:
> .<
http://videos.sapo.pt/KnVF9BUDrBnD3NOnmRGQ

>
>
http://videos.sapo.pt/KnVF9BUDrBnD3NOnmRGQ****

>
> Em resumo: Seriamos assassinados. Este é o bando aos quais devemos bater
> continência e dizer sim senhora e ainda serem dignos de aparecerem na capa
> de uma revista da Marinha? ****
>
> A guerra de 64 acabou, mas o Brasil tem um velho inimigo: O POLÍTICO
> CORRUPTO, que pratica toda a sorte de patifarias políticas neste país. E
> ficam Impunes.****
>
> Se queremos democracia pergunte ao jurista IVES GANDRA MARTINS. A
> elegibilidade para cargos eletivos, Capitulo 4, Art. 14,Parag 3º da
> Constituição, é um insulto à inteligência humana.****
>
> Brasil, país maravilhoso, cercado de corruptos por todos os lados.****
>
> Dario Giordano – Capitão-de-Fragata (Rfo.) -15/12/2011****
>
> Rua 201 N0. 40 Ap. 184 – Balneário Camboriú, SC – CEP 88.330-690****
>
> Tel. (047) 3363-4062 Email

 

 

 


 

 

nota: O jornalista e escritor inglês, Paul Johnson, é constantemente citado neste blog. Um dos baluartes do conservadorismo, Johnson é católico, e seus livros são uma boa leitura para quem não embarcou no totalitarismo esquerdista. São dele: História dos Judeus, Os Intelectuais,  Os Herois,  Os Criadores, História do Cristianismo, História do Povo Americano, Napoleão, Tempos Modernos, A Busca de Deus, e vários outros.

A entrevista não é muito boa, mas pretendo apresentar outra melhor em curto prazo. 

GMN : Qual foi o pecado capital do século XX ?

Paul Johnson : “É o que chamo de relativismo moral : a negação de que haja valores absolutos. Acontece que há coisas que são absolutamente certas e outras que são absolutamente erradas,sim !. O relativismo moral afirma – pelo contrário – que todo bem ou todo mal é relativo.Todos os valores seriam relativos, portanto. Vejo o relativismo moral sob toda maldade totalitária e todo tipo de pecado do século XX. Precisamos voltar -acho que já estamos voltando- a cultivar valores absolutos”.

GMN : O senhor diz que já não há uma idéia absoluta sobre o que é errado e o que é certo. Pode dar um exemplo do que é certo e do que é errado,no mundo de hoje ?

Paul Johnson : “O exemplo mais comum é o da sexualidade humana. A maioria das pessoas da minha geração – que viveu a década de trinta – foi educada para acreditar que havia certos e errados absolutos na sexualidade humana. É um fato que o relativismo moral esconde e ofusca. Crianças de hoje não aprendem que há certos e errados ! Aprendem que devem fazer o que os outros fazem. Isso é relativismo moral ! É um grande mal. Devemos lutar contra ele”.

“A pior idéia do Século XX é a de que o Estado faz as coisas de uma maneira melhor do que os indivíduos

GMN : O senhor se declara um combatente na guerra das idéias. Qual foi a pior e a melhor idéia política do século XX?

Paul Johnson : “A pior idéia – que começou antes da Primeira Guerra, ainda por volta de 1910 – é a de que o Estado faz as coisas de uma maneira melhor do que os indivíduos. Mas há poucas coisas em que o Estado é melhor que o indivíduo. A verdade é que a idéia de que o Estado age bem é a pior de todas. Aprendemos agora esta lição. A melhor idéia é a seguinte : sempre que possível, os indivíduos devem ser deixados sós para fazerem o que puderem com os próprios recursos. Quanto maior a liberdade, maior a justiça, maior a eficiência e maior a felicidade humana.

O Brasil é um desses países que têm um futuro incrível. Chegará a esse futuro, dourado e glorioso, se acreditar mais em liberdade individual e menos no Estado”.

GMN : Por que o senhor diz que a mentalidade politicamente correta é uma nova forma de totalitarismo?

Paul Johnson : “Não gosto que venham me dizer como pensar, que palavras e expressões devo ou não usar. Para mim, esta é a origem do totalitarismo. Hoje,o totalitarismo vem começando de novo, no campus das universidades, nos Estados Unidos, sob o disfarce politicamente correto. Temos de lutar – muito ! – contra este fenômeno, antes que o totalitarismo disfarçado de posições politicamente corretas se estabeleça de verdade”.

“Picasso não lutava contra o totalitarismo. Ficou ao lado da União Soviética totalitária durante quase toda a vida. É um escândalo!”

GMN : Quanto o senhor pagaria por um quadro de Picasso? Por que o senhor é tão rigoroso na hora de julgar mestres da arte moderna, como Picasso e Cézanne?

Paul Johnson : “A arte precisa ter um propósito moral. Acontece que nunca pude detectar qualquer propósito moral claro na obra de Picasso. Era um homem perverso e imoral. Não vejo, em nenhuma de suas obras, um esforço para mostrar a arte com um propósito moral. Tal esforço é a essência do grande artista. Então, desconsidero Picasso completamente”.

GMN : A obra mais famosa de Picasso, “Guernica”, é uma denúncia contra a violência do totalitarismo. Por que é,então,que o senhor diz que não havia nenhum sentido moral na obra de Picasso?

Paul Johnson : “Porque Picasso não lutava contra o totalitarismo ! Picasso não era comunista : era stalinista ! . Ficou do lado da União Soviética totalitária, durante quase toda a vida. É um escândalo ! Não acreditava na liberdade, exceto para si próprio”.

GMN : O senhor diz que a religião aprendeu a absorver todos os impactos da ciência. Agora que até seres humanos podem ser criados em laboratório, o senhor acredita que a fé religiosa vai sobreviver?

Paul Johnson : “A rapidez no avanço da ciência, especialmente nas ciências da vida – aquelas que afetam os seres humanos – vem tornando a religião mais importante do que nunca. Porque, em cada estágio do avanço da ciência, devemos trazer Deus à discussão. Devemos dizer: “Isso é moral? É Justo? É algo que se encaixa no plano divino para a Humanidade? Ou é algo que vai contra ele?”. O fator “Deus” na ciência é,hoje,mais importante do que nunca”.

Uma prova da existência de Deus, para Paul Johnson: testemunhar o alvorecer, a bordo de um avião, a doze mil metros de altura

GMN : Um astronauta, que é um homem da ciência, diz que procurou sinais de Deus numa viagem pelo espaço, mas não encontrou nada. Que argumento o senhor usaria para convencer este astronauta de que,por trás do vazio do espaço, existiria um Deus?

Paul Johnson : “Quando nos deparamos com um evento científico supremo, o modo de reagir a ele é uma questão de imaginação. Quando Robert Oppenheimer viu a primeira Bomba H explodir, em Alamos, ele citou Bhagavad Gita: “Eu me tornei a morte, o destruidor de mundos”. Um homem pode ver algo miraculoso ou científico, sem que tenha reação alguma. Se ele for um homem de grande imaginação, pode ter uma enorme reação. Quando, a bordo de um avião, a cerca de doze mil metros de altura, vejo o amanhecer, esta cena, para mim, é uma revelação da existência de Deus. De qualquer maneira, não preciso estar no espaço para fazer esta constatação. A maioria das pessoas,igualmente,não precisa : basta que tenham imaginação para que Deus venha à tona”.

GMN : O senhor consegue irritar as feministas e os esquerdistas com suas opiniões. Os dois são seus inimigos prediletos?

Paul Johnson : “Não sou, certamente, um inimigo das feministas. Sou pró-mulher : acredito que o século XXI será o século das mulheres. Dei palestras em Londres para milhares de senhoras japonesas : disse que elas têm o dever de tomar o poder que hoje parece disponível para elas no Japão – que era uma sociedade muito machista. Sou muito a favor das mulheres. Quanto à esquerda, não gosto de dividir pessoas em setores rígidos – esquerda e direita. Posso até dizer que sou radical – especialmente nas questões femininas, por exemplo. O meu ponto-de-vista é o de que todos os assuntos devem estar abertos à discussão. Não estou do lado da esquerda ou da direita : estou do lado da razão e da justiça”.

GMN : Por que o senhor diz que a esquerda tenta deixar os outros deprimidos? O senhor tem tomado Prozac?

Paul Johnson : “Não estou de forma alguma deprimido! O século XX foi,como um todo, um fracasso horrível. Mas aprendemos muitas lições. Não estou nem um pouco deprimido : Tenho uma imensa confiança : previa-se que Deus desapareceria da vida das pessoas. Mas Deus estará forte e vivendo nos corações de bilhões de homens, mulheres e crianças. É uma constatação que me torna o contrário de um deprimido: eu estou otimista”.

“Os estilistas, principalmente porque, na maioria, são homossexuais, transformam as mulheres em macacas”

GMN : Se é verdade que a idéia de Deus sobreviveu, quais são os três argumentos que o senhor usaria para convencer um ateu a acreditar em Deus?

Paul Johnson : “A primeira razão é a verdade. Deus existe – e a verdade é mais importante do que tudo. A segunda é a felicidade: com Deus, estamos mais felizes, mais satisfeitos, mais seguros do que sem Deus. A terceira razão : sob o ponto-de-vista puramente social, um mundo em que Deus fosse amplamente acreditado e respeitado seria um mundo muito mais seguro e melhor”.

GMN : O senhor diz que a moda é uma conspiração de costureiros para ver até onde eles podem forçar as mulheres a fazer macaquices. A moda é um sintoma da decadência?

Paul Johnson : “Não há nada de novo nesse fenômeno. A “alta moda de Paris” existe desde 1850 : é um século e meio de vida. Os estilistas –principalmente porque, na maioria, são homossexuais – sempre transformam as mulheres em macacas. Acham que as mulheres aceitarão o que eles fazem. As mulheres – não apenas as ricas – compram as roupas oferecidas pelos estilistas. Há coisas idiotas. Como essas roupas são fabricadas em massa – e levadas às lojas – não apenas as mulheres ricas,mas também as mulheres comuns, usam o que esses estilistas produzem. As mulheres é que escolhem. Ninguém faz uma mulher vestir roupas idiotas se ela não quiser”.

GMN : Quem será a próxima vítima de Paul Johnson ?

Paul Johnson : “Quero levar ao Parlamento uma lei de privacidade que impeça a mídia de invadir a privacidade alheia. Ingleses e americanos não têm essa lei. Quero que a Inglaterra tenha”.

GMN : É possível resumir o Século em uma só palavra?

Paul Johnson : “Não em uma palavra, mas em uma frase: “O Século XX foi um desastre total,suavizado pela capacidade humana de aprender lições da História”.

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Paul Johnson por Paul Johnson :

“De todas as calamidades que se abateram sobre o Século XX, além das duas guerras mundiais, a expansão da educação universitária nos anos cinquenta e sessenta é a mais duradoura. É um mito a crença de que as universidades são o berço da razão. São o abrigo de todo tipo de extremismo, irracionalidade, intolerância e preconceito; um lugar onde o esnobismo intelectual e social é propositadamente instilado e onde professores passam para os estudantes os seus próprios pecados de orgulho”.

“A nova forma de totalitarismo – a Mentalidade Politicamente Correta – é, inteiramente, uma invenção universitária”.

“O que me provoca reflexões sombrias é a lembrança de todo o desperdício produzido pelo modernismo. Perdemos duas gerações – meio-século- na busca pela feiúra. Talentos da pintura, desenho e escultura se perderam”.

“Nunca fui a um concerto de música pop ou a um jogo de futebol, nunca acompanhei novela de TV, nunca vi “A Ratoeira” ou “E o Vento Levou”, nunca concluí a leitura de “Em Busca do Tempo Perdido”, nunca li a revista “The Economist” ou “Time Out”, nunca tive um carro, nunca passei do limite da conta bancária, nunca compareci a tribunal. Ninguém nunca me ofereceu drogas, convidou-me para uma orgia ou me vendeu um contraceptivo. Jamais tive a menor vontade de possuir um quadro de Picasso, ter uma Ferrari, vestir um Armani ou morar em Aspen”.

“Jamais matei um peixe,cacei uma raposa ou esmaguei uma aranha – se bem que, uma vez,tentei esmagar uma tarântula no Recife”

“Já fiz Charles de Gaulle se benzer, Churchill chorar e o Papa sorrir”

“Considero-me um típico inglês do meu tempo, classe e idade, cujos pontos-de-vista,simpatias e antipatias são compartilhadas com multidões. Posso estar errado a esse respeito.Quando perguntada o que pensa sobre mim,minha mulher Marigold respondeu : “Difícil”.

11 junho, 2012 às 13:48

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Categoria: Artigos

Comentários (5)

 

  1. andre disse:

    Pobre prof. considera!. recebe apenas R$31.493,63 brutos de rendimento do serviço público, acima do teto do funcionalismo. seu rendimento líquido é de 23.266,05 maior que o da presidenta. acumula aposentadoria do IPEA com o cargo de professor associado. fico me perguntando: porque será que ele é contra a greve? será que é porque o seu rendimento não pode aumentar mais pois já passou do teto do funcionalismo público?

  2. andre disse:

    o texto do prof. considera é cheio de mentiras.Há várias pós-graduações paradas na UFF. Sou professor do mesmo departamento, dou aulas na pós-graduação e paralisei minhas aulas na pós. Talvez o prof. Considera não saiba disso porque não tem pontuação suficiente para se credenciar na pós.

  3. andre disse:

    “Em quarto lugar, os professores que ministram aulas nos programas de pós-graduação lato-senso pagos, continuam a fazê-lo,”O prof considera deve estar se referindo a ele mesmo que faz um bico em um curso deste para ganhar um por fora e complementar seu pobre rendimento de R$23.266,05. Aqueles que como eu são Dedicação efetivamente exclusiva não param nesses atividades paralelas porque não a fazem!

  4. andre disse:

    Acho estranho o comentário do prof. considera sobre as assembléias. sou professor a vinte anos na mesma instituição participei de todas as assembleias que decidiram por greve e NUNCA vi ele em qualquer assembléia. Talvez tivesse ocupado no IPEA, no IBEMEC , no CADE ou dando cursos pagos para aumentar o seu parco rendimento.

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