Cidades fantasmas na China – (vídeo) blog: O fim do espantoso crescimento chinês pode estar próximo; A Primeira Guerra Mundial e o que vivemos hoje


O blog tem insistido na tese de que a China, no momento em que não mais conseguir manter baixos salários, mão de obra escrava no campo e começar a pagar obrigações sociais, deixará de ser ” a potência que em breve tempo superará os Estados Unidos”, que é o sonho da esquerda mundial. Inclusive pode-se cogitar se os chinêses já chegaram ao ponto mais alto da curva de crescimento facil. Sem dúvida são os ladrões do século, não se incomodando o mínimo em roubar segredos de patentes, segredos militares, falsificar, praticar dumping, manipular o valor do yuan, exportar quinquilharias de quinta classe, e tudo o mais que sabemos. O regime é de “renovação do comuismo”, o que implica em desrespeito aberto aos direitos humanos – os verdadeiros direitos humanos , e não aqueles fabricados pelo politicamente correto. Os leitores interessados podem, clicando em cima dos títulos, ler meus artigos:Cinco anos na China; A ditadura chinesa que a esquerda adora; Os uigures e eu;     e muitos textos espalhados pelo blog.

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Juízes do Rio chegam a ganhar por mês 150 mil reais.” O que podemos fazer quando o Judiciário deixou de praticar a justiça ? O que nos resta?Quem, o que, poderá corrigir os rumos que levaram o país à completa perda de ética ? Alguma dúvida de que nos tornamos amorais ? Existe no Brasil a dicotomia: poderosos desonestos e povo honesto ?

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A blogueira Yoani Sanchez, que já foi interessante, perdeu-se completamente. Sua prosa poética já está cansando. Pensei que fosse fazer um artigo forte com referência à diferença entre o comportamento do povo cubano e o que aconteceu nos países árabes, mas ficou muito abaixo do que o tema merecia. A imensa humilhação do povo cubano, talvez a completa perda da auto-estima, não mereceu de Yoani uma análise em profundidade. Quer vir ao Brasil, e a essa altura não me interessa o mínimo que consiga, ou não. Estive 4 vezes em Cuba, (entrevistei um dos pugilistas que tentou fugiu no Brasil) gosto muito do seu povo, mas fica dificil defender sua inação, e ao mesmo tempo é de morrer de pena. Clicar em cima do título para ler o meu artigo a respeito de mais um capítulo trágico vivido por um povo escravizado: A queda dos ditadores árabes: humilhação para os cubanos

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Acho importante os leitores saberem que em 1 de julho de 1916, o exército britânico sofreu 60 mil baixas em um só dia. Notem que são as baixas inglêsas, sem contar as alemãs. Quando se dizia nos telegramas “Sem novidades no front” isso queria dizer que haviam se registrado as 5 mil mortes diárias habituais. Em Waterloo, em 1815, a batalha que começou às 11:30 de manhã e foi até às 7 da noite matou 56 mil soldados contando-se os dois lados. Lutava-se pela liberdade, contra os alemães na Primeira Guerra, e contra os francêses em Waterloo. Hoje, essas carnificinas acabaram, são inaceitaveis, e as pessoas devem meditar sobre o fato de que as baixas no número de soldados que combatem durante anos em várias partes do mundo contra a tirania, contra o terror ( Iraque, Afeganistão), mal se aproximam de 2 dias de guerra em 1914/18. Não é para se fazer nenhum escândalo, como pretende a esquerda. O soldado existe para proteger os mais fracos, e é  por isso que americanos, inglêses, francêses, australianos e muitos outros estão lutando. Não leiam essa afirmação como se fosse alguma coisa simplória e fora de moda. Pelo contrário, ela é sofisticada e muito atual. 

Publico abaixo importante artigo do escritor William Boyd sobre a Primeira Guerra Mundial. ( Estadão , 24 de janeiro/2012).

Por quê a 1a. Guerra ainda ressoa (William Boyd)

Na França, moro perto de um vilarejo chamado  Sadillac. Ele não passa de um punhado de casas, um velho castelo, uma igreja e  um cemitério cercado por alguns sítios e vinhedos. O vilarejo provavelmente não  mudou muito desde a Revolução Francesa; sua população está em torno de 100  pessoas. Ao lado do cemitério há um obelisco com o nome de cerca de 30 jovens de  Sadillac que morreram na 1.ª Guerra, 1914-18. É quase impossível imaginar o  efeito dessas baixas em quatro anos nessa minúscula comunidade. Todo ano, às 11  horas de 11 de novembro – a hora e o dia do armistício de 1918 -, os moradores  reúnem-se para participar de uma curta cerimônia em torno do
obelisco.

Em 2014, serão cem anos desde o início da 1.ª  Guerra. No entanto, sua presença em romances, filmes e televisão nunca foi tão  grande – em Downton Abbey na televisão, no filme Cavalo de Guerra de Steven  Spielberg, na minissérie de Birdsongs de Sebastian Faulks e na adaptação de Parade’s End de Ford Madox Ford por Tom Stoppard. O último velho soldado ou  marinheiro morreu e quase todas as testemunhas já se foram, mas a guerra ainda exerce uma influência tenaz na imaginação.

Para nós, britânicos, as memórias, imagens e histórias de 1914-18 parecem ter uma persistência e um poder que ofusca as da  2.ª Guerra. Sou um exemplo dessa necessidade de revisitar o conflito: meu novo romance será meu terceiro tendo a 1.ª Guerra como eixo. Quando escrevi e dirigi o filme A Trincheira, sobre um grupo de jovens soldados em 1916 aguardando o início da Batalha do Somme, fiquei obcecado com os detalhes corretos: cada divisa gasta de boné e cigarro fumado, cada refeição consumida. Era como seu eu quisesse a verossimilhança absoluta para oferecer uma experiência autêntica e o espectador ficasse em posição de dizer “então foi assim, foi por tudo isso que eles passaram, como eles viveram – e morreram”.

Creio que essa é a chave por trás da persistente obsessão com essa guerra. Para nossa sensibilidade moderna, desafia a credulidade o fato de que, durante mais de quatro anos, exércitos europeus enfrentaram-se numa linha de trincheiras de 800 quilômetros estendendo-se do
litoral belga à fronteira da Suíça. A guerra foi travada também em outras arenas – Galícia, Itália, Bósforo, Mesopotâmia, África Oriental e Ocidental, em batalhas navais em muitos oceanos -, mas é a frente ocidental e a guerra de trincheiras que define a guerra na memória.

Foi uma guerra de desgaste mortífera em que milhões de soldados de ambos os lados chapinhavam na lama de uma terra de ninguém para encontrar a morte nas explosões fulminantes do fogo de metralhadora e artilharia. Ao fim de quatro anos e cerca de 9 milhões de soldados mortos, as duas forças adversárias estavam essencialmente no mesmo pé em que estavam quando começaram.

Poesia. Na França e na Alemanha, os traumas da 2.ª Guerra apagaram em certa medida as memórias da 1.ª. Na Grã-Bretanha, onde quase 1 milhão de soldados morreram, ainda são as imagens das trincheiras do frente ocidental que são mostradas e ressoam no Dia da
Recordação. Uma das razões para isso é, paradoxalmente, a ressonância da poesia. Os poetas da 1.ª Guerra – Wilfred Owen, Siegfried Sassoon, Edmund Blunden, Isaac Rosenberg – são ensinados em quase todas as escolas britânicas.

Consigo me lembrar de um poema terrível de Wilfred Owen, Dulce et Decorum Est, sobre um ataque com gás mostarda, sendo lido em voz alta para nós em sala de aula quando eu tinha 10 ou 11 anos. Os poemas de guerra moldaram nossas primeiras percepções da 1.ª Guerra e eram prontamente reforçados pelas imagens familiares das trincheiras e as histórias de batalhas fúteis e custosas. Intensificando a arte poderosa estava a documentação visual, pois ela foi a primeira guerra amplamente filmada.

Por fim, havia as histórias familiares. Cem anos não é tanto tempo assim. Meu tio-avô Alexander Boyd foi ferido e condecorado na  Batalha do Somme. Seu irmão, meu avô William Boyd, foi ferido um ano depois em Passchendaele, como a 3.ª Batalha de Ypres era conhecida. As lendas e peripécias familiares alimentaram meu interesse na guerra.

Há uma razão mais profunda, talvez, para a guerra continuar nos mobilizando. Ela foi um conflito entre exércitos do século 19 equipados com armamentos do século 20 – daí a carnificina sem precedente. Para colocá-lo num contexto americano: imaginem um oficial do Exército dos Estados Unidos – na faixa dos 50 anos, por exemplo – no front de Argonne em 1918. Como um jovem soldado ele poderia ter lutado, 30 anos antes, na última das guerras contra os índios na expansão para o oeste dos EUA no fim da década de 1880.

Agora, ele se depara com um mundo diferente. As táticas eram do século 19 – avançar sobre o inimigo. Mas o inimigo dispunha de armas de destruição em massa – o campo era dominado por tanques, metralhadoras, morteiro, aviões e gás venenoso. Cerca de 117 mil soldados americanos morreram nos 19 meses de participação dos EUA na 1.ª Guerra – mais de 2 vezes o número de baixas no Vietnã, 20 vezes mais que no Iraque e no Afeganistão. Nenhuma sociedade aceitaria hoje uma contagem de baixas tão horrenda.

No início da Batalha do Somme, em 1.º de julho de 1916, o Exército britânico sofreu 60 mil baixas entre mortos e feridos – em um dia. Foi possivelmente o pior massacre da história militar, de exército contra exército. Há um sentimento muito real de que o mundo moderno – o nosso mundo – nasceu entre 1914 e 1918. Alguma coisa mudou na sensibilidade humana. Os soldados não estariam dispostos a se engajar em tamanha carnificina. Perto do fim da 1.ª Guerra, a tolerância com as normas passadas já começara a acabar. Em 1917, boa parte do Exército francês se amotinou e se recusou a atacar. Eles defenderiam, mas não atacariam.

Os dias de bucha de canhão acabaram para sempre em consequência dessa guerra, o que é mais uma razão para artistas tentarem  repensá-la constantemente. Para citar outro poema, MCMXIV, de Philip Larkin: “Essa mesma inocência, jamais”. Após a 1.ª Guerra, nada no mundo seria como antes.

24 janeiro, 2012 às 02:45

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Categoria: Artigos

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