Comentário sobre o demagógico artigo de Demétrio Magnoli a respeito de Kadafi
É incrivel como as pessoas simplificam o que é complexo, não no sentido de evitar relativismos, mas por ignorância e por… anti-americanismo. Tive a paciência de ler o artigo do Demétrio Magnoli, no Estadão: “Na tenda de Kadafi”. No último parágrafo ele entra com toda a demagogia: ” O fim de Kadafi joga mais um facho de luz sobre a facilidade com que o Ocidente imola posições de princípio no altar das conveniências geopolíticas circunstanciais”. Nossa, além do horrendo texto rococó, é a mesma conversa fiada, década após década. Até um menino de 12 anos de idade compreende que impedir que o comunismo dominasse o mundo foi uma das causas mais importantes de toda a história universal. Por esse motivo os Estados Unidos muitas vezes apoiaram ditaduras pelo mundo afora. Estavam certíssimos. Houve um momento, na década de 70, em que todos nós achávamos que o pior iria acontecer. Os tentáculos soviéticos se espalhavam cada vez mais pela África e Ásia. Se não fosse a intervenção americana na A. Latina vários países teriam ido para o beleléu. Nossa única esperança eram os Estados Unidos. ( E ainda são, desta vez contra o terror)
Quando os russos invadiram o Afeganistão os americanos armaram os talebans. Certíssimo. Bem, depois da derrota russa o taleban impos o regime que conhecemos, que culminou com o país se transformando num santuário de terroristas. É claro que a política americana mudou, e o antigo aliado virou inimigo. Ah, mas a intelectualidade, aquela gente que odeia os americanos, saiu aos berros nas universidades e na mídia, pedindo “coerência” e denunciando a “contradição”. Na sua ignorância sesquipedal, aliada à uma desonestidade agressiva, os intelectuais exigem que os USA sejam todo o tempo aliados apenas dos democratas. ISSO É IMPOSSIVEL, seus idiotas. E tem mais: Quando o presidente Reagan mandou um foguetaço no acampamento de Kadafi, errando o alvo por poucos metros, e matando sua filha, o mundo inteirinho protestou contra a tentativa de eliminar o maluco. Demetrio Magnoli provavelmente ficou ao lado dos que denunciaram o comportamento americano.
O artigo fala de várias barbaridades perpetradas por Kadafi, e conclui: ” Nada disso evitou uma ignóbil “reabilitação”, negociada pela CIA em 2003, na moldura da “guerra do terror”‘. Nossa, mas que dificuldade, que burrice, os neurônios se debatem aflitos. É sempre a mesma cantilena: a CIA, a “maldita” CIA. O mundo seria um paraiso sem ela. Caro medíocre: Na guerra contra o terror, aonde existe a dura realidade de que bombas nucleares cheguem às mãos de terroristas, não se escolhe o parceiro, se ele é bonzinho, ou mauzinho, escolhe-se a IMPORTÂNCIA do parceiro, se ele pode ajudar, ou não, para evitar milhões de mortes. Quando ele deixa de ser importante, como é o caso do Kadafi, vamos derrubá-lo. Stalin foi nosso aliado, Magnoli. Conseguiu entender ? O mal maior era Hitler. É tão dificil assim? Se Churchill e Roosevelt – que conheciam as barbáries do regime comunista na Rússia -não tivessem se aliado com o tio Zé, um notório mass murder, Hitler teria derrotado a Rússia e logo conseguiria a bomba atômica. E então, como é que ia ser ?
E o articulista contemplando a hipótese de um jugamento internacional de Kadafi termina com uma frase de efeito, um insulto à nossa inteligência, um chavão, pressupondo fatos secretíssimos de responsabilidade do inimigo público número um, a maldita CIA: ” Ele (Kadafi) teria histórias interessantes a contar”. Puxa, se o Kadafi abrir a boca vai ser o maior vexame, não é mesmo, Magnoli ?
Essa fixação nos EUA e na CIA é prá lá de chata. A Europa tem muito mais negócios com os líbios do que os americanos. Nos seus tempos áureos de terrorismo Kadafi era municiado pela França. A Líbia chegou a ser o país com mais caças por habitante: 1 Mirage para cada 30 mil líbios, se me lembro bem. Agora eles tem o famoso mico, o Rafale. Por que esses articulistas delirantes não se ocupam um pouquinho só, mas só um pouquinho, com os europeus, e saem do pé dos USA ? Não conseguem. É uma completa e vital obsessão.
Comentários (2)
Mais uma vez o raciocínio vai no ponto certo!
obrigado, Anderson