Fundamental, imperdivel, artigo de Krauthammer sobre Obama, e o histórico desapontamento dos Liberais americanos com os USA- comentários do blog

A Doutrina Obama: Liderando sutilmente

Obama está se movendo em direção a algo que se parece a uma doutrina. Um de seus conselheiros descreveu as ações do presidente na Líbia como “liderando de maneira sutil”.

Para ser preciso, liderando de maneira sutil é um estilo, e não uma doutrina. Doutrinas exigem idéias, mas não existe nenhuma idéia discernível que faça sentido na política estrangeira de Obama.

E, certamente, é uma descrição exata da passividade chocante do Presidente Obama durante a Revolução Verde do Irã em 2009 , depois sua indecisão sobre a Líbia, agindo de último minuto, em seguida passar o cargo para uma coligação em disputas, quando então chegamos ao atual impasse sangrento. Tem sido uma política estrangeira com muita hesitação, muito atraso e muita indecisão, marcada por apelos à lamentosa “comunidade internacional” (fictícia) para fazer o que só a América pode.    (grifo do blog)

Mas por baixo desse estilo, o conselheiro de Obama afirma que realmente existem idéias. De fato, “duas crenças implícitas”, explica o conselheiro.. “Que o poder relativo dos EUA está em declínio, enquanto rivais como a China estão em ascensão, e que os EUA são odiados em muitas partes do mundo.”

Inacreditável. É por isso que Obama está deliberadamente diminuindo a presença, a posição de liderança norte americana no mundo?

Levem em conta a primeira proposta: Nós devemos “liderar sutilmente” porque o poder relativo dos EUA está em declínio. Mesmo que você aceite este argumento, é um claro non sequitur. O que o aumento do PIB da China tem a ver com os EUA passar a responsabilidade para a Líbia,  interpretar erroneamente o Iran, apaziguar a Síria?

É verdade, a China está em ascensão. Mas primeiro, ela é o único poder com alguma importância militar em relação a nós. ( nota do blog: por enquanto não vale nada, nadinha, está tentando construir seu primeiro submarino atômico a partir de um ferro velho, enquanto os USA tem 10 ( só dos atômicos). Os chinêses esmagando os USA é um sonho da esquerda que  se transformou em dogma,feito a a EXISTÊNCIA da medicina cubana:  .A Rússia está se recompondo de níveis de forças militares tão baixos que isso está globalmente registrado. E a Europa está passando por um verdadeiro declínio nota do blog: e quando esteve militarmente  forte? (podemos ver o desempenho europeu  – com a exceção dos britânicos  – no Afeganistão e nas suas atuais desventuras na Líbia.)

Segundo, o desafio de forças militares chinesas em crescimento ainda é exclusivamente regional. Teria efeito em uma guerra contra Taiwan. Não tem nenhum efeito significante fora da costa da China.  A China não tem marinha em alto-mar. Não tem nenhuma base estrangeira. Ela não consegue expandir seu poder globalmente. Talvez no futuro – mas com que lógica isso deveria nos paralisar hoje? nota do blog: nesse ponto é possivel que Krauthammer se engane porque: é só armar o Japão que os chinos se encolhem imediatamente. O futuro da China é podre pois implica em extinguir a mão de obra escrava no campo, pagar previdência e ter todas as dificuldades possiveis para democraticamente agir, alimentando, vestindo e policiando 1 bilhão e 300 milhões de habitantes. A China , repito, é o sonho da esquerda derrotada que deseja ver a desgraça dos Estados Unidos.  A China vai crescer enquanto for um estado policial, assim mesmo com dificuldade. Estamos, sem dúvida, vivendo os anos de ouro da ditadura chinesa, o momento, o  AGORA. O futuro só trará problemas.

Proposta dois: devemos liderar sutilmente, pois estamos sendo odiados. Por favor, me diga: Quando é que não estivemos sendo  odiados? (grifo do blog)Durante a guerra do Vietnã? Ou antes disso, durante o mandato de Eisenhower? Quando o seu vice presidente foi enviado em uma viagem de boa vontade para a América Latina, onde cuspiram nele e ele se sentiu tão ameaçado pela multidão, que ele teve que voltar mais cedo de sua viagem. Ou talvez mais tarde, sob o governo do abençoado Reagan? Os anos Reagan foram marcados por grandes manifestações nas capitais de nossos aliados mais próximos que denunciavam os Estados Unidos como uma ameaça belicista levando o mundo a um inverno nuclear.

“Obama chegou à maturidade, politicamente falando”, explica o assessor, “durante a era pós-Guerra Fria, uma época onde o poder incomparável dos Estados Unidos criou uma sensação de ressentimento geral”.  Mas o mundo não começou com a chegada à consciência de Barack Obama. Ressentimentos da Guerra Fria correm ainda profundamente. nota do blog: exatamente como era antes da queda do império soviético. Os Estados Unidos tiveram o apoio dos escravos libertados do Leste Europeu, mas seus filhos já são anti-americanos.

É o destino de qualquer superpotência assertiva  ser invejada, denunciada e culpada por tudo que acontece no mundo. Nada mudou. Além disso, para um país tão profundamente ultrajado, porque durante os gigantescos protestos na Tunísia, Egito, Barein, Iêmen, Jordânia e Síria, as manifestações anti-norte americanas foram uma raridade? nota do blog: Foi muitissimo interessante. O interesse pela queda dos ditadores, e o desejo de receber a ajuda americana para esse propósito, anestesiou o ódio contra os USA, mas assim que a situação se  definir pelos novos governos ( se acontecer)  o anti-americanismo vai voltar com força total. 

Quem realmente insulta a hegemonia da América do Norte ? O mundo que Obama viveu e que o formou intelectualmente: as universidades de elite, sua turma Hyde Park (incluindo seus amigos que-não-deveriam-ser-mencionados, William Ayers e Bernardine Dohrn), a Igreja que freqüentou durante duas décadas, propagando fervorosamente os sermões mais anti-americanos jamais ouvido nas grandes revoltas nas ruas árabes de hoje.

São os liberais da elite que insultam o colosso Americano e devotamente desejam vê-lo reduzido. Líderando sutilmente – diminuindo a posição global a assertividade dos Estados Unidos – é uma reação à suas visões dos Estados Unidos, não a do mundo.  nota do blog: Essa é uma conclusão perfeita, exata,  e tem sido repetida à exaustão neste espaço.

Outros presidentes levaram em conta o anti-americanismo como óbvio, ao invés de provas da malignidade americana, acreditando – como a maioria dos americanos – na competência de nossa causa e a nobreza de nossas intenções . Obama pensa que o anti-americanismo seja um veredicto sobre a aptidão de liderança americana.  nb:  Também importantantíssimo, e várias vezes escrito por mim. Obama pensa, por exemplo, que a enorme impopularidade dos Estados Unidos vem principalmente da administração Bush. Nunca entendeu que o ódio sempre esteve presente, e pode ser aguçado por um ou outro presidente. Não apreender essa realidade é burrice e completa desinformação. Obama imaginou que seu tour de desculpas, e uma política externa como a analisada por Krauthammer neste artigo, resolveria o problema. O ódio aos americanos é muito mais complexo, e assunto para um livro de 1000 páginas.  O que Obama pode ter conseguido é continuar mantendo em bom nivel sua popularidade no exterior, como se ele fosse uma coisa e seu país outra ( e pensando bem até que pode ser isso mesmo, ele é o esquerdista que detesta seu país, sonha com um outro, que ainda não foi construido, e mais: em sua sesquipedal ignorância pensou que fosse o messias que conseguiria construi-lo). Eu sugeriria que “liderando sutilmente” seria o veredicto sobre a aptidão de liderança de Obama.

Liderando sutilmente não é liderar e sim abdicar. Ė também um paradoxo. No entanto, um jornalista simpático, canalizando um conselheiro de Obama, eleva  o coneceito a uma doutrina. O presidente fica, sem dúvida, lisonjeado. O resto de nós fica apenas chocado

Tradução: Andrea Borges.

20 junho, 2011 às 09:28

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Categoria: Artigos

Comentários (1)

 

  1. 27burtonri disse:

    ótimo artigo Claudio! ótimos comentários!
    com certeza, aprendo mais aqui do que lendo ‘n’ coisas na mídia todos os dias. A midia brasileira é realmente um papagaio de olhos furados.
    Dia desses estava lendo um outro artigo.. http://www.economist.com/node/18805862
    que demonstrava como aquilo que fez o sucesso da China – produzir bens baratos – não mais se sustentava dado a elevação dos salários e a crescente inflação. Não tenho dados muito certos disso… mas, como sugere o próprio artigo…. os anos de ouro da China já se foram. Ademais, o arigo apresenta também um possível outro lado otimista… bom, crendices da esquerda..rs

    abraços.

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