General não pode, gay pode ; Mulheres no Exército (Margaret Tatcher) – fundamental, não deixem de ler) ; A CIA e Holywwod são amigos intimos !? ; A profissão de Historiador ( prof. Simon Schwartzman – Simons’ Site) ; A placa: uma interpretação (Alieda de Matos Oliveira)

O general Petraeus arrumou uma amante. Vejam as fotos da esposa dele e da “outra” . Nossa…”atire a primeira pedra”…   Nas Forças Armadas americanas o adultério é crime, portanto está ferrado, a não ser que o “caso” tenha começado depois de Patreaus estar na reserva.  Porém, muito  mais grave é  o fato dele ser o chefão da CIA.  Uma das regras para  se trabalhar com a Inteligência é não ter nenhum rabo preso, já que dessa maneira pode ser chantageado pelos inimigos.  Ótimo, todos concordam, republicanos e democratas. Nem a CNN e nem  a FOX NEWS perdoaram o general.  Mas… quando se trata de um gay, e acontece  toda hora, os Democratas ficam furiosos: é discriminação!!! Um gay no serviço secreto é muito mais perigoso do que um hetero que está traindo a esposa ! Alguém duvida ?  No entanto, os gays são inatacáveis, podem fazer o que lhes der na telha que sempre terão o apoio dos liberais. Qualquer ato contra eles é políticamente incorreto.   E tem mais : os Liberais detestam os militares porque eles votam no partido republicano, porque acreditam em pátria, em manter os EUA fortes, acreditam que as guerras, infelizmente, são necessárias, acreditam que o Obama é um galinha morta e um impostor. Para os liberais condenar Petraeus é  até agradável. Principalmente depois dele ter dito que discordava da politica de retirada de tropas do Afeganistão com data marcada. O moleque- presidente não teve peito de demiti-lo do comando, como havia feito com McChrystal . Para saber mais a esse respeito os leitores interessados podem clicar em cima dos títulos dos artigos:   Obama e o general McChrystal  ,    O general em seu labirinto,    e      Obama é refém do general Petraeus
 
Essa bobagem que Petraeus fez é mais um referencial para a decadência americana. Não me refiro JAMAIS à decadência desejada pela esquerda, isto é, que a China vai superar os Estados Unidos, a Europa não sei mais o que, a Rússia, o Bananão, e o monte de asneiras que despejam em cima de nós através da mídia e de livros.  Nada disso. Sempre que digo decadência americana refiro-me ao estrago que é feito, dia e noite, pelos Liberais ao seu próprio paísPor exemplo: Os gays e as mulheres, contra todo o bom senso, podem ingressar nas Forças Armadas, e entrar em combate.  Fizeram granadas especiais para as moças, menores e menos letais, já que elas não têm força para arremessar as de tamanho normal. Dá para acreditar ? São tantas as coisas ridiculas que o politicamente correto exige que nem consigo mais escrever sobre isso. Faz mal. ( Leiam o próximo artigo, logo abaixo, escrito por Margaret Tatcher) .
 
Agora me ocorre que o General Eisenhower andou se apaixonando pela sua motorista, na Segunda Guerra Mundial. Foi advertido por seu superior, o Gen. Marshall, que simplesmente ameaçou destrui-lo se ele continuasse o romance. Curto e grosso, nada de muita conversa fiada.
 
Afinal, Petraeus não é tão inteligente assim. Olhando para a sua esposa até que podemos ser generosos com o general e admitir que  ele precisava ter complexo de Édipo para não pular o muro de vez em quando ( de fato ela não parece ser sua mãe, mas sua avó). Mas, haver iniciado um compromisso sério não foi muito esperteza de sua parte. De qualquer forma, escândalo sexual nos remete para o grande canalha, Bill Clinton. Depois dele tudo é permitido, não ? Este realmente fez história na decadência ética americana. Pode ser que a enorme quantidade dos escândalos sexuais que temos visto entre autoridades nos Estados Unidos ( incluindo o de Petraeus), tenha alguma origem inconsciente no seu exemplo, no incrivel fato dele não haver sido punido, tanto com o impeachment  quanto com respeito ao crime de perjuro.  Estou dizendo que é uma hipótese – inconsciente coletivo, Carl Jung.
 
Outro aspecto que chama a atenção é que, mesmo sendo Diretor da CIA, o pobre general não imaginou que o seu truque de usar o rascunho de e-mails para se comunicar com o mulheraço era fácil de ser descoberto por alguém com um cérebro maior do que o do Celsinho Amorim. Importante também é constatar que a rivalidade entre CIA e FBI de vez em quando pode resultar em alguma coisa boa. Geralmente prejudica os Estados Unidos.
 
De que maneira o FBI descobriu o relacionamento do general, e os seus sensacionais desdobramentos. Artigo da BBC
 
 
  

Jill Kelley e o general John Allen

A investigação do caso Petraeus começou quando Jill Kelley, uma socialite da Flórida, disse a um amigo no FBI que havia recebido e-mails ameaçadores advertindo-a para que parasse de confraternizar com líderes sêniores das Forças Armadas americanas.

Como favor a Kelley, esse amigo começou a investigar os e-mails, pensando se tratar de um caso de assédio cibernético, segundo informou a rede americana NBC.

A apuração logo cresceu, já que os e-mails ameaçadores frequentemente citavam informações de encontros privados de generais ligados aos Comandos Central e do Sul das Forças Armadas, cujo comando fica em Tampa (Flórida).

A investigação quase emperrou porque as contas de e-mails das mensagens haviam sido registradas anonimamente. No entanto, era possível identificar o endereço de IP (Protocolo de Internet) dos computadores de onde as mensagens foram mandadas.

Como quase todos os endereços de IP se relacionam a uma empresa, a um governo, a uma agência ou a um provedor de internet, é possível estabelecer de qual rede as mensagens partiram.

Acredita-se que, a partir disso, o FBI tenha feito uma lista levantando as possibilidades de quem estaria nos locais de origem no momento quando as mensagens foram enviadas.

Biógrafa

Jill Kelley (esq) recebeu e-mails ameaçadores atribuídos a Paula Broadwell (dir)

O nome de Paula Broadwell apareceu com frequência nessa lista. Ela é uma ex-militar e pesquisadora acadêmica que conheceu Petraeus em 2006, para escrever um projeto acadêmico sobre seu estilo de liderança. Sua pesquisa acabou servindo de base à biografia do general.

Logo as investigações apontaram que as mensagens foram mandadas de hotéis onde ela se hospedou durante a turnê promocional dessa biografia.

Quando o FBI estabeleceu que Broadwell era a autora das mensagens ameaçadoras a Kelley – amiga de Petraeus e de sua mulher, Holly, os investigadores obtiveram um mandado de busca que lhes deu acesso à conta anônima de e-mail. Assim foram descobertos indícios do caso entre ela e Petraeus e da forma como esse relacionamento foi mantido em sigilo.

O truque usado era o de duas pessoas terem acesso ao login e à senha de uma conta de e-mail. Assim, em vez de mandar mensagens um ao outro, eles escreviam rascunhos de e-mails que nunca chegavam a ser enviados.

O uso de uma conta compartilhada de Gmail provavelmente parecia seguro o bastante, já que os dois não imaginaram que seriam alvo de uma investigação do FBI.

No primeiro semestre de 2012, segundo relatos, Broadwell começou a ter ciúmes de Jill Kelley, que ela acreditava estava competindo pelas atenções do general. Os e-mails anônimos enviados a Kelley aparentemente faziam advertências para que esta se mantivesse longe do general.

FBI

No final de outubro, o FBI tomou o depoimento de Broadwell, que admitiu o romance com Petraeus. Este foi interrogado na semana seguinte. Em seguida, no dia das eleições presidenciais, o FBI notificou James Clapper, diretor de inteligência nacional dos EUA que reporta diretamente à Casa Branca.

Clapper então pediu que Petraeus renunciasse e informou a Casa Branca no dia seguinte. Petraeus entregou sua renúncia ao presidente Barack Obama na quarta-feira passada, e este aceitou-a na sexta-feira.

A questão não deve resultar em acusações formais. Adultério é considerado crime sob a lei militar, mas acredita-se que o romance de Petraeus tenha começado depois de ele ter deixado o comando do Exército.

Em comunicado, Jill Kelley e seu marido confirmaram sua amizade com a família do general e pediram para que sua privacidade fosse respeitada.

Kelley, de 37 anos, e seu marido, o cirurgião Scott Kelley, se descrevem como sendo amigos do general Petraeus e de sua família há mais de cinco anos. Ela é de uma família libanesa que imigrou para a Filadelfia na década de 70

Não há indícios de que Kelley e o general Petraeus tiveram um caso. Seu envolvimento no escândalo se deu a partir de maio, quando ela recebeu emails anônimos ameaçadores, acusando-a de estar buscando um relacionamento íntimo com Petraeus.

 

Jill Kelley (AP)
Jill Kelley teria mantido correspondência com sucessor de Petraeus

No mais recente desdobramento do escândalo, nesta terça-feira, veio à tona que o sucessor de Petraeus no comando da Otan no Afeganistão, o general John Allen, teria trocado entre 20 mil a 30 mil emails com Jill Kelley.

A correspondência foi descrita como ”inapropriada”, mas o FBI, que levantou o caso, não divulgou a natureza do conteúdo

 
 
  • Allen (à direita) sucedeu Petraeus no comando de forças no Afeganistão

Allen (à direita) sucedeu Petraeus no comando de forças no Afeganistão

O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, afirmou em um comunicado que o tema (envolvimento do General Allen) foi trazido ao conhecimento do Departamento de Defesa pelo FBI no domingo.

O general Allen será mantido em seu cargo, mas Panetta pediu que a indicação do general como comandante das forças da Otan na Europa seja adiado.

De acordo com o documento, o presidente americano, Barack Obama, concordou com o adiamento.

Panetta pediu uma investigação sobre o general Allen na segunda-feira e pediu que o Comitê de Forças Armadas do Senado Americano aja com rapidez para referendar a indicação do sucessor do militar no Afeganistão, o general Joseph Dunford.

John Allen é um militar “quatro estrelas” (cinco é a condecoração máxima) que sucedeu ao general Petraeus como o principal comandante militar americano no Afeganistão, em julho de 2011.

Ele foi o vice-comandante do Comando Central Militar dos Estados Unidos antes de assumir o controle das forças do país no Afeganistão. Ele é também um veterano da Guerra do Iraque.

nota do blog: Esse negócio de oficial-general de 5 estrelas não é como a BBC dá a entender, e muita gente imagina: uma promoção, para quem já possui 4 estrelas. Nada disso. As cinco estrelas são raríssimas, reservadas para generais que fizeram História com H maiúsculo. Que eu me lembre, apenas Eisenhower, Marshall, Mac Carthur, Chester Nimitz, e um outro almirante, chegaram lá. Patton, e Bradley, por exemplo, ficaram apenas com 4 estrelas, embora fossem generais famosíssimos. São passados 67 anos desde a última concessão dessa honraria.

 
Vejam o que Margaret Thatcher diz a respeito de mulheres no exército:

 

 

 

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…”Mas os militares também são diferentes, porque a vida da caserna é distinta da vida do civil. As virtudes que precisam ser cultivadas por aqueles que são chamados a colocar em risco suas vidas no cumprimento de seu dever simplesmente não são as mesmas exigidas de um homem de negócios, de um funcionário civil ou, sem sombra de dúvida, de um político. É vital, acima de tudo, ter coragem — coragem física.

Os militares precisam desenvolver a camaradagem com seus companheiros em muito maior grau. Devem ser capazes, implicitamente, de confiar uns nos outros. Soldados, marinheiros e aviadores também são indivíduos e basta ler suas biografias para compreender isso. Mas não podem ser individualistas. Para aqueles que vivem em regime disciplinar, são os deveres e não os direitos que balizam suas vidas. Eis por que a vida militar é justamente considerada uma nobre vocação e por que, através dos anos, muitos dos que abandonam a carreira militar para ingressar na vida civil sentem dificuldade para se adaptar.

Como regra, os militares necessitam ser fisicamente fortes. Não é suficiente ser talentoso, embora a habilidade certamente ajude. Nenhuma força combatente pode se permitir abrigar, mesmo em pequena proporção, pessoal que não esteja apto a cumprir missões que lhe possam vir a ser atribuídas.

Assim, sou contra as atuais tentativas de empregar conceitos liberais e institucionais da vida civil em nossas forças armadas. Programas visando introduzir sistemas jurídicos segundo o modelo civil, promover direitos homossexuais e franquear novas atividades para mulheres são, no mínimo, irrelevantes para as funções que se espera sejam desempenhadas pelo militares. Sob um enfoque pessimista, contudo, ameaçam a capacidade militar de forma realmente perigosa.

O militarismo feminista nas forças armadas talvez seja o mais pernicioso desses agentes “reformadores”. O fato de a maioria dos homens ser mais forte do que a maior parte das mulheres significa ou que as mulheres devem ser excluídas das missões fisicamente mais exigentes, ou que precisa ser reduzida a exigência de tais missões, algo evidentemente mais fácil em treinamento do que em combate. Porém, obviamente, é essa segunda alternativa que as feministas procuram ver adotada e, com muita freqüência, suas pretensões são aceitas.

Quando se constatou que as mulheres não são capazes de lançar granadas comuns à distância desejável, para que não sejam atingidas pela explosão, a solução foi não deixar a tarefa só para homens, mas construir granadas mais leves (e menos letais). Quando se descobriu que mulheres a bordo de navios de guerra precisam de instalações não exigidas pelos homens, A Marinha dos Estados Unidos teve que “reconfiguar” suas belonaves para proporcioná-las — apenas no USS Eisenhower, ao custo de US$ 1 milhão. Quando a maioria das mulheres (corretamente, em minha opinião) opta por não assumir funções de combatente, a resposta, de acordo com um professor da Universidade de Duke, é fazer com que os militares abdiquem de atributos como “autocontrole, autoconfiança. agressividade, independência, auto-suficiência e determinação para assumir riscos. As mulheres dispõem de inúmeras tarefas em que podem servir com destaque. Algumas de nós até dirigimos nações. Mas, em geral, somos melhores lidando com bolsas do que com baionetas.

Guerra sempre envolverá o emprego de baionetas ou equivalentes. É irrealista pensar que as guerras possam vir a ser travadas sem jamais ocorrer contato físico e confronto direto com o inimigo.

Tendo em mente essas considerações, penso que nossos líderes políticos e militares devem:

· Revelar mais firmeza, resistindo aos lobbies de pressão “politicamente corretos” que contribuem para subverter a ordem e a disciplina em nossas forças armadas.

· Deixar claro que a vida na caserna não pode tomar como modelo os procedimentos, a moldura legal ou as peculiaridades da vida civil.

· Recusar-se a colocar a doutrina liberal adiante da eficácia militar.

· Demonstrar um pouco de bom senso”

 

 
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Deu no jornal : “A CIA e Hollywood ainda são amigos íntimos’, diz ex-agente da CIA”.

Engraçado, é  exatamente o contrário. Esta manchete, e a matéria subsequente, são um insulto a quem ainda consegue escapar da propaganda anti-americana que está em tudo quanto é filme holywwodiano. TODOS eles, descem o porrete na CIA, FBI, e agências de informação.  E o interessante é que meus amigos, tão inteligentes, PhD s em ótimas universidades americanas , embarcam na loucura geral, e passam a considerar as mentiras deslavadas contadas nessas películas como  fonte de informação. Passam a usar a ficção liberal como se fossem fatos que estão construindo a história contemporânea. São centenas de filmes, mas agora só me ocorrem os mais atuais, Lobos e Cordeiros, Green Zone. Até em comédias-românticas aparecem as gozações contra os americanos. Woody Allen é um mestre no sarcasmo anti-Estados Unidos, e comentei em algum lugar do blog seu excelente filme, passado em Paris.

Não entendo como gente rica, feito o Donald Trump, não produz  películas contando o que realmente aconteceu no Iraque com respeito às armas de destruição em massa, sobre o que se passa no Afeganistão, sobre o excepcional trabalho da CIA, sobre a competência e valentia das tropas americanas. Provavelmente porquê os filmes dariam prejuízo. Que lástima!

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Os votos de Obama vieram dos políticamente corretéssimos: jovens ( já faz muitas décadas que estão na “vanguarda”):  60% dos eleitores com menos de 30 anos votaram em Obama, enquanto 56% dos maiores de 65 preferiram o candidato republicano);   negros, hispânicos (sofredores nas terriveis mãos dos conservadores) ;  as mulheres ( feminismo, aborto, oprimidas pelos homens) :  Obama conquistou 55% dos votos femininos, mas só conseguiu convencer 45% dos eleitores homens  ;  e, não sabemos oficialmente sobre os gays porque não existe estatística, mas são também politicamente super corretos, o que não deixa dúvida sobre quem foi o escolhido. Os impiedosos brancos,os wasps*, votaram no bilionário Mitt Romney, sujeito perverso que tem ódio de pobre.   Pelo que estamos observando tudo indica que os Democratas vão mesmo destruir os Estados Unidos. Gostaria muito de viver mais 50 anos para, com imensa curiosidade, observar pari-passu, os acontecimentos. Para chegar à Casa Branca os republicanos vão ter que fazer tantas concessões, principalmente para os imigrantes, que vão desfigurar o país. Os americanos natos é que vão ter que aprender espanhol, os imigrantes ilegais, legais, bandidos, traficantes -não interessa – poderão continuar no espanhol. Atenção brazucas de Governador Valadares, novas esperanças no horizonte!

 * – whites, anglo-saxons, protestants (Stuart Mill ?

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A PROFISSÃO DE HISTORIADOR Prof. Simon Scharwtzman – Simon’s Site)

 

Respondendo a uma matéria do jornal Folha de São Paulo sobre a regulamentação da profissão de historiador pelo Senado Federal, o presidente da Associação Nacional de História, Benito Bisso Schmidt, esclarece que “em nenhum momento este projeto veda que pessoas com outras formações, ou sem formação alguma, escrevam sobre o passado e elaborem narrativas históricas. Apenas estabelece que as instituições onde se realiza o ensino e a pesquisa de História contem com historiadores profissionais em seus quadros”. E acrescenta: “Da mesma maneira, a regulamentação pode evitar que continuem a se verificar, nos estabelecimentos de diversos níveis de ensino, situações como a de o professor de História ser obrigado a lecionar Geografia, Sociologia, Educação Artística, entre outras disciplinas, sem ter formação específica para isso (e vice-versa)”. Se trata simplesmente, portanto, de reserva de mercado para portadores de diploma de história, justificada pela idéia de que, ao longo de seus estudos, os diplomados em história “desenvolvem habilidades específicas como a crítica documental e historiográfica e a aquisição de conhecimentos teóricos, metodológicos e técnicos imprescindíveis à investigação científica do passado”. Sem riscos, portanto, para cientistas políticos que escrevem sobre o Império como José Murilo de Carvalho, embora ainda persista a dúvida de se ele precisará agora de carteirinha de historiador para pesquisar nos arquivos públicos brasileiros.

Como a área de história (da mesma maneira que as de sociologia, ciência política, economia, filosofia e tantas outras) tem muitas correntes que se contradizem e não aceitam os métodos de trabalho das outras, e dada ainda a má qualidade de muitos de nossos cursos universitários de ciências sociais e humanidades, é difícil aceitar que todos os diplomados em história tenham mesmo este instrumental teórico e técnico que deveriam ter.

A questão mais profunda, no entanto, é que, ao contrário do que normalmente se supõe no Brasil, áreas de conhecimento e profissões não são a mesma coisa. Profissões são atividades que lidam com o público e que em alguns casos, quando mal exercidas, podem causar dano à vida e à propriedade das pessoas. Áreas de conhecimento são tradições de trabalho cujas fronteiras estão sempre em movimento, e que não podem nem devem ser reguladas por lei e ser objeto de monopólios corporativos. Para tomar o exemplo mais clássico, não existe uma ciência chamada “medicina”, mas disciplinas como fisiologia, anatomia, química, farmacologia, psicologia, genética, biologia molecular, radiologia e tantas outras, por um lado; e a profissão médica por outra, regulamentada por lei, e que inclui, por exemplo, a homeopatia, que a maior parte dos cientistas não consideram ter base científica. A delimitação de quem pode ou não exercer a medicina, o direito e a engenharia, que são as profissões mais tradicionais, tem sido estabelecida ao longo do tempo por disputas políticas entre diferentes grupos, e são bastante arbitrárias, como atestam as disputas sobre a atuação profissional de enfermeiros, psicanalistas, optometristas e fisioterapeutas, que hoje giram em torno da possível aprovação da legislação sobre o “ato médico”, que pode consolidar o poder dos médicos sobre todas as demais profissões de saúde no Brasil, que em outros países são reconhecidas e valorizadas. Se, por um lado, a sociedade se protege quando sabe que charlatães estão impedidos de tratar, advogar e construir obras, ela sofre quando as corporações profissionais abusam de seus poderes, ao mesmo tempo em que os diplomas nem sempre garantem o que prometem. A melhor maneira de garantir os interesses da sociedade é limitar ao máximo os monopólios profissionais, que devem ficar estritos a atividades que implicam altos riscos para o público, exigindo controles de competência e qualidade que não se limitem ao reconhecimento burocrático de diplomas.

Será que a história, que é uma disciplina de estudos, se qualifica como uma profissão no Brasil? Os dados da amostra do Censo Demográfico de 2010 indicam que haviam cerca de 75 mil pessoas formadas em história e arqueologia, das quais somente 57 mil trabalhavam. Destas, metade tinha atividade na área de educação, e somente 1.400 trabalhavam em atividades profissionais, científicas e técnicas, ou seja, presumivelmente, como historiadores profissionais; e certamente existem muitas pessoas com diploma de sociólogo, jornalista, economista, cientista político ou sem diploma nenhum pesquisando arquivos e produzindo trabalhos interessantes (a Plataforma Lattes, do CNPq, lista 5500 pesquisadores em história no país em 2010, sem dizer, no entanto, em que cursos se formaram). Isto se compara com a estimativa de que o Brasil necessitaria de cerca de 75 mil professores de história para atender às atuais necessidades dos currículos do ensino fundamental e médio.

Temos um problema sério de falta de professores, não só em historia, mas em quase todas as áreas. Neste quadro, não faz nenhum sentido proibir que pessoas formadas em disciplinas afins ensinem história nas escolas, como não faz sentido impedir que pessoas formadas em história ensinem em matérias afins como geografia ou sociologia. Ser professor da educação básica e pesquisador profissional são coisas muito diferentes, e ainda bem que é assim, porque senão os problemas de nossa educação, que já são extremamente sérios, se tornariam totalmente insolúveis.

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SOB O SIGNO DA DEPENDÊNCIA (II)

 

A ‘PLACA’: UMA INTERPRETAÇÃO

 

Aileda de Mattos Oliveira*

 

 

Os fatos que ocorrem no mundo oferecem várias leituras, embora uma seja suficiente para se ter uma visão do lado positivo e do lado negativo do acontecimento. Cabe às interpretações iluminarem os subentendidos, tornando claros, a cada passo, os pontos até então submersos na “estrutura profunda” do pensamento, conforme expressão do linguista Noam Chomsky. E nas profundezas do propósito das ações, acrescenta-se.

É necessário trazer à superfície o que não está expresso no discurso oficial, mas torna-se claro nas palavras de outros agentes e que se vão encaixando, no contexto, como peças de um jogo bem-armado.

É indispensável que se retire até mesmo do turvo pensamento da esquerda, seja dos condutores do partido seja de um simples prosélito, os indícios das futuras e mal-intencionadas investidas.

São carregados de rancor os atos governamentais e, por isso, resultam em acontecimentos sempre deploráveis. No caso em questão, o da ‘placa’, o governo não está sozinho no intento de desmoralizar uma instituição respeitável, de alto nível disciplinar e intelectual, e formadora do pensamento militar brasileiro.

A partir das palavras pronunciadas durante a encenação programada entre família e governo, algo começou a delinear-se, a destacar-se e a tornar-se visível aos olhos investigativos. Por si mesma, a tal placa transformou-se num objeto simbólico de autoafirmação política, de autoafirmação doutrinária, de ostentação de poder, de ambas as partes. Sim, a família já faz parte desse poder.

Se foi um ato execrável a introdução de uma placa no recinto militar, resultante de abominável servilismo do governo vermelho a uma organização estrangeira (OEA), ferindo profundamente a soberania nacional e a gloriosa Instituição AMAN, esse ato resultou do trabalho de uma ONG para a qual todas as portas internacionais estão abertas, desde que vise ao descrédito de alguma renomada instituição brasileira.

As palavras da mãe do cadete vitimado dão conta de que seu vocabulário mantém uma relação muito estreita com o usado pelo sistema em vigor que lhe facilitou todas as entradas e saídas.

Se há unidade vocabular, há unidade de pensamento e, a partir dessa sintonia entre os dois lados interessados, surge uma verdade até então não observada (creio) por ter a indignação de militares (Reformados) ficado acima de qualquer outra avaliação. Não podiam imaginar a sua querida Casa ofendida com a presença dos que renegam as cores brasileiras, pisando o mesmo chão, onde estão gravados no tempo os passos de todos os que por sobre ele passaram.

Frases retiradas do artigo do sequestrador Franklin Martins: ”esqueçamos o luto e vamos à luta“ (mãe); “um ato histórico de suma importância” (ongueiras Victoria Grabois e Cecilia Coimbra do Grupo Tortura Nunca Mais), dão o toque final da interação entre família e a representação governamental que se fez presente.

A verdade é que a placa passou a simbolizar a exteriorização ideológica da família, ajustada ao perfil do governo, o que leva a acreditar na existência de uma cumplicidade efetivada, levando à suposição de que poderia haver, no futuro, um militar passível de pôr em prática atividades antibrasileiras, dentro da própria Instituição, a serviço de Organizações subsidiadas com dinheiro público, para minar os alicerces constitucionais do Brasil. Foi com esses tipos de órgão que a família manteve-se em contato.

Se a homenagem fosse unicamente para reverenciar a memória do cadete, não permitiria a família que a data escolhida coincidisse com a do aniversário de morte de Che Guevara, um assassino, cujas ações criminosas eram realizadas em nome de um regime totalitário, responsável pelos milhares de mortes e prisões de seus dissidentes. Na atitude dessa mãe, vê-se uma grande contradição, ou nenhuma contradição, dependendo do ângulo em que se analisa o fato.

Ninguém lhe nega a dor da perda do filho, mas o que está em análise é o uso dessa dor para outros fins, bem distantes dos sentimentais.

Logo, essa placa deve tornar-se, apenas, objeto de desprezo dos militares, pois, invertidos os papéis, ela acusa, torna pública a posição politico-ideológica de uma família, totalmente em desacordo com as diretrizes seguidas pela AMAN de formar Defensores Permanentes do Estado Brasileiro, mas totalmente de acordo com os objetivos do governo petista. Fica a interrogação sobre a ideologia do filho.

O candidato ao serviço militar conhece as exigências da caserna, a rigidez disciplinar e os rigores dos exercícios a que serão submetidos. Ninguém é obrigado a se inscrever na AMAN e se deseja pertencer a seus quadros, é por vontade própria ou por imposição dos pais. Neste último caso, são responsáveis pelo mau desempenho que vier a demonstrar o filho, sem vocação, para uma profissão de exigências sem privilégios.

Nas Organizações Militares, forjam-se homens, portanto, aquele que não estiver disposto a sujeitar-se às obrigações regulamentares, deixe a vaga a quem tenha aptidão para a função e busque um lugar ao sol debaixo da tenda da acomodação.

A mãe ou a esposa de um jogador de futebol, que morre no campo, em pleno jogo, não cobra “direitos humanos” do treinador, acusando-o de exagero nos treinos táticos e técnicos; a família de um funcionário público ou privado, que enfarta ou sofre um acidente no trabalho, não acusa o chefe de maus tratos nem de tortura, e nem exige uma solenidade para emplacar tal acontecimento; a família de uma criança, vítima fatal na queda de um andar na escola, não exige placa execratória, nem o colégio sofre as mesmas sanções federais quanto um órgão militar.

Portanto, a hipocrisia dos tais “direitos humanos” está escancarada aos olhos do verdadeiro cidadão, o alfabetizado, porque visa apenas à instituição Exército, pelo horror que causam os militares desta Corporação à caterva debochada que destrói o país.

Este elo entre família e governo, falando a mesma linguagem política, num dia de homenagem a um indivíduo ignóbil, deixa uma dúvida. Quem foi, na realidade, homenageado? O cadete ou o Che?

(Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. Membro da Academia Brasileira de Defesa. A opinião expressa é particular da autora.))

 

 

 

14 novembro, 2012 às 10:01

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Categoria: Artigos

Comentários (2)

 

  1. Marco Balbi disse:

    Parabéns pelo post! Ótimo!

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