Honduras : se Lula, Chavez, Morales são contra…

Mas que pressa em condenar a mudança de governo em Honduras! O Lula já se pronunciou: "Temos que EXIGIR a volta do governo eleito. Senão, daqui a pouco (os golpes) viram moda outra vez."   Acontece que os militares hondurenhos evitaram uma esperteza inconstitucional  do Zelaya e o mandaram embora , vestido apenas de pijamas, no melhor estilo de um golpe latino-americano. (Para quem gosta  de comer melão, enquanto discursa na TV, até que sair do poder usando pijamas não está mal). Lula, Chavez, Morales, e outros, da nova camarilha da A. Latina, querem a volta imediata de Manuel Zelaya. E pensar que essa turma do Lula até ontem mesmo só pensava em golpes, e depois só pensava em passar a mão no dinheiro, e agora vive pensando em um terceiro mandato. Esse negócio de plebiscito, de referendos, costuma ser instrumento de manipulação. Amanhã, Lula pode aumentar o salário mínimo para 600 reais, aumentar o dinheiro do Bolsa-Família, e no dia seguinte convoca um plebiscito sobre seu terceiro mandato. Qual deve ser o resultado?

Parece que a nova esquerda vive de "consultas populares". E o Zelaya bem que tentou, mas os militares não deixaram. A suprema corte hondurenha validou o ato do exército, o que não é pouca coisa, embora a imprensa diga  que deveria correr um processo de impeachment no Congresso. Alguma coisa me faz lembrar o general Lott, em 1955, quando depôs o presidente Carlos Luz.   Todo mundo sabia que já estava preparado um golpe para não dar posse ao Juscelino. É óbvio que  a intenção de Zelaya era sua perpetuação no poder, seguindo o modelo chavista, mas acontece que ele não prestou muita atenção no fato de que Chavez é coronel, e controla o exército venezuelano.

E Obama não poderia perder a oportunidade de percorrer exatamente o caminho tantas vezes trilhado pelo pateta do Jimmy Carter. O pensamento do american liberal é assim: "Se o exército hondurenho é amigo dos Estados Unidos, deve haver alguma coisa de errada com ele. A CIA deve estar nessa jogada. Vamos apoiar e sustentar governos constitucionais que nos odeiam, porque, afinal, eles têm motivos para isso, da forma como os estamos tratando há tanto tempo. Zelaya quer se transformar no Chavez da América Central. Muito bem, não tem importância, vamos manter incondicionalmente as portas abertas para  o "diálogo".

Nós corremos um sério risco: Lula em 2014, ou Dilma agora mesmo,  mexerem  nas academias militares colocando professores petistas. Em cinco anos, todos os oficiais subalternos (tenentes e capitães) serão "companheiros".  Com  um pouco mais de tempo os oficiais superiores (majores, tenente-coroneis e coronéis)  também entram no esquema, lembrando que a nomeação de oficiais generais é atribuição exclusiva do presidente da república. Os militares vão ser iguais aos novos diplomatas, terceiro-mundistas ou petistas.  Uma Venezuela tamanho gigante. Sempre achamos que as desgraças só acontecem com os outros. E  Lula despachou para a reunião de cúpula, em Manágua, para examinar a questão,  logo quem? O intrépido Samuel Pinheiro Guimarães, o Samuca, o aguerrido marxista-leninista que obrigava ( obriga?)  os diplomatas a lerem literatura de esquerda, com exame final e tudo. A escolinha do Samuca. O fato já foi objeto de extensa matéria na Veja.

Chavez presenteou Obama com a bíblia do idiota latino-americano: "As veias abertas da América Latina", do uruguaio Eduardo Galeano, uma condenação ridícula aos Estados Unidos. Normalmente seria um insulto ao presidente americano, mas com Obama tudo é possivel.  Talvez ele até leia . Eu me lembro do Clinton desembarcando do helicóptero na Casa Branca, com o livro "O Mago", do Paulo Coelho, na mão. Puxa, mas eu pensei que só os republicanos gostassem dessas coisas.

30 junho, 2009 às 05:00

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Categoria: Artigos

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