O roubo de 1 bilhão de dólares e os nossos formadores de opinião

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Estadão, manchete de primeira página  :

 

Petrobrás desiste de vender refinaria dos EUA, alvo de investigação do TCU”

“Presidente da empresa disse que será necessário investir na refinaria para que seja valorizada e tenha melhor retorno.”

 

 

Mas, ao ler toda a matéria podemos ver que essa mulher, espantosamente feia, não deu a menor explicação sobre o tremendo roubo de 1 bilhão e 200 milhões de dólares !!!   Quer dizer que vai ficar assim, no barato? A reportagem é de Sabrina Valle, e achamos  ser uma entrevista, mas o que aconteceu para que ela não conseguisse nada, nadinha, nenhuma declaração direta da presidente da Petrobrás ?  E tem mais:  Ficamos sabendo que “também a compra da refinaria da Petrobrás em Okinawa, Japão foi um mau negócio. ” Mau negócio ?!

 

Vejam a manchete de alguns dias atrás, quando a agência Estado descobriu o que a empresa-orgulho nacional havia feito:   

 

“TCU investiga compra de refinaria nos EUA

Tribunal aceitou denúncia do Ministério Público de Contas para apurar se a empresa perdeu mais de US$ 1 bilhão com a refinaria de Pasadena

Punições. A investigação do TCU pode gerar punições aos administradores e conselheiros da empresa, que dão aval para transações dessa natureza. Na época, o Conselho de Administração era presidido pela presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil”.

 

O que dizem os nossos articulistas, os nossos editorialistas, os formadores de opinião ?  Ao que me consta não dedicaram um mísero parágrafo ao assunto.

 

Bem, Dirma era a Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás , portanto envolvida diretamente na aprovação da transação. Algum articulista poderia – durante uns três dias seguidos – terminar seu artigo perguntando : Qual a defesa da presidente da república para a compra da refinaria no Texas ?  Cícero finalizava todos os seus discursos no Senado Romano dizendo: ” Delenda Cartago” (Cartago precisa ser destruida). Infelizmente, aos nossos  falta inspiração. Vão continuar na mais santa passividade.


Nos seus textos podem usar de ironia e de vez em quando um pouco de sarcasmo, jamais conseguindo enxergar que o País está precisando é de bofetões. Falta-lhes o despertar para o radicalismo que o momento exige. Seguem felizes analisando  a desfaçatez de Lula, a imensidão sideral dos problemas Serra x Aécio, e, claro, mostram-se educadamente indignados com o cinismo dos ladrões que nos governam.

 

Sou obrigado a me repetir ( o que acontece a toda hora). No Jornal do Brasil fui designado para uma coletiva com o ministro dos Transportes e o seu diretor do DNER.  Por motivos particulares estava muito bem informado sobre o escândalo da Lagoa-Barra. Quando tive a oportunidade fiz a pergunta, educada na forma, mas extraordináriamente agressiva no conteúdo. Eu quase chamei o ministro de larápio. Espanto geral. Um choque na sala. Alguns segundos, e o diretor do DNER se levanta e dirigindo-se ao perplexo personagem: “ministro, o senhor tem um compromisso agora, e …” . Os dois foram embora rapidinho, fazendo a cena do ostensivamente irritados e ofendidos. A entrevista acabou desta maneira, no mais completo constrangimento.  Bons tempos aqueles, da ditadura.

 

Todos dizem que a corrupção no Brasil chegou a niveis inacreditáveis por culpa da IMPUNIDADE. Mas, quem , afinal, são os responsáveis por esta famosa Impunidade ?  A responsabilidade DIRETA só pode estar com a Polícia e o Judiciário. O País não deveria ter sido agradavelmente surpreendido quando o Supremo condenou os réus do Mensalão. E no episódio parece que um único homem, Joaquim Barbosa, mudou o rumo dos acontecimentos. Temos a impressão que sem a sua completa falta de paciência, sua agressividade, sua truculência, a história seria outra. O cara deu pontapés para todos os lados, e ministros que poderiam se acomodar não tiveram essa chance. Não satisfeito, volta e meia Joaquim está metendo o pau nos juízes, nos advogados e mete o bedelho em tudo que considera errado. É engraçado, mas parece que não se conforma com a realidade ao seu redor. A única maneira que encontrou para se fazer ouvir é o radicalismo. Funcionou no Supremo e pode funcionar em outras áreas aonde chega sua influência.  É sobre isto a que me refiro quando escrevo sobre os nossos formadores de opinião.     

 

Infelizmente, Merval Pereira e Dora Kramer não percebem que estão fugindo das suas responsabilidades. Ao invés de partirem para o massacre, seguem olimpicamente escrevendo com elegância sobre a pobreza da nossa vida política. Não perdem a calma NUNCA!

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            Presidentes da Petro.  De quem será que eles estão rindo ?

21 março, 2013 às 06:53

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Categoria: Artigos

Comentários (3)

 

  1. A refinaria de Pasadena foi comprada em 2005 pela Astra/ Transcor, uma trading belga, por US$ 42,5 milhões. A mesma refinaria foi vendida à Petrobras no ano seguinte por US$ 1,18 bilhão, embora valha no mercado um décimo do que foi pago. Graça também revelou que pode rever a oferta de outros ativos. Segundo fontes do Broadcasty também a refinaria da Petrobras em Okinawa, no Japão, foi um mau negócio. A Petrobras comprou 87,5% da refinaria em 2008, adquirindo o resto depois: “Saiu a refinaria de Pasadena (da lista), existem outros que estão na iminência de sair”.

  2. No final da década, quase 50% do óleo que jorrar no País deverá vir dos poços do pré-sal. Empresas como as americanas GE e 3M, a brasileira Líder Aviação, a francesa Helibras, a britânica Rolls-Royce e a italiana Prysmian já estão transformando o pré-sal em realidade. E, principalmente, em uma generosa fonte de receita. A GE, por exemplo, fechou um contrato de US$ 2,3 bilhões com a Petrobras para o fornecimento de cabeças de poço, equipamento que fica instalado entre a parte interna e a externa dos poços de petróleo e ajuda a controlar a pressão do óleo extraído. Detalhe: é o maior negócio da história da sua divisão de petróleo e gás no mundo. “Ainda há muito a ser explorado no setor”, afirma João Geraldo Ferreira, presidente da GE Oil & Gas na América Latina.

    • claudiomafra disse:

      Tá bom. Acreditamos. A Petrobrás é sinônimo de mentira e roubo. Essa sangue-suga precisa ser vendida mesmo que sua venda seja outro roubo monumental.

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