Obama tem um “pé na garganta” da economia global – colunista Austin Hill

Oh, as dolorosas lições do vazamento de óleo no Golfo…

Comecemos com as “lições” as quais o presidente Obama esta sendo submetido atualmente. Felizmente, agora o Sr. Obama entende que é uma “arte” (e, claramente não uma “ciência”) para um presidente saber como, quando, em que circunstancias intervir, e que postura tomar com os desafios à mão.

Herbert Hoover e Franklin D. Roosevelt responderam inadequadamente à “Grande Depressão”, John F. Kennedy manejou  mal o incidente da “Baia dos Porcos”, e Jimmy Carter se confundiu na crise dos reféns iranianos. E, até pelas observações pessoais do presidente Obama, seu predecessor George W. Bush mostrou uma “incompetência inconsciente” em sua resposta ao furacão Katrina.

É claro que para saber dessas coisas, o Presidente Obama precisaria ter sido no mínimo, um estudante de Historia Americana, porém, não tenho certeza do seu grau de interesse nesse assunto. Mas esperamos que nos últimos 55 dias aproximadamente, alguém tenha dito ao Sr. Obama algo sobre algumas das lutas de seus predecessores.

Podemos também esperar que nosso presidente entenda melhor a sua inabilidade de simplesmente “fazer por palavras, as coisas acontecerem”. Poderoso como ele é, as coisas nem sempre são como o presidente Obama alega que são.

Foi há mais ou menos um ano que o Sr. Obama proferiu seu famoso discurso no Cairo, no qual estipulou que os valores americanos e os valores muçulmanos não estão em conflito, mas pelo contrário, se complementam. Desde então, os Estados Unidos passaram por três incidentes terroristas em solo doméstico: os assassinatos em massa  na base militar de Fort Hood em novembro último, o caso do  passageiro com uma bomba escondida em suas roupas íntimas  em um vôo aéreo nos céus de Detroit no  Natal,  e o complô para explodir Times Square, todos eles vinculados a adeptos de uma ou outra forma de Islamismo radical.

Simplesmente porque o presidente Obama faz uma equivalência moral entre a cultura americana e a cultura islâmica, não significa que ela exista. E, justamente porque o presidente e membros de sua administração insistem em que “o sistema funcionou”, ou que eles “estavam prontos no primeiro dia” frente a uma crise nacional, não significa que a crise esteja sendo administrada.

Uma  outra lição – para o presidente Obama e todos nos – é que a disposição de nosso presidente em relação a assuntos econômicos é, para simplificar, muito destrutiva. O presidente parece assumir, ingenuamente, que a criação da riqueza é tida como um fato garantido, e a grande questão em torno da economia é como essa riqueza será distribuída, e para quem. Obama parece também presumir que é assim com o caso do terrorismo islâmico e com as limpezas do vazamento de óleo; tudo que ele precisa é estipular  que alguma coisa é verdade e assim será.

Pense, por exemplo, na sua declaração em 27 de maio, quando ele disse que consideraria proibir todas as perfurações de petróleo no mar. Tal observação é compreensível porque ele sentiu a necessidade política de dizer algo, uma vez que a explosão inicial que desencadeou o vazamento aconteceu varias semanas antes, em 20 de abril. O presidente tinha uma urgência política em tomar uma decisão, com a intenção de parecer estar em controle da situação e ” lidando com essas questões”.

Mas preencher a carência política do presidente, poderia custar  dezenas de milhares de empregos na indústria do petróleo e outras afins, e ainda custar à economia dos Estados Unidos – especialmente aos estados da Costa do Golfo – centenas de milhões de dólares em rendimentos públicos perdidos. A tentativa de Barack Obama de fazer acontecer – através de palavras – uma solução para a crise do derramamento de óleo poderia terminar por exacerbar ainda mais, outra indesejável crise – a do desemprego e a de uma economia morosa – e ao mesmo tempo, não  fazer nada para conter o vazamento em si.

Da mesma maneira, o presidente Obama parece também não se importar com as tensões econômicas e diplomáticas que ele criou por causa de sua disposição, e de toda a sua administração, em relação a British Petroleum Corporation. No dia 3 de maio desse ano, Robert Gibbs, o secretario de imprensa do presidente, anunciou, na sua agora famosa entrevista coletiva, que Washington tinha uma “bota na garganta” da BP ou seja,  o pé no pescoço da BP. Isso foi, aparentemente, outra tentativa da administração Obama de aparentar estar “no  controle” e “lidando com essas questões”.

No entanto, a network de esquerda, MSNBC, recentemente estimou que as ações da BP tinham perdido 71 bilhões  de dólares de seu valor, em grande parte devido às ameaças do governo federal americano à corporação. Isso por sua vez, gerou uma reação contra Obama na Inglaterra, especialmente daqueles cujas pensões de aposentadoria estão investidas em ações da BP.

Isso ilustra uma das grandes tragédias da presidência de Obama: as mais ásperas, bravas e agressivas palavras de nosso presidente são geralmente direcionadas à empresa privada. É difícil imagina-lo clamando ter uma “bota na garganta” dos terroristas islâmicos, ou Irã, ou Coréia do Norte. Voltando aos seus primeiros dias de campanha presidencial, ele usava constantemente palavras cáusticas em relação aos negócios americanos, incluindo a indústria farmacêutica, a indústria automobilística e – é claro – as companhias de petróleo.

O mundo esta aprendendo uma lição extremamente dolorosa – uma lição sobre Barack Obama.

Tradução : CÉLIA SAVIETTO BARBOSA

24 junho, 2010 às 04:16

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Categoria: Artigos

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