Que pena o Chile não ter vencido! ; Pequeno texto apocalíptico; Dois pontos fora da curva ( General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva)

 Img_01072014_001o nosso povo após a eliminação do Brasil

 

Mas que azar não termos sido desclassificados pelo Chile!  Que maravilha teria sido a Copa haver acabado para o Brasil, e os jogos continuarem em nosso país somente com os estrangeiros. Que cenário! O povo ficaria em fúria. Jogos e mais jogos, e nós COMPLETAMENTE de fora .  A leitura popular é que estaríamos pagando a festa para os outros com os estádios caríssimos, a infraestrutura, e tudo o mais. Os ingressos para os jogos do Brasil estariam sendo vendidos a preço de banana. Teria sido humilhante – humilhação logo transferida para o ódio ao governo. Ao invés de bandeirinhas teríamos faces carrancudas nos carros.  As outras torcidas se divertindo prá valer nos dias de jogos, fazendo turismo, e nós com cara de otários. É impossível nomear todas as desgraças da derrota. Do exterior também viriam as críticas aos gastos espantosos, irresponsáveis que tivemos – o roubo escancarado. Sempre com um toque de ironia. Que desastre teria sido para o PT!  Tiveram sorte quando criaram o slogan “A Copa das Copas” porque ela está sensacional, acertaram na mosca.  Ah,  mas com o time caindo logo no início, de uma hora para a outra voltariam as manchetes das roubalheiras, desta vez com toda a vontade, sem nenhuma inibição. Muitos fatos, hoje guardados por não ser o momento  certo para serem divulgados, viriam depressinha para as manchetes. O Brasil teria dado um imenso vexame e tudo estaria liberado. A fortuna que custou a tal Granja Comary, essa Comissão Técnica com duzentos membros aonde só falta ter manicure, jogadores mimados, prepotência dos dirigentes, prepotência dos ladrões da FIFA. Seria divertidíssimo assistir a crucificação de várias figuras esportivas e políticas.  TUDO seria motivo de raiva. O povo ficaria de frente com a realidade brasileira como em poucas ocasiões,  incluindo o Mensalão. A Copa das Copas e o Brasil de fora!  Dilma ficaria abobalhada, sem saber o que fazer. Lula sumiria e ninguém conseguiria abrir a boca para explicar que “futebol é assim mesmo”.  O PT ficaria tentando se defender de todos os lados das críticas justíssimas e outras absurdas.  Hecatombe, esta é a palavra. Mas que azar  o nosso !!! 

 

Perder no jogo final, na decisão, nem de longe tem o mesmo impacto. O povo aceita. E se o Brasil ganhar a Copa ? A agressividade do PT vai ser algo nunca visto. E a Oposição voltará ao paupérrimo argumento de que  “Ganhar a Copa não resolve os problemas do Brasil” 

 

Não pode ser feito nenhum paralelo com os militares e a Copa de 70. Era no México,  eles não tinham nada a ver com isso, e se o Brasil perdesse logo no início nada mudaria. Zero impacto político, da mesma forma que a vítoria não significou coisa alguma fora do esporte.

 

Puxa, teria sido tão bom se o Chile tivesse ganhado… O prazer de continuar a ver os jogos e ao mesmo tempo sentir a raiva do povo contra a Copa-Governo.  Maravilha, mas…Deus não é brasileiro.

 

 

 

 

 

Um pequeno texto apocalíptico

 

Existe a chance de que poderemos sentir saudades destes dias que vivemos. Numa análise superficial sentimo-nos beligerantes em relação ao PT por conta do nosso bom gosto; nossa formação acadêmica; pelo fato de que são filo-comunistas; por razões éticas; pelo temor de que se perpetuem no poder e etc.etc.etc. Claro que todos os motivos que citei se encontram entrelaçados. O fato é que nossas vidas pioraram muito, indo desde o mal psíquico de nos sentirmos amarrados à enxurrada de fatos deprimentes que nos são bombardeados pela TV e jornais, até o trivial, como, por exemplo, a impossibilidade de colocar nossos carros nas ruas por conta dos 100% de aumento nas vendas dos veículos em espantosos 10 anos. Culpa da demagogia do governo e parte do plano de reinar ad eternum – que são a mesma coisa. Reinaldo Azevedo e outros foram ameaçados por listas de “inimigos do regime”. Por enquanto não parece nada perigoso. Por enquanto.  Eu, mesmo reconhecendo a minha pouca importância nesse contexto, ( ou nenhuma importância) sei que posso me dar muito mal se os soviets vierem a funcionar, se a imprensa for censurada (será em cascata crescente até o insuportável)  e, SOBRETUDO E PRINCIPALMENTE –  se o exército se tornar o braço armado do PT. A minha experiência nesse campo continua muito viva para que eu não leve a sério o que está se passando.

As listas de vingança, na falta de um exemplo melhor, e guardadas as imensas proporções, seriam feito aquelas que circularam em Saigon quando os norte-vietnamitas se aproximavam. As pessoas seriam assassinadas. Aqui seria alguma coisa como perder o emprego, sofrer processos e humilhações.

Uma das manifestações do inconsciente coletivo dos oposicionistas, na mídia e principalmente na internet, é a de que todos se julgam seguros sem saberem exatamente porque, além de ainda existir um estado de direito. Tentando me fazer entender: O PT, em virtude de suas origens, é algo que estava no index das Forças Armadas até pouco tempo. Lula disse que se tivesse sido eleito, derrotando Collor, não governaria, ou teria que fazer uma revolução. Essa imagem do PT no poder como um acidente de percurso, PORQUE contraria às convicções básicas dos militares, ainda permanece nas pessoas, embora intelectualmente reconheçam que ele está aí e provavelmente vai continuar por mais doze anos. Todos os descalabros, e roubalheiras encaixam-se nessa visão cujo realismo aparente é minado pelo inconsciente. Reconhecem o PT – outra vez – intelectualmente, mas não emocionalmente. As duas palavras aqui colocadas têm sentido psíquico-analítico.

O que fortalece o quadro, como eu disse, são as Forças Armadas. O golpe militar, que os petistas insistem em colocar em pauta todos os dias, alimenta em nós a sensação não detectada de que existe alguma coisa acima da contingência que vivemos. Sem se dar conta, o petismo acerta em duas frentes : desmoraliza mais e mais os militares ( depois de perceber que definitivamente não reagem) e, como eu disse, alimenta em nós um comportamento vindo do inconsciente,  e, sem nos darmos conta, passamos a acreditar que existe alguma coisa acima do PT, alguma coisa que poderia se manifestar impedindo que o país se incline definitivamente para o socialismo cabôclo.  Também não se pode descartar a hipótese de que a insistência do PT em bater na tecla do golpe, não seja apenas revanchismo, mas também o medo de que ele volte a se repetir.

A realidade vai ser dura quando descobrirmos que, após a intervenção nas escolas militares, em curtíssimo prazo os tenentes e capitães se tornaram petistas. Em sequência, os oficiais superiores. Os oficiais generais são nomeados pelo presidente. A ficha vai cair, mas não com aquele pequeno tilintar, mas com estrondo. Vamos descobrir que temos que calar a boca, porque estaremos num regime que pode ser muito parecido com o que existe na China. Os  bolivarianismo seria apenas parte das mudanças.

Tudo caminha para a ditadura. Comenta-se diariamente na mídia. Não podemos esquecer que o Supremo já é petista na maioria de seus ministros e vai ser petista na totalidade – ainda neste governo da Dilma (?). Uma oposição corajosa moral e fisicamente não existe. A probabilidade maior é de novo mandato petista seguido possivelmente da volta do Lula em 2018. Talvez estejamos na estranha encruzilhada : ou Aécio ou “a modernização do comunismo”.

 

 

DOIS PONTOS FORA DA CURVA

General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva

Professor Emérito e ex-Comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

 

 

Meu comentário:  O general poderia ter dito a respeito da “interferência do governo no ensino das escolas militares”  :  “Esperamos que os comandantes das Forças não permitam”. Afinal ele é da reserva. O que se passa ?

A jornalista Miriam Leitão move uma permanente campanha pela punição dos agentes do Estado que derrotaram a luta armada, sendo seu alvo principal os militares. No momento, ela procura ampliar os horizontes da campanha, de modo a motivar a interferência do governo no ensino das escolas militares, impondo-lhes a revisão facciosa da História do Brasil, particularmente a dos anos 1960 e 1970. Em sua visão distorcida e embotada pelo preconceito contra as Forças Armadas, jamais procurou conhecer o sistema de ensino militar, que prepara jovens para o exercício da cidadania cívica e patriótica. Pretende, ainda, que as Forças Armadas peçam perdão por excessos eventualmente cometidos contra os grupos armados socialistas revolucionários e totalitários nos anos 1960-1970.  

Em recente entrevista com o Ministro da Defesa, Miriam Leitão propôs a imposição da bibliografia oficial do Ministério da Educação (MEC) no ensino da História do Brasil nas escolas militares. Mas desde quando a versão chapa branca da história da luta armada no País, transmitida em escolas civis com aval do MEC dominado por socialistas, corresponde à verdade? O Ministro da Defesa concordou com a proposta pelo simples fato de ser filiado ao PT, partido integrante do Foro de São Paulo, pois ela contribuirá para a disseminação da ideologia socialista na juventude militar. Ou seja, a campanha vai ao encontro da estratégia de imobilização das Forças Armadas, promovida pelo segmento majoritário do PT, que dita a pauta política do governo e cujo propósito é implantar o socialismo no Brasil, ideologia assumida publicamente pela Presidente da República[1].

Seria falta de bom-senso, se não fosse proposital, transformar o ensino militar tomando como base um sistema público falido em termos de organização, disciplina, eficiência e valores, que vive em greve em grande parte do ano letivo, e cuja cabeça é exatamente o MEC. Um sistema onde a cola é tolerada e o professor, desprestigiado, ameaçado e agredido por alunos, não tem autoridade moral, seja por não ter respaldo de seus superiores para exercê-la seja por não dar exemplos de cidadania. São escolas onde não há segurança física para os alunos, pois eles se agridem, se ferem e, às vezes, se matam ou são assediados livremente por drogados e traficantes. Um sistema onde as escolas são imundas, pichadas e os equipamentos estão danificados e sem manutenção, pela falta de cuidado gerencial e de educação de uma juventude sem freios. No ensino superior, vândalos travestidos de estudantes invadem e depredam instalações, violam direitos humanos e intimidam a docência e a direção das universidades e faculdades. Com essas credenciais, organizados em grupos ideológicos, pretendem impor as condições de gestão do meio acadêmico, bem como tornar campusuniversitários territórios livres para drogas, abusos e outros desvios de conduta. Estudantes que violam a dignidade de calouros em trotes violentos e desmoralizantes, sendo seus responsáveis, via de regra, perdoados quando o tema sai da mídia.

É essa matriz de falta de civismo, de ética e de valores, é esse modelo de indisciplina, de desrespeito aos direitos humanos e de reconhecida ineficácia como sistema de ensino que Miriam Leitão, cega pelo ódio revanchista, e certas autoridades, como estratégia gramcista para implantação do socialismo no País, pretendem transportar para o ensino militar. Logo o ensino militar, referência nacional e internacional, onde não ocorre nenhuma das mazelas que ponteiam o meio estudantil subordinado ou ligado ao MEC. As escolas militares dignificam o ser humano e preparam uma juventude sadia de corpo e espírito, ciente de suas responsabilidades, direitos e deveres na construção do futuro do Brasil. Ora, dona Miriam Leitão, seu discurso não convence a ninguém que tenha um número mínimo de neurônios funcionando normalmente.

Quanto às Forças Armadas de hoje não serem como as dos anos 1960 e 1970 e, assim, deverem pedir perdão por abusos cometidos na repressão à luta armada, a resposta do Ministro não considerou a secular cultura organizacional das Instituições castrenses e o perfil psicológico do militar brasileiro. Por outro lado, a autoridade pode ter preferido não manifestar claramente sua opinião por outros motivos.

Foi o Brasil que evoluiu e as Forças Armadas evoluíram com ele, o que não as obriga a sepultar princípios, ideais, crenças e valores fundamentais. Portanto, se ainda forem fiéis aos anseios e interesses da Nação, esta sim senhora absoluta de sua lealdade, elas a defenderão contra ameaças sejam quais forem e venham de onde vierem. Além disso, se ainda prezam o sagrado compromisso com sua história, tradições, companheiros e chefes do passado, sem ferir preceitos legais, não abandonarão os que “na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se opor a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia”[2], diante da injustiça contra eles em andamento, a partir das investigações unilaterais da Comissão da Verdade, ao arrepio da lei que a instituiu.

Quanto ao pedido de perdão, para não haver hipocrisia, falsidade e facciosismo, sugiro cobrá-lo do PCB, PCdoB e dos membros dos antigos grupos armados revolucionários, isto é, dos ex-guerrilheiros, hoje anistiados e em importantes posições na sociedade. Eis os que deveriam pedir perdão pela tentativa violenta de implantar um Estado totalitário socialista; pelo terrorismo, sequestros, torturas e execuções que, direta ou indiretamente, resultaram em centenas de vítimas entre agentes da lei e cidadãos comuns; bem como pelo atraso na redemocratização do Brasil, fruto de sua aventura irresponsável, liberticida e deletéria. Eles não têm legitimidade para fazer essa cobrança de quem os derrotou e anistiou ao invés de promover um banho de sangue como eles fariam, pois assim foi o desfecho dos conflitos onde o socialismo venceu, a exemplo de suas matrizes diretoras soviética, chinesa e cubana.

 

 

 

 

2 julho, 2014 às 20:53

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Categoria: Artigos

Comentários (3)

 

  1. Marco Balbi disse:

    Ótimo! Estou divulgando!

  2. Sergio Schickler disse:

    Claúdio,

    Aqui é o filho do Samuel Schickler, que foi lhe visitar uma vez em Santa Tereza na ocasião do meu retorno do Iraque.

    Parabéns pelo seu site e pela coragem de publicar artigos que muitos não o fariam.

    Se possível, lhe peço para entrar em contato comigo no endereço de email acima.

    Muitos abraços,

    Sergio

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