Chegou o momento da decisão para os habitantes da ilhas Falklands (Malvinas para a Esquerda)

Eles vão escolher estes insígnes estadistas da foto abaixo, símbolos da pureza e liberdade,
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ou então o horror da tirania, claramente visualizada aqui:
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Mais uma das grandes mentiras esquerdistas dos nossos tempos:  A Folha de São Paulo publicou matéria de Sylvia Colombo :

Malvinas, a eterna novela, …” 

“A pacata população das ilhas Malvinas (Falklands para os britânicos) vai às urnas domingo responder se prefere seguir sob domínio britânico ou se quer rediscutir seu status. O resultado é previsível, e a adesão à Inglaterra deve predominar”…..

 

 

 

Minha cara, o nome das ilhas é FALKLANDS, há 190 anos! Esse negócio de colocar assim: ilhas Malvinas (Falklands para os britânicos) está errado. É desinformação. Quando muito deveria ser o inverso: ilhas Falklands (Malvinas para os argentinos). E a manchete “Malvinas, a eterna novela…” é outro engano. Não existe nenhuma novela. Trata-se apenas de um desses problemas loucos criados pelo patriotismo tacanho, machista, de um país de famosos caudilhos. O mapa mundi de hoje seria irreconhecivel se fossem aceitas as demandas de povos que 190 anos atrás tiveram a posse de algum lugar. O México teria direito a um terço dos Estados Unidos. A Europa seria diferente. E note-se que a Argentina esteve por aquelas bandas apenas por uns míseros 13 anos.

As ilhas serem argentinas é uma mentira aceita, endossada, por alguns dos nossos inteligentes amigos. Não chega a ser do tipo mentira sagrada, mas mesmo assim não é bom conversar com eles a esse respeito porque pode ser que o terreno esteja minado pela lavagem cerebral, o que leva à implicações psíquicas que procuram inconscientemente evitar. As “verdades” já solidificadas não podem ser abandonadas. Não estou exagerando, nem sendo melodramático. De fato, se for penoso, é função do cérebro proteger as pessoas do contato com uma nova realidade, principalmente se as convicções foram adquiridas na juventude. É muito dificil, por exemplo, deixar de considerar um crime a bomba atômica lançada em Hiroshima, mesmo que os fatos comprovem que foram poupadas, por baixo, 11 milhões de vidas. Mais modernamente, temos entre os tabus mais cultuados  ” o erro da invasão do Iraque”.

Fiz, por e-mail,  a seguinte brincadeira usando o “politicamente correto” racial:  Perguntei para um amigo, expoente nacional em uma matéria de Ciências Humanas:  ” Quem você escolheria para namorada, sem poder ver nenhuma das duas, e sabendo que ambas tem a mesma idade, a mesma altura, e o mesmo grau de escolaridade: uma dinamarquesa, ou uma nigeriana ?”  A resposta foi :” Claudio, você é a pessoa mais politicamente incorreta que conheço, e isto é um elogio!” Claro que ele jamais me responderia,  principalmente por escrito.    Mas, sabemos muito bem qual seria a escolha.  E, caro leitor, se você ficou chocado com a pergunta, ainda não faz parte do seleto grupo dos que se recusam a serem zumbis.     

 

 

 

 

 

 

Em 2102 viajei para aquelas lindíssimas ilhas. Comemoravam-se os 30 anos da derrota argentina. VEJAM MEU ARTIGO, ESCRITO EM 21/06/2012.

 

Viagem para as Falklands

 

Fotografias: Claudio Mafra

 

 

Em maio de 1982 eu estava na casa de Miro Teixeira aonde se discutia se ele deveria se candidatar ao Senado, ou ao governo do Rio. Tive a atenção desviada para uma mulher que circulava entre as pessoas apresentando uma folha de papel que era imediatamente assinada. Falava muito baixinho, e caminhava curvada para não atrapalhar a visão dos que acompanhavam o debate. Quando chegou minha vez, perguntei :  “O que é isso ?” Ela sussurrou: “ Uma declaração, um abaixo-assinado protestando contra a Inglaterra por causa das Ilhas Malvinas”. Respondi mais baixo ainda: “Eu sou a favor da Inglaterra , a favor da guerra para que ela recupere as Ilhas.” Pano rápido.

 

Bem, a invasão argentina havia sido em 2 de maio, e por aqueles dias a esquadra inglesa já estava em alto mar dirigindo-se para o combate. Navegava lentamente para dar tempo às negociações do Secretário do Departamento de Estado do presidente Reagan, general Alexander Haig.   O general procurava desesperadamente evitar o conflito, e  fazia uma extenuante ponte aérea, viajando sem descanso para se encontrar com Thatcher, Reagan e o general Galtieri. Eu torcia para que ele fracassasse. Muitas vezes temi que se chegasse a um acordo, mas hoje sabemos que era impossivel devido à intransigência de Galtieri, que por duas vezes se apresentou bêbado para conversar com Haig.

 

Fiquei impressionado com o comportamento da nossa esquerda. De uma hora para a outra o ódio contra os Estados Unidos e Inglaterra se sobrepunha ao costumeiro horror pela “cruel ditadura militar na Argentina”.  Falava-se em americolatinidade, em colonialismo britânico, e outras bobagens e anacronismos.  NINGUÉM disse uma palavra a respeito do que pensavam os ilhéus. Um fenômeno revelador do mais completo totalitarismo. Os que seriam diretamente afetados não tinham o direito de expressar sua opinião. É assim até hoje. Publica-se que o primeiro-ministro inglês insiste em que se ouça a vontade dos que moram nas ilhas, mas é somente a notícia porque  a mídia não pode prescindir dela. Não se vê um mísero comentário de apoio entre articulistas e editorialistas. A grande maioria está do lado de Cristina Kirchner, e os que discordam preferem ficar calados.

 

Trinta anos depois viajei para as Ilhas. Comecei com o trecho S.Paulo – Santiago do Chile ( 3 horas e 15 minutos),  depois Santiago até  Punta Arenas ( 3 horas), e com mais 1 hora e meia  o avião da LAN cruza o espaço aéreo argentino e aterrissa em Port Stanley,  a capital das Falklands. (Cristina Kirchner andou ameaçando proibir essa travessia). O lugar é lindíssimo. Darwin disse ser uma paisagem desoladora, mas no sentido de “desolação magnífica”. Grandes braços de mar entrando pela terra adentro, ninguém no horizonte, estradas pavimentadas com cascalho, cidades que de fato são apenas três ou quatro casas, a sensação de liberdade, de amplidão, a maravilhosa solidão que nos remete para um sentimento profundo de espiritualidade. Aluguei um Mitsubishi 4X4  ( 40 libras por dia , 120 reais) e rodei confortavelmente centenas de quilômetros.

 

A população das ilhas não ultrapassa 3.500 habitantes. Visitei  os campos de batalha, os cemitérios argentino e inglês, adorei Stanley a beira-mar, um primor de cidadezinha com suas casas coloridas e o tipo de comportamento humano que só se encontra em pequenos vilarejos inglêses. Assisti  com grande emoção e alegria ao culto na igreja anglicana do século 19, cantei os hinos, vi as crianças brincando entre os corredores durante o sermão, a simplicidade das famílias como se fossem peregrinos em comunhão com Deus, os corações leves, o coro de meninos e suas lindas vozes. Depois de terminada a cerimônia vieram o pastor e diáconos me cumprimentar, felizes pelo visitante inesperado que mal disfarçava estar comovido. Fui convidado para chá e bolinhos, na parte de trás da igreja.

 

Existem dois hotéis, o Malvina e o Waterfront, além de muitas guest houses. O Malvina ( que nome!) é o melhor – diária de 120 libras. O ambiente é típicamente britânico, mas as camareiras são chilenas. Argentinos não são bem vistos, é claro. Depois de escaparem do pesadelo, a última coisa que os ilhéus desejam é a companhia de um deles. O perigo de outra invasão é nulo. O terrivel pronunciamiento de Galtieri: “os habitantes das ilhas encontram-se agora sob a proteção da bandeira argentina”, está definitivamente enterrado. Foi construído um quartel imenso aonde supõem-se estejam 1.800 soldados britânicos. Além disso, me contaram que estava chegando um super destroyer com capacidade de fogo como nunca se viu igual no extremo-sul das Américas.

 

A vitória não foi tão fácil. Muito pelo contrário. Os aviões argentinos estavam apenas a 600 km de seus campos de pouso, e podiam bombardear a frota britânica, dar meia volta, e se reabastecer para novo bombardeio. Enquanto isso os inglêses tinham que desesperadamente proteger dos misseis francêses Exocets seus dois porta-aviões, o Invincible e o Hermes,  caso contrário ficariam sem aviação no teatro da guerra, tornando impossivel o desembarque das tropas. Seus bombardeiros de longo alcance vinham de muito longe, das Ilhas Ascenção. A invasão aconteceu no dia 2 de maio ( a ilha Georgia do Sul também foi invadida), e a rendição do general Menendez em 18 de junho. Não vou descrever a batalha. Dois movimentos políticos me parecem particularmente importantes. Margaret Tatcher conseguiu do presidente socialista francês, François Miterrand, a suspensão da venda de Exocets para o Peru, porque certamente iriam parar em mãos argentinas, e  o Chile, do general Pinochet, ajudou a Inglaterra através de seus serviços de Inteligência  (Um dos fatos mais impressionantes da guerra foi o afundamento do novíssimo destroyer britânico, o HMS Sheffield, por um Exocet lançado de um caça argentino).  O governo Reagan, cuja indecisão em cooperar irritou Tatcher, forneceu coordenadas sobre a localização de navios argentinos. Os detalhes ainda são considerados segredos de estado americano.

 

Para alguns esclarecimentos sobre o atual movimento a respeito de se entregar as Falklands para a Argentina o leitor pode clicar em cima dos títulos dos artigos:  Os fascistas ganhadores do prêmio Nobel da Paz que apoiam a Argentina    ,   O Grande General Pinochet ( Margaret Thatcher)  .

 

Existem duas praias lindas, de areias branquíssimas, em porto Stanley. Infelizmente uma delas foi tão minada pelos argentinos que se tornou impossivel entrar na água. Parece que as marés impedem a completa desativação das minas. Mas são tantos os lugares bonitos que não precisamos lamentar a perda deste. A última novidade é que os habitantes das Falklands  resolveram realizar um referendo no primeiro semestre de 2013. Com isto esperam acabar de uma vez por todas com a história de que seus sentimentos em relação à Argentina estão divididos. Não será surpresa se alcançarem 100% a favor de continuarem súditos de Sua Majestade, a menos que algum desajustado social decida por um voto de protesto.

 

 

 

Port Stanley
  O hotel Malvina
Placa com nome de soldados inglêses colocada no monte Tumbledown, lugar do último combate, já pertinho de Port Stanley.
Um ponto de resistência dos argentinos no monte Tumbledown
 
 
 
 O cemitério argentino
O dificil ponto de desembarque inglês.
O monte Tumbledown, onde os argentinos sofreram sua última derrota. O general Menendez assinou a rendição incondicional
cemitério inglês com vítimas militares e civís
o cemitério inglês ao lado do ponto de desembarque de suas tropas
o imenso quartel britânico

 

 

 

11 março, 2013 às 01:49

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Categoria: Artigos

Comentários (2)

 

  1. Felipp Frassetto disse:

    Claudio,
    Especificamente sobre a rendição argentina, sempre tenho lido que, por insistência do general Menendez, a palavra “incondicional” foi retirada do texto da rendição.
    Tudo bem, claro que é um mero detalhe para o efeito que teve.
    Mesmo assim, acho que não seria correto dizer que ele o fez, não?

    Abraço!

    • claudiomafra disse:

      Você tem toda razão. O Major-General Moore aceitou o pedido de Menendez. Vou retirar a palavra do texto. Obrigado pela correção. abraço Chamou-me a atenção a assinatura de Menendez após a palavra East Falkland. Isto deve-se, presumo, ao fato de primeiramente ele haver manifestado o desejo de não render-se neste lugar, seguindo ordens de Galtieri. O General Moore não concordou e sua assinatura no texto naquele específico local, além da outra no final do documento, com certeza deve-se a isto.

      Instrument of Surrender

      I, the undersigned, Commander of all the Argentine land, sea and air forces in the Falkland Islands1 surrender to Major General J.J. MOORE CB OBE MC* as representative of Her Britannic Majesty’s Government.

      Under the terms of this surrender all Argentine personnel in the Falkland Islands are to muster at assembly points which will be nominated by General Moore and hand over their arms, ammunition, and all other weapons and warlike equipment as directed by General Moore or appropriate British officers acting on his behalf.

      Following the surrender all personnel of the Argentinian Forces will be treated with honour in accordance with the conditions set out in the Geneva Convention of 1949. They will obey any directions concerning movement and in connection with accommodation.

      This surrender is to be effective from 2359 hours ZULU on 14 June (2059 hours local) and includes those Argentine Forces presently deployed in and around Port Stanley, those others on East Falkland, (Menendez’s signature) West Falkland and all outlying islands.

      [Menéndez’s signature] Commander Argentine Forces
      [Moore’s signature] J. J. MOORE Major General
      [Pennicott’s signature] Witness 2359 hours 14 June 1982

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