Tópicos; Quem disse: ” Afirmar que os militares deram um golpe para preservar a democracia é, obviamente, uma tolice” ???

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Merval Pereira ( O Globo) continua sua trajetória de escrever bobagens. Vejam:

 

“A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de decretar o cumprimento
imediato das penas daqueles crimes aos quais não cabem mais embargos
infringentes faz com que a sociedade possa voltar a ter confiança no
nosso sistema jurídico.”

A sociedade não tem a menor confiança no nosso sistema jurídico, Merval! E o “possa voltar a ter” implica em que já teve confiança. São décadas de desmoralização que determinaram a completa descrença no Judiciário. Em que país esse cara vive? Com quem ele conversa para tirar essas conclusões ? Com o chofer de taxi, o balconista, o verdureiro é que não pode ser. Com o pessoal da redação? Com seus colegas da ridícula Academia Brasileira de Letras no cházinho das cinco? Fico curioso em saber de onde tira esses delírios.

 

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Clinton foi filmado desembarcando do helicóptero na Casa Branca com um livro do Paulo Coelho debaixo do braço. Agora temos John Kerry, Chefe do Depto. de Estado do moleque Obama. Ele citou o  picareta no plenário da Organização dos Estados Americanos (OEA). E vejam a profundidade do “pensamento” escolhido: “Quando menos esperamos, a vida coloca diante de nós um desafio para testar nossa coragem e nossa vontade de mudança” PQP!  Como essas pessoas podem ser tão burras ?  Esse sujeito ficou quaquilionário escrevendo besteiras que deveriam ser digeridas unicamente por donas de casa de classe média para baixo.  E os homens mais importantes do mundo lêm Paulo Coelho!  Imagino que no dia em que decidiu escrever seu primeiro livro pensou friamente na maneira de enganar as pessoas mais crédulas. Como fazer dinheiro aplicando um golpe. Deve ter sido um choque quando percebeu que havia descoberto uma mina de ouro, e que até o presidente dos USA era seu leitor.

 

Correspondência com alguns intelectuais.

Um oficial das Forças Armadas enviou-me um dos textos do R.Azevedo:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-exumacao-de-jango-em-vez-de-pensar-em-2064-pais-se-volta-para-1964-vamos-aplaudir-um-seculo-de-atraso/

 Respondo:


Caríssimo, como é que vc ainda aguenta esse cara? Tudo de interessante que ele diz perde-se imediatamente na sua auto-suficiência arrogante e pretensiosa : Afirmar que os militares deram um golpe para preservar a democracia é, obviamente, uma tolice(que está escrito no artigo sobre o Jango, que vc me enviou). Quantos anos ele tem ? O que ele viu ? Sim, porque já deu a entender várias vezes que viveu a história da ditadura militar na carne – heroicamente, é claro. Julga-se um gênio e não percebe o alcance do primarismo na ofensa :“obviamente, uma tolice”. Com que direito esse pavão diz isso? Somos tolos, então ? E do pior tipo, aquele que não percebe o óbvio. Reinaldo escreve muito bem e é altamente informado por estar ligado à VEJA, que possui um bom jornalismo investigativo. Mas não consegue esconder seu totalitarismo, que faz de sua agressiva hostilidade à corja petista o caminho da “embriaguês do sucesso”** Ele  desfila freneticamente aplaudido por admiradores,discípulos, e macacas de auditório.

** título em português do filme Swett Smell of Sucess


 

 

A intervenção de outro amigo:

Caro Mafra,

A afirmação ressaltada por você também me incomodou pela ligeireza, pelo apego ao formalismo estreito e ignorância do contexto histórico. Mas o pavão se salva pela resistência ao petralhismo. Aliás, ele reivindica, erradamente, a cunhagem do termo.

Abçs

 

 

Eu respondo:

Caríssimo, sei que estou ficando chato com essas críticas constantes ao Reinaldo, mas o problema é que penso, diferentemente de vc, que é sério o que ele vem escrevendo. Vc chama de “ignorância do contexto histórico, ligeireza, apego a um formalismo estreito”, como se fosse algo secundário, perdoável. A posição de estar contra o golpe militar, e ainda por cima mostrar freudianamente que não gosta de quem é a favor, é algo grave. Para mim, é muitíssimo importante. A equação não fecha, entende? Ser contra o PT e ser a favor dos american liberals ao mesmo tempo é normal, mais do que comum. Mas, detestar obsessivamente o PT e também mostrar raiva (ele mostrou) e intolerância com os “tolos” que defendem o golpe é estranho. O que aconteceu em 1964 é o começo da história para aqueles que conseguiram abrir os olhos. Acreditar no golpe é o renascimento para quem foi de esquerda. NÃO acreditar até hoje que todos os motivos necessários para uma clássica intervenção militar estavam sobre a mesa, que o manual (correto) da luta anti-comunista exigia o golpe É SER antigo, antiquado, anacrônico, desinformado, é passividade psíquica ante a imposição de uma mentira vinda da lavagem cerebral esquerdista. Uma mentira criada pelos… (isto é otimo!) russos!!!

  

Compartilhei com vários amigos nossos a euforia por termos FH como presidente. Foi um engano,mas hoje vejo que fêz parte da nossa própria evolução política. Descobrimos que ele é uma fraude em termos de que continua esquerdista, continua a favor da Petrobrás, não é o homem de caráter que imaginávamos. É frívolo, vaidoso, incompetente, jamais o estadista que eu, por exemplo, supunha que fosse. Ajudou o PT a se tornar tão poderoso.O assunto é longo e paro por aqui.

 

A importância do Reinaldo é inquestionável. Transformou-se no maior porta-voz antipetista do país. Por isso mesmo não estou disposto a entrar em outra fria quando ele dá sinais claros de que uma coisa são os petralhas (é contra) outra o tucanato paulista ( é a favor), e outra sua posição quanto ao esquerdismo light ( é a favor). Ou isso, ou desonestidade intelectual. Eu o vi em palestra no Clube Militar e fiquei impressionado com sua demagogia e arrogância. Pontificava, falava a respeito do que não entendia, puxava o saco dos milicos, dava um show. Foi muito aplaudido.  Fiquei com pena dos velhos generais e coroneis na platéia. Naquela época, se me lembro bem, ele ainda questionava se aceitava, ou não, o golpe. Afinal, veio a definição:
Afirmar que os militares deram um golpe para preservar a democracia é, obviamente, uma tolice. A fragilidade psíquica dos militares é tanta que acredito que mesmo depois dessa barbaridade ainda possa ser convidado para novas palestras e debates.

  

Não sou leitor do seu blog. Leio o que me enviam, ou então passo por lá quando preciso saber de uma coisa específica, que foi o caso dos cachorrinhos Beagles. Sua posição no assunto me deixou puto. Ele mostrou-se exatamente como é: um puro brazuca, mas com um ótimo polimento. Não foi capaz de enxergar que um país pobre não pode torturar cachorrinhos em nome de altas pesquisas porque não vai descobrir coisa alguma. Não percebeu que se tratava de outra trampolinagem. Vc distribuiu meu segundo artigo sobre o tema e alí não constava minha posição expressa antes, no primeiro: Se é para torturar animais em nome da ciência, que esta tarefa horrivel seja exclusiva dos países que têm condições reais de pesquisar e descobrir. Para um cara que se dedica full time a mostrar as armações, as roubalheiras, as burrices do governo, descer o porrete em cima dos que salvaram os Beagles foi um atestado de que seu mundo é muito pequeno, muito medíocre, falta-lhe cultura.

 

Alguém me perguntou porque mudei de opinião com respeito a ele.
Acho que já respondi no texto acima. Acrescento que pessoalmente não tenho nada contra. O gajo publicou matéria minha do Estadão e me atendeu muito bem por telefone quando me propus a trabalhar em sua revista.

  

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A falta de matemática leva ao bombardeio de asneiras a que somos submetidos dia e noite. De um modo geral os formados em Humanidades perderam o encadeamento lógico que o raciocínio matemático traz. Resultado: acreditam em tudo que lhes é imposto pela mídia, tornaram-se veículos propagadores dos pensamentos esquerdistas, que ao lado dos jornalistas aprenderam nas faculdades. Não se preocupam em saber se os fatos são verdadeiros, mesmo quando a versão apresentada é um chute no bom senso. “O presidente Bush errou quando invadiu o Iraque”. Pronto, é isto mesmo e estamos conversados. Trata-se de uma unânimidade, não existe uma semana em que essa afirmação, apresentada de formas as mais diversas, não apareça em nossos jornais. Tornou-se a base para criticar o ex-presidente, tornou-se a base para inúmeras teorias de como tratar a questão do Oriente Médio e do terrorismo. E ninguém, buscando o contraditório,  procurou ler alguma coisa a favor da intervenção naquele país. Está colocado como “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe”. E seguem em frente, felizes e cegos, manipulados até a morte. É um fenômeno único, característica marcante de nossos tempos, já que as vítimas  são de um universo o mais amplo possivel: desde o povão ate os que possuem o mais alto nivel de escolaridade. E normalmente – antes de nos tornarmos escravos do politicamente correto e da relatividade – acreditar que foi um erro a invasão do Iraque, seria de uma burrice sesquipedal, alguma coisa que aquele aluno atrasadão que se sentava nos últimos bancos da classe escolar, trazia de casa, opinião dos seus pais semi-analfabetos.

 

 

Um amigo entra no debate:   

Ninguém está dizendo que a matemática é inútil, mas há coisas que, embora possam ser tratadas cientificamente, não são matematizáves 

 

 Respondo: 

Sim, eu entendi muito bem, e se existe alguém que acredita no “não matematizável”, é o seu amigo. Por exemplo: Jango tinha sérios problemas políticos porque mancava de uma perna. Não tenho a menor dúvida. O psiquismo é uma das fontes mais confiáveis na minha visão dos fatos.Paralelamente, o determinismo histórico, negando o papel do homem na História, é uma das maiores bobagens inventadas por Marx. José, irmão de Napoleão, e por ele imposto rei da Espanha, disse assim, antes da cerimônia de coroação: ” Puxa, e se a mamãe visse a gente agora, hein ?! É isso, nada na cabeça das pessoas tem a seriedade que imaginamos. Konrad Lorentz, o prêmio Nobel, disse que ao abrir a porta da cabana para um amigo, lá no fim do mundo, a primeira coisa que este disse foi: ” Espero que ainda exista um menino dentro de você”

 

Eu apenas disse que está faltando matemática no mundo, e quanto menos matemática mais a pessoa é puxada para a esquerda. Também estamos tomando conhecimento -faz pouco tempo – que os governantes descobriram que o ensino da matemática é fundamental para o desenvolvimento de um país. Perceberam a saturação, o desgaste, o excesso de formados em Ciências Humanas. Bush fêz um discurso que eu assisti ( não sei se foi o mesmo do “somos viciados em petróleo”) em que falava da necessidade de aumentar o ensino da math nos USA.

  

Outro comentário:  

Claudio: alguém tem dúvida de que o Mantega é uma sumidade em matemática aplicada à economia? e de que sua chefa, Dona Dilma, domina o cálculo e a econometria com grande proficiência?

Sobre o Bush filho, sempre o imagino como aluno. Não tem um ar inteligente, senão o ar de que “estou-me esforçando, mas não entendo patavina do que o Sr. está falando”… o mesmo ar do Mantega. Vejo-os na primeira fila, alunos esforçados, mas… A Dilma seria aquela aluna que gosta de intervir, para dizer coisas abstrusas, frases sem nexo, levando a nenhum lugar, mas se achando. Depois, sairia da sala, para conspirar no corredor, que esse negócio de aula é muito chato.

 

 Outro leitor: 

E, Bush tinha título por Yale e fez mestrado em Harvard. E era piloto de caça supersônico, o que demanda muita física e matemática e exige na prática a demonstração de que entendeu o professor. Já o seu queridinho Obama se diz aluno em turmas onde ninguém se lembra dele e só demonstrou ser um exímio leitor de teleprompter.Ab

 

 

Respondo:

Caro amigo,  não foi esse o aspecto da matemática que eu abordei. Às vezes escrevo como se a pessoa lesse o meu blog, e assim me perco, pois sem querer estou dando continuidade a alguma coisa que já escrevi.Mantega, Dilma, e os petistas em geral são nulidades em qualquer ciência. Isto é a regra. Aliás, Economia é tão dificil que eu não me atrevo a abrir a boca para comentar nada. Respeito o Malan e mais uma meia dúzia. O Krugmann, por exemplo, acho um idiota perfeito e acabado – além de ser um sujeito desonesto. É um exemplo do prêmio Nobel político, que antigamente se restringia unicamente aos de Literatura e da Paz. Hoje é possivel darem o de Física para um moçambicano que na prestigiada Universidade de Maputo fêz uma palestra sobre a velocidade da luz – relevando o fato que durante todo o tempo insistiu em que ela se expande a 1.300 km por hora.Bush, definitivamente é passado, vc não conseguiu entendê-lo. Confunde incompetência com sua dificuldade em se expressar de modo simpático, atraente, articulado. Prefere a calamidade que hoje ocupa a Casa Branca, o Manchurian Candidate. Isto é uma lástima. Optou em acreditar nos jornais brasileiros, na CNN e no NYTimes. Gosta dos Liberais e detesta os Republicanos. Acredita que Obama tem razão quando acusa os conservadores de estarem destruindo os USA por motivos ideológicos. Não aceita discutir a hipótese de que a radicalização ideológica veio justamente de um homem mentiroso, radical no pior sentido, de um demagogo maior do que Clinton.

 


Desconfio que vc acredita que não havia armas de destruição no Iraque, que foi burrice de Bush derrubar Saddam, que Guantânamo é um abuso anti-democrático, que os soldados americanos levaram uma surra no Vietnam, que é preconceito ter mais medo de um negro do que de um branco, se um deles vier para cima de seu carro na noite, alí no arco da Lapa. Nada disso está de acordo com sua imensa inteligência, é a minha mais humilde opinião.

 

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                                                 a imagem somos nós

 

Outra intervenção:

Clàudio: já brigamos muito por essas coisas. O que não entendo é você negar, aos que chama com desprezo liberais, o direito de brigarem por suas concepções. Afinal, o país deixou há muito de ser aquele dos peregrinos do Mayflower. Trouxe os escravos. Recebeu milhões de imigrantes, boa parte com perfil bem diverso do dos fundadores: irlandeses, italianos, gregos, depois os milhões de latino-americanos. O catolicismo tornou-se uma opção religiosa relevante. Pode não lhe agradar, mas é esse o país que lá se criou e que quer, também, se expressar. Não é um país apenas para os fanáticos do Tea Party. Numa nota sua de outro dia você simplesmente parece querer negar a esse grosso componente da população, que os liberais querem representar, a legitimidade de seus pleitos. Ora, não é por aí.

  

Sobre o Bush, que o Ricardo defende mais do que você, simplesmente não acredito ter sido ele bom aluno. Ser de Yale não implica isso. Se é rico, entra. É na pós, doutorado sobretudo, que a peneira é rigorosa. Na graduação, juntam-se valores acadêmicos, sobretudo, com o prestígio social. Naquele filme sobre a criação do Facebook, fica bem claro o que quero dizer. Há os filhinhos de papai, que o reitor, Summers, recebe com óbvia hostilidade,e que estão brigando com o judeu Zuckerberg. Por que a hostilidade Summersiana? porque os dois eram precisamente filhinhos de papai, o que ele não era. Ele, suponho, teve origem em família de imigrantes pobres, provavelmente, chuto, da Europa oriental. Sobre o Krugman, não sou economista para julgar. Meus colegas da área, familiares com sua produção intelectual, acham-na de alto nível. Hoje, deixou de ser acadêmico, dedica-se a polêmicas, e não foi isso o que lhe deu o prêmio. Enfim, tornou-se um político. Mas não o desqualifique, com o exemplo do moçambicano, que não tenho ideia de quem seja. O Nobel certamente foi merecido, numa área disputadíssima. Em dúvida, pergunte ao Ricardo. Abraço do obamista …….

 

Respondo: 

Os liberais podem brigar por suas concepções, o que não nos impede de detestá-los, da mesma forma que acontece com o nosso comportamento com respeito ao PT. É apenas a minha opinião política.Por outro lado, parece que vc. liga o liberalismo a algo novo, como se fossem eles os defensores dos imigrantes irlandeses, italianos, e todos que formaram o sucesso americano, estando eu numa posição absurda, defendendo alguma coisa de uma passado longínquo: os peregrinos. Desta maneira, indo mais a frente, vc colocou os republicanos, os conservadores, como unicamente a favor dos wasps, o que não é justo. Vc tem razão no seguinte: a minha posição é absolutamente radical. Eu acho que os liberais são fascistas (querem o estado grande, dominador, dirigindo a vida de todos), detestam os Estados Unidos, são os que fornecem a munição para o anti-americanismo mundial. Até antes da eleição de Obama aceitavam todas as críticas mundiais ao comportamento de seu país de um modo mais discreto. Com esse personagem que vai fazer história, (antes e depois de Obama) o repúdio, a traição ao excepcionalismo americano se tornou aberto, desde o tour de desculpas, algo de uma imbecilidade inacreditavel, passando pela violência do Obamacare, até a desmoralização americana em um grau que nenhum presidente Democrata havia conseguido antes.Vendo a história americana é facílimo perceber quem são os mocinhos e quem são os bandidos. Custei a abrir os olhos para o fato de que os Democratas, os Liberais são tudo de ruím que o país possui. Eles são a esquerda que abandonei 15 anos após haver deixado a universidade. A esquerda no Brasil não tem a menor importância, da mesma forma que na Venezuela e Nicarágua. Nos Estados Unidos, porém, ela tem o poder de mudar o planeta. É o que está acontecendo.

 

 

Eu tenho a impressão de que a derrota de Romney poderá vir a ser considerada um marco histórico, literalmente. Um desastre. Os Estados Unidos já são um país completamente diferente após a chegada de Obama. Perdeu-se parte da essência do que ele representava, seus valores foram violentados, parece um caminho sem volta. E tome imigrantes hispânicos para garantir ad eternum a vitória dos que, para mim, repito, são os bandidos. Ser a favor dos liberais é alguma coisa como ser a favor de Fernando Henrique, isto é, continuar esquerdista. E o curioso  é que vc foi a primeira pessoa que eu ouvi dizer que o socialismo não era a solução que nossos amigos imaginavam. Na época fiquei espantadíssimo. abraço

 

Meu amigo responde :

Duas coisas me pesaram, para abandonar o esquerdismo da época de universidade. Uma delas foi ter ido estudar em… onde a influência da sociologia norte-americana era fortíssima. Vi que o que se dizia aqui sobre essa disciplina nos USA era puro preconceito. A outra foi ler alguns textos bons sobre o socialismo real na União Soviética. Aliás, já estava “grilado” desde o relatório Kruschev no XX congresso do PC (acho). Há um texto filosófico maravilhoso de um filósofo francês, muito ligado ao grupo Esprit (recordando: grupo fundado por Emmanuel Mounier, uma ala católica de esquerda), mas protestante, o Paul Ricoeur, sobre o que ele chama L’aliénation politique, baseado exatamente numa análise do relatório. Ao voltar, vi toda a loucura dos meses finais do Jango.

  

Aliás, sobre a exumação deste, etc., acho que a hipótese do envenenamento é plausível. Não vejo todos os militares como o Castelo, o Golbery, o Geisel, o Ludwig, gente séria. Havia, também, muito troglodita, como o Frota, o Bandeira, o Newton Cruz… no clima da época, liquidar com os três que se articulavam era perfeitamente possível. No caso do Jango, a missão era facilitada por ser ele cardiopata. Tem razão o Ricardo em apontar a parcialidade provável dos legistas. Mas não custa nada examinar.

  

 

 

Respondo:

Vc teve sorte por haver saído para estudar numa das maiores universidades do mundo. Sorte e mérito.
Eu gosto do Geisel, mas não do Golbery. Havia me esquecido completamente do Ludwig.
O filho do Golbery, da mesma forma que os filhos de todo mundo importante, foi contratado por uma corretora. Esses caras eram disputados a tapa porque abriam as portas para a entrada em instituições que eram o alvo para propostas, digamos, indecorosas. No caso do Golbery do Couto e Silva Filho, meu amigo ficava embaraçado porque nas primeiras vezes em que o apresentou ele disse: ” Pode me chamar de Golbério” . A vulgaridade já espantava o alvo da negociata.

  

 

O leitor :  

Golpe baixo, essa de lembrar-me o que disse do socialismo… Mas, com isso, não me conquista para o Tea party…Eu estava certo,não?

  

Respondo :

Certíssimo, e só fui ter o mesmo choque 25 anos depois, quando um amigo, sobrinho do Nelson Rodrigues, me disse enfáticamente: “Eu não sou de esquerda!” Depois discorreu sobre o fato do Brasil ser uma economia de estado. O cara havia estudado cinema na Polônia, havia visto o horror comunista.


 

 

 

19 novembro, 2013 às 22:12

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Categoria: Artigos

Comentários (3)

 

  1. Eduardo S. P. disse:

    Mafra,

    IMHO, Clinton e Kerry NÃO acreditam nas bobagens do Paulo Coelho. Mas acreditam – com razão! – no poder do besteirol. Paulo Coelho aposta na estupidez dos leitores. Clinton e Kerry, na estupidez dos eleitores.

    Reinaldo Azevedo? DNA de petista, só que Serrista. Dos males, o menor. É panfletário, mas cumpre bem o papel de polemista raivoso contra o PT. Defende posturas cristãs populares, o que é bom em tempos de imoralidade pública escancarada. Está mais para Poodle nervosinho e barulhento do que para Rottweiller, alcunha q recebeu de colega da Folha (publicamente como ofensa, mas intimamente como elogio). Entre mortos e feridos e depois de passar o filtro, gosto do Tio Rei.

    Minha principal ressalva aos militares pós 64 é na área econômica. Pinochet pode ser acusado de açougueiro, mas acertou em cheio quando ouviu os conselhos de Millton Friedman.

    FHC? Ao menos, mantém as aparências. Um pouco de dignidade é bem-vinda, até para fazer merda. Entre os lefts, é o menos desatroso.

    Bush? Poderia aproveitar a comoção do 9/11 para pedalar o Iraque, o Irã e um terceiro país a sua escolha. O resto do mundo e a comunidade internacional não iriam chiar muito. Os EEUU tinham a capacidade bélica e a justificativa moral. Colocariam mais algumas estrelas na bandeira americana, para a felicidade das próximas gerações de iraquianos, iranianos, etc.

    Obama? O pior, all times, period. Esses dias conversei (em inglês macarrônico) com dois ex-obamistas. Um votou “no cara”, só na primeira vez. O outro, na primeira e também na re-eleição. Este último está duplamente arrependido. Dei boas risadas e lasquei: I warned!

    Jango? Não queria ser Presidente! Queria ser Vice… e ficar na boa vida. Diferente do Allende, um político-cientista (existe algo pior?) ou do Lulla, que só é de esquerda pq a e$querda pagou bem.

    Enfim, vou parar por aqui. Passei da conta no besteirol.

    Qto ao teu texto? EXCELENTE, como sempre… sem os impagáveis cartoons, mas com o contraponto salutar dos teus amigos/interlocutores.

    Obrigado! Vou recomendar (compartilhar, como dizem).

  2. Eduardo S. P. disse:

    Mafra,

    De nada… sou eu que devo agradecer o espaço disponibilizado, que aproveitei para tecer alguns comments rápidos. Se escrevi muitas bobagens, peço venia, aguardando contrapontos cruéis… hehehe.

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