Na hipótese de que o PT continue no poder os novos oficiais das Forças Armadas serão petistas,
O blog tem chamado a atenção para a Portaria 1.874-A publicada no DOU em 21 de julho de 2011- Seçã0 2 . Temos enfatizado que se trata do maior movimento estratégico do PT desde a eleição de Lula. Ela “reestrutura” o ensino nas escolas militares. O homem perfeito para a tarefa foi escolhido : Celso Amorim, nomeado Ministro da Defesa. Se Dilma for reeleita, ou Lula voltar, o tempo é suficiente para tornar tenentes e capitães os novos “bolivarianos”, com o inevitavel perigo de que as ordens vindas de cima não sejam obedecidas. Publico abaixo documento que recebi de um coronel. Os destaques em negrito são meus. Sobre o assunto o leitor pode clicar em cima do nome de outros artigos : Já está acontecendo: Portaria 1.874-A que vai colocar o PT nas Escolas Militares; Zé Dirceu quer as Forças Armadas petistas, e vai conseguir
Artigo de Aileda de Mattos Oliveira*
O vocativo usual nos discursos de Getúlio Vargas, “Trabalhadores do Brasil!”, representava uma fórmula positiva de contato político, por tornar emblemático um atributo que expressava a corresponsabilidade do povo com o desenvolvimento do País. Fazia o ditador uma cooptação da sociedade, a fim de manter com ela um ‘diálogo produtivo’, pois, em contrapartida, o povo reconhecia-se um ‘interlocutor’, mesmo que só se restringisse à síntese de suas emoções:”Pai dos Pobres!”, “O Bom Velhinho!” O vocativo getulista incorporava todas as categorias, sem a exclusão discriminatória desta ou daquela profissão, deste ou daquele ofício.
Opostamente, João Goulart, nos seus pronunciamentos, dividia o povo em subclasses de trabalhadores, somente reconhecendo como tais, os sindicalistas, os operários, os metalúrgicos e, da parte hierárquica das Forças Armadas, soldados, sargentos e marinheiros. Era norma, nos seus discursos, exortar esses setores, não para acentuar-lhes a sua importância no desenvolvimento da Nação, mas para desestruturá-la, principalmente por meio da indisciplina na caserna, visando à anarquia e, por conseguinte, à instituição de um regime de força. Pretendia arrebanhar para as suas hostes o proletariado e os militares que considerava suscetíveis de qualquer ato indisciplinar.
Para Jango, essas eram as classes populares. Quanto aos demais trabalhadores contribuintes e empresários que sustentavam economicamente o seu governo, não preenchiam os inflamados discursos, a não ser como alvo de sua ira, insuflado pelo arruaceiro cunhado Brizola. Para ele, agricultores não eram trabalhadores, mas as ligas camponesas, sim.
Eis que se encontra na END um rastro do discurso janguista, discriminador, dissimulado e, como tantos outros trechos, malredigidos (assim mesmo). Numa das passagens referentes a O serviço militar obrigatório; nivelamento republicano e mobilização nacional, diz: “É importante para a defesa nacional que o oficialato seja representado de todos os setores da sociedade brasileira. É bom que os filhos de trabalhadores ingressem nas academias militares. Entretanto, a ampla representação de todas as classes sociais nas academias militares é imperativo de segurança nacional”.
O que mais realça no trecho citado é o “nivelamento republicano”, característica das esquerdas brasileiras de manter fidelidade a pensamentos próprios dos antiquários ideológicos, quando insinua (“É bom, etc..”) que não são filhos de trabalhadores os jovens cadetes em preparo ao oficialato, em outros tempos, e atualmente. Isso já ocorre, senhores redatores, o fato é que desconhecem a origem de considerável parcela de cadetes, provindos de todos os estados do Brasil, mas que lhes fazem pensar, pelos conhecimentos adquiridos nas Academias Militares, pela educação recebida, característica da caserna, serem oriundos da “elite”, da “burguesia”, permanentes chavões da insidiosa esquerda, de cuja agremiação sinistra, muitos, sim, são oriundos das camadas mais bafejadas da sociedade.
O que desejavam imprimir neste falacioso documento, mas evitaram pô-lo às claras, é o ingresso facilitado de filhos de sindicalistas, de sem-terra, de sem-instrução, sem a devida observância de concurso e de outros pré-requisitos indispensáveis à manutenção da hierarquia e da competência do comando. Hierarquia e disciplina são palavras ofensivas aos revolucionários, infelizmente, de posse do governo, de posse do MD. São ávidos pelo “nivelamento republicano”, por baixo.
Pôs-se em negrito, a conjunção adversativa, cuja função, na estrutura da língua, é a de introduzir um pensamento que se opõe ao anterior. Desta maneira, “Entretanto” desmonta todo o palavrório do período antecedente, por ignorarem um dado gramatical elementar de que um pois ou um porque, antecedido de vírgula, resolveria a questão da lógica semântica. Mesmo assim, permaneceria a acusação de que, com o presente esquema de ingresso nas Academias, não está sendo “imperativo” a segurança nacional, quando, na realidade, esta segurança está sendo postergada pelo governo, único responsável pela impatriótica inércia.
Em continuação ao item citado, e que se refere à “Segurança Nacional”, diz o texto: “Duas condições são indispensáveis para que se alcance esse objetivo [Segurança Nacional]. A primeira é que a carreira militar seja remunerada com vencimentos competitivos com outras valorizadas carreiras do Estado”, o que torna premente o pagamento dessa maravilhosa remuneração, a fim de que ponham em prática, de imediato, a segurança deste território, já que ”vencimentos competitivos” e “segurança”, segundo faz parecer, no documento, são, respectivamente, causa e consequência. Talvez, habituados que estão os componentes deste governo de trabalharem (?) à custa de generosos contracheques, considerem os militares à sua semelhança. Felizmente, ainda se pode dizer que não chegaram a tal deformidade moral.
Pela manutenção dos irrisórios vencimentos dos militares, o que se evidencia, em contraponto a esta veemente afirmação de bons estipêndios, é que tudo ali, naquele ministério, é uma grande mentira, inclusive, a defesa do país. Ou, pode-se entender, por outro lado, que tais vencimentos robustos só sejam pagos quando as Academias Militares forem apenas compostas de sindicalistas, operários, etc., sem concurso ou por cotas, para a segurança do próprio governo petista. Aliás, em várias partes da END essa relação entre “remuneração” e “classe trabalhadora” é enfatizada, na formação das Forças, como neste trecho: “Essa é uma das razões [provir da classe trabalhadora] pelas quais a valorização da carreira, inclusive em termos remuneratórios, representa exigência de segurança nacional.”
Continua o documento mais hipócrita da “história deste país”: “A segunda condição é que a Nação abrace a causa da defesa e nela identifique requisito para o engrandecimento do povo brasileiro”, assertiva que alterou a disposição dos termos, devendo, ao contrário, ser a “Nação” o foco de engrandecimento pela ação de o povo abraçar a ideia de defesa: [“A segunda condição é que o povo brasileiro abrace a causa da defesa e nela identifique requisito para o engrandecimento da Nação.”]
O hábito de encher as bochechas com a palavra “povo” e o desábito de falar em “Nação” levaram os malabaristas da pobre retórica marxista a inverter, no papel, o valor político dos termos, como é de praxe a inversão de valores na escolha de ministros, assessores, nesta doente república.
Até o presente momento não se fez divulgar publicidade institucional do MD nos meios de comunicação, para que o povo “abrace a causa da defesa”, conscientizando-se da necessidade de o Brasil proteger-se. Essa lerdeza de ação governamental resulta da paralítica ideia de que “somos pacíficos”, outra repetição enfadonha, aqui e ali, preenchendo o vazio da escritura mal-alinhavada da END.
Essa ‘conversa’ com a sociedade, também ocorrerá (usa-se, aqui, o tempo verbal preferencial dos redatores), quando os logísticos, os mobilizadores, os estrategistas, enfim, os teóricos do ministério entravado, acordarem do sono irresponsável, próprio dos sem-planejamento. Aí, SERÁ tarde demais!
*Aileda de Mattos Oliveira é Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. Articulista do Jornal Inconfidência. Membro da Academia Brasileira de Defesa.
Comentários (16)
Não Tenho a menor dúvida de que o governo do PT e imensamentye nocivo ao Brasil.
A dívida interna (1,5 Tri)é maior do que a arrecadação de impostos.É impagavel.
As forças armadas estão sendo sucateadas
e seus melhores quadros estão abandonando a carreira.O Exército está sendo usado como reserva da PM.Os salários estão menores que os da PM numa inversão total da hierarquia.Estamos vivendo uma ditadura partidária onde a corrupção é imensurável.Pobre Brasil….
Prezado major: O senhor deve saber que o salário de um Segundo-Tenente na PM de Brasília é de 16 mil reais, se não me engano. No blog existe um artigo sobre o assunto. Obrigado pelo comentário
Causa-me desconforto só em pensar que o exposto aqui não chegue ao conhecimento da patota Petralha que se encontra no Escalão de Comando,pois esta altamente bem fundamentado.
Lamentável mas previsto, pois somos cidadãos absolutamente despolitizados , em sua grande maioria. Só com a educação de base não há nenhum interesse neste setor),tomaremos consciência da manipulação que estamos vivendo, porém, ainda tenho esperança de que ao sentir que esta economia “forte”, classes ascendentes, maior poder de compra(com juros), CAIR e deixar o bolso vazio, a grita e a conscientização do povo vai começar, bem como protestos daqueles que estão acomodados nesta falácia .Aí não chamem os milicos!!!!!!!!!
Bem, Sheila, chamar os milicos é dificil, e quem sabe nessa altura eles já seriam petistas ? Obrigado pelo comentário
E o pior: Quem assinou a portaria foi um milico nao pestista (ACREDITO)…
Foi mesmo ? Sei que assinaram a Portaria o ministro interino da Defesa e um cara do Palácio do Planalto, provavelmente civil. Deixo para os leitores o trabalho de apurar quem foram os malandros.
Ministro da Defesa, Celso Amorim, um civil. Pergunto: o que ele entende de defesa???
Absolutamente nada, por enquanto. Trata-se de um ideólogo que tem como missão transformar as Forças Armadas: prepara-las para que apoiem uma ditadura petista no estilo do que acontece na Venezuela.
Estamos em 2012. Em 2008, eu já escrevia sobre o tema da END, desvendando todo o engodo que envolveu seu processo de criação. Leiam:
NADA É O QUE PARECE NOS PLANOS PARA O FUTURO DO BRASIL – 31/07/2008
http://artigosrebeccasantoro.blogspot.com/2008/08/quem-interessa-jogar-o-povo-contra-o_19.html
NOSSA ESTRATÉGIA DE DEFESA DE VIÉS SUICIDA – 19/08/2008
http://artigosrebeccasantoro.blogspot.com/2008/08/nossa-estratgia-de-defesa-de-vis.html
BRASIL: SUA HISTÓRIA FALARÁ DOS CONHECIDOS INIMIGOS, MAS REVELARÁ, JULGARÁ E DESPREZARÁ OS VERDADEIROS COVARDES E TRAIDORES – 28/10/2010
http://www.imortaisguerreiros.com/destaques.htm#642223732
Obrigado pela participação, Rebecca. Seus artigos certamente serão lidos pelos que acompanham o blog. Vou entrar nesse momento mesmo.
Rebecca, você escreve muito bem! Claro que não é possivel ler-se tudo, porque é muita coisa para uma primeira entrada no blog, mas foi uma gratíssima surpresa conhecer você. Lendo na diagonal peguei um pedacinho aonde o Mangabeira Unger teria sido assessor do Blair, e não acredita em Deus e mais alguns comentários. Acho dificil que tenha sido assim. Claro que você sabe que Blair é um homem brilhante, teve a coragem de recentemente se converter ao catolicismo, e talvez o Mangabeira tenha trabalhado com ele da mesma forma que alguns amigos nossos “deram aula em Harvard”, ou seja, um belo dia fizeram uma palestra sobre as favelas no Rio para meia dúzia de pessoas.
Gostaria que você lesse meu artigo (clicar em cima) “Quem será o herói que vai dizer que o golpe de 1964 foi necessário ?(ou, como serão os militares hoje)” http://claudiomafra.com.br/quem-sera-o-heroi-que-vai-dizer-que-o-golpe-de-1964-foi-necessario-ou-como-serao-os-militares-hoje/. Conheci Jango, Raul Ryff, Assis Brasil e muitas das figuras citadas por você. Ótimo o nosso contato. De que maneira chegou ao meu blog ?
Prezado Claudio Mafra, este artigo da Aileda de Mattos Oliveira é uma bomba, pronta para explodir; que os nossos sapadores, os mais avisados, consigam desarmá-la antes que a irradiação podre dos PeTralhas, minem as nossas bases. A julgar pela inércia dos nossos Chefes, ou já estamos comprometidos ou eles não entendem nada de estratégia e de dominação político/partidária. Estou engajado na criação do Partido Militar Brasileiro (PMB), aqui em Pernambuco, porque cheguei a conclusão que urgentemente, devemos colocar militares nas casas de poder legislativo, para que com uma grande bancada, possamos democraticamente, coibir os abusos do poder executivo. Um grane abraço Ronaldo Tenório
Caro Ronaldo, desejo sucesso nessa sua dificílima empreitada.
Vamos agir antes que seja tarde de mais.
Luiza
Vamos, mas eu nem sei por onde começar.