Ainda discutindo o filme “Jogo de Poder”
Recebi uma tréplica:
Claudio: independentemente de você me apontar vazamentos dos democratas, o fato é que, no caso concreto, sendo ou não o Sean Penn de esquerda etc – coloquei o Sean Penn para fazer você se lembrar da quantidade de filmes, um atrás do outro, a respeito de temas que acusam os USA, principalmente no período Bush. O número faz parte de minha argumentação, porque a quantidade é tão grande que transforma aquela época em algo esdrúxulo, parece uma página negra na história americana, parece (radicalizando para me fazer entender) os tempos nazistas na Alemanha. Quero dizer que ninguém consegue defender o nazismo, e fazendo um paralelo com respeito a Bush, as mentiras que se transformaram verdades, na imprensa, na tv, e nos filmes, o colocaram como vilão, sem defesa possivel. Evidentemente para você estar nessa posição ( você cita o bushismo) só pode estar lendo, dia e noite o que escrevem seus acusadores. Duvido que assista à FOX News, que leia Charles Krauthammer, e outros que provavelmente despreza. Para você seria uma perda de tempo, alguma coisa insuportavel, e aí reside seu engano: eles estão muito mais perto da verdade do que o Paul Krugmann, que após o Nobel mais parece um garoto propaganda dos liberais. A essa altura de nossa vida eu concordo em que você não quer, não tem interesse em ouvir o “outro lado”. Deixar de assistir a viciadíssima CNN e troca-la pela FOX News, nem que fosse por apenas 15 dias, está muito além do possivel.
É dificil aceitar quando eu digo que Bush ao comunicar ao mundo que havia armas de destruição em massa no Iraque havia recebido informação da CIA, do Putin, do MI-16 (Inteligência britânica) e por acreditar nelas ( quem não acreditaria ?) não pode ser chamado de mentiroso. Deixando de lado todos os argumentos a favor de se acreditar nas armas – e eles foram contundentes – não se pode chamar de mentiroso, por definição, aquele que conta um fato achando que seja verdadeiro. E foi isso o que Bush fez. Você não acha que esse simples axioma depõe contra os liberais ? – o que se fez foi uma rematada canalhice, tendo sido o Novak, fanático reacionário, o instrumento. Li o caso na época, em mais de uma matéria, e não há escusa para o que foi feito. Não sei o que se passou, mas o histórico de calúnias durante esse período me permite com grande tranquilidade duvidar, e mais ainda, achar que não passa de deslavada mentira. Em todo caso, precisaria pesquisar, mas já se passou muito tempo, provavelmente só acharia “fatos” contra Bush, (apenas esses são arquivados), tenho poucos instrumentos e o assunto não vale tanto trabalho assim. Só o faria na hipótese impossivel de convence-lo. Você dizer que leu o caso em mais de uma matéria não refresca muito porque devem ter sido artigos de liberais do NYTimes, do Washington Post e, por favor, isso não vale absolutamente nada para quem está do outro lado. Ser você me avisasse que sua fonte foi o Charles Krautammer eu acreditaria instântaneamente. Ficaria muitíssimo surpreso, mas acreditaria. Tenho o maior respeito por esse articulista, que a mim me parece brilhante. E, Mr. X, eu leio muito a esse respeito, e acredite, leio os dois lados. Para me informar sobre o dia a dia brasileiro preciso do Estadão, Globo, e dos artigos que esses jornais importam, onde a quase totalidade é de liberais com diferentes graus de fanatismo. Para ter uma leitura mais limpa, mais próxima da verdade, preciso da Fox e das publicações de direita. Obrigatoriamente uso os dois lados. Seria alguma coisa feito ler o Le Monde e o Le Figaro ( se estou certo no exemplo) – A mulher tinha toda uma rede de compromissos com pessoas de sua equipe e com os iraquianos a serem libertados, uma sujeira inominável e imperdoável, em termos das funções da CIA. Eu concordaria se achasse que a história ocorreu da maneira como o filme conta. Se bem me lembro, no caso do Ellsberg, vasculharam as suas sessões psicanalíticas, então fica difícil pô-lo apenas como vilão. Recurso muito baixo contra um dissidente.Não entendi. Vasculharem sua ficha psiquiátrica só conta a favor de sua defesa. Ao invés de um exaltado liberal que cometeu um crime contra o estado passa a ser um homem que não responde pelas suas ações, o que o absolve. Deixa de ser um “recurso muito baixo contra um dissidente”, e quem ouviu suas declarações (feito eu ouvi) só pode achar que, pelo contrário, foi um recurso muito baixo coloca-lo como um homem doente. Posso não ter entendido o que você quis dizer mas me parece que foi contraditório.
Já escrevi muitíssimo defendendo Bush e os governos republicanos. Citei livros de generais, de liberais, de um monte de gente. Tenho atrás de mim episódios didáticos feito a Guerra do Vietnam, Iraque, Afeganistão, fui longe no tempo, chegando até Roosevelt, Wilson, e o inefável e maldito senador Mc Carthy. A essa altura, mesmo exercendo severa auto-crítica, acho que sei do que estou falando. Mas, quem sabe, talvez eu esteja completamente enganado e meus tempos de juventude tenham sido os mais próximos de um envolvimento correto diante do mundo, além da melhor postura moral. Duvido muito, principalmente pelo comportamento terrivel dos que participavam dos mesmos ideais.
Comentários (2)
Percebo como os homens se colocam nas discussões políticas de maneira irremediável. Tenho lido o blog e começo a ver romantismo e paixão na política (rsss). Cresce em mim um desejo imenso de ler um livro escrito por você Dr. Cláudio! Vai, escreve um romance (até pode ser político). E posso apostar todas as fichas que seria uma leitura memorável…
Uns beijos.
Nossa! Muito obrigado,Ivana.beijos