Um exemplo de como funciona o Itamaraty; A eterna ingenuidade na análise da Corrupção; Parada militar na Índia

Eu estava na embaixada brasileira em Pequim, conversando com um Conselheiro, quando entra na sala um Segundo – Secretário usando um escudo do PT na lapela. Chegou muito animado, eufórico, porque estava voltando da embaixada norte-coreana de onde trazia todas as informações que o embaixador brasileiro pedira. Eu não sabia ? A ONU queria – em uma nova tentativa – que a Coréia do Norte fosse condenada por violação de direitos humanos, e o Brasil precisava decidir de que maneira votaria. O trabalho do Segundo – Secretário era contar tudinho o que conversara com os sub-humanos lá na embaixada, para depois o embaixador se comunicar com a Secretaria de Estado (Ministério de Relações Exteriores) dando sua opinião, e então o ministro Amorim, o Samuca e o cafajeste Marco Aurélio Garcia decidiriam qual seria o voto do Brasil, levando então para o “de acordo” de Lula. Preciso contar que naqueles tempos, por volta de 2005, o embaixador brasileiro na China era também embaixador na Mongólia e na Coréia do Norte. Foi um pouco antes do Brasil decidir ter embaixadas em qualquer lugarzinho do planeta para crescer em influência e ocupar seu lugar de super-hiper-potência emergente e votar em tudo que pudesse contrariar os Estados Unidos, mesmo que isso significasse se aliar à canalha mundial.

Bem, como eu já disse, o rapaz chegou muito satisfeito e foi logo dizendo que concordava com os norte-coreanos. Eles lhe disseram que a condenação era apenas um instrumento político usado pelos USA. Entusiasmado – puxa vida, os malditos americanos não vão nos enganar – iria correndo ao embaixador contar tudo o que ouvira, e dizer que deveria aconselhar a que se votasse CONTRA a condenação. Vejam bem, o medíocre tinha ido sozinho, um mero rapazola petista, conversar com os malucos, e dessa forma se iniciava o processo de decisão da diplomacia brasileira. Claro que em Brasília não dariam a menor bola para o que pensava a embaixada, mas de qualquer forma, oficialmente, essa era a maneira do Itamaraty trabalhar em uma questão tão relevante. Grudei nele no corredor, antes que se comunicasse com o embaixador, e disse que  estava sendo guiado pelo ódio ao seu torturador, os USA. Que ele deveria ver a questão em si mesma, isto é, os norte-coreanos violam, ou não violam os direitos humanos ? Tentei convence-lo que a Coreia do Norte era um regime estalinista terrivel, onde o povo literalmente morria de fome. Ficou um pouco surprêso com a colocação do “torturador” e disse que ia pensar. De minha parte resolvi entrevistar o embaixador, caso enviasse para a Secretaria de Estado, o “NÃO”, o voto contrário à condenação. Gostaria de ouvir suas razões. No dia seguinte nos encontramos no corredor  e ele me disse que havia se decidido pela ABSTENCÃO, que tinha sido o voto  do Brasil no último pedido de condenação. Seria esse o seu telegrama para Brasília. Sendo assim, achei que não era importante e me desliguei da questão. Para ver meu artigo: “Minha viagem à Coreia do Norte” clique no título vermelho.

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Título na coluna do João Bosco, no Estadão: “PR institucionalizou roubo” Lá no meio de sua análise ele conta:  “Parte da arrecadaçao ( o roubo) beneficiava prefeituras e candidatos em 2012, …..”  Nossa, a ingenuidade continua. Os colunistas pensam que o dinheiro visa beneficiar partidos, eleger pessoas. Não é nada disso!  É dinheiro para colocar no bolso e gozar a vida. O fator eleição existe, todos querem se reeleger, mas é detalhe nesses roubos, e, como já expliquei em outros artigos, é o argumento mais usado pelo corruptor no contato com o corrupto. É muito mais fácil a abordagem dizendo que o roubo é para uma causa, e não para fins individuais. O tempo passa e não adianta, os que deveriam saber informar seus leitores não enxergam um palmo adiante do nariz.

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Parada Militar na Índia

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28 julho, 2011 às 11:33

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Categoria: Artigos

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