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Brasil vai testar   em macacos vacina contra aids

FERNANDA BASSSETTE – O Estado de S.Paulo

Pesquisadores brasileiros do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor/HC-USP) vão começar a testar em macacos uma vacina contra o HIV totalmente desenvolvida no País. O teste piloto será realizado inicialmente em quatro macacos por meio de uma parceria com o Instituto Butantã.

 Segundo o pesquisador Edécio Cunha Neto, líder do estudo, a ideia é encontrar um método de imunização eficaz para, futuramente, ser testado em humano — Vocês devem estar brincando (e com o nosso dinheiro). Uma descoberta desse tamanho virá dos EUA, Alemanha, Suiça, e outros países do Primeiríssimo Mundo. Volta e meia aparece uma notícia dessas no jornal. Depois some sem deixar vestígios. Achar que temos condições de descobrir a vacina contra Aids está perto de se acreditar que existe medicina em Cuba. Que tal gastar a grana em postos de saúde ???

 

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NÃO CONSIGO ENTENDER, DEFINITIVAMENTE

Reinaldo AzevedoJá escrevi bastante, como sabem, sobre os tais “protestos”. As três semanas de férias não mudaram a minha leitura sobre o que está em curso. Uma coisa é a justa insatisfação de amplos setores da sociedade brasileira com o governo petista em particular, com os governos no geral e, mais amplamente, com os políticos. Outra, distinta, é a negação sistemática dos caminhos institucionais, legais e democráticos de solução de conflitos e contendas. Aí, não! Aí estamos lidando com fascistas de esquerda, que sempre estiveram, é bom que se diga, a serviço do petismo.”

Reinaldo continua malhando as passeatas.  Não entendi as frases “ Uma coisa é a justa insatisfação de amplos setores da sociedade basileira com o governo petista em particular, com os governos em geral, e, mais amplamente com os políticos.Outra, é a negação sistemática dos caminhos institucionais, legais e democráticos de solução de conflitos e contendas” .  O que se depreende é que ele não considerou os protestos através das manifestações de rua como legítimos.  Mas, por que ???  Essas passeatas foram um avanço no sistema político brasileiro. Perfeitamente legais, não têm nada de fascistas, e colocaram o PT  e o Congresso em pânico. Dilma, de eleita com folga no primeiro turno, já não tem certeza de que será candidata. É pouco ?? Surgiram as comparações entre o “padrão Fifa” e a miséria brasileira, o que foi completamente inesperado e notável. Se por acaso os condenados do Mensalão forem presos (o que eu duvido), isto se deve às passeatas, segundo os jornais. É claro que alguma coisa está mal redigida, ou então Reinaldo não está fazendo distinção entre as primeiras manifestações, orquestradas pelo PT contra o governo de São Paulo, e as outras, que estouraram pelo país afora e de alguma forma mudaram o horizonte político e institucional,  pelo menos até agora. 

Houve ingenuidade nas manifestações ? Claro que sim. Não vamos esperar uma requintada consciência política de nossa juventude. Muitos dos manifestantes votariam na Dilma, o que eu sei porque fui conversar com eles.  Mesmo assim sabemos que oportunistas infiltrações petistas foram expulsas das passeatas em muitos lugares. Com respeito ao que se convencionou chamar de “comportamento de vândalos”, já deixei claro em outros artigos, que a imprensa inibiu a polícia, evitando, infelizmente, que esta descesse o cacête prá valer. 

 E, já que Reinaldo foi tão enfático a respeito de sua preocupação pelos caminhos institucionais, legais, democráticos e etc. , fiquei curioso em saber de que maneira situa o golpe militar de 1964 e o golpe de 1955, do general Lott. Talvez, por raramente dar uma olhada em seu blog, eu possa estar interpretando mal o que está escrito, mas de qualquer forma, um leitor casual vai pensar a mesma coisa que eu.

Para lerem artigos mais completos com referência ao que pensam Reinaldo (e Rodrigo Constantino e Guilherme Fiuza), os leitores devem clicar em :


E antes que eu me esqueça:  As imagens de vandalismo foram muito importantes para o sucesso das passeatas. NÃO ME ENTENDAM MAL. Quero dizer que o quebra-quebra, os incêndios, o confronto com a polícia deram uma importância adicional que aumentaram, e muito, a repercussão do que se passava. Se tudo tivesse corrido na mais santa paz de Deus talvez os poderes públicos não tivessem ficado tão aterrorizados, e as cenas, que correram o mundo, não teriam prejudicado de maneira tão radical o PT e a corja que nos domina.

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ALGUNS CARTOONS SOBRE MAIS UMA CUSPIDA DE PUTIN EM OBAMA ( O CASO SNOWDEN

 

Political Cartoons by Michael Ramirez

Em março de 2012, um microfone flagrou Obama dizendo para Putin Dê-me espaço que após minha eleição eu tenho mais flexibilidade”. Uma vergonha que a imprensa liberal tratou com boa vontade .  Bem, o cartoon mostra um choroso Obama se queixando para Putin: ” Mas eu dei a você minha flexibilidade”  Putin responde:   “Nós prometemos dar a você “espaço”, não Snowden “

 

 

 

Political Cartoons by Steve Breen

 

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Chip Bok

Snowden conta os segredos para Putin:   

e não é só isso…OBAMA ESPIONA OS JORNALISTAS !                                  

Putin:  Por que simplesmente ele não mata todos, como eu faço ?

 

 

 

Political Cartoons by Jerry Holbert

 

 

 

 

Political Cartoons by Glenn Foden

 

 

 

 

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Political Cartoons by Chip Bok

 

 

 

Political Cartoons by Nate Beeler

O Papa e os gays

 

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Vamos esperar que seja mentira: “Rebeldes sírios anunciam tomada de aeroporto militar em Aleppo“. A torcida de quem sabe das coisas infelizmente vai para Assad.

 

 

 

MUDA BRASIL

 

 

 

 

Plebiscito em Copacabana

Olavo de Carvalho 

Se Dona Dilma Rousseff queria um plebiscito, já o teve: o recente encontro entusiástico e triunfal do Papa Francisco com três milhões de fiéis na Praia de Copacabana, a maior manifestação de massas de toda a nossa história, mostrou que o povo brasileiro ama tudo o que a presidenta odeia e odeia tudo o que ela ama: feminismo, gayzismo, abortismo, comunismo, tudo o que é anticristão só sobrevive neste país graças à proteção do governo e de bilionários imbecis. Não tem raízes na nossa sociedade, não tem eco na alma popular, não tem nada a ver com a nossa vida. Quem tem é a Igreja, quem tem é o Papa.
A Presidência da República e a dita “grande mídia” sabem perfeitamente disso, mas querem dar a impressão de que a “Marcha das Vadias” é tão representativa da opinião nacional, tão legítima e tão digna de carinhosa atenção, quanto a grandiosa e multitudinária proclamação popular de adesão incondicional aos valores da fé cristã.
É assim que uma minoria ínfima, estrambótica e grotesca adquire, artificialmente, foros de respeitabilidade, no instante mesmo em que se avilta a si própria com micagens dignas de doentes mentais e violações ostensivas do Código Penal (art. 280, “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”) e da lei federal 7716/89, art. 20 (“praticar, induzir ou incitar a discriminação ou o preconceito de religião”).
Essa legitimação forçada vai espalhando entre as vítimas o sentimento de inibição que as impede de reagir contra a ofensa e as vai habituando, pouco a pouco, mas cada vez mais velozmente, a curvar-se caladas ante os mais cínicos e despudorados, até reconhecê-los, por fim, como únicas encarnações concebíveis do bem e da autoridade moral. É esse processo de autocastração voluntária induzida que a socióloga alemã Elizabeth Noëlle-Neumann descreveu como “Espiral do Silêncio”.
Quando Dona Dilma, com a mesma prótese de sorriso inócuo encaixilhada na boca, posa para fotografias ao lado do Papa e das “Vadias”, ela nos ensina que na democracia a fé e o crime são igualmente valiosos e dignos de respeito. E ela faz isso com plena consciência de que algum gemido de protesto, por mais discreto e inaudível que seja, será imediatamente estigmatizado como “terrorismo de direita”, anunciando para breve – muito breve, nas esperanças do sr. Mauro Santayana – o encarceramento do impudente e imprudente reclamão.
Mas o aparente indiferentismo democrático, por mais asqueroso que seja em si mesmo, é uma pura camuflagem provisória. Por baixo dele, Dona Dilma e seu governo já mostraram de que lado estão. Para sabê-lo basta perguntar: quanto se esforçaram pela cristianização do povo e quanto pela vitória de tudo o que as “Vadias” representam?
A lógica aí subentendida é a mesma que enaltece a prática do aborto em massa, mas pune como obscena incitação ao ódio a divulgação de vídeos que simplesmente descrevem o que é um aborto. Assim, gradativamente, tudo o que é abjeto e monstruoso vai-se transformando primeiro em coisa permitida, em seguida protegida, por fim obrigatória.
Essas tendências começam a germinar nos bas fonds da classe universitária e do ativismo organizado, quase inconscientemente de início, mas a velocidade da sua transformação postiça em “clamor público” é cada vez maior. O próprio elemento caricatural e grotesco que carregam em si inerentemente protege-as contra qualquer reação inicial, de modo que elas vão crescendo até o ponto em que toda reação se torna inviável.
Tudo o que os conservadores e a população em geral consideram demasiado absurdo, demasiado louco para ser verdade, acaba acontecendo precisamente porque julgavam que era impossível.
A transmutação do criminoso em vítima e do denunciante em criminoso torna-se por fim regra geral, até que o país inteiro se transforme numa societas sceleris onde só criminosos psicopatas são admitidos nas altas esferas da fama e do poder.
As grandes mudanças da mentalidade das massas são, por definição, invisíveis e insensíveis para as próprias massas. Tanto mais invisíveis e insensíveis quanto mais velozes. Apenas o  recuo no tempo permite ao historiador, depois do fato consumado, retraçar a transmutação violenta e radical que levou milhões de pessoas a aceitar passivamente aquilo que de início lhes parecia não só horroroso como impensável.
Alguém, no Facebook, lembrou o contraste entre dois Brasis: aquele que anos atrás protestou em massa quando um único fanático anticatólico chutou diante das câmeras de TV uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, e aquele que agora contempla inerme e passivo o espetáculo das “Vadias” num canto da praia de Copacabana lotada de fiéis.
O povo brasileiro que expressa entre gritos e lágrimas o seu amor ao Papa e a Nosso Senhor Jesus Cristo já é também o mesmo que emudece, com um sentimento que se aproxima do temor reverencial, diante do ataque mais brutal já desferido contra a religião católica neste país.
Talvez Dona Dilma, não sem alguma perspicácia, considere que este segundo aspecto é, entre os resultados do plebiscito de Copacabana, a parte mais significativa.
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DOIS ARTIGOS SOBRE A FALÊNCIA DE DETROIT

 

Detroit, a cidade quebrada

 

por Peter Schiff, sábado, 3 de agosto de 2013
detroit75.jpgAs lições a serem aprendidas com a falência de Detroit, uma cidade que já foi o exemplo cintilante do poderio industrial americano, estão sendo ignoradas pela mídia e por políticos mundo a fora. 
Embora a espiral de morte da cidade do automóvel possa parecer extrema em relação às condições de outros governos, a diferença é apenas de grau, e não de organização. 
A falência de Detroit é produto de uma combinação entre decadência produtiva, governos incompetentes, sindicatos agressivos e endividamento incontrolável.  Como que para comprovar que políticos só pensam em contar mentiras reconfortantes para eleitores, o atual candidato a prefeito de Detroit, Tom Barrow, garantiu de maneira vigorosa que a crise fiscal da cidade não passa de pura ficção.  Em uma recente entrevista, ele descreveu uma conspiração de longo prazo entre forças do Partido Republicano e do setor privado para roubar os ativos dos cidadãos de Detroit, destruir os sindicatos e acabar com os direitos civis dos eleitores.  Detalhe: a cidade está sob inteiro controle do Partido Democrata desde o início da década de 1960.
Graças a anos de excessivos e generosos gastos governamentais, a cidade não possui hoje recursos para financiar nem mesmo os serviços mais básicos para sua população.  Não são poucos os que afirmam que Detroit é tão digna de socorro federal quanto aquelas cidades devastadas por desastres naturais, como furacões e terremotos.  A questão é que não há nada de “natural” no desastre fiscal de Detroit.A verdadeira história de Detroit é que seus problemas, em vez de naturais, foram totalmente ‘criados pelo homem’, e podem ser resumidos em sete palavras: o setor privado construiu, o governo destruiu. 
Essa é a manchete percuciente que infelizmente está ausente da cobertura midiática.Na primeira metade do século XX, Detroit oferecia empregos industriais para aproximadamente 200.000 trabalhadores.  O efervescente mercado de trabalho fez com que a população da cidade crescesse para 1,8 milhão de pessoas até a década de 1950.  E os empregos não vieram de programas governamentais ou de “investimentos” públicos em educação e programas de treinamento; eles foram criados pela vitalidade do capitalismo americano, pela visão estratégica e voltada para o longo prazo de industrialistas, pela forte ética do trabalho da população, e pela relativa ausência de interferência do governo e dos sindicatos.  (As três grandes fabricantes de automóveis — GM, Ford e Chrysler — só começariam a lidar com o poderoso sindicato United Auto Workers em 1941).
Qualquer um que já teve o prazer de encontrar um carro americano clássico, como um Oldsmobile 8 Conversível de 1934 ou um Chrysler Town & Country de 1941, é capaz de entender por que Detroit prosperou da forma como prosperou.  Não apenas estes carros eram impressionantes obras de engenharia e de perícia profissional, como também eram surpreendentemente acessíveis para vários americanos de classe média.  A riqueza gerada pelos grandes fabricantes destes automóveis, bem como pela variedade de pequenos fabricantes que lhes forneciam peças e serviços, fluía para todas as classes de pessoas em Detroit, permitindo à cidade construir imponentes prédios e espaços cívicos, estabelecer instituições artísticas de nível internacional, e contribuir enormemente para as realizações culturais do país.
Porém, quando a cidade atingiu seu apogeu, toda a sua riqueza se tornou tentadora demais para as organizações sindicais e para todas as esferas de governo (federal, estadual, municipal).  Embora Detroit continuasse a produzir e a prosperar durante toda a década de 1950, foi na década de 1960, mais especificamente após a guerra do Vietnã, que ocorreu a inflexão da indústria automotiva e da cidade que a representava.  Não obstante a própria indústria automotiva ter a sua parcela de culpa — sua estrutura burocrática e sua arrogância míope a deixaram despreparadas para a concorrência estrangeira, o que certamente contribuiu para seu próprio declínio nos anos pós-guerra —, a real culpa deve ser atribuída diretamente aos sindicatos e ao governo.
Tendo de enfrentar o inabalável poder de uma força de trabalho monopolizada e protegida pela poderosa máquina política controlada pelo Partido Democrata, que comanda a cidade desde a década de 1960, as fabricantes de automóveis tiveram de aquiescer com seguidos aumentos salariais, com leis trabalhistas restritivas, e com generosas e crescentes pensões, o que inviabilizou totalmente sua capacidade de investimento.  Era simplesmente impossível sobreviver a esse conjunto de demandas.
Politicamente, a própria dinâmica eleitoral de uma cidade fortemente sindicalizada criou uma tempestade perfeita para Detroit.  Prefeitos e vereadores passaram a ser eleitos exclusivamente de acordo com sua capacidade de prometer cada vez mais benesses para os sindicatos e seus membros, os quais, obviamente, irrigavam seus políticos preferidos com nababescas doações de campanha.  E, embora as fabricantes fossem livres para apoiar os candidatos que quisessem, não havia como concorrer em número com os reais eleitores, que eram os sindicatos, os operários e suas famílias. 
Como resultado, desde a década de 1960, Detroit passou a sofrer com gerações de governos corruptos e incompetentes financiados por sindicatos corruptos e incompetentes.  Ambos os lados não possuem a mais mínima compreensão de como sua cidade foi construída e de como as promessas que estavam fazendo para as gerações futuras jamais poderiam ser mantidas tão logo as indústrias sucumbissem sob a pesada mão da tributação, das regulações e da coerção sindical
No final da década de 1950, a população caucasiana começou a sair da cidade, mudando-se para a região norte, acima da mítica 8 Mile (veja o filme homônimo com o rapper Eminem).  Os violentos distúrbios de 1967 intensificaram ainda mais este êxodo, o qual a mídia rotulou de “fuga dos brancos”.  Em 1974, foi eleito o prefeito Coleman A. Young, com um forte discurso anti-brancos, que ficaria no poder por incríveis 20 anos e intensificaria ainda mais a “fuga dos brancos”.  O legado de Young foi desastroso.  Durante seu reinado, a cidade foi imersa em inúmeros escândalos de corrupção ao mesmo tempo em que a administração, com sua retórica fortemente racial, foi criando um verdadeiro e profundo apartheid urbano. 
Dentre os principais “feitos” de Young estão a adoção de políticas de ação afirmativa como critério padrão para se preencher empregos municipais; um departamento de polícia chafurdado em escândalos e ligado ao narcotráfico, o que culminou com o chefe de polícia indo para a cadeia; a terceirização de obras públicas exclusivamente para empresas formadas por minorias, independentemente de sua qualificação; e a imposição de que todas as empreiteiras que fizessem obras com dinheiro da prefeitura contratassem nativos de Detroit. Tudo isso gerou um enorme êxodo populacional, o que encolheu ainda mais a base tributária. 
Atualmente, a população de Detroit é de apenas 40% do que era em seu auge, e o número de empregos na indústria caiu 90%, para menos de 20.000.  Enquanto isso, a dívida municipal é de mais de US$18 bilhões, o que equivale a aproximadamente de US$25.000 por cidadão.  E isso em uma cidade em que menos da metade da população adulta está empregada e praticamente metade é formada por analfabetos funcionais.  A cidade prometeu mais de US$3 bilhões para 20.000 pensionistas municipais (US$150.000 para cada um), um dinheiro que simplesmente não existe. 
Kevin Orr, escolhido para administrar o processo de falência de Detroit, recentemente veio a público mostrar que a cidade gasta 38 cents de cada dólar de imposto com estes “custos herdados”, e a previsão é que tal cifra irá crescer para 65 cents.  Isso significa simplesmente que não sobrou nenhum dinheiro para administrar a cidade.  E em vez de reconhecer estes problemas, os políticos de Detroit, bem como o atual candidato a prefeito, preferem apenas fingir que eles não existem.
A boa notícia é que as mesmas forças que construíram Detroit podem ajudar a reerguer a cidade, desde que deixadas livres para atuar.  Em primeiro lugar, Detroit tem de declarar moratória em sua dívida.  Isso significa que aqueles indivíduos que contavam com suas pensões nababescas, investidores que compraram títulos municipais e demais cidadãos comuns irão sofrer.  O governo municipal, por sua vez, se tornará totalmente indigno de crédito, o que significa que investidores não mais irão retirar dinheiro do setor produtivo para emprestar para a burocracia municipal. 
Tão logo esse processo doloroso esteja completo, Detroit passará a apresentar várias vantagens.  Seus imóveis estarão inacreditavelmente baratos e a cidade terá uma mão-de-obra desesperada por trabalho.  Se o governo relaxar as regulamentações e as leis trabalhistas, cortar impostos, adotar uma linha dura com relação às táticas de intimidação dos sindicatos, e abolir o salário mínimo, empreendedores poderão vislumbrar ali uma oportunidade e voltar para a cidade.Muito embora a indústria não possa oferecer os altos salários que oferecia no passado, Detroit ao menos voltaria a fornecer empregos.  E embora a cidade fosse retroceder gerações, ela ao menos estaria apresentando algum dinamismo. 
Mas a verdade é que a esquerda entraria em erupção e irromperia em fúria.  Estamos programados para interpretar tais medidas de mercado como sendo apenas um exemplo cruel de ‘exploração gananciosa’ em vez de entendê-las como sendo a maneira natural como o capitalismo cura os excessos do intervencionismo e recomeça o jogo.  A esquerda prefere ver os desempregados em sua situação atual a permitir que eles voltem a trabalhar mais horas e recebendo salários menores.  Portanto, em vez de uma cura honesta, é de se esperar que Detroit tente sair da crise aumentando seu endividamento, reforçando suas promessas irrealistas e suplicando por socorros do governo federal, ao mesmo tempo em que seus políticos fingem estar atacando os problemas crônicos. 

No final, Detroit é apenas mais um exemplo do que ocorre quando governo e sindicatos se unem e impõem pensões dadivosas, legislações trabalhistas draconianas, regulamentações irrealistas e privilégios dignos de realeza.  Acrescente a isso uma forte dose de discurso racial anti-brancos, ações afirmativas, medidas que afastam empreendedores e endividamento crescente, e você entenderá a situação atual.  Embora as contas públicas de Detroit não tenham correspondentes, a cidade do automóvel é apenas um exemplo mais avançado de uma tendência que pode vir a afetar governos de todo o mundo caso eles não controlem seus gastos e seu endividamento, e não restrinjam as demandas de seus funcionários públicos e de seus sindicatos favoritos.

O Partido Democrata faliu Detroit

ALEXANDRE BORGES *

O que todos os prefeitos de Detroit desde 1962 têm em comum? Jerome Cavanagh, Roman Gribbs, Coleman Young, Dennis Archer, Kwame Kilpatrick, Kenneth Cockrel, Jr. e o atual Dave Bing são todos do mesmo partido que, depois de 51 anos seguidos, conseguiu falir um dos ícones da história americana.

Em 1960, Detroit tinha a mais alta renda per capita do país e hoje tem a mais baixa. Repetindo: até a última administração republicana, Detroit tinha a mais alta renda per capita dos EUA e, depois de meio século de feitiçarias de esquerda, tem a mais baixa. Tente discutir com esse dado ou culpar o capitalismo por isso.

A falência de Detroit está longe de ser surpresa para qualquer analista atento e honesto, mas é emblemática. A bancarrota da “motor city” coloca mais fogo no debate que quer a comparação direta entre os resultados obtidos pelos modelos oferecidos pelos dois grandes partidos do país. Estes modelos são aplicados também nos dois maiores estados dos EUA, o socialista na Califórnia e o de livre mercado no Texas, como num enorme teste de laboratório. E esta comparação não é apenas um debate econômico, é a versão revista e atualizada da Guerra Fria, só que agora em pleno território americano.

Não se deixe enganar: antes de avaliar a situação da economia americana atual, separe primeiro os estados “azuis” (democratas) e “vermelhos” (republicanos) e veja o que está dando certo e o que não está. Ver Barack Obama se vangloriar de dados da economia inflados pelos resultados dos estados “vermelhos” como o Texas, administrado por republicanos desde 1995 e que gerou 1/3 dos novos empregos do país na última década, é simplesmente ultrajante.

A maior cidade do Michigan foi enviada sem escalas para níveis de pobreza raros no mundo ocidental, o que pode ser comprovado em números divulgados recentemente pelo The Wall Street Journal:

– 47% dos adultos da cidade são considerados analfabetos funcionais (contra 20% da média do país)

– Apenas um terço das ambulâncias está em condições de sair da garagem

– 40% dos postes de luz das ruas estão apagados

– O tempo médio de resposta de um policial a um chamada ao 911 é de 58 minutos (média nacional: 11 minutos)

– Um terço das edificações da cidade está abandonado (78 mil prédios fantasmas)

– 210 dos 317 parques públicos estão fechados.

– 2/3 da população deixou a cidade desde os anos 60

– Menos de 5% dos carros do país são montados hoje na cidade

A cidade, onde as armas legais foram praticamente banidas como manda o manual esquerdista, é tão violenta que é impossível andar com segurança pelas ruas, você é logo aconselhado a pegar táxi. As escolas estão entre as piores do país, os serviços públicos mais básicos são negligenciados e tudo que envolve a prefeitura, como a licença para abrir um novo negócio, é um inferno burocrático terceiro-mundista, típico de qualquer lugar administrado por socialistas. Como definiu o jornal britânico “The Telegraph”, uma cidade assassinada por mau-caratismo e estupidez”.

Em Detroit, os prefeitos gastavam dinheiro público como “drunk sailors” e mergulhavam a administração municipal em escândalos de corrupção, subornos e clientelismo diretamente associados à expansão do governo. Kwame Kilpatrick, prefeito de 2002 a 2008, chegou a ser preso depois de condenado na justiça por mais de 25 crimes ligados à sua gestão.

Os sindicatos tiraram completamente a competitividade da cidade, mergulhando a economia local no caos. Enquanto torpedeavam qualquer tentativa da indústria automobilística de se modernizar, outras cidades atraíam as novas plantas e os empregos fugiram, assim como os investimentos. E o declínio da indústria da cidade era respondido pelos sindicatos com mais greves que exigiam ainda mais aumentos, proteções, regulações e subsídios, tudo com apoio explícito dos prefeitos democratas.

Hoje 15.000 metalúrgicos da ativa contribuem para fundos que pagam a aposentadoria de 22.000 pensionistas, com um déficit anual estimado de US$ 5,5 bilhões. Os EUA continuam fazendo bons carros, como o melhor SUV do mundo (eleito pela revista Motor Trend), o Mercedes-Benz Classe GL, só que agora ele é montado no Alabama. Parabéns, sindicatos!

No vizinho Wisconsin, o governador republicano Scott Walker resolveu enfrentar os poderosos sindicatos e chegou a ter seu mandato colocado em risco num “recall” ano passado, em que foi reeleito e agora promove uma verdadeira revolução no estado. Mas o futuro de Detroit ainda é incerto porque, evidentemente, você nunca vai ouvir a esquerda dizendo que errou.

Se existe algo certo na vida é o resultado de meio século de socialismo em qualquer lugar, mesmo no país mais rico do mundo. O Partido Democrata e os sindicatos faliram Detroit. Que sirva ao menos de lição.

6 agosto, 2013 às 09:19

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