Grande polêmica a respeito do pedido de intervenção militar feito nas ruas; Tópicos; Charles Krauthammer e a derrota de Obama; Charges

09112014_001

 Sim, até que enfim estamos falando de militares! Afinal chegamos à conclusão de que eles existem, e são parte importante do processo político brasileiro. Nossa, nem posso acreditar. Grandes são os heróis anônimos que carregaram as tais faixas na passeata. Merecem a nossa eterna gratidão ( pelo menos a minha).

-.-.–.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.—.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.–.-.-.-.-.-.-.-.-.-..-.-.-.-.-

Acovardados oposicionistas tiveram a insensatez de dizer que o pedido de intervenção militar feito em passeatas ” são o modelo de oposição que o PT quer para eternizar seu projeto de poder “. De onde tiraram essa asneira? Baseados em que ? Balbuciam explicações ridículas. De fato, o PT deve ter ficado aterrorizado com as faixas
O discurso oposicionista deveria ser assim: ” não concordamos com os que pedem a intervenção militar porque AINDA NÃO ESTÃO ESGOTADOS todos os meios para evitarmos a eternização de um partido no poder devido ao aparelhamento do estado, o projeto de controle da imprensa, e as consultas plebiscitárias

E poderiam completar, imitando Obama: “Todas as opções estão sobre a mesa”  (o que significa: inclusive a militar)

 

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-..-.-.-.-.-.-.-.-.-.-..-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

 

Vamos ser realistas. É um engano pensar que não tivemos oposição apenas por incompetência do PSDB. Eles não foram oposição porque não são oposição. O PSDB é de esquerda, tem muito mais em comum com o PT do que imaginamos. Por isso as dificuldades que eles tentam administrar e que nos escapam, porque, para nós, tudo parece muito mais simples. Assim, ficamos furiosos, não admitimos que eles não sejam como concebemos, não sejam da maneira que desejaríamos que fossem. Esperamos um comportamento que é impossível para eles. Quando nos parecem perdidos, sem conseguir se organizar, confusos, indecisos, estamos projetando nossos próprios sentimentos de frustração. O PSDB é assim mesmo. Vacilaram quanto ao impeachment do Lula? Talvez eles mesmos admitam que sim, mas a nossa visão da oportunidade perdida não é o pensamento dominante entre os da social democracia ( arghhh!). Este é o nosso ponto de vista, não o do PSDB. A maneira como FH agiu durante esses 12 anos é exatamente o somatório das dúvidas desse partido, das idas e vindas com respeito ao que fazer com respeito aos petistas e seu comportamento abominável. “Desestabilizar o Estado”, como FH alegou, negando o impeachment, seria, embora ele nem de longe imagine, desestabilizar suas próprias convicções esquerdistas, aventurar-se por um caminho desconhecido que poderia levar, Ó meu Deus, à destruição da “tenra plantinha da democracia”. Esse é o psiquismo que domina o partido. O PSDB fracassou, mas não pelos motivos que nos faz critica-lo, mas porque esteve todo o tempo tentando a quadratura do círculo. A verdadeira crítica que o PSDB fez ao PT durante todo esse imenso período foi com respeito à corrupção, o que, convenhamos, não chega a ser muito. E, só para constar, é preciso ser ingênuo para imaginar que também não existam corruptos graúdos, dentro do partido. Talvez, outra causa do  não emprego da munição que desejamos, esteja nos próprios rabos presos, no horror de serem descobertos e expostos. Isto vale para todos: desde FH até ao vereador de Sto. Antônio do Mato Dentro.

Neste momento mesmo, este partido chato, desmoralizado entre os que cultivaram uma imagem falsa a seu respeito, colocou um muro de Berlin entre ele e os manifestantes que pediram a intervenção militar. Ficaram embaraçados, raivosos, correram a fazer declarações mostrando que não concordam, de jeito nenhum, nem pensar, o caminho é o processo democrático, e quem duvidar que procure a sua turma. Ó insensatos, a democracia está indo para o bueiro, e qualquer um que tenha o mínimo de raciocínio lógico, e um pouco de conhecimento de história, percebe. Até o Aécio falou em “libertação”, que é uma palavra muito forte, embora, ao que parece, ele não sabe, já que foi cumprimentar o candidato a tirano. O mínimo que um arauto do PSDB teria que fazer a respeito das manifestações seria proclamar que o partido respeita os manifestantes angustiados. Jamais embarcar na covarde canoa das acusações de fascismo. Isto se fosse um partido de oposição preocupado com a ditadura constitucional que se aproxima.

 

 


RECEBI, É IMPORTANTE, PEÇO QUE LEIAM: 

“Passeata para pedir intervenção militar não faz sentido. Já esgotaram as possibilidades do ativismo judicial? Já pressionaram diretamente os seus deputados e senadores, fazendo um auê na porta de cada um? Já fizeram passeatas de protesto na frente da Folha, do Estadão e do Globo para exigir a verdade sobre o Foro de São Paulo? Já organizaram comissões para pressionar em pessoa os diretores de jornais e canais de TV? Já publicaram anúncios de página inteira nos jornais, contando o que eles não querem contar? Já se organizaram para tomar os grêmios e diretórios estudantis? Já tomaram algum sindicato, escola, associação religiosa? Não, nem começaram a fazer POLÍTICA. Então por que passar o abacaxi direto para os militares, se, nessas condições, eles não verão nisso nenhum CLAMOR POPULAR, mas sim apenas uma ejaculação precoce?”

RESPONDO:

 

Parece que Olavo não assistiu ao golpe de 64. Ele diz: ” passeata para pedir intervenção militar não faz sentido”. O que foram as famosas “marchas pela família, etc.”, até hoje citadas pelos militares como uma das provas da revolta popular que pesaram em sua decisão de agir ? Depois ele propõe uma super- hiper- organização popular: ” Já esgotaram as possibilidades do ativismo judicial ? “ Aqui no Brasil ? Acho que a sugestão reflete o fato de que ele vive nos Estados Unidos, onde a Justiça funciona, e processar chega a ser um esporte. Segue: “Já pressionaram diretamente os seus deputados e senadores, fazendo um auê na porta de cada um? ” Mais uma vez a influência norte-americana , onde cada eleitor leva muitíssimo a sério a cobrança em cima do sujeito no qual ele votou. Não é o costume brasileiro. Aqui, a pessoa vota e nunca mais sabe o que o seu representante anda fazendo, a não ser que haja um interesse direto de corporativismo. ” Já fizeram passeatas de protesto na frente da Folha…… para exigir a verdade sobre o Foro de São Paulo ?” Esta é uma das obsessões do Olavo, que foi pioneiro em descobrir o Foro. O fato é que poucos sabem do que se trata. Jamais gente do povo, e nem mesmo aqueles que seguraram as faixas. ” Já organizaram comissões para pressionar EM PESSOA, os diretores de jornais e canais de TV ? Aqui o engano é maior. A imprensa alterna descer o cacete no PT com alguns poucos afagos. Criou-se essa história da imprensa 100% petista o que não é verdade e agride o bom senso, já que ela não deu descanso com respeito aos escândalos, às roubalheiras, sendo que a maioria dos articulistas mais importantes do país sempre esteve contra o PT. Recentemente o Estadão publicou editoriais definitivos a favor de Aécio e contra a Dilma. Isto para não citar a importantíssima VEJA, objeto até de críticas da Dilma. Mas no imaginário dos anti-petistas das redes sociais a imprensa é petista. Olavo embarca nessa. Mas, mesmo se assim fosse, o proposto por ele continua dentro de uma extremamente bem organizada sociedade civil. ” Já se organizaram para tomar os grêmios e diretórios estudantis ?” Aqui definitivamente Olavo não sabe do que está falando. Acho que não tinha idade para saber como funcionavam os movimentos estudantis nos tempos da verdadeira UNE. Tirar os estudantes do poder era impossível e continua sendo assim, embora haja uma diferença abissal de competência entre os militantes do passado e os de hoje. “Já tomaram algum sindicato, escola, associação religiosa ?” Não, não fizemos, não está no nosso tipo de formação, não sabemos como, não somos páreo para nossos adversários, que têm esses objetivo como meta de vida. Não acho que na França os direitistas tentam fazer coisa parecida, pelos mesmos motivos. Lá eles estão ganhando terreno apontando erros, insatisfação popular com imigração e outros temas. A mobilização em torno de associações, sindicatos, é uma característica da esquerda POR DEFINIÇÃO – é difícil para nós pelos motivos que expliquei. ” Não, nem começaram a fazer política.” Uma afirmação desnecessária pela extrema arrogância. Uma das formas de fazer política é justamente através dessas passeatas radicais que Olavo condena. A outra, a arroz com feijão, funcionou, e perdemos por pouco. A sucessão de perguntas feitas por Olavo leva um certo caráter de deboche, é professoral e autoritária.
A expressão “passar o abacaxi direto para os militares” é muito infeliz. Reduz a questão a sub-extrato de pó de mico. Os militares estão atentos (assim espero) para o “CLAMOR POPULAR” (expressão do Olavo) e esse clamor alcança seu mais alto momento quando é pedido as eles a intervenção, de peito aberto, nas ruas. É isso que os impressiona. É disto que precisam. Assim foi em 1964.

Cabem duas observações importantes: Em 1964, não sei quando o povo tomou a iniciativa de impedir manifestações comunistas, e para falar a verdade só me lembro de uma, porque participava dela. Aconteceu em Belo Horizonte, na Secretaria de Saúde, em fevereiro de 1964, quando a cidade iria receber Brizola e um monte de sindicalistas. Fomos expulsos do edifício, algo tão estranho, tão diferente, tão inusitado, que chegando à Brasília reuni o meu grupo para dizer que a moleza havia acabado, a “direita” havia deixado a passividade de lado. O meu tipo de reação, muito viva na memória, mostra a raridade do acontecimento. Foi uma ação política, como Olavo propõe ? Sim, mas uma grande exceção, e aconteceu um mês antes do golpe .

A segunda observação é que os militares não tiveram dúvidas em colocar os tanques nas ruas porque já havia insubordinação dentro dos quarteis. Os episódios ficaram famosos e não vale apena especifica-los. O PT não partiu para este lance suicida. Preferiu se preparar para cooptar as escola militares, formar oficiais petistas e, embora o aparato jurídico para isso já esteja pronto, com portaria publicada, ainda não foi aplicado, não se sabendo o porquê da decisão.

Olavo embarcou , de maneira um tanto diferente, na mesma canoa dos que condenaram os corajosos cidadãos que estenderam as faixas pedindo a intervenção. Estranhei muito, porque em vários vídeos, relativamente recentes, ele, furioso, insinua a intervenção militar e insulta os milicos por estarem alheios à dominação do Brasil pelo PT. Coloquei no blog. Todos nós nos contradizemos, é comum, mas de vez em quando alguns vão longe demais.

nota: os vídeos estão em (cliquem em cima do título)  “O Partido Republicano está liquidado ( Ann Coulter); Um militar do Exército ( da reserva) e suas dúvidas; 6 violentos vídeos de Olavo de Carvalho chamando os militares de covardes e o escambau;” publicado em 22/02/2014

-.-..-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.–.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.–.-.-.-.-.-.-.-.-.-
Peço paciência, mas acho necessário fazer um adendo ao meu comentário anterior com respeito ao episódio da multidão impedindo a cerimônia na Secretaria de Saúde em Belo Horizonte, em fevereiro de 64. A turba exaltada contou com a participação decisiva da Polícia Militar de Minas, por ordem direta do governador Magalhães Pinto, já comprometido em não permitir qualquer agitação comunista no seu estado. A PM soube distinguir muito bem entre os que estavam contra a cerimônia, e os participantes da cerimônia. Fui perseguido por um soldado a cavalo com o braço estendido, segurando o sabre (mas dentro da bainha), na tentativa de me dar uma porrada nas costas. Conto a história não para dizer o quanto eu era corajoso, mas para mostrar que a reação popular em B.Horizonte não foi totalmente espontânea. Defendo o meu argumento do quanto é difícil, ou impossível, a mobilização pura, altamente civilizada, que Olavo de Carvalho propõe. A PMMG estava lá !

O que mais irrita é a condenação, a ridicularização, as ofensas, aos que pediram a ajuda dos militares quando estenderam suas faixas. A arrogância dos que os estão atacando mostra o seu completo despreparo na interpretação do que é, ou não, importante para motivar as tropas. Incrível que depois de todo o seu fracasso em não conseguirem evitar que o PT esteja batendo na porta da ditadura, ainda por cima venham nos dar aulas de como é que tem que ser. Ao mesmo tempo em que se entusiasmaram com a quase vitória do Aécio, logo querem colocar um freio nas manifestações dos inconformados com a derrota. Aliam-se ao PT na demonização dos “maus perdedores”, ou então, como se tivessem uma enorme experiência de subversão e anti-subversão, classificam o direito de temer a ditadura petista como “aprendizes de feiticeiros”, “antidemocratas”, o “caminho é o das eleições” , EXATAMENTE o que o PT deseja que façam. Os que levantaram as faixas perceberam, mais do que todos, a barbaridade do dinheiro roubado, onde mesmo uma pequena parte destinada ao aparelhamento do estado é muitíssimo, porque trata-se de fração de bilhões. Estão inconformados porque sentem medo de que passado o fogo do momento, o entusiasmo pela quase vitória, tudo volte a ser mais ou menos como antes, e o PT continue sua caminhada para a ditadura, com a volta de Lula em 2018. Ou vamos ignorar que a vitória da Dilma é mais um enorme passo nessa direção ? A vibração com a surpresa do ótimo desempenho de Aécio, a pequena diferença em milhões de votos está alavancando a esperança de forma legítima, mas não é o momento para endossar as críticas do PT, quando tratamos os “golpistas” como leprosos. Não, eles são muito bem vindos, ainda não perceberam ? Mesmo os que não concordam com a intervenção militar deveriam guardar esse sentimento para si, e não espalha-lo ao vento, ajudando o PT. A menos, é claro, que prefiram a ditadura petista à intervenção militar. Neste caso é bom mesmo ajudá-los.

Apenas para dar um exemplo: não existe argumento que possa escamotear o controle completo e total do Supremo ainda no mandato da Dilma. Serão todos Toffolis. A única esperança, neste caso, é a falta de caráter de seus membros, a traição, mas, para que esta se manifeste, é necessário a pressão popular, sendo que a mais ameçadora é exatamente a que está sendo condenada pelos que sofrem da lavagem cerebral esquerdista, e preferem qualquer coisa ao regime militar. Crescemos com a síndrome do golpe militar latino-americano, nos envergonhávamos com os “pronunciamentos”, cultivamos até hoje a expressão “república de bananas”. Tudo pode ter sido verdade em priscas eras, quando este continente era uma selva, pode ter sido verdade na República Velha, mas a maioria das intervenções militares a partir de 1947, deveu-se ao perigo comunista. Nosso famoso golpe, o que combateu as guerrilhas, o que evitou o perigo  do envio das tropas cubanas, como aconteceu em Angola,  esse “maldito golpe” até hoje não reconhecido como necessário por articulistas famosos – aplaudidos loucamente por anti-petistas raivosos – é uma festa para a fabulosa lavagem cerebral marxista-leninista- stalinista – maosista -gramcista, sartrista, foucosista, e todos os idiotas que dirigem a vida dos nossos amigos sem que eles tenham a menor consciência de que não são donos das suas próprias ações, são marionetes do que lhes foi imposto moringa abaixo. Falta-lhes matemática e falta-lhes Freud – (o tema é melhor explicado em outros artigos no blog).  Seus miolos, tão bem tratados pelo papai e pela mamãe que os colocaram nas melhores escolas, que foram alimentados pela melhor comidinha, se transformaram em pudins de tapioca.

 

 

 

 

 

Recebi de um amigo:

 

Concordo com boa parte do seu diagnóstico do câncer petista. O Brasil é sem dúvida o país onde mais avançou o que eles chamam “hegemonia”, uma versão tropical e acanalhada da tomada sub reptícia do poder sem revolução, tal como sugerida por Gramsci. Os métodos nós conhecemos: a ocupação da administração pública pelos sindicalistas de colarinho branco, a criação de alianças com o empresariado e, no limite, o suborno puro e simples de parte do Congresso para viabilizar peças de legislação. E os programas sociais criaram uma clientela politicamente cativa e estão dando, como se viu agora, cobertura eleitoral para o que eles chamam de “o projeto”. Mas um pedaço da classe média intuíu o que está acontecendo e começou a reagir. Surgiu no Brasil pela primeira vez uma direita que diz o seu nome, articulada e capaz de atrair um número de adeptos incomparavelmente maior – e talvez mais inteligente – que o da caricata direita do meu tempo, a direita de Pena Boto e Silvio Heck. Basta ver a linha editorial da Veja para constatar a guinada política dada pela classe média brasileira que faz dessa revista sua leitura semanal. Acho que o problema do PSDB e de Aécio vai ser o que fazer com relação a is. A manifestação da avenida Paulista foi um teste. Setores do PSDB oficial condenaram os apelos ao golpe e ao impeachment (que ainda nem se sabe se foram autênticos ou infiltrados), mas as redes sociais se encheram de demonstrações de apoio. No retorno ao Senado, Aécio vai ter que se situar. Vai condenar os apelos ao golpe e ao impeachment? Acho que sim, e que deve. A corrente hoje muito estridente e visível em favor dessas coisas, embora reflita o estado de espírito de parte da oposição, é minoritária. Associar-se a ela seria escolher o pensamento do menor número, em detrimento de uma maioria que estará à espera da orientação do seu líder. O caminho real da oposição é o da democracia e do voto

 

 

Respondo:

O tema é difícil, mas gostaria de uma breve colocação. As pessoas que foram para as ruas pedindo o golpe estão angustiadas, revoltadas, com medo, e agora foram humilhadas por serem tratadas como imbecis. Não querem caminhar como cordeiros para o matadouro. Este é um sentimento legítimo, muito diferente de algo oportunista, revanchista, desonesto. Não acreditam mais nas forças civis. Não acreditam que seja possível reverter o quadro apenas com uma oposição que até agora foi um fracasso completo e absoluto. Elas acreditam que a quase vitória de Aécio não foi fruto de um trabalho dessa oposição, mas algo natural vindo da sucessão de espantosos escândalos, prisão da cúpula petista na Papuda e tudo mais que sabemos. Não sei como Aécio deva se situar diante desse quadro de angustia, mas certamente não gostaria que se posicionasse condenando “fascismos”, radicalismo”, etc. Seria primário, simplista. A intervenção das Forças Armadas é prevista na Constituição, não devemos nos esquecer. A questão, extremamente sofisticada, é saber quando ela se justifica.

 

 

Recebi:

“Estou esperando o pronunciamento do Aécio. Se for no sentido do Alckmin ou do graziano se distanciando dos manifestantes e do pedido do impeachment em termos absolutos será uma tragédia. O impeachment está na ordem do dia dependendo do desdobradamento do petrolão, da investigação da intervenção de órgãos do estado na eleição (correios pex), da investigação do sistema eleitoral e, claro, da submissão de interesses estratégicos do Brasil a diretrizes emanadas do Foro de São Paulo, em evidente colisão com mandamento constitucional.
Aécio tem de compreender humildemente que a grande maioria dos votos que recebeu foram votos, não nele, mas votos antipt.
O impeachment de dilma é o caminho natural de afirmação da democracia neste momento. É simplesmente impossível que ela desconhecesse a extensão do roubo na Petro e que não participasse de sua organização.

 

Respondo:

Acho que vc está esperando muito do Aécio, além de superestimar o que houve nas eleições. Fala-se em impeachment, mas é dificílimo que seja levado a sério a ponto de haver um processo e posterior votação. Sempre foi raro em nossa história, e nunca contra um rolo compressor feito o PT. Não pense que a Dilma está condenada só porque todo o país sabe que o PT é um antro de ratazanas, e os escândalos da Petro e outros escândalos estão na boca do povo. Se fosse assim, nem teríamos chegado ao ponto de estarmos aqui, conversando. E mais: ela teria sido derrotada, mas foi eleita. E o Foro de São Paulo é assunto de meia dúzia de pessoas, incluindo nós dois.

 

-.-.-.-.-.-.-.-.-.–.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.–.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

 

Escrevi:

Dois avanços que não podem, não deveriam, ser perdidos com o tempo : a mobilização motivada pela expressiva votação do Aécio, e o pedido de golpe militar pela primeira vez levado às ruas. 

 

Amigo escandalizado:
Meu Deus, pedir golpe militar é avanço? regresso aos anos cinquenta? vamos ressuscitar o Carlos Lacerda. Onde vocês estão com a cabeça… vamos ressuscitar o Costa e Silva, o Figueiredo, o Sílvio Frota, o Newton Cruz? porque golpe militar é isso.

 

 

Respondo:

Muito bem. Pergunto:  Vc. prefere o regresso aos anos cinquenta, ou a ditadura “bolivariana” ? A questão se coloca assim: o perigo da ditadura petista-comunista é real, ou está apenas na cabeça dos apavorados ? Vamos admitir que é o objetivo da vidas deles, que é a meta suprema do PT, e que estão trabalhando dia e noite para consegui-la. Se assim for ( e só um cego para não enxergar) nós vamos conseguir impedir a catástrofe através das eleições ? O retrospecto vai CONTRA nós. Perdemos 4 eleições em seguida. A falta de determinação, a falta de garra, a confusão ideológica ( esta discussão é um exemplo) são características nossas, e não deles. E eu discordo quando vc. diz que “golpe é isso”. Com o general Lott,  em 1955,  não foi assim, e o movimento que derrubou Jango também não foi “golpe é isso”. Os desdobramentos em 64 não foram agradáveis, mas o que se espera, hoje, dos militares é uma consciência melhor do que significa salvar o país e entrega-lo aos civis o mais depressa possível. Repito: o mais depressa possível, e não posso deixar de dizer – porque sou honesto – que os melhores juízes de “o mais depressa possível” não somos nós, os causadores da intervenção, os incompetentes, os que estão fazendo pouco para impedir que o pior aconteça.

A atitude da VEJA, antecipando a colocação da revista nas bancas, visando claramente influenciar a votação nas eleições, é um modelo de como deveríamos nos comportar frente ao PT. A revista está correndo riscos de perder a publicidade estatal, por mais que isto seja contra a lei. Mas o que é a lei para o PT ? O Supremo já vota com o partido e caminha para ter todos os seus membros petistas de carteirinha ainda neste novo mandato da Dilma. Vale tudo no caminho religioso do comunismo. Deveríamos ter o comportamento da VEJA o tempo todo.  E antes que me esqueça: o golpe militar, a intervenção militar, está claramente prevista na Constituição, mas insistimos em negar que assim seja.

Costa e Silva, o Figueiredo, o Sílvio Frota, Newton Cruz, que você citou, são piores, iguais, ou melhores do que Zé Dirceu, Dilma, Lula , Zé Genóino, e Delúbios ? Não gostaria de receber uma declaração sua de que estou sendo simplista – simplório, e que a questão é mais sofisticada do que isto. Discutir sim, mas não com esse tipo de argumento. Seria o protótipo da colocação dos muito inteligentes, mas a quem falta lucidez. 

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

 

 

 

Political Cartoons by Nate Beeler

 

 

 

 

 

Aproveitem o dia, controlem a agenda.

Charles Krauthammer (Washington Post)

 

Memorando para o Partido Republicano. Vocês tiveram uma grande noite na terça-feira. Mas lembrem-se: vocês não a ganharam. Os democratas é que perderam a noite.

Isso não quer dizer que vocês não mostraram disciplina em fazer da eleição um referendo sobre os seis anos de Barack Obama. Vocês praticaram uma supervisão adulta na escolha dos candidatos. Vocês não se permitiram cair nos atalhos de gênero e outras identidades políticas.

A eleição mostrou: um ganho de provavelmente nove cadeiras no Senado, a mais extensa maioria republicana em mais de 80 anos, e extraordinárias vitórias de governadores, incluindo Massachusetts, Maryland e Illinois, a mais azul das azuis, desmentindo a justificativa democrata de que eles perderam porque o jogo foi jogado em um gramado republicano.

A derrota – “um massacre”, como denominou a revista The Economist – marca o colapso final do ‘Obamismo’, uma espécie de liberalismo de esquerda tão intrusivo, tão incompetentemente executado e, enfim, tão impopular que será visto como um parênteses na história da política americana. Apesar das negativas inábeis em sua conferência à imprensa no dia seguinte, Obama mesmo definiu a eleição quando ele insistiu, justamente no mês passado, que “essas políticas (isto é,dele) estão nos votos – em cada um deles”.

Elas estavam, e a América se manifestou. Mas foi um julgamento negativo, não um endosso do Partido Republicano. O prêmio por vencer não é nada mais do que uma oportunidade para os republicanos mostrarem que eles podem governar – a oportunidade de aproveitar a pauta nacional.

Cinco semanas atrás, sugeri uma série de iniciativas como as do “Contrato com a América” de 19941, mas, dessa vez, para depois. Não é uma ciência inacessível. Mitch McConnell, o futuro líder da maioria republicana no senado, e o palestrante John Boehner * já estão trabalhando para produzir essa tal agenda.

1-Documento liberado pelo Partido Republicano na campanha eleitoral de 1994, com texto parcial de 1985 do ex-presidente Ronald Reagan, detalhando as ações que os republicanos prometeram estabelecer se alcançassem a maioria na Câmara dos Representantess.

*Lider dos republicanos na Câmara, e que continua Líder

 

É necessário que ela seja urgente, determinada e implacável. Digamos, uma lei por semana nas dez primeiras semanas. Começar com medidas óbvias, com significativo apoio democrata, como o oleoduto Keystone XL2.

2-Oleoduto que vai de Alberta no Canadá até o Texas nos Estados Unidos.

 

Como a negociação de comércio rápido3 que Harry Reid4 vetou e que Obama, como todos os presidentes, quer. Os republicanos deveriam propor e aprovar, dando assim uma vitória a Obama e demonstrando consenso bipartidário e magnanimidade ( bem como bom senso econômico).

3- Autoridade do presidente dos Estados Unidos para negociar acordos internacionais que o Congresso pode aprovar ou desaprovar, mas sem emendas ou obstruções.

4- Líder da maioria democrata no Senado entre 2007 e 2011, figura odiada pelos republicanos.

 

E então, uma simples lei direcionada a repatriar os dois trilhões de dólares de recursos que estão sendo retidos pelas corporações americanas no exterior, uma lei para autorizar e expedir a exportação de gás natural líquido e petróleo bruto ( este último, proibido por uma lei obsoleta de 1975), e uma forte lei sobre a segurança das nossas fronteiras.

Em relação ao Obamacare, uma abolição simbólica que Obama vai imediatamente vetar, é menos importante do que múltiplas medidas rápidas para inviabilizá-lo com mil cortes. Ou seja, revogar o imposto sobre equipamentos médicos. Revogar o mandado individual. Revogar o mandado do empregador. Revogar o mandado de cobertura restaurando a promessa quebrada por Obama de que “Se você gosta do seu plano de saúde, você pode mantê-lo.” E revogar os pacotes de socorro federal para segurados nas trocas do Obamacare.

Se Obama emitir vetos, bom. Deixem os democratas defende-los pelos próximos dois anos.

E então, vão em frente e de forma positiva: uma reforma radical no sistema de impostos, ambos: corporativo e individual, abolindo brechas fiscais e abaixando taxas, como a histórica reforma Reagan-O’Neill de 1986 ou a abandonada comissão Simpson-Bowles do próprio Obama. E vão com vontade: convidem o outro lado para negociações imediatas com o objetivo de uma regulamentação de impostos até a primavera.

Como Obama reagirá? Em minha opinião – com a petulância e negação que ele mostrou em sua conferencia a imprensa após as eleições. Além do mais, ele vai tentar recuperar o controle da agenda nacional com as ações executivas da anistia para imigrantes ilegais.

Memorando final para o Partido Republicano: anistia seria pura isca para impeachment. Não entrem nessa. Usem o poder do parlamento para cortar fundos. Prometam revogação imediata se os republicanos ganharem a Casa Branca em 2017. Denunciem isso como inconstitucional e má política. Mas não deixem que isso domine, que se aposse da agenda do Partido Republicano. Pois é exatamente o que Obama quer. É seu único caminho para recuperar e tomar iniciativa.

A eleição de 2014 deu ao Partido Republicano a rara oportunidade de redimir retroativamente a sua marca. A percepção convencional, incessantemente repetida pelos democratas e pela mídia, é de que a disfunção de Washington é o trabalho do ‘Partido do Não’, ou seja, do Partido Republicano. Expor o verdadeiro agente do não fazer nada. Mostrem que quando **Harry Reid não puder mais entregar legislação aprovada pela Câmara dos Representantes ao esquecimento, o Congresso pode, na realidade trabalhar.

**Harry Reid, o odiado democrata, foi presidente do Senado, e engavetava os projetos vindos da Câmara de Representantes,de maioria republicana

Aprovar legislação. Quando Obama assina, vocês têm mostrado seriedade e a habilidade de governar. Quando ele veta, vocês têm elucidado a diferença entre as filosofias dos partidos e preparado o terreno para 2016.

A vitória de terça-feira foi grande. Mas não fez nada mais do que nivelar o campo e dar a vocês um forte impulso. Agarrem-no.

 

TRADUÇÃO: Célia Savietto Barbosa

 

 

 

Political Cartoons by Steve Kelley

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Bob Gorrell

 

 

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Glenn McCoy

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Michael Ramirez

 

 

 

 

Political Cartoons by Henry Payne

 

 

 

 

Political Cartoons by Bob Gorrell

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Michael Ramirez

 

 


 

Political Cartoons by Glenn Foden

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Gary Varvel

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Glenn McCoy

 

 

 

 

 

 

 

 

Political Cartoons by Gary McCoy

 

 

 

9 novembro, 2014 às 18:51

Tags:

Categoria: Artigos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

* Copy This Password *

* Type Or Paste Password Here *