A crise militar, a colunista e o scholar; Foto da espetacular bomba que Netanyahu pediu aos EUA
DORA KRAMER – O Estado de S.Paulo
Os comentários do blog no artigo da Dora Kramer estão em vermelho.
A propósito do crescimento da insatisfação entre os militares da reserva que consideram a criação da Comissão da Verdade “um ato de revanchismo”, o historiador Carlos Fico resumiu a ópera em entrevista ao jornal O Globo.
Para ele, os militares erraram ao contestar a legitimidade da Comissão da Verdade – Pimenta nos olhos dos outros é colírio. Os militares, que haviam concordado com a anistia bilateral, ficaram surpresos quando, imitando a África do Sul, e desconhecendo que a realidade brasileira é diferente, o governo se decidiu por essa comissão. E tem mais, quando começaram a surgir os seus integrantes, a revolta aumentou porque era gente só do outro lado, isto é, aqueles que odeiam as Forças Armadas. mas também faltou ao governo serenidade quando ameaçou puni-los – não é assim, a análise é simplória. Existe um senso comum de que se os militares se manifestam é necessário enquadra-los imediatamente, ou a coisa piora. Desta vez funcionou ao contrário, mas é muito facil criticar a posteriori. Qualquer análise séria, isenta, precisa partir do princípio de que as Forças Armadas julgam haverem salvo o país de um regime comunista. Para que o tal Carlos Fico fique mais esperto, grande parte da população brasileira acredita que foi assim, inclusive quem está escrevendo. Isto obrigatoriamente tem que ser levado em consideração.
Por lei, os inativos têm o direito a manifestações, vedado aos da ativa. Portanto, punições ensejariam ações na Justiça o que, segundo o historiador, seria “receita certa para a crise”. Nossa, mas que gênio!
Sugeriu uma solução que com uma semana de atraso o ministro da Defesa, Celso Amorim, resolveu adotar: deixar nas mãos dos comandantes das três Forças possíveis providências à luz do estatuto militar e ponto final. Estaria tudo ótimo se essa solução adotada não desmoralizasse o Ministro da Defesa. E tem mais: Espero que os comandantes tenham vergonha e não façam nada, nadinha. Então o brilhante historiador teria cometido um erro ainda maior, porque nesse caso o poder militar estaria se sobrepondo ao civil de maneira absoluta, e o ministro teria que ser substituído, ou os comandantes demitidos.
O senador Aloísio Nunes Ferreira (PSDB), relator do projeto quando da aprovação da Comissão da Verdade no Congresso, considera a melhor saída e, embora como oposicionista pudesse cobrar de Amorim a manutenção da ameaça como sinal de afirmação de autoridade, não vê utilidade em alimentar um problema criado inutilmente. Claro, é uma saída ótima, desmoralizando o Amorim, como esse tal de Aloísio Ferreira mesmo disse. Está se tentando a quadratura do círculo . Por que ? Ora, o problema é a EXISTÊNCIA dessa maldita comissão. E se não tem jeito, então, como disse o general Rocha Paiva, vamos convocar a Dilma para depor, já que ela se gaba tanto de ter sido uma figura exponencial na guerrilha, tendo sido torturada e o escambau. Sim, vamos chama-la . Vamos chamar esse pilantra ladrão, o Zé Genoino, que trabalha no Ministério da Defesa.
Pelo seguinte: não foi a primeira e certamente não será a última vez que os militares da “antiga”, integrantes do regime de exceção, reagem a atos de busca de reparação, ainda que nos limites da Lei da Anistia de 1979. Quer dizer que os “novos” já se renderam ao petismo, o que implica em renderam-se á mentira histórica de que o golpe de 1964 não foi necessario. E a colunista vai continuar cega até o final dos tempos.
Foi assim no governo Fernando Henrique, quando da criação da comissão que instituiu o pagamento de indenizações aos prejudicados pela ditadura e do grupo criado para identificar mortos e desaparecidos no período.
E assim foi de novo quando o então presidente Lula decidiu criar a Comissão da Verdade para levantar informações sobre agressões aos direitos humanos pós-1964, por motivação política. E quando os militares deram um murro na mesa ele disse que não havia lido o que lhe puseram na frente.
Para deixar bem claro o caráter informativo da comissão, a lei explicita que não terá poder jurisdicional nem persecutório. Zelo simbólico, pois o primeiro cabe ao Judiciário e o segundo ao Ministério Público. Mas, não se trata disso. É a exposição pública dos erros cometidos pelos militares na repressão, deixando de lado os erros dos guerrilheiros. Quer dizer: desmoralizar os militares e endeusar os que também torturaram , também, mataram. A Dora está se fazendo de boba ou, sei lá. É melhor voltar aos Kassabs, Martas, Serras, aquela mediocridade que você enfrenta todos os dias. (estou obsecado com essa observação)
Houve, na visão de Aloísio, falta de habilidade do governo na reação – “acabou levando o manifesto às primeiras páginas ao falar em punições” – e ausência de percepção de que o tom do documento é representativo de uma cultura superada pela prática da democracia. Continua sem uma palavra sobre o problema da composição da comissão, que pode, e vai, colocar os militares novamente na berlinda, como se na prática não houvesse anistia.
Os militares “de ontem” vivem sob o fantasma do revanchismo. Mas, os de hoje não sonham mais com soluções autoritárias. Querem orçamento decente, reaparelhamento das Forças Armadas, salários condizentes, atualização tecnológica e valorização profissional. Quer dizer, foram domesticados. E o perigo do bolivarianismo não entra na análise da colunista.
Mais que uma crise, o que se tem, portanto, é um choque de gerações. Nossa, uma frase de efeito horrorosa e um diagnóstico pior ainda.
Mas, se de um lado há temores e de outro, tremores – ambos referidos no passado ainda não passado a limpo -, isso não pode atrapalhar o trabalho da Comissão da Verdade? Bem idiota e demagógica essa pergunta. Atrapalhar o trabalho da Comissão ? Seria uma pena, seria horrivel, não ? Vejam : Existe um lado que não tem medo, nem tremores. É o lado dos guerrilheiros, já que eles vão ser os donos da comissão. Ou o governo vai permitir que os dois lados sejam representados ? Claro que não, eles ganharam as eleições, ganharam tudo, agora vão permitir uma comissão que exponha os podres dos guerrilheiros ?
“Pode”, reconhece o senador, que só vê uma solução para encerrar o assunto: a prática. “É criar a comissão o quanto antes e cuidar de que ela trabalhe dentro das balizas da lei.” As leis que não permitem a punição mas permitem a desmoralização. Vai ser constituída uma comissão que tentará de todas as formas enxovalhar os militares em geral. Vale a pena ? Tomara que ocasione uma crise monstruosa, são os meus mais sinceros votos.
A MÃE DE TODAS AS BOMBAS
O jornal israelense “Haaretz” noticiou que Israel quer bombas antibunker capazes de arrasar usina iraniana
Esta é a bomba que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pediu nesta semana aos Estados Unidos. Especula-se que Obama teria feito um apelo para Israel não atacar o Iran antes de 2013 (TV FOX NEWS)- O primeiro-ministro teria concordado, desde que no decorrer de 2012 a inteligência israelense não descobrisse algo novo e definitivo no desenvolvimento nuclear iraniano.
Ela pesa 13.600 kg e penetra no solo em profundidade calculada em 66 metros. É a maior bomba não nuclear já fabricada.
Comentários (1)
Ótimo contraponto!