A Foto
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Essa foto diz tudo. Chavez tem o atrevimento de presentear Obama com a bíblia do perfeito idiota latino-americano – As Veias Abertas da América Latina – do uruguaio Eduardo Galeano. Trata-se de um livro primariamente anti-americano, agressivo, e o presente está perto de uma ofensa. Observem que Chavez segura com firmeza a mão de Obama e o obriga a apontar para o livro. A cara do ditador é de completa felicidade por estar fazendo o gringo de bobo. Imagine-se a comitiva venezuelana às gargalhadas com a esperteza de seu chefe . Impossível Chavez ter a coragem de tentar uma gracinha dessas com Bush. Não conseguiria chegar perto dele. Certa vez, Millôr Fernandes disse que as aparências são tudo. A foto reveladora mostra um Chavez que sabe o que quer, e um Obama perdido, sem entender o que está acontecendo e, pior, querendo agradar.
E a imprensa erra quando diz que “Hillary endurece com Iran e Coreia do Norte” É exatamente o oposto. O invés de continuar recusando a hipótese de um Iran nuclear, os Estados Unidos, pela primeira vez ,se pronunciam admitindo a bomba. A Chefe do Departamento de Estado disse que “a resposta dos EUA ao Iran com armas nucleares será a criação de uma barreira de defesa na região, armando os vizinhos do país” Mas, isso é tudo que o Iran quer na vida ! Que seja abandonada a opção de bombardear suas usinas. Afinal, na política externa, a nova administração americana vai deixando de lado alguns postulados de Bush e encontrando seu próprio caminho, o caminho American liberal. Primeiro os discursos de Obama pela Europa, e pelo mundo árabe, pedindo desculpas pelos Estados Unidos existirem. Depois, em Honduras, um verdadeiro desastre ao fazer a opção errada, a opção Zelaya, e agora, quanto ao Iran, essa extraordinária mudança de posição. Israel reagiu, e Hillary, que sempre tem um comportamento dúbio, e pouco se importa com suas verdades ou mentiras, procurou se esquivar, mas não existe volta em um pronunciamento desse tipo. Para o Iran é dia de festa.
O vice-primeiro ministro israelense, Dan Meridor, lamentou que os USA “já tivessem aceitado essa realidade”, a bomba atômica iraniana. Parece que nessa questão Israel corre o perigo de ficar por sua própria conta e risco, e sabe-se que a irritante posição israelense é aquela de que não aceita desaparecer do mapa. Se depender dos Estados Unidos vai ter que confiar na “rede de proteção” que ainda vai ser construida, o que é de fazer qualquer israelense suar frio. E o chanceler Lieberman, conversando com Lula, pediu a intermediação brasileira na questão iraniana, como se ele não soubesse que o Brasil nem imagina por onde começar , não tem a menor experiência de Oriente Médio, está inteiramente incapacitado para uma ação de tanta envergadura. O máximo que nosso chanceler e o presidente podem fazer , na visita de Ahmadinejad, é chama-lo para tomar umas biritas amigas, “Ah, o senhor não bebe por motivos religiosos ? Então sai uma fanta sabor limão aqui para o nosso amigo” tapinhas nas costas , ” precisamos de calma, promete que não vai jogar a bomba em cima de ninguém, isso não é legal, conversando todo mundo se entende, mas o seu país é muito interessante, lá não tem gays, não é mesmo ? Como é que vocês conseguem ?” Os grossos até que podem se entender , mas é provavel que a verdadeira intenção de Lieberman seja a de espalhar pelos quatro cantos do planeta a suposta vontade de Israel em negociar, já pensando na opção do bombardeio da planta iraniana.
Quanto á Coreia do Norte, o “endurecimento” de Hillary ainda é a continuação da política de Bush: sanções econômicas se não houver desarmamento, e muito dinheiro nos bolsos do Querido Lider, caso ele fique bem comportado.
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