A Jabulani – O gol irregular da Argentina contra o México

Todo mundo fazendo piadas sobre a bola Jabulani. Até agora não ouvi, ou li, nenhuma crítica à FIFA por permitir que justamente um dos pontos essenciais dentro do campo tenha sido modificado de uma hora para a outra, trazendo problemas para os jogadores.Essa bola é ridícula, e as pessoas não se deram conta disso.Vai o Daniel Piza e diz que a bola é boa porque os sul-coreanos conseguiram dar dois chutes perfeitos ao gol. Mas que raciocínio capenga. O que será que o goleiro achou desses “chutes perfeitos”? Pode ter sido enganado pela trajetória peculiar dessa bola. E o Piza vai em frente, quando diz,  ingênuamente, que o gol de Tevez contra o México (o terceiro),” foi mais um prova de que os jogadores podem dar ordens à Jabulani”. O que ? Então agora temos especialistas em Jabulani. Os que aprenderam a tratar com ela e os que não aprenderam. Absolutamente errado. Os comentaristas já consideram essa droga de bola como um fator extra no jogo, falam sériamente sobre esse ou aquele erro cometidos durante a partida, de que maneira os jogadores devem chutar, etc.É fato consumado, a bola é diferente.Parece que a FIFA já admitiu que ela não presta e que não vai ser usada após a Copa. O maior espetáculo da terra, e ninguém sugeriu que se colocasse uma outra bola em campo ANTES do início dos jogos? Sim, porque ela deve ter sido criticada por dezenas de jogadores de todas as seleções assim que a tocaram, ainda nos treinamentos, embora só nos tenham chegado os depoimentos de apenas uma meia dúzia. Sabemos sobre a corrupção, mas não basta a construção de estádios, e mil outras mumunhas, e nesse momento chegamos ao ponto de vermos A BOLA, da Adidas, atrapalhando o show dos maiores craques do mundo? Que absurdo. Claro que não se pode tira-la no meio da Copa, ela tem que continuar em campo, porque seria injustiça com as seleções que perderam e foram embora. Haver modificado a bola a que estamos acostumados é tão importante como se a FIFA houvesse, de uma hora para a outra, aumentado ou diminuido a linha de meta (o gol) em alguns centímetros.

O primeiro gol da Argentina não foi aquele impedimento escandaloso que os narradores, comentaristas, e árbitros aposentados disseram. Sem dúvida foi um erro do bandeira, mas trata-se de um lance refinado.Há pouco tempo atrás o impedimento era marcado da seguinte maneira: O bandeirinha, acompanhando sempre o último homem da defesa, levantava o bastão no momento exato em que a bola saía do pé do jogador para o lançamento – se ele percebia alguém em impedimento. Bem, se na trajetória da bola ele concluisse que era um chute direto ao gol, que nenhum jogador em impedimento  estivesse atrapalhando o goleiro, ou que era um passe para alguém não impedido, mesmo que houvesse outro em situação de impedimento, em suma, quando um impedido não participava de nenhuma forma da jogada, esse bandeira baixava imediatamente o bastão, o lance continuava, e o juiz, de longe, fazia um gesto agradecendo. A torcida (e os narradores) nunca entenderam esses movimentos. Achavam que o bandeira havia se arrependido, havia errado, e baixara o bastão. Por isso aconteceu o seguinte: A FIFA recomendou, para o bem do jogo, que ele só levantasse o bastão quando já tivesse a certeza de onde a bola iria chegar, isto é, deu mais tempo para o bandeira se decidir. Foi exatamente isso que ocorreu nesse jogo. Se tivesse acontecido nos velhos tempos o bandeira teria marcado no momento em que Messi tocou na bola. Mas, não, ele esperou para ver no que dava, e aí se ferrou. E por quê ele se ferrou ?

Bem, o que houve no jogo da Argentina contra o Mexico: A bola é lançada, o goleiro avança e se atrapalha. Messi, com o gol vazio, e o atacante Tevez lá na frente, dá um chute por cobertura, tentando marcar o gol – foi o que pensou o bandeira, e eu também. Se a bola entrasse seria gol legítimo porque Tevez não estava participando da jogada e não atrapalhava o goleiro. Acontece que, na minha opinião, Messi errou, a bola foi curta, sobrou para Tevez, que fez o gol em situação de impedimento, um gol ilegal. Quero apenas dizer que o erro não foi grosseiríssimo. O bandeira pode não ter visto o desvio rápido que Tevez fez na bola. Naquele momento ele pode ter tido sua visão prejudicada, e somente enxergou o chute a gol do Messi, que seria um gol válido. O bandeira não vê o jogo por cima, como nós, no estádio, ou na TV. Ele enxerga um pouco acima da linha do campo, e pode ter sua visão bloqueada em fração de segundo.  Ele pode ter visto o pulo do Tevez, mas não o toque de cabeça. Se o jogador não tivesse tocado levemente na bola o bandeirinha estaria sendo muito elogiado pela sutileza da marcação. É a vida. Eu gostaria de ver novamente o lance para observar se algum jogador ficou na frente do bandeira. Observem a foto abaixo:

28 junho, 2010 às 08:53

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Categoria: Artigos

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