A propósito da série Wolf Hall, na Netflix (Charles Krauthammer); Fachin, o Molotov tupiniquim, vai para o STF; Roberto Freire, o idolatrado ex-comuna; Homenagem às Mães; Ainda Hitler; Tópicos, Ainda a farsa do homem e o aquecimento globlal; charges
Alguns atores de Wolf Hall
Escrevi para um amigo:
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Até agora ninguém disse que o petista Fachin é a cara do Molotov. Os articulistas e os ídolos das redes sociais mostram ignorância histórica. A referência seria um ótimo gancho. abraço
Ele respondeu:
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Claudio: você está muito rigoroso. Molotov é figura pré-histórica, só nossa geração ou acima da nossa sabe quem foi. Fico assustado conversando com gente mais nova que não sabe quem foi Tostão. A grandeza de Pelé é referência sem sentido para a turma. É a realidade, mas é: ficamos velhos. Então, a semelhança não seria “um ótimo gancho”… Molo…o quê?
Sobre o cara, realmente o grande erro foi a opção pelo duplo exercício. Essa leitura dele, em seu favor, é pequenina, coisa de advogado que descobre brechas, para se beneficiar. Gente com a pretensão dele, de referência ética, não podia fazer essa pedalada. Agora, ele argumenta bem, deve ser um jurista de província, como o Jobim (este nem sequer tem obra, que eu saiba). Aliás, todos os do Supremo têm esse ar de provincianos, querendo exibir-se. Falta passagens longas pelos grandes centros internacionais. E quando as têm, adoram exibir o conhecimento do alemão (aliás, eu estudo essa língua infernal…).
Respondi:
Você, para variar, tem razão, eu exagero, é coisa de nosso tempo, mas, gente feito R.Azevedo, Olavo de Carvalho, e outros, me parece que teriam obrigação desse tipo de conhecimento. Vivem falando em Trotsky, Stalin. Aventuram-se no exame da guerra . Claro que muitas vezes dão crédito à grandes bobagens.
Por falar nisso, a verdadeira figura de Hitler é escondida, toda a sua genialidade, tudo que aconteceu antes da guerra começar, os seus verdadeiros objetivos políticos, tudo é deturpado. Já li várias dezenas de livros sobre a 2a. Guerra – desde 1963 ! Grandes biógrafos, Joachim Fest, Ian Kershaw, por exemplo, dão as dicas, mas não têm coragem deles mesmos apresentarem as óbvias conclusões. É tabu. Acho desnecessário, mas aqui vai: foi monstruoso o extermínio dos judeus que ele perpetrou. Sou inteiramente a favor de Israel, gostaria de ver um Iran de joelhos com os aiatolás na prisão (odeio ficar me explicando), mas até a barbaridade do anti-semitismo hitleriano está muitíssimo mal explicada no contexto europeu da época, e isto, propositadamente. É uma longuíssima conversa. Apenas enfatizo o que vc. sabe: durante oito anos ele foi eleito o governante mais popular do mundo, foi capa do Times quatro vezes, e talvez a maioria dos historiadores concorde em que se tivesse morrido antes de começar a guerra seria considerado o maior alemão de todos os tempos, maior até do que Bismarck.
Eu estou FARTO de ler burrices, acho que a solução é voltar aos clássicos. Mas ainda compro muitos livros: O último Kissinger -“Ordem Mundial” (é bom, mas repetitivo em alguns trechos), “Amor e Matemática” ( Edward Frenkel), e o grande oftalmologista mineiro, Fernando Trindade, trouxe para mim, dos USA, o “Magnificent Desolation“, do Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, e aquele que secretamente, desobedecendo a NASA, fez uma cerimonia de comunhão no momento em que as comunicações eram cortadas. Com respeito ao provincianismo, acho engraçado vc. apontar este ou aquele. Isto aqui, o Brasil, é o fim do mundo. O brasileiro é o BRAZUCA, e ponto final. Nossos amigos que foram do Supremo são provincianos. Pouquíssimos se salvam. Aliás, o mundo, usando uma expressão do nosso tempo, gasta, chata, “está perdido”. O Hollande (bad example, trata-se de um reconhecido debiloide) e muitos “estadistas” estão aplaudindo Fidel, inclusive o Papa Francisco que, para não deixar nenhuma dúvida com respeito à sua ignorância histórica e política, reconheceu o Estado Palestino. Quer a paz e bota lenha na fogueira.
Estamos liquidados. Os Estados Unidos descem ladeira abaixo e com eles toda a civilização ocidental. Vc. pode me acusar de estar sendo melodramático, mas é minha convicção muito bem estudada, fundamentada (para mim, evidentemente), e reflete os meus princípios mais profundos. Sei que sua recusa é visceral. Não conseguiria aguentar cinco minutos de FOX NEWS, que é o único lugar onde se fala a verdade. Nesse ponto estamos em campos profundamente antagônicos. Estudando alemão? Puxa! Eu acho muito bonito, mas o Primo Levi discorda. Ele dizia que o alemão fala como se estivesse latindo. Você sabe, ele foi um dos dois intelectuais que sobreviveram em Auschwitz. Escreveu, entre outros livros, o famoso ” É isto um homem?”, sobre a sua vida no campo de extermínio. Suicidou-se, ao que parece.
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Mark Rylance as Thomas Cromwell in a scene from “Wolf Hall,” on PBS. (Giles Keyte/Playground & Company/Associated Press)
Homens exercendo poder em tempos infernais (Charles Krauthammer)
nota do blog: o artigo é a propósito da série que está na Netflix “Wolf Hall – eu tenho assistido, é excepcional.
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“Wolf Hall” romance histórico ganhador do Booker Prize, sobre a corte de Henrique VIII – e mais dramaticamente, sobre o conflito entre Thomas Cromwell* e Sir Thomas More** – é agora uma série de TV, apresentada pela PBS.
A série é boa de enlouquecer. *Primeiro ministro do rei Henrique VIII, de 1532 a 1540. **Diplomata e Chanceler do Reino, do rei Henrique VIII, de 1529 a 1532. Enlouquecedora porque a sua historia é tendenciosamente distorcida, mas o drama é tão brilhantemente concebido e executado que pouco importa.
Em face de uma criação imaginativa tão inquietante, mordaz e que te prende, você se encontra pronto para pagar por ela apesar da inexatidão histórica. E o revisionismo de “Wolf Hall” é de tirar o fôlego. Ele inverte a visão santificada de Thomas More desfeita pelo corrupto, amoral e tortuoso Cromwell, o ministro chefe do rei. É tão ficcional quanto polêmico.
A autora Hilary Mantel, uma ex católica e contra o catolicismo (“A igreja católica não é uma instituição para pessoas respeitáveis”), se propôs a reabilitar Cromwell e defenestrar More, mais especialmente o bonito e santificado personagem de “O homem que não vendeu sua alma”, peça de teatro de Robert Bolt. Quem esta certo? Nenhum dos dois, embora a representação de More em “Wolf Hall” como um hipócrita herético é particularmente provocativa, se não perversa.
É certo que a adoração por More é de alguma forma exagerada; até mesmo o Cardeal Francis George chamou a atenção para o fato em uma convenção de bispos em 2012. More tinha suas falhas. Ele pode ter sido um homem para qualquer época, mas ele também era um homem do seu tempo. E naqueles tempos de impiedosa disputa entre Roma e a Reforma da igreja, a perseguição e opressão selvagem da heresia era a norma.
Sem dúvida, quando Cromwell alcançou o poder, ele perseguiu os católicos com um fervor e meticulosidade que superou até a perseguição de More aos protestantes. A apresentação de Cromwell em “Wolf Hall” como um homem de grande sensibilidade e sentimentos profundos é, então, mais difícil de aceitar. Ele era cruel e astuto, quase monstruoso ao buscar poder pessoal e riqueza, e ao servir aos caprichos e desejos do seu rei.
No entanto, a reputação moderna de Cromwell é intensificada pelo brilhante e simpático retrato cinematográfico de Mark Rylance, mostrando uma firmeza e economia de expressão que é de repente fascinante e humanizadora. A natureza da audiência moderna também ajuda. Nessa era secular, assolada por religiosos fanáticos que gostam de degolar, estamos bem mais dispostos a desprezar piedade excessiva e celebrar o pragmático e até cruel modernizador.
Assim era Cromwell, como o ‘engenheiro’ chefe da Reforma de Henrique VIII. Ele esmagou a Igreja Romana, saqueou monastérios e nacionalizou a fé subordinando o clero ao rei. Isto pode lisonjear o anticlericalismo reflexivo de hoje. Mas fazemos bem em lembrar que o estado centralizado de Cromwell ajudou a criar, preparar a base, através dos séculos seguintes, para o crescimento do estado racional, deliberado, controlador do pensamento, sem dúvida, controlador de tudo.
É talvez injusto chamar Cromwell (e Henrique VIII) de proto-totalitaristas, como alguns críticos têm sugerido, culpando-os pelo que veio depois. Mas eles lançaram as sementes. E, enquanto suprimiam um tipo de intolerância, eles fizeram um pouco mais do que redefinir heresia como uma ofensa contra a soberania não de Deus, mas do Estado. Porém, “Wolf Hall” coloca questões não só políticas como literárias.
Quando tal distorção da história produz uma obra de ficção com um sucesso maravilhoso, nos somos forçados a perguntar: que licença estamos concedendo ao romance histórico?
Por todas as respostas aprendidas, na realidade, trata-se de proximidade temporal. Se o evento esta num passado recente, é melhor você ser exato. O “JFK” paranoico e calunioso de Oliver Stone vai ser nocivo por cinquenta anos, e vai levar todo esse tempo para o mau cheiro se dissipar.
Por outro lado, alguém se importa se Shakespeare diverge dos fatos documentados (como são) ao representar o seu Cesar ou o seu Macbeth ou o seu Henrique? O tempo os transforma em lenda. O fato de não sentirmos isso, não importa mais. Há o Cesar histórico e o de Shakespeare. Eles vivem lado a lado.
O crítico de cinema Stanley Kauffmann disse o mesmo sobre o personagem de “Lawrence da Arábia” de David Lean e o real T. E. Lawrence. Eles divergem. Devemos aceita-los, cada um como foi apresentado, como realidades separadas e independentes. (Afinal, a própria autobiografia de Lawrence, “Os sete pilares da sabedoria”, oferece uma prosa magnífica, mas também, uma história não confiável.)
Então, veja as diferentes versões de More e Cromwell. Deixe-os viver lado a lado. “Wolf Hall” é completamente envolvente; eu, entretanto, me recuso a renunciar a *“O homem que não vendeu sua alma”. Viverei com os dois Mores, os dois Cromwells. Afinal, por séculos temos aceitado que a luz é ao mesmo tempo onda e partícula. Se a física pode viver com essas verdades enlouquecedoras, por que a literatura e a história não podem?
TRADUÇÃO: Célia Savietto Barbosa
*nota do blog: O filme “O Homem que não vendeu a sua alma” (A Man for All Seasons), a que se refere Krauthammer, foi exibido no Brasil- com grande sucesso – na década de oitenta.
EM HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES:
Mother o’ Mine
Rudyard Kipling, 1865 – 1936
If I were hanged on the highest hill, Mother o’ mine, O mother o’ mine! I know whose love would follow me still, Mother o’ mine, O mother o’ mine! If I were drowned in the deepest sea, Mother o’ mine, O mother o’ mine! I know whose tears would come down to me, Mother o’ mine, O mother o’ mine! If I were damned of body and soul, I know whose prayers would make me whole, Mother o’ mine, O mother o’ mine!
“Se eu fosse enforcado na mais alta colina,
Minha mãe, ó minha mãe!
Sei que amor me seguiria ainda,
Minha mãe, ó minha mãe!”
Hillary , a mulher mais mentirosa do mundo
No facebook escreve o sujeito que foi líder do Partido Comunista Brasileiro, candidato à presidente da República, um fdp que buscava transformar o país num satélite soviético. Tornou-se um xodó da confusa intelectualidade brazuca, uma espécie de herói democrata, já que está contra o PT. A burrice dos brasileiros não tem limite. Leiam abaixo o cândido, terno, tão bonzinho, Roberto Freire. Ele está se justificando a respeito de haver dado um safanão na deputada Jandira sei lá o que, uma dessas histéricas do PC do B (Partido Comunista do Brasil) – uma dissidência do seu antigo partido: