A propósito do filme Jogo de Poder (Fair Game)
Recebi de um amigo o seguinte e-mail que circulou entre intelectuais:
Meus caros: vi, hoje, o Jogo de Poder (Fair Game), filme que apresenta o caso daquela agente da CIA, cujo marido nega estar o Níger fornecendo urânio ao Iraque, depois de uma missão lá, com esse propósito, e sofre, como retaliação, a exposição dela pelo Novak. O filme é muito bem feito e lhes sugiro ver, caso não o hajam visto. Por certo, irritará os bushistas, mas realmente o que se fez foi uma canalhice a toda prova, infringindo qualquer norma ética e mesmo os fundamentos do trabalho da agência, pois damos por assentado que os agentes não podem ser expostos.
A minha resposta :
Caro amigo,
Sabemos que Holywood só produz filmes anti-Estados Unidos, acusando-o de ser um país arrogante, imperialista, dominado pelas grandes corporações etc. Trata-se de uma chatice completa. Logo nos primeiros diálogos vemos o anti-americanismo repetitivo. Não é por acaso que Sean Penn é o ator principal de “Jogo de Poder”. Trata-se de um dos maiores ativistas liberais dentro de um imenso grupo. São aqueles que tomam “atitudes corajosas” .
Eu me lembro vagamente do fato que gerou o filme. Na medida da minha preguiça vou tentar apurar alguma coisa. O que eu discordo é da sua aceitação imediata da veracidade do enredo completamente politizado, quando CERTAMENTE haverá outra versão. Acho que já se passou o momento em que sem questionamento podíamos acreditar no que nos dizem. Principalmente agora, quando a polarização nos USA está no auge. Quanto a expor agentes, o amigo se esquece que esse é um dos aspectos mais conhecidos dos liberais, que o fazem a toda hora, na “defesa dos direitos humanos, da democracia, contra a truculência governamental, etc. “. O NYTimes é um exemplo perfeito. Não são os conservadores que vazam documentos para a imprensa colocando em risco a vida de agentes. Isso, me parece, já é história, fato aceito até mesmo pelos liberais na defesa de um bem maior. Começou com o roubo dos documentos do Pentágono ( Daniel Ellsberg), e segue em frente, sempre com o pessoal do governo pedindo aos editores de esquerda para que, pelo amor de Deus, não comprometam os agentes em campo e tudo o mais. Nesse caso você está invertendo os comportamentos. Nunca ouvi falar de um conservador expondo documentos do governo. Eu assisti ao filme, acho que realmente é muito bem feito, mas apostaria que é mentiroso. Trata-se de um exemplo perfeito dos tempos que vivemos, quando até para as pessoas mais inteligentes – e com maior grau de instrução (PhDs) – o discurso político anti-conservador, mesmo apaixonado e panfletário, é logo aceito sem maiores preocupações. abraço
Comentários (1)
[…] mais: A propósito do filme Jogo de Poder (Fair Game) « REFLEXÕES RADICAIS Esta entrada foi publicada em Sem categoria e marcada com a tag (fair, filme, game, jogo, poder, […]