A Presidência da República ao alcance de Eduardo Cunha; A propósito do último artigo a respeito dos militares; Charges
O Brasil que imaginávamos:
e …
O Brasil que temos
(Erenice, protagonista da série “Grandes ratazanas brasileiras”)
A propósito de meu último artigo, recebi em tom de censura o comentário de um amigo, oficial militar:
“O que houve ? Resolveu botar M no ventilador?”
Respondo:
É por isso que estou deixando o blog: perdi a paciência. A única justificativa que posso ver para o comportamento militar é o que foi colocado no artigo como ironia: a falta de equipamentos. Imagino conhecer a resposta para a triste resignação e inércia das FFAA: a monstruosa campanha de difamação do golpe de 64, que já se estende por várias décadas e vai continuar enquanto a esquerda for vitoriosa em nível mundial. Talvez os militares estejam esperando – como eu já coloquei dezenas de vezes no blog – uma sólida manifestação popular. Isto se tornou ainda mais difícil, já que as lideranças anti-petistas receberam como um escândalo a idéia da intervenção. Ofenderam e ridicularizaram os que enfrentaram o desafio de levantar as faixas a favor de colocar o PT para fora do governo aos pontapés. Até mesmo a possibilidade de um impeachment continua sendo questionada por essa turma carente de inteligência e mergulhada no medo do confronto. O repúdio à intervenção foi tão violento que deve ter provocado enorme alívio ao governo. Mas os militares precisam entender que os murros que foram dados pelos chefes no governo Lula não buscaram nenhum apoio popular, e nem seria possível. Lembre-se que o PT recuou imediatamente com o famoso “assinei sem ler”, do Lula. A honra da instituição pode ser defendida de várias maneiras, inclusive evitando os sorrisos e afagos à canalha política.
Em quantos artigos eu elogiei os militares ? Este último é resultado da decepção. E por que essa minha angústia, visível através do sarcasmo ? Pelo fato de que nunca se viu no Brasil algo tão imensamente grande, uma impostura tão revoltante, sem que tenha havido UMA só palavra dos militares. O povo percebe, e a confiança nas Forças vai diminuindo, diminuindo, e não tenho dúvida que no futuro isto será lembrado, para desgosto de todos. De fato, já se comenta nas ruas que “não vão fazer nada”, vc. deve saber .
A referência ao PMDB é mais séria do que parece. Esses sujeitos podem solapar a ditadura petista, mesmo que não tenham plena consciência do alcance de seus atos. O presidente da Câmara é um ótimo exemplo. Ele parece estar caminhando no sentido de não deixar que sejam aprovados, de graça, sem reciprocidade, projetos fundamentais para o PT. Não se sabe se é apenas fruto da raiva que sentiu pelos golpes baixos petistas durante sua eleição, ou, algo mais consistente. Mas, qualquer que seja o motivo, não deixa de ser um freio na escalada da corja que até agora nadava de braçada na Câmara e Senado. Justiça seja feita: o projeto que visava amordaçar a imprensa e aquele outro, o do monstrengo do aborto, vão para a lata de lixo por convicção ideológica ( posso estar sendo ingênuo).
Acontece o seguinte: De uma hora para outra, Eduardo Cunha, sujeito esperto, descobre que existe uma extraordinária oportunidade no vácuo de poder deixado pela nossa fracassada oposição. Assim, pode vir a se tornar um nome nacional, alguma coisa do tipo que Joaquim Barbosa não soube aproveitar. Além do mais, ele é o mais importante deputado do maior partido do Brasil, o que lhe dá uma espetacular base de apoio político- o que faltava a Joaquim. Se tiver talento ( e parece que tem de sobra) pode ser candidato a presidente da república e, se der sorte, e o governo Dilma chegar em 2018 da maneira que se encontra hoje, vencer o Lula. O bonde está passando, pega o bonde Eduardo!
Talvez os petistas sejam obrigados a adiar os seus planos do golpe branco. Além das dificuldades no Congresso, vejam as estatísticas: “Dilma Rousseff é desonesta, falsa e indecisa. Esta é a opinião, respectivamente de 47%, 54% e 50% dos brasileiros consultados pelo Datafolha.” (editorial do Estadão em 11/02/2015).
E assim vamos levando a vida. É óbvio que só estaremos seguros quando esse maldito partido estiver longe da presidência.
Em tempo: retirei daquele artigo sobre os militares um exagero ofensivo.
Se o Lula ganhar em 2018 nós vamos ficar mais ou menos assim:
Kader Attia – (surrupiado do facebook de Cida França)
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Comentários (3)
“A história acusará esses chefes de homicídio, se eles não agirem de acordo com seus conhecimentos políticos especializados e consciência. A obediência militar a que estão sujeitos tem um limite no ponto em que seus conhecimentos, sua consciência e senso de responsabilidades lhes proíbam o cumprimento de uma ordem. Se seus pareceres e avisos não são ouvidos em tal situação, têm eles o direito e o dever de pedirem exoneração de seus cargos. Se todos agirem com espírito de determinação, será impossível a execução de uma política de guerra. Dessa maneira, terão salvo seu país do pior – da ruína. Constitui falta de grandeza e de compreensão do dever, se um soldado, na mais alta posição em uma situação como esta, considerar seus deveres e tarefas apenas dentro do marco estreito de suas ordens de natureza militar, sem estar consciente de suas mais altas responsabilidades para com a nação como um todo. Tempos extraordinários exigem medidas extraordinárias.”
O texto acima é um trecho do memorando escrito pelo General Ludwig Beck, então Chefe do Estado Maior do Exército alemão em 1938 (Os Generais de Hitler, Correlli Barnett, Editora Jorge Zahar – páginas 51 e 52).
Beck pediu exoneração do seu cargo em 27/08/1938 em função da agressividade de Hitler no trato da Crise dos Sudetos. Tal crise teria antecipado a Segunda Guerra Mundial em cerca de um ano caso a Inglaterra e a França não tivessem atendido Hitler naquilo que ficou conhecido como o Acordo de Munique.
Logo após a exoneração, Beck aposentou-se e passou a ser um dos principais conspiradores contra o regime nazista, sendo que ele acabou suicidando-se ante a iminente prisão decorrente do fracasso do atentado de 20/07/1944 contra Hitler, atentado no qual ele estava intimamente envolvido (vide o filme “Operação Valquíria” com Tom Cruise).
O trecho do memorando transcrito data de 16/07/1938 e nele há um entendimento jurídico que consolidou-se por ocasião dos julgamentos de Nuremberg no pós guerra.
Os colegas generais de Beck que foram a julgamento alegaram em sua defesa que apenas cumpriram estritamente as ordens que receberam e que a um soldado não cabe jamais questionar as ordens recebidas. O tribunal internacional de Nuremberg não aceitou tais argumentos e vários generais foram condenados à morte ou à prisão por causa de tal obediência cega.
Beck foi clarividente jurídica e historicamente, pois previu com clareza o entendimento de Nuremberg e a ruína da nação alemã provocada pelas loucuras de Hitler. Beck teve ainda a coragem de arriscar a própria vida em nome da nação alemã, pagando com a vida o alto preço de sua própria honra.
O que vai acima encaixa-se em muitos lugares e épocas distintas, incluindo a história brasileira (1935 e 1964 por exemplo). Sempre caberá aos militares, em última instância, zelar pelo país e pelos seus cidadãos ante políticos e governantes desarrazoados e/ou tirânicos. Mais ainda, trata-se de um dever inalienável.
Caro Patriota,
Obrigado pela sua excelente contribuição ao apagar das luzes do nosso blog. O apelo do general Beck cai como uma luva no contexto que vivemos, bem como as suas próprias e muito inteligentes observações. Tenho o livro Os Generais de Hitler, e o tirei da estante para tentar elucidar o suicídio do general ( não consegui) já que William Shirer diz que ele pediu uma pistola, errou o primeiro tiro em direção à cabeça e, em algum outro lugar, li que teria errado também o segundo, o que seria extraordinário. Nesse momento o general Fromm teria dito: ” Ajudem o velho cavalheiro”, ordenando que o matassem. No filme de Tom Cruise é mostrado o detalhe de Beck pedindo a arma, e se for verdade não ter conseguido se matar é uma falha absurda da produção do Operação Valquíria. Melhor teria sido não se ater ao detalhe. Se vc. souber de alguma coisa a respeito do assunto escreva por favor. Outra vez, obrigado.
Caro Mafra,
D’ O Antagonista:
Luís Inácio corre para salvar Luiz Inácio
Brasil 14.02.2015
Agora ficou claro por que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse a um advogado de empreiteira, em reunião secreta, que a Operação Lava Jato “tomaria outro rumo” depois do carnaval e, portanto, ele “desaconselhava” que os executivos presos partissem para a delação premiada.
Em conluio com Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, dirigiu-se ao Tribunal de Contas da União (TCU), com uma Instrução Normativa redigida no Palácio do Planalto. Por essa Instrução Normativa, aprovada em tempo recorde, o TCU analisará concomitantemente com a Controladoria-Geral da União (CGU) os acordos de leniência firmados com o Estado. Isso garante que os acordos feitos no âmbito da CGU não correrão o risco de serem anulados depois pelo tribunal — mesmo com um TCU dominado por PT e PMDB, as empreiteiras temiam essa possibilidade quando lhes propunham tal saída.
A aprovação da Instrução Normativa é ótima para Lula, Dilma e os larápios associados porque:
a) Acordos de leniência podem ser feitos diretamente com a CGU, sem passarem pela Justiça
b) Dessa forma, contorna-se o juiz Sergio Moro
c) Pelos termos de um acordo de leniência, as empresas reconhecem que praticaram os crimes, pagam uma multa e não são consideradas inidôneas. Podem continuar a assinar contratos com o governo em qualquer nível
d) Ao contrário do que ocorre com a delação premiada, elas não precisam contar tudo. Ou seja, que Lula e Dilma estão implicados até o pescoço no esquema do Petrolão
e) A chance de Dilma sofrer impeachment reduz-se dramaticamente, visto que será quase impossível imputar-lhe o crime de responsabilidade
f) Sem o perigo de falência, as empreiteiras podem dar um grande cala-a-boca ou um aguenta-aí-até-chegar-no-STF aos executivos presos e aos seus sócios em cana, como Ricardo Pessoa, da UTC, que ameaçavam seguir o caminho da delação premiada. A ameaça de Ricardo Pessoa de partir para a delação foi decisiva para o Planalto armar rapidamente o golpe
Luís Inácio Adams percorreu freneticamente os gabinetes dos ministros do TCU, acompanhado do ministro Bruno Dantas, para aprovar uma Instrução Normativa, repita-se, redigida no Palácio do Planalto, e não pelo ministro Bruno Dantas, como foi noticiado. Ninguém levantou a menor objeção.
A menos que um executivo preso ache insuportável a ideia de passar anos na cadeia, ainda que com o seu futuro assegurado economicamente, ou que a sociedade esboce reação, Luís Inácio salvou Luiz Inácio — e Dilma.