Analisando a Psique dos Corruptos – Segunda Parte – A gravíssima acusação de Dora Kramer a Aécio e Fernando Henrique

Francisco Roriz, Arruda, Zé Dirceu, Sarney e sua filha, são bons exemplos dos corruptos que pouco estão se incomodando com seu governo, ou com sua passagem por um cargo público importante. Claro que desejam uma obra aqui, outra ali, qualquer coisa que ajude na sua reeleição. Mas não tem a vontade dupla: realizar uma boa gestão e roubar o que for possivel. São absolutamente, totalmente cínicos. São completamente amorais. Foram formados em uma geração que já vinha roubando desde o tempo do governo militar.

Ao contrário da infantilidade de Collor, não ocupam todos os cargos onde existe dinheiro a ser roubado. Contam com a cumplicidade de muitos para que todos escapem em um eventual aperto. Reduzem o risco de uma denúncia. Ao contrario de Collor colocam toda a máquina administrativa para cercar, desmoralizar, intimidar, subornar um possivel delator. São absolutamente confiantes no fato de que os que querem derruba-los desejam seus lugares para roubar também. Isso lhes dá imensa confiança. São doutores em analisar os hipócritas. Podem roubar por muitos anos antes que alguma coisa falhe e possam ser apanhados por alguma surpresa, ou seja, alguém que não tem coragem para roubar (diferente de honestidade), e algum jovem promotor, ou juiz ainda honesto ( provalvemente por pouco tempo) que inicia um processo. Nesse caso, houve alguma incompetência no meio do caminho, alguém não foi abordado da maneira correta para que se efetuasse o suborno. Ou então foram surpreendidos pela rapidez do acontecimento. Afinal, não podem saber de tudo antes que aconteça.

Não perdem um minuto quando são acusados. Partem imediatamente para a ofensiva. Sua imensa confiança em frente dos microfones estendidos pelos repórteres, ou expressa nos discursos inflamados contra a injustiça que estão sofrendo, está baseada no que eu ja disse: eles têm absoluta e justificada certeza de que a imensa maioria dos que os atacam faria a mesma coisa se estivesse em seus lugares. Este é exatamente o problema da corrupção no Brasil. Todos estão à venda. Depende do preço. Por isso os corruptos não sentem a menor vergonha quando descobertos. Passam para outra etapa, que é a de comprar a polícia e o judiciário. Os documentos comprometedores somem de uma hora para a outra. A imunidade de que gozam como figuras públicas, governadores, deputados( estaduais e federais), vereadores, prefeitos, senadores, lhes garante uma imensa margem de manobra. Tudo se arrasta, nada é decisivo, rápido, inapelavel. Sabem também, como nós sabemos, que NADA vai acontecer. O máximo da punição, que é raríssima, será perder o cargo. Por isso o roubo que fizeram sempre deve compensar essa perda.

Alguns, como Roriz, já passaram por dezenas de denúncias comprovadas de roubo, todos sabem que se trata de um ladrão, mas como nada acontece, ele continua visivelmente entusiasmado, e dá exempo para os potenciais corruptos ainda indecisos pelo Brasil afora. Como se fosse o Haiti, Roriz coloca sua mulher, uma analfabeta para ser candidata, já que ele, um veterano que jogou três Copas do Mundo não pode mais entrar em campo, pelo menos por enquanto. Mais um tempinho e, feito uma lesão muscular, ele estará pronto para ser governador outra vez.

A certeza da impunidade chegou a um ponto em que nos pequenos delitos feito andar de helicóptero da firma empreiteira, usar o jatinho de quem acabou de ganhar uma concorrência ilícita, motivo de escândalo em país civilizado não os afeta em nada. Trata-se de uma mixaria tão grande que eles têm a coragem de cometer esse “deslize” ao mesmo tempo em que estão sendo processados por assaltarem um banco. Apenas ficam chateados com as fotos e de precisarem repetir que são “vítimas de uma conspiração política” para desacredita-los e tira-los de seus cargos. Esta aliás, é uma desculpa curiosamente internacional. É usada em todo o globo.

Chegamos no ponto em que não existe saída. Já que todos são compraveis somente os muito incompetentes, ou aqueles cujo roubo por azar foi visto, detectado, por um número muito grande de pessoas correm o risco de perderem seus cargos. Prisão, ver o sol nascer quadrado, está fora de questão. Isso não vai acontecer jamais. É forte demais, os futuros ladrões ajudam os que cairam em desgraça, mesmo que nunca os tenham visto na vida. Ninguém sabe quando a oportunidade vai aparecer para estes, e é melhor não criar inimigos.

Vou dar um exemplo de uma pequena corrupção (grande em reais, mas com protagonista sem importância) . Conversando com o sujeito que havia deposto em uma CPI e que depois havia sido despachado para a Justiça, perguntei: ” Você deve ter gasto uma fortuna com seu advogado. Provavalmente é o melhor de S.Paulo”. Ele me respondeu: ” Claro, só para entrar com o primeiro requerimento me cobrou  $$$$$$$$, mas pensando bem eu acho que é melhor contratar um de nivel médio, porque afinal todos eles fazem a mesma coisa. A diferença de preço dá para comprar o juiz”. Que foi exatamente o que ele fez. Está riquíssimo e livre como um passarinho.

Nas últimas semanas a mídia desencadeou um processo de acusações sobre corrupção que levou as pessoas, analistas políticos, articulistas, a perceberem , afinal que é algo inimaginavel no que se transformou o Brasil. Custaram, mas a linguagem mudou. Ainda é pouco. Quando chegarem ao ponto de dizer que não mais existe a dicotomia, político mauzinho e povo bonzinho é porque conseguiram alcançar o ponto nevrálgico da questão. As pessoas no Brasil estão à venda, dependendo do preço/risco. Isto porque, ao contrário dos ladrões profissionais, Arruda, Roriz, o sujeito que nunca roubou, ou que não tem imunidades em razão de não possuir um mandato, tem medo de ser descoberto.  Logo quando começar a ser processado vai perceber as mil portas que estão abertas para que não seja punido,  MAS PARA ISTO ELE DEPENDE DO DINHEIRO QUE ROUBOU. Se tiver sido muito pouco está sujeito a riscos maiores, já que não poderá subornar a polícia ou o juiz. Portanto a necessidade de contar com o dinheiro para o futuro próximo, se por acaso sua falcatura for descoberta. Tudo deve ser medido.

Por último: Dora Kramer analisa em seu artigo no dia de hoje, 31 de agosto, as manobras que Aécio e Fernando Henrique estariam fazendo junto à Dilma. Ela chega à conclusão que: “Pode haver várias razões, mas o que parece mesmo aos mortais desprovidos de raciocíno sofisticado é que estão loucos para aderir e que a oposição no Brasil entregou de vez os pontos”  .Trata-se de uma acusação gravissima. Estão aderindo a um governo que faz parte de um projeto de domínio absoluto do País, uma ditadura, através de recursos conseguidos através do roubo. Amanhã de manhã Dilma pode ordenar a quantia que quiser dos fundos de pensão, que de tardinha estará sobre sua mesa. O que o leitor tem a dizer de Aécio e FH ? Corruptos, assim como todos ? “Deixem-me ser bem claro”: Dora Kramer é lida por centenas de milhares. Em qualquer país decente o que ela disse estaria sendo interpretado como uma tremenda ofensa aos dois tucanões. São levianos, são oportunistas, são desonestos. Aqui, no Bananão, vai passar batido.  E os dois nem vão se incomodar. Perderam completamente a vergonha. 

O leitor interessado deve ler meus dois artigos clicando em cima dos títulos em vermelho  ” O Período daCorrupção” e “Analisando o “Sem pai nem mãe, artigo da Dora Kramer no dia 21 de agosto

31 agosto, 2011 às 15:25

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Categoria: Artigos

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