Alguns tópicos a respeito do assunto Ditadura-Comissão da Verdade; O velho ACM chamando Lula de ladrão
Todo mundo fiscalizando se o articulista está dentro do políticamente correto
Luta “contra a Ditadura” quando nao havia ditadura.
(Trechos extraido do livro “Guia politicamente incorreto da História do Brasil” – Leandro Narloch Sao Paulo Leya, 2009)
É muito repetida a idéia de que os grupos de esquerda decidiram partir para a luta armada porque essa era a única resposta possível à rigidez da ditadura.
Na verdade, antes de os militares derrubarem o presidente João Goulart, já havia guerrilheiros planejando açoes para elas. Um esquema cubano de apoio à guerrilha no Brasil se tornou público em novembro de 1962 quando um Boeing 707 da Varig caiu no Peru. O avião levava o correio oficial de Cuba. Entre a correspondência havia três documentos que revelavam a dificuldade que um agente enfrentava para organizar a guerilha no Brasil.
Um ano antes do golpe militar já havia doze militantes brasileiros aprendendo luta armada na ilha comunista. Em 1963, Leonel Brizola, principal conselheiro do presidente João Goulart, fazia discursos inflamados na Rádio Mayrink Veiga. Em seus discursos chamava a população à luta armada por meio dos Grupos dos Onze Companheiros, também chamados de Comandos Nacionalistas.
Mesmo depois do golpe militar, não havia tanto motivo assim para aderir às guerrilhas: Apesar de a ditadura ter começado em 1964, até 1968, o governo tinha que levar as leis para serem apreciadas no Congresso e as pessoas podiam responder processos criminais em liberdade. O regime só endureceu de verdade em 1968 com o Ato Institucional Número 5. Para justificar esta radicalização os militares usaram um argumento fácil: era preciso manter a ordem. Durante a reunião de 13 de dezembro de 1968, em que os ministros aprovaram o AI-5, a palavra “ordem”, no sentido de tranquilidade pública, é citada 23 vezes. Quem lê estes pronunciamentos fica com a impressão de que 1968 foi uma desordem assustadora. É verdade. De janeiro a dezembro daquele ano, guerrilheiros praticaram pelo menos vinte assaltos a bancos e a automóveis, execuçoes, ataques a quartéis e atentados a bomba que resultaram em nove mortes e causaram ferimentos em soldados, segurancas de banco, motoristas e até pessoas que passavam pela rua.
Afirma o historiador Marco Antonio Villa: ´Argumentam que não havia outro meio de resistir à ditadura a não ser pela força. Mais um grave equívoco: muitos dos grupos existiam antes de 1964 e outros foram criados logo depois quando ainda havia espaço democrático. Ou seja, a opção pela luta armada, o desprezo pela luta política e pela participação no sistema politico e a simpatia pelo foquismo guevarista antecedem o AI-5 quando, de fato, houve o fechamento do regime.´
Queriam a liberdade ou uma ditadura pior?
Sempre que se fala dos grupos armados, usam-se as expressoes do tipo “lutavam por liberdade”, “lutavam contra a ditadura”. Como afirma o jornalista Elio Gaspari no livro a “Ditadura Escancarada”, “a luta armada fracassou porque o objetivo final das organizaçoes que a promoveram era transformar o Brasil numa ditadura, talvez socialista, certamente recolucionária.
Os historiadores Daniel Aarão Reis Filho e Jair Ferreira de Sá, ambos ex-guerrilheiros, reuniram no livro “Imagens da Revolucao”, estatutos de dezoito grupos de luta armada das décadas de 1960 a 1970. Dos dezoito textos, catorze descrevem o objetivo de criar um sistema de partido único e erguer uma ditadura similar aos regimes comunistas que existiam na China e Cuba. A Ação Popular, da qual participou José Serra, defendia com todas as letras “substituir a ditadura da burguesia pela ditadura do proletariado”.
Em 21 anos as ações antiterroristas criaram 380 vítimas, segundo a própria Comissão de Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos. Se o Brasil vivesse um regime como o cubano ou chinês como sonhavam os guerrilheiros de esquerda, pelo menos 88 mil pessoas seriam mortas. Se a ditadura brasileira matasse 90% menos que a cubana, haveria vinte vezes mais mortos que as vítimas dos militares.
A COMISSÃO DA VERDADE E A VERDADE HISTÓRICA- professor Ives da Silva Martins (publicado no Estadão no dia 26/05/2012
Depois de muita expectativa – e com grande exposição na mídia -, foi constituída comissão para “resgatar a verdade histórica” de um período de 42 anos da vida política nacional, objetivando, fundamentalmente, detectar os casos de tortura na luta pelo poder. A História é contada por historiadores, que têm postura imparcial ao examinar os fatos que a conformaram, visto serem cientistas dedicados à análise do passado. Os que ambicionam o poder fazem a História, mas, por dela participarem, não têm a imparcialidade necessária para a reproduzir.
A Comissão da Verdade não conta, em sua composição, com nenhum historiador capaz de apurar, com rigor científico, a verdade histórica da tortura no Brasil, de 1946 a 1988. O primeiro reparo, portanto, que faço à sua constituição é o de que “não historiadores” foram encarregados de contar a História daquele período. Conheço seis dos sete membros da comissão e tenho por eles grande respeito, além de amizade com alguns. Não possuem, no entanto, a qualificação científica para o trabalho que lhes foi atribuído. nota do blog: isto é bem brasileiro. Provavelmente o professor Ives não tem nenhum respeito intelectual por eles. Dizer que lhes falta “qualificação científica para o trabalho” é um escracho e tanto.
O segundo reparo é que estiveram envolvidos com os acontecimentos daquele período. Em debate com o ex-deputado Ayrton Soares, em programa de Mônica Waldvogel, perguntou-me o amigo e colega – que defendia a constituição de comissão para essa finalidade, enquanto eu não via necessidade de sua criação – se eu participaria dela, se fosse convidado. Disse-lhe que não, pois, apesar de ser membro da Academia Paulista de História, estive envolvido nos acontecimentos. Inicialmente, dando apoio ao movimento para evitar a ameaça de ditadura e garantir as eleições de 1965, como, de resto, fizeram todos os jornais da época. No dia 2 de setembro de 1964, o jornal O Globo, em seu editorial, escrevia: “Vive a nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial à democracia, a lei, a ordem”.
A partir do Ato Institucional n.º 2/65, que suprimiu as eleições daquele ano, opus-me a ele, o ponto de, em 13 de fevereiro de 1969, ter sido pedido o confisco de meus bens e a abertura de um inquérito policial militar sobre minhas atividades de advogado, por defender empresa que não agradava ao regime. O mais curioso é que continuei como advogado, tendo derrubado a prisão de seus diretores, no Supremo Tribunal Federal, em 1971, por 5 a 3, à época em que os magistrados não se curvavam ao poder da mídia ou dos detentores do poder. Embora arquivados os dois pedidos, o fato de ter sido anunciada a abertura do processo contra mim, pelos jornais, com grande sensacionalismo, tive minha advocacia abalada por alguns anos. Nem por isso pedi indenizações milionárias ao governo atual, nem pedirei. À época apoiei a Anistia Internacional, tendo entrado para seus quadros sob a presidência de Rodolfo Konder, e fui conselheiro da OAB-SP por seis anos, antes da redemocratização. À evidência, faltar-me-ia, por mais que quisesse ser imparcial, a tranquilidade necessária para examinar os fatos com isenção. Envolvidos da época não podem adotar uma postura neutra ao contar os fatos históricos de que participaram.
O terceiro reparo é que alguns de seus membros pretendem que a verdade seja seletiva. Tortura praticada por guerrilheiro não será apurada, só a que tenha sido levada a efeito por militares e agentes públicos. O que vale dizer: lança-se a imparcialidade para o espaço, dando a impressão que guerrilheiro, quando tortura, pratica um ato sagrado; já os militares, um ato demoníaco. Bem disse o vice-presidente da República, professor Michel Temer, em São Paulo, no último dia 17, que os trabalhos da comissão devem ser abrangentes e procurar descobrir os torturadores dos dois lados.
O quarto reparo é que muitos guerrilheiros foram treinados em Cuba, pela mais sangrenta ditadura das Américas no século 20. Assassinaram-se, sem direito a defesa, nos paredões de Fidel Castro mais pessoas do que na ditadura de Pinochet, em que também houve muitas mortes sem julgamento adequado. Um bom número de guerrilheiros não queria, pois, a democracia, mas uma ditadura à moda cubana. Radicalizaram o processo de redemocratização a tal ponto que a imprensa passou a ser permanentemente censurada. Estou convencido de que esse radicalismo e os ideais da ditadura cubana que o inspiraram apenas atrasaram o processo de redemocratização e dificultaram uma solução acordada e não sangrenta.
O quinto aspecto que me parece importante destacar é que, a meu ver, a redemocratização se deveu ao trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que se tornou a voz e os pulmões da sociedade. Liderada por um brasileiro da grandeza de Raimundo Faoro, conseguiu, inclusive, em pleno período de exceção, com apoio dos próprios guerrilheiros, aprovar a Lei da Anistia (1979), permitindo, pois, que todos voltassem à atividade política. Substituindo as armas de fogo pela arma da palavra, a OAB deu início à verdadeira redemocratização do País.
Por fim, num país que deveria olhar para o futuro, em vez de remoer o passado – tese que levou guerrilheiros, advogados e o próprio governo militar a acordarem a Lei da Anistia, colocando uma pedra sobre aqueles tempos conturbados -, a comissão é inoportuna. Parafraseando Vicente Rao, esta volta ao pretérito parece ser contra o “sistema da natureza, pois para o tempo que já se foi, fará reviver as nossas dores, sem nos restituir nossas esperanças” (O Direito e a Vida dos Direitos, Ed. Revista dos Tribunais, 2004, página 389).
Estou convencido de que tudo o que ocorreu no passado será, no futuro, contado com imparcialidade, não pela comissão, mas por historiadores, que saberão conformar para a posteridade a verdade histórica de uma época.
Duas pequenas notas internacionais que dizem muito sobre a China:
A primeira nos conta que o ativista cego diz que teme por sua família, e a outra que foi detido um homem que vendia carne humana. Êta China! No festival de mentiras que nos castiga dia e noite esse país de zumbis continua sendo a grande potência que vai derrubar os Estados Unidos. A esquerda, que domina a mídia, cultua essa porcaria de lugar tiranizado por uma ditadura do politiburo de cabelos tingidos de preto. Como seria bom se todos esses articulistas e repórteres fossem obrigados a viver lá por uma temporada !
Os mais observadores, cérebros arejados, ja perceberam que os chinêses começam a descer a ladeira.
O blog tem um artigo: Cinco anos na China, do dia 20 de maio de 2009, que pode ser visto clicando-se em cima do título
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nota do blog: não é para se concordar com tudo que vem a seguir, os vídeos sobre Ditadura-Terrorismo e o discurso de ACM – existem exagêros e inverdades, mas estão circulando nos meios militares (portanto são importantes) e estão corretos na sua essência.
REVOLUÇÃO DE 1964 – A Verdade Sufocada
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