Artigo de Ann Coulter sobre os imigrantes ilegais ( anistia: nunca mais um republicano pisa na Casa Branca); Vídeos ; A propósito do artigo de André Lara Resende publicado no Simon’s Site (Fábio W. Reis);
Até que enfim uma piada sofisticada na internet |
MANEIRAS ESTÚPIDAS DE SE MORRER NO RIO |
Continuamos ouvindo insistentes apelos de que se os republicanos não votarem a favor da anistia aos imigrantes ilegais imediatamente, ‘para ontem’, será o fim do partido.
Posso fazer a matemática disso? Consigo ver por que trazer 30 milhões de novos eleitores democratas seria bom para os democratas, mas como isso irá ajudar os republicanos?
Passo um: Todo mundo esta anistiado. Passo dois: Após anistiados, eles podem trazer de fora todos os parentes.
Se 50,1 por cento dos hispânicos votassem nos democratas, a anistia seria um mal negócio para os republicanos. Mas, na verdade, 70 a 80 por cento votam pelos democratas. Como isso é pode ser uma prioridade urgente para os republicanos trazer 30 milhões de novos eleitores, sendo que 80 por cento deles votam nos democratas?
Os democratas querem 30 milhões de novos votantes e eles dirão qualquer coisa pra chegar lá:
-É uma crise! Os imigrantes ilegais “estão vivendo nos bastidores ”!
Isto não é uma “crise”. No máximo – e isso é muito duvidoso – é uma crise para os imigrantes ilegais. Mas, evidentemente, “viver nas sombras” é no mínimo melhor do que viver em Guadalajara.
Nos disseram, “Vocês não sabem o que é viver nos bastidores!” Sim, vocês estão certos. Justamente porque não vivemos nos bastidores é uma prova de que não existe crise alguma.
Sinto muito se isso parece uma norma legal, imigrantes ilegais, mas vocês infringiram a lei e – olhem bem nos meus olhos – vocês sabem que sim. Vocês se esconderam nas carrocerias de caminhões, viajaram por distantes lugares desérticos, correram de agentes americanos e roubaram identidades americanas.
É de se esperar que seja desconfortável violar a lei. Não somos obrigados a garantir anistia a pessoas só porque elas se colocaram na posição complicada de serem ilegais aqui. (ou porque os democratas precisam de 30 milhões de novos eleitores).
Se os ilegais fossem votos para os republicanos, os democratas estariam patrulhando a fronteira mexicana com aeronaves teleguiadas 24 horas por dia, 7 dias por semana.
A retaliação obvia é: se 80 por cento dessa gente vota contra os republicanos, como isso poderá atingir os republicanos se eles não puderem votar? Seria porque quando o imigrantes ilegais por fim conseguirem votar contra vocês, eles vão mostrar um lampejo furioso em seus olhos? As maquinas de votar não registram olhares furiosos.
-Xi cara! Será que os hispânicos nunca vão se vingar dos republicanos?
-Como pode uma pessoa decente ser contra a garantia da anistia aos infratores da lei?
Em linguajar comum, “a coisa decente a ser feita” é geralmente definida como “seguir a lei”. O fato de que os democratas querem 30 milhões de novos eleitores não é uma razão boa o suficiente para ignorar a lei e injustiçar milhões de pessoas que estão há 20 anos esperando para imigrar legalmente.
– Nós já temos “anistia na prática”.
Eu presumo que Marco Rubio (o senador republicano de origem hispânica) considera essa a sua grande desculpa,o seu grande pretexto para votar a favor dos ilegais, uma vez que ele repete isso em cada entrevista. Mas se já temos anistia na prática, porque essa lei é então necessária? Ah, certo! Os democratas precisam de 30 milhões de novos votantes.
É curioso que os democratas não exijam histericamente anistia para outros infratores da lei, tais como os poluidores do ambiente ou os que não pagam seus impostos. Agora mesmo – segura essa agora Marco! – nós temos “anistia na prática” para os que enganam a receita e para os poluidores! (Também para estupradores e assassinos e todo tipo de crime que não tenha 100 por cento de aplicabilidade.)
E se nós não garantirmos anistia a quem não paga seus impostos ou aos poluidores, o que dizer de seus filhos? Porque punir as crianças? Eles não fizeram nada de errado. Seus pais lhes disseram que eles tinham muito dinheiro para casas, roupas e faculdade. Como vocês podem colar uma ordem de execução fiscal nas portas dos lares de crianças inocentes? Pensem em como os filhos dos executivos da British Petroleum têm sofrido – os divórcios, os sonhos protelados, as famílias desmanteladas.
…
E por falar nisso, os poluidores também são trabalhadores incansáveis. Eles amam suas famílias e querem o melhor para elas também. Aposto que os ilegais que estupram mulheres e matam pessoas dirigindo bêbados amam suas famílias. Membros do MS-13* trabalham duro em suas gangues, como por exemplo, quando você cruza com eles, eles ficam obstinados por matá-lo. Isto mostra uma verdadeira tenacidade.
*MS-13-Mara Salvatrucha:gangue de rua formada principalmente por salvadorenhos, que atua nos Estados Unidos e na América Central e enfrenta outras gangues nas disputas de território.
Mas, estranhamente, os democratas até o momento só estão obcecados com a anistia para os infratores da lei que representam para eles 30 milhões de novos leitores. (Os delinquentes violentos são os próximos).
Os republicanos não têm que ser corajosos para votar contra a anistia. Eles só precisam deixar de serem idiotas.
Isso não é um caso individual. Eleições presidenciais são decididas por uns poucos milhões de votos. Dar aos democratas 30 milhões de votos novos significa que os republicanos perdem em tudo – Obamacare, sindicatos dos setores públicos, máquina governamental inchada, aborto, casamento gay, preferencias raciais, e assim indefinidamente.
Em poucos anos, todo o país sera a Califórnia e nenhum republicano ganhará outra eleição nacional.
Talvez o governador de Nova Jersey, Chris Christie, apoie a anistia (como ele fez, via seu senador indicado), na esperança de ser o último republicano eleito presidente. Um para os livros de historia!
Mas se Christie disser que ele é pró-vida enquanto dá aos democratas 30 milhões de novos eleitores, ele é um mentiroso. Sessenta e seis por cento do hispânicos são a favor do aborto, comparados aos 50 por cento dos outros votantes.
Se ele disser que se opõe ao Obamacare, casamento gay, que quer um governo enxuto e ama seu país enquanto vota para dar aos democratas 30 milhões de novos votantes, ele é um mentiroso.
Sessenta e dois por cento dos hispânicos apoiam o Obamacare, 59 por cento o casamento gay e 75 por cento um governo inchado.
Se ele disser que se opõe a setores públicos inchados e caros, ele é um mentiroso. Não precisa olhar além da California para enxergar o nosso futuro.
Em vez das elites importarem uma outra enxurrada de imigrantes com baixos salários para limpar nossas casas e cortar nossa grama (e votar nos democratas!), que tal começarmos a ter alguns imigrantes para competir com senadores da Flórida e governadores de Nova Jersey?
TRADUÇÃO: Célia Savietto Barbosa
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Pode não significar nada, mas também pode contar um pouco sobre a nossa solidariedade com a corja bolivariana – Polícia Federal ? FAB? Todo mundo amigo da corja ? Ah, se acontece com um avião americano! Todo mundo preso ate segunda ordem.
(recebi de um leitor militar)
No dia 08 JUL 13, por volta das 1700h, uma aeronave militar, HÉRCULES C-130, da REPÚBLICA BOLIVARIANA DA VENEZUELA pousou no Aeroporto Internacional de Campo Grande e foi concedida autorização para a entrada da aeronave em espaço aéreo brasileiro, bem como sua aterrissagem para abastecimento. O documento oficial da Força Aérea Venezuelana informava que a aeronave possuía 12 (doze) tripulantes, não transportava tropa e carregava apenas carga. No entanto, a aeronave possuía 13 (treze) tripulantes, transportava outros 36 (trinta e seis) militares e um automóvel blindado. Todos os tripulantes e passageiros desembarcaram e foram acompanhados até o posto de controle da Polícia Federal, onde foram identificados conforme prevê a política de imigração brasileira. Após a identificação, todos foram acompanhados pela Polícia Federal de volta à aeronave. Após o embarque e reabastecimento, a aeronave decolou com destino a CARRASCO/URUGUAI, por volta de 1900h. O objetivo do vôo era transportar material e pessoal até o URUGUAI para fazer os preparativos relativos à visita do presidente venezuelano àquele país. (A1)
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A propósito do artigo de André Lara Rezende (Fábio Wanderley Reis)
Simon Schwartzman reproduziu no Simon’s Site, há alguns dias, artigo de André Lara Resende (“O Mal-Estar Contemporâneo”), publicado no Valor Econômico no dia 5 de julho), recomendando-o como “provavelmente o que melhor interpreta o que vem ocorrendo” quanto às manifestações de rua no Brasil e concitando a que seja “lido com muita atenção e compartido”. Procurei ler com atenção, e acho o artigo confuso e equivocado na perspectiva adotada. Aproveito a hospitalidade do site do Simon para tentar dizer porquê.
Menos mal que o artigo de André destaca o papel da internet e das redes sociais, ao contrário de análises que o minimizam ou descartam (nosso amigo Bernardo Sorj, aqui mesmo, chegou a usar o fato de que a Revolução Francesa aconteceu para desqualificar a atenção à internet nas manifestações de agora). Em princípio, cabe, naturalmente, distinguir o meio ágil de comunicação que a tecnologia da internet e das redes sociais representa, facilitando assim a mobilização, daquilo que fornece propriamente a motivação às manifestações, a insatisfação que elas (presumivelmente…) expressam. É claro que podemos ter motivos diversos, como a explosão recente de manifestações e protestos análogos em vários países permite ver – valendo-se todos da mesma tecnologia e compartilhando com o caso do Brasil de agora o caráter de irrupções meio surpreendentes, o que torna natural tratar de aproximá-lo e confrontá-lo com os outros casos. De toda maneira, André faz o confronto, e distingue nosso caso dos outros porque aqui faltariam motivos que estariam presentes neles: “os dois elementos tradicionais da insatisfação popular”, dificuldades econômicas e falta de representação democrática, que “definitivamente não estão presentes no Brasil de hoje”, onde a democracia política está consolidada e onde houve “grandes avanços nas condições econômicas de vida”, “ganho substancial de renda entre os mais pobres” nos últimos vinte anos, “a distribuição de renda melhorou”, “o desemprego está em seu mínimo histórico”…
Isso leva André a tratar de evitar interpretações que se refiram aos “cânones do passado” (dificuldades econômicas, autoritarismo político) e a buscar a explicação do “fenômeno novo” que presenciamos no Brasil. Mas é grande a confusão na relação (supostamente negativa) entre aqueles “cânones” e os itens em que a nova explicação trazida se apoia: de um lado, uma crise de representação, o fato de que a sociedade não se reconhece nos poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário); de outro, o hiato entre a sociedade e um projeto de Estado que não corresponde mais aos anseios da população.
O projeto de Estado de que a sociedade se afasta é tortuosamente esboçado como correspondendo à restauração, nos governos petistas, do “nacional-desenvolvimentismo”. Este se caracterizaria pela ênfase em industrialização forçada e pelo compromisso com a criação de rede de proteção social, sendo descrito também pela combinação do “consumismo das economias capitalistas avançadas” com o “produtivismo soviético” – a “essência” de seu anacronismo. Seria provavelmente difícil explicar aos manifestantes (afinal, recrutados de uma população em sua maioria amplamente desinformada politicamente) a ligação de suas ações com a existência de um governo assim caracterizado; mas André associa o nacional-desenvolvimentismo do governo brasileiro sob o PT não só com ineficiência e políticas econômicas ruins que supostamente ajudam a produzir insatisfação difusa (há, portanto, dificuldades econômicas?), mas também, dada a crise de representação (deficiências da democracia?), com toda uma série de traços negativos em que transparecem velhos objetos de denúncia – que acabam sendo a denúncia da própria política como tal, vista, à luz de um modelo recôndito de política ideológica e “autêntica”, como degenerescência e vilania: pragmatismo cínico, fisiologismo “sem qualquer pudor ideológico”…
Um dos subtemas relacionados redunda em enfática retomada de um “pós-materialismo” (André não usa a expressão) que há algum tempo andou em voga nos estudos que lidam com “cultura política”, de que os trabalhos de Ronald Inglehart são um exemplo destacado. Assim, com base na ideia de que a conexão entre renda e bem-estar só se dá na percepção das pessoas até que se alcance certo nível de renda (e na suposição não explicitada e mais que problemática de que o Brasil já teria alcançado o nível adequado), André sustenta que o que nos importa agora (como ao “mundo todo”, cuja população já intuiu “a exaustão do modelo consumista do século XX”) é, na verdade, a “qualidade de vida”: “o tempo com a família e os amigos, o sentido de comunidade e confiança nos concidadãos, a saúde e a ausência de estresse emocional” – e também a participação nas decisões políticas, em correspondência com certa difundida insatisfação com a democracia (“é possível que o modelo de representação democrática […] tenha deixado de cumprir seu papel, e precise ser revisto”)… Ressalvado este último aspecto, a propósito do qual analistas têm falado de “democratas insatisfeitos” justamente porque se preservam valores democráticos enquanto eventualmente se hostilizam o governo e certas instituições, bastaria ver, quanto ao mais, a forte desqualificação empreendida por Harold Wilenski das supostas constatações empíricas na direção de um “pós-materialismo”, em cuidadosa revisão de 2002/3 de vários estudos relativos ao assunto (1): fica claro que vastas maiorias “modernas” (que se supõem mais sensíveis aos temas “pós-industriais” e “pós-materiais”) da população dos países estudados atribuem prioridade mais alta a temas como segurança econômica e crescimento econômico – além de que os mesmos cidadãos modernos “mudam drasticamente suas respostas a questões referidas a ‘valores’ diante de mudanças conjunturais nos contextos econômicos e políticos”, o que, naturalmente, torna duvidoso que se esteja observando a mudança profunda de valores básicos. É supérfluo acrescentar que, de 2002/3 para cá, com a crise econômica, é impossível pretender que a conjuntura se tenha tornado mais propícia ao “pós-materialismo”…
Outro subtema é a relação entre a internet e a imprensa, ou os meios tradicionais de comunicação de massa. André coloca a imprensa como apenas um ator entre os muitos outros que não anteviram a insatisfação popular e se mostram perplexos diante dos eventos – não obstante, segundo ele, o fato de que “a irritação difusa podia ser claramente percebida na internet e nas redes sociais”. Talvez isso variasse do Facebook de A para o de B… De toda forma, um par de considerações relacionadas merece registro: no amontoado disperso de temas de que as manifestações se apropriaram (na verdade, todos os temas que de alguma forma surgiram na agenda socioeconômica e política do país em tempos mais ou menos recentes), o papel dos meios de comunicação tradicionais é evidente (e, para o que valham, pesquisas de órgãos como a Folha de S.Paulo têm mostrado que os links compartilhados entre os próprios manifestantes são tomados da imprensa em sua ampla maioria). E há aí uma face especial: a de que o antipoliticismo, a visão intensamente negativa da política e dos políticos que distingue o movimento de protesto, reproduz disposição análoga que tem marcado o noticiário e os comentários da imprensa e dos meios de massa no país, vindo a condicionar fortemente a chamada “opinião pública” brasileira – e isso, sim, há muito podia ser claramente percebido. Difícil propor que as manifestações tenham trazido algo novo quanto a este aspecto crucial.
Isso permite algumas observações finais quanto à própria natureza do movimento. A distinção feita acima entre a internet como tecnologia facilitadora e os motivos de insatisfação que se valem dela deixa de lado uma possibilidade importante e talvez decisiva para se encontrar a explicação adequada do nosso caso: a de que, de certa forma, a disponibilidade da tecnologia acabe fornecendo os motivos. Refiro-me à possibilidade de que as manifestações em suas dimensões especiais sejam em boa medida fúteis, a mera imitação das irrupções anteriores em outros países uma vez deflagrado com êxito, pelo Movimento Passe Livre, sua etapa inicial referida ao preço das passagens de ônibus. Daí que os protestos se mostrem não só desorientados quanto aos objetivos, mas politicamente ingênuos no antipoliticismo, no antipartidarismo e, na verdade, no antiinstitucionalismo viscerais, que os levam mesmo a estarem prontos (não obstante a insistência de muitos na “minoria de baderneiros”) ao confronto violento e sem sentido prático com prefeituras, assembléias legislativas e o que mais seja. O que não significa, naturalmente, que a ingenuidade torne o movimento inconsequente: uma vez alcançada a dimensão que adquiriu, é fatal que afete a cena político-institucional e que os políticos se movam em resposta (sem falar da oposição a Dilma, por exemplo, por parte de muitos que a apoiavam até outro dia, de maneira congruente com o quadro geral de desinformação e inconsistência políticas). E, afinal, agora que se experimentou a facilidade com que é possível semear furacões, é elementar esperar novos furacões para breve, em particular com a nova vitrine que a Copa do Mundo e as eleições presidenciais do ano que vem representam. Tomara que, ao transpor a correria das ruas para o plano da movimentação institucional, as lideranças políticas e autoridades não venham apenas a turbinar a turbulência.
O escritor do livro que levou à série “Game of Thrones”, disse que o “Trono de Ferro” é muito inferior ao que ele imagina enquanto escreve. Ele gostaria deste outro, acima. |