Os liberais americanos e a situação no Egito

Nada melhor para se analisar as posições liberais do que um artigo publicado no NYTimes, esse baluarte do fascismo esquerdista. Vamos ao que escreveu o “genial” Roger Cohen sobre a situação no Egito. (Estadão de 9 de fevereiro)

A questão fundamental do Egito resume-se ao seguinte: estamos testemunhando uma nova Teerã de 1979 ou uma Berlim de 1989? Já é idiota. Claro que não se trata de nada parecido com 1989. Em primeiro lugar pela grandeza do que ocorreu naquele ano: a queda do império soviético, a derrota do comunismo, a liberdade de metade dos países europeus. Será esse um grande levante contra a ditadura, cujo objetivo – a liberdade democrática – será usurpado pelos islâmicos organizados, como ocorreu na Revolução Iraniana? Essa é a hipótese mais provavel. Lembremo-nos do pateta Jimmy Carter, dando todo o apoio para o assassino Khomeini e humilhando o fiel aliado, o Xá do Iran. O patético pateta era contra todas as ditaduras que serviam aos Estados Unidos. Não tinha a menor noção do que seria um futuro sem elas. Seu principio básico era uma nova ordem mundial, um sonho, onde os USA apenas dariam apoio aos governos bonzinhos. Carter infernizou a vida de Pinochet, sem ter a mínima noção de que o general havia salvo o Chile de se transformar em outra Cuba, o que era dito EXPLÍCITAMENTE  por Salvador Allende, que graças a Deus morreu no contra-golpe chileno. O Xá comandava um governo autoritário, mas estava modernizando o Iran a toque de caixa. A posição americana deveria ser a de buscar uma transição democrática, lenta, segura e gradual. Mas, nada disso, Carter foi logo metendo os pés pelas mãos ao apoiar uma revolução islâmica, e deu no que deu. Perdeu-se um Iran ocidentalizado e ganhou-se um país que regrediu para a Idade da Pedra ( e com apedrejamentos).  Ou será o fim do Parque Jurássico árabe no qual, do Iêmen à Tunísia, antigos déspotas perpetuam-se no governo, e o início de um florescimento democrático capaz de transformar o mundo, como ocorreu com o colapso do império soviético? Gente, mas esse cara é muito burro. Que florescimento democrático ? E ainda acusam Bush de tentar a democracia no Iraque, como se tivesse sido a maior das calamidades, além da imensa ingenuidade. Agora esquecem tudo e logo sai dando um chute, fazendo essa ridícula comparação com o colapso do império soviético, um dos maiores acontecimentos de toda a história universal. 

Se, como acredito, a última hipótese se concretizar, é crucial esclarecê-la. E isso envolve um presidente americano, Barack Obama, ainda inexperiente,( com toda a carga de ser o maior liberal americano, vai ser dificil ganhar alguma experiência saudavel – não repetir bobagens já será muito bom) reunindo toda a habilidade diplomática que os EUA mostraram em 1989 – e até mesmo inspirando-se em 1947, no Plano Marshall – para respaldar a nascente democracia egípcia e árabe. Habilidade desmonstrada por um presidente republicano, o pai do terrivel W.Bush. E de onde o articulista tirou essa do Plano Marshall, um delírio de quem não está enxergando um palmo adiante do nariz? Agora, numa coisa ele tem razão: um presidente alucinadamente gastador bem que gostaria de despejar algumas centenas de bilhões de dólares para ajudar o Egito. ( É claro que a maior parte do dinheiro os egípcios roubariam)

Também implica Israel procurar uma fração da coragem que Anwar Sadat demonstrou em sua visita a Jerusalém em 1977: a coragem de deixar de lado o refrão da segurança, que vê em cada adversário democrático de Hosni Mubarak um jihadista em potencial, e apelar para as forças modernizadoras do mundo árabe que conhecem a esterilidade da guerra. Israel fazer o que ? Pobre Israel, o seu diálogo com o mundo árabe é praticamente nulo, e vem esse sujeitinho, tratar esse país como se fosse poderoso, capaz de impor sua vontade em situações desse tipo. Israel vai ficar quietinha, aguardando para ver se não acontece o pior: o Egito, de um país árabe sossegado, que fez a paz em separado com os israelenses, transformar-se em outra ditadura islâmica. Diz o articulista :  ” A coragem de deixar de lado o refrão da segurança, que vê em cada adversário de Mubarak um jihadista em potencial” .  Tá bom. Por enquanto é exatamente dessa maneira que Israel tem que se posicionar. Esses carinhas nunca entenderam que os israelenses vivem com a espada de Dâmocles sobre eles. Nem com as inúmeras guerras onde os árabes tentaram destruí-los, nem com as ameças do Iran, claras, inequívocas, que pregam (mais uma vez) “jogar Israel no mar”. Nem dessa maneira conseguem abarcar todo o drama de uma nação que é a mais odiada do mundo, depois dos Estados Unidos. Não é uma questão de concordar, ou não, com a existência de Israel, mas de deixar de ser burro. Alguém imaginou pedir para Stalin abandonar a Europa Central e voltar às antigas fronteiras russas ? Pois é, guardadas as proporções, é o que sempre se pede para os israelenses. Que abdiquem da força, que abram os braços para os árabes, vamos sorrir, vamos ser felizes, todos unidos em torno da paz, vamos devolver Golan, vamos devolver Jerusalém, vamos devolver tudo, voltar às fronteiras de 1967, e …. nem isso os árabes aceitam. Pois vão continuar engolindo Israel até o final dos tempos, ou então teremos uma guerra atômica. 

Israel e seus partidários conservadores abraçaram a analogia do Irã. É claro, trata-se da hipótese mais provavel. E, mesmo que o Egito não se transforme em um país que acintosamente ameace Israel, a mudança, a curto prazo só pode ser para pior. É sair do conhecido, um regime favoravel à Israel, para um salto no escuro. Acima de tudo, eles veem no despertar egípcio uma ameaça. Esta frase é sintomática. O autor não consegue esconder o seu antisemitismo. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu assim se expressou: “O que tememos é que, se ocorrer uma rápida mudança, o que ocorrerá – como já aconteceu no Irã – será a ascensão de um regime opressivo. Esse regime esmagará todos os direitos humanos, não permitirá a democracia ou a liberdade e se converterá numa ameaça à paz”. Sim, essa é a hipótese mais provavel. A melhor hipótese já é péssima: Seria o canalha Mohammd Al-Baradei assumir o poder. El Baradei é um violento anti-americanista, consequentemente deve odiar Israel, mas pelo menos não anda fantasiado e não deve surrar a sua mulher (em público). nota do blog: Ver sobre essa extraordinária figura meus dois artigos ” Até que enfim!”, e “El Baradei ataca novamente” .

Os intelectuais árabes têm uma visão oposta, expressa de maneira mais clara por Rami Khouri, da Universidade Americana de Beirute: Intelectual árabe deve ser pior do que o intelectual ocidental, o homem que sabe o que é melhor para nós, o homem sempre de esquerda, o adorador da violência ( já que ele mesmo tem medo até de barata). “Estamos testemunhando o momento histórico épico do nascimento de conceitos que durante muito tempo foram negados ao árabe comum: o direito de definirmos nós mesmos nossos governos, de afirmarmos nossos valores nacionais, de criarmos nossos sistemas de governança”. Mas esse cara viu tudo isso apenas nessas demonstrações no Egito? O mundo árabe é tão vergonhoso que acontece qualquer coisinha e já se pensa em redenção total, o que é perigoso e não esconde a imensa vontade de se equiparar, e superar, o Ocidente.

Os EUA tentaram o caminho intermediário, da “transição ordenada”. A secretária de Estado Hillary Clinton reiterou as palavras de Netanyahu com algumas variações: “As revoluções derrubaram os ditadores em nome da democracia, mas esse processo foi sequestrado pelos novos autocratas”. Se esse articulista fosse honesto teria citado a Condolezza Rice. Ela disse, NO CAIRO, em 2005, para quem quisesse ouvir, que os USA haviam investido durante 60 anos em regimes totalitários buscando a estabilidade, e agora ( durante o governo Bush) estavam sem a estabilidade e sem a democracia. Esse foi um dos pronunciamentos mais importantes da política externa americana nas ÚLTIMAS DÉCADAS, mas passou batido pela imprensa, toda ela esquerdista.

Israel deveria aplaudir o despertar árabe.  Gente, mas quer dizer que não existe nenhuma duvida? O sucessor do Mubarack vai ser um tremendo de um democrata, transformando as instituições egípcias e levando a liberdade ao mundo árabe ? Inacreditavel. Tudo isso porque temos o governo Obama. O articulista sonha com uma transformação durante o seu governo. Seria a consagração, o sucesso absoluto , embora o presidente americano não tenha nada a ver com isso.  Até agora, no problema egípcio, Obama se comportou como qualquer presidente americano com um mínimo de bom senso. Foi a negação desses direitos pelos déspotas da região que deu à retórica populista iraniana tanta ressonância nas ruas árabes. Nada provocará o declínio da influência iraniana tão rapidamente quanto a democracia árabe. Puxa, mas que descoberta ! Nós nunca soubemos disso! Grande artigo! (Uma das melhores mentiras mundiais é a de que o NYTimes é um jornal com grandes colunistas).

Há uma segunda razão para Israel encontrar esperança na Praça Tahrir: são os indivíduos que se dão conta de que sua existência não tem sentido – a situação fundamental dos árabes hoje – os mais propensos a ver na morte jihadista a solução de tudo. Vamos deixar de ser burros. Israel não está vendo nada disso! Israel, repito, está morrendo de medo de que os jihadistas tomem o poder!

Agora, se Obama aderir ao momento de 1989 e não ao de 1979, como provavelmente fará, terá de pressionar os aliados do Golfo. O que ele quis dizer com isso ? Claro que qualquer presidente aderiria ao momento de 1989, que acabou com a URSS, uma batalha de gigantes que durou décadas. Obama não vai aderir à nada que traga um Kolmeini para o Egito, ou seja, aderir a um novo 1979 ( mesmo que já tenha errado ridiculamente em outros episódios: o tour de desculpas pelo “passado americano”, ter sido infernalmente contra Honduras no contra-golpe hondurenho, etc.) E garantir que a democracia egípcia atenda às expectativas mediante a elaboração de um Plano Marshall financiado pelo petróleo em benefício de um mundo árabe democrático. E a Irmandade Muçulmana, que apoia o Hammas, o Hezbollah,  vai assistir a tudo de braços cruzados, achar ótimo que continue a influência americana no Egito, inclusive com o risco de espalhar a democracia para os outros países…  Impressionante. Quanto a Netanyahu, deveria emular Sadat e ir ao Cairo abraçar o próximo presidente do Egito eleito democraticamente. Nossa, mas já está tudo resolvido ? O novo presidente vai ser eleito democraticamente, não vai ser uma ameaça para Israel, e Netanyahu já pode até ir arrumando as malas para “aquele abraço” ?Ainda não chegamos lá, mas esse é o momento para pensar grande e mostrar coragem. Quer dizer, não chegamos lá, mas assim mesmo vamos escrever bobagens. E o mundo inteirinho vai ler esse artigo debiloide. Bem que Israel gostaria de estar rodeada de países com regimes democráticos, mas até agora só temos selvagens por aquelas bandas.  Não se trata apenas do momento 1989 do mundo árabe. (NOSSA, até fiquei de pé!) É o momento de Obama.  Puxa, até que enfim o articulista chegou no que realmente o interessava: “É O MOMENTO DE OBAMA”, ( que final mais bobo,  e principalmente : depois de dois anos de fracassos, CHEGOU O MOMENTO DE OBAMA ?) /TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

9 fevereiro, 2011 às 08:30

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Categoria: Artigos

Comentários (3)

 

  1. Oi eu nao quero comentar nada por enquanto, eu so quero receber as noticias no meu email depois eu comento.
    Zene

  2. ruiva_ disse:

    eu tenho 13 anos e to fazendo um trabalho escolar kkkkkk minha professora se chama jucelia e eu quero dizer que ela e legal !kkkkkkkkkk by= a tds (48) 99220745 ah…to na 8ª serie !

    • Claudio Mafra disse:

      o seu comentário foi o máximo, ruiva. espero que a sua professora , a jucélia, só ensine verdades para você, mas lembre-se : o mais importante é ler romances e estudar matemática.

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