É bom você começar a se interessar pela Guerra

Cartoon-29-agosto-2009

Uma das manchetes do Globo: “CIA usou furadeira elétrica e arma para extrair informações de preso”.

A furadeira elétrica zunindo e entrando no corpo. Gritos terríveis, e o sangue explode por toda a sala. É um filme de terror. E qual será a outra arma que a CIA usou?  Uma geringonça cheia de pontas que aperta o crâneo?

Bem, eu fui ler o texto, e era um pouquinho diferente do que a manchete dizia.  A CIA, para extrair informações de um líder da Al Qaeda, Rahim al-Nashiri,  ligava e desligava uma furadeira elétrica perto da cabeça do terrorista, tentando amedrontá-lo. Depois, ainda tiveram a crueldade de  mostrar um revólver, dizendo que o matariam se não cooperasse. E continua o Globo : “Em um outro caso, uma arma teria sido disparada em uma sala ao lado, para que o detido achasse que outro suspeito havia sido morto”. TERIA sido disparada… em outra sala…

Somos tratados como idiotas.  A manchete é desonesta, é mentirosa. Trata-se do velho e saudável antiamericanismo, vindo dos próprios Estados Unidos, e recebido com satisfação na imprensa brasileira. Se esses presos confessaram alguma coisa,  não eram dos bons, porque nem uma vovó terrorista teria medo do que aconteceu. Os agentes da CIA estão sob investigação. A pergunta que deveria ser feita a eles é : “Como foi que vocês conseguiram manter o país a salvo, sem nenhum atentado, durante oito anos? ”

E as pessoas ainda não perceberam a importância da guerra que estamos enfrentando. Os Estados Unidos, e outros países,  não estão lutando apenas para evitar explosivos, ou qualquer outra coisa que mate centenas, ou pouco milhares, de pessoas. Estão tentando evitar que bombas atômicas e bacteriológicas caiam nas mãos da Al Qaeda.

Os  nossos inimigos não são a CIA e os exércitos americanos. Esses são os nossos aliados. Nossos inimigos são os extremistas do Islã. Digo isso por que chegamos a um ponto  em que se um marciano lesse os nossos jornais iria ficar confuso. Já é uma tradição o  NYTimes revelar segredos militares e de espionagem, em função de “estar defendendo os direitos civís”.  Seus editoriais e artigos são uma enxurrada de acusações que desmoralizam os soldados combatentes, dão força ao inimigo, transformam guerras justas e necessárias em aventuras imorais pela busca de petróleo. Funcionam como verdadeiros quinta-colunas.  O fenômeno é tão impressionante e tão antigo que Nelson Rodrigues disse  (infelizmente, sem se dar conta de que são únicamente os americans liberals) :  “Não existe povo mais antiamericano do que o povo americano”. Para eles tudo é relativo, não existe o certo e o errado, apenas zonas de sombra e,  por isso mesmo, são os inventores do ridículo políticamente correto”, que significa não dar o nome aos bois. E nós trilhamos o mesmíssimo caminho.

“Você pode não estar interessado na Guerra, mas a Guerra está interessada em você” (Trotski) . Mesmo que nenhuma bomba tenha sido explodida no Brasil, nós já sofremos as consequências do terrorismo. Quando entramos em fila nos aeroportos e somos cansativamente revistados, quando ficamos tensos, com medo de havermos esquecido alguma coisa proibida em nossa bagagem de mão, quando evitamos turismo em países que julgamos perigosos, já somos participantes da guerra. E, fazendo um exaustivo esforço (que dificuldade!) deveríamos procurar reconhecer que existem os mocinhos e os bandidos, ao contrário do que diz a quase totalidade da imprensa, relativista e “sofisticada”. Depois de Hitler, infelizmente, não conseguimos mais identificar nenhum bandido, a não ser  Bush, o saco de pancadas.

A CIA não está conduzindo interrogatórios com soldados capturados de um exército regular, ou de guerrilha. Está tratando com terroristas islâmicos, homens que vivem sob o manto da loucura, homens originários de um hospício sinistro, onde a crueldade é símbolo de fé.  A CIA está tentando obter informações que valem a vida de centenas de milhares de civis. É preciso que as pessoas reflitam sobre o impensável. Quando é que vamos descobrir que não existe o laguinho azul? Se o terrorista preso sabe que vai acontecer um atentado, onde morrerão milhares de pessoas, como é que vamos tratar com o fato ?  Quais são as sugestões ? Deve ser dificil amedrontar um mustafá, apenas ligando e desligando uma furadeira elétrica perto da orelha dele. O que mais precisa acontecer  para absorvermos, intelectual e emocionalmente, os claros objetivos dos terroristas, que degolam pessoas em frente da televisão ? Muçulmanos extremistas dizem pelo mundo afora que o objetivo de suas vidas é nos destruir. Ficamos surdos? Ficamos analfabetos ? Não queremos acreditar?   Vejam como é atual esse verso maravilhoso de Yeats :”Aos melhores falta convicção, enquanto os piores estão cheios de ardor apaixonado ” .

Somos tolos ao imaginar que é só um problema americano e europeu e que nós, os cordiais por excelência,  sempre ficaremos de fora. Essa guerra vai levar décadas. No momento não estamos envolvidos,  mas os nossos valores estão, e , se não fôssemos um governo do PT, poderíamos defendê-los,  nem que fosse pela palavra, pelo reconhecimento de que existem exércitos lutando por eles.  Não fizemos nenhum gesto de solidariedade, muito pelo contrário, estamos ao lado dos que condenam os combates no Afeganistão e Iraque.  A torcida é pela desgraça dos exércitos americanos.  E não é apenas o nosso governo.  Quantas pessoas conhecemos que mal conseguiram disfarçar seu contentamento com o ataque de 11 de setembro ? Mas não podemos nos culpar por isso,  a lavagem cerebral antiamericana é um fenômeno mundial.

Os Estados Unidos estão chegando à exaustão, combatendo tanto no front externo, quanto no interno, isto é, combatendo os liberals dentro de casa. Não adianta  ter um poderio militar incomensurável, se não podem usá-lo, já que o NYTimes e os Democratas não permitem. Para eles a guerra só é aceitável sem a morte de civis e com os serviços de inteligência monitorados. Ficam furiosos se alguma agência mata um bandido. Para qualquer coisa,  é necessário consultar Washington. O caso do piloto que pediu permissão para obliterar o comboio que conduzia o mulá Omar (permissão negada)  é o melhor exemplo do ponto a que chegou o nonsense nas forças armadas americanas. Quer dizer, podem enviar mais exércitos para o Afeganistão, mas eles são limitados no seu poder de fogo. Precisam ser babás. Eu estive lá e, conversando com as  tropas americanas, ficou muito claro que o soldado raso (private ) só vai atirar em um taleban se receber ordens, ou se estiver no meio de uma batalha, nunca por iniciativa própria, a não ser que o taleban atire primeiro. Todos têm medo de algum ato ilegal.  Os talebans não usam uniforme, e o soldado corre o risco de matar um civil portando uma arma.  Vai para a corte marcial. E todos andam armados no Afeganistão.  O Ak -47 já faz parte da cultura do país.  E se as tropas fazem prisioneiros, ainda correm o risco de voltar a enfrentá-los, já que muitos  foram soltos em Guantânamo e retornaram para lutar.

E outra coisa : vocês realmente acreditam que exista uma maioria de muçulmanos bonzinhos, INDIGNADA com o que a minoria radical anda fazendo? Pois bem, na Inglaterra, nem Tony Blair,  nem Gordon Brown conseguiram fazer com que os clérigos “moderados” se empenhassem em impedir que a sua juventude se aliasse ao terror. É assim por toda a  trêmula Eurábia. A Escócia libertou, por razões humanitárias, um homem que matou 240 passageiros, explodindo um avião.  Ele está com câncer e foi ” morrer em paz em sua terra”. Recebido como um herói em Trípoli, abraçado por Kadafi ( o terrorista arrependido).  Um pontapé nas famílias das vítimas.  Ainda bem que os escoceses ficaram ultrajados com a covardia do seu governo e envergonhados com  o dano à sua imagem no exterior.

E que vamos fazer se recebermos a sísmica notícia de que os terroristas conseguiram uma bomba, ou duas, ou dez, daquelas que estão no Paquistão – país muçulmano, em que ninguém pode confiar, ou então vieram da antiga URSS, ou do Iran?  Sim, o Iran já está perto de conseguir a bomba, e o governo Obama já admitiu que vai deixar a prevenção, ou seja, impedir pela força que os aitolás  a consigam, e partiu para a covardia, que é tratar de armar um sistema de defesa. Um sistema de defesa? Parece até que as bombas só podem ser lançadas por foguete, como nos velhos tempos da URSS. Elas podem ser entregues aos militantes das Jihad, entregues em mãos, colocadas em containers, e explodidas em qualquer lugar do mundo.

Churchill disse, em 1925 (!),  em um  dos seus geniais e proféticos discursos. :  “Finalmente, preparou-se em Moscou uma vasta organização de propaganda revolucionária, dirigida por uma seita de homens competentes e brutais, armados com recursos remanescentes de um império outrora poderoso, cujo propósito manifesto é envolver a todos os outros países na mesma ruína e escravidão que dispensaram `a Rússia.” …..”Derrubar, quebrar em pedaços, triturar a pó, com todos os recursos da violência ou da esperteza  –  esta é a tarefa deles. Eles já reconheceram isso. Vamos reconhecer também”

29 agosto, 2009 às 03:18

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Categoria: Artigos

Comentários (2)

 

  1. Gabriel Nunes disse:

    Puxa, excelente post! Achei este blog por sorte com o auxílio do Google, vou adicioná-lo aos meus favoritos. Muito bom!

    • Claudio Mafra disse:

      Obrigado, Gabriel. Esse blog é apenas para os muito sofisticados. Os que estão juntos com a boiada não conseguem entender nada do que escrevo. abraço

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