Comentário do blog sobre o Lula ditatorial, em artigo de Merval Pereira; O impasse do Ocidente na Síria
Integrantes de diferentes partidos políticos brasileiros curiosamente usando as mesmas roupas
O blog comenta um bom artigo do Merval (04/06) a respeito do comportamento do Lula. Deixei de fora grande parte do texto porque não teria nada a acrescentar.
……. Mas ele, (Lula), de voz própria, revelou seu verdadeiro objetivo político no programa do Ratinho: não permitir que um tucano volte a governar o país. Nunca antes nesse país viu-se um político assumir tão abertamente uma postura despótica, quase ditatorial, quanto a de Lula nessa cruzada nacional contra os tucanos, que tem na disputa pela capital paulista seu ponto decisivo. Acho que o Merval faz muito bem em ressaltar a declaração totalitária de Lula, mas, quando o PT surgiu, o seu objetivo era o de revolucionar o País. Ganhar o poder e alí ficar ad eternum. Naqueles tempos iniciais camuflava suas intenções por medo dos militares ou por medo do próprio povo, principalmente da classe média, e das “elites”. A extraordinária sorte que Lula teve ao ser derrotado por Collor evitou que fosse colocado para fora da presidência, e, segundo suas próprias palavras : ” Foi uma benção (a derrota) .Ou eu faria uma revolução ou seria derrubado“ . Esse era o PT antigo, radical, socialista. Durante o grande período de tempo entre e sua derrota para Collor e sua ascenção à presidência, Lula e o PT mudaram, e hoje não sabem o que desejam em termos ideológicos. Provavelmente sentem-se como uma imensa polícia tentando evitar excessos capitalistas. Quando começaram a roubar, primeiro com a desculpa que o faziam em nome do partido, e depois de maneira descarada, sem precisarem de nenhuma justificativa, permanecer no governo passou a ter a conotação do poder pelo poder. A declaração de Lula que é criticada por Merval trata-se de um resquício dos seus tempos de “revolucionário”, e ele vai morrer dessa maneira. Jamais será um democrata. É contra sua natureza.
O novo PT, aliás, tem seguido a mesma batida de Lula, e se revela a cada instante um partido que não tem como objetivo programas de governo ou projetos nacionais para o país. Muitíssimo obrigado por nos esclarecer, Merval. Todos nós acreditávamos piamente que o Partido dos Trabalhadores seguia com rigor um programa de projetos nacionais bem definidos. Agora podemos entender o porquê dos seus quadros mais importantes serem ladrões, pessoas que beiram a insanidade, tal a desenvoltura com que metem a mão no dinheiro público. (A verdade é que nenhum partido brasileiro tem programas ou projetos nacionais. Nem o PSDB) A luta política pelo poder escancara posturas ditatoriais em todos os níveis, e para mantê-lo vale tudo. Desde rasgar a legislação eleitoral e fazer propaganda ilegal em emissora de televisão na tentativa de desatolar uma candidatura que até agora não demonstra capacidade de competição, até intervenções em diretórios que não obedecem à orientação nacional, como aconteceu agora mesmo em Recife. Vale também mobilizar um esquema policial de uma prefeitura petista, como a de Mauá em São Paulo para apreender uma revista que apresenta reportagens contrárias aos interesses do PT. A truculência com que foi impedida a distribuição gratuita da revista Free São Paulo, que trazia uma reportagem de capa sobre o assassinato do prefeito petista de Santo André Celso Daniel, é exemplar do que o PT e seus seguidores consideram “liberdade de imprensa”. Os petistas acusam a revista de ser financiada pelo PSDB, o que ainda é preciso provar, mas, mesmo que seja, seria no mínimo incoerente criticarem tal estratégia, já que são estatais de diversos calibres e governos petistas que financiam uma verdadeira rede de blogs chapa-brancas e revistas para defenderem as ações governistas e demonizar seus adversários, em qualquer nível. Da mesma forma, parece ironia que líderes petistas se mostrem indignados com financiamentos eleitorais de caixa 2 de políticos tucanos, como se esse crime fosse uma afronta ao Estado de Direito e não, como disse o ex-presidente Lula tentando minimizar o caso do mensalão, coisa corriqueira no sistema eleitoral brasileiro. O recurso ao caixa 2 e a verbas não contabilizadas é evidentemente uma distorção do nosso sistema eleitoral que tem que ser combatida com rigor, mas o PT há muito perdeu a possibilidade de indignar-se diante deste e de outros malfeitos políticos. O que ? Houve algum momento em que esse partido de fato se indignou ? Ou sempre foi uma farsa para chegar ao poder ? Ao que parece tivemos apenas grosseiras encenações. Merval parece ignorar, inocentemente, que tanto o PT antigo, o “revolucionário”, quanto o atual, continuam com a mesma cartilha, aonde se lê que os fins justificam os meios. Isto não mudou. Antes, quando estava na oposição, qualquer vilania era justificada pela causa, e agora vale tudo simplesmente para o enriquecimento de sua cúpula. Julgam-se merecedores de alguma recompensa depois de tudo o que passaram, depois da luta para conseguir que o país caminhasse para…. para onde mesmo ? Não sabem. É sua responsabilidade a completa desesperança do povo brasileiro. Quando foi desmascarado fez com que o cinismo e se instalasse de maneira definitiva no País. Depois do PT no governo os brasileiros perderam o que restava de auto-estima e vergonha.
O IMPASSE DO OCIDENTE NA SÍRIA
Durante a Guerra Fria os Estados Unidos apoiavam ditadores que impediam seus países de se tornarem comunistas. Era um mal menor, e acredito que os americanos fizeram muito bem. Hoje o problema se coloca de outra forma. Quando ditadores árabes começaram a cair foi cunhado o termo “Primavera Árabe”, expressão perfeita para mostrar a îngenuidade dos liberais espalhados pelo mundo. Poucos se detiveram pensando na possibilidade de que radicais islâmicos tomassem o poder, e a tal primavera virasse um pesadelo árabe. Desde o início escrevi a respeito desse perigo. Era muito facil perceber, por exemplo, que no Egito o grupo mais bem organizado, mais bem preparado para ganhar as eleições era a Irmandade Muçulmana. A diferença terrivel entre o passado, quando havia a possibilidade de que governos comunistas se espalhassem pelo mundo, e agora, com o Islã, é que a bomba atômica estava em mãos responsaveis. Hoje temos o Paquistão, a Coréia do Norte, ( Índia e Israel são mocinhos e não bandidos), que podem entregar bombas, ou artefatos nucleares, para terroristas instalados nos países da Primavera Árabe”. Nada mais catastrófico.
A Síria fazia parte do Eixo do Mal ( George Bush) ao lado da Coréia do Norte, Iran, Iraque e Cuba. Imagino que naquela época, não se pensava muito em quem poderia substituir Assad. Era facil identifica-lo como um dos bandidos mundiais. Tentou construir a bomba e foi impedido por Israel, recebia e recebe ajuda do Iran, e muitas coisas mais. Mas, se ele cair o país pode ser dominado por gente ainda pior. Uma verdadeira sinuca. Por enquanto Rússia e China impedem uma ação militar mais rigorosa contra seu regime. A Rússia porque tem um importantíssimo porto sírio à sua disposição, além de temer que aumente a influência ocidental no país. Para a China vale este último ponto, mas se fizermos uma análise mais acurada vamos descobrir que tanto os russos quanto os chinêses também estão preocupados com o radicalismo islâmico. A Rússia luta contra a Chechênia, e a China contra Xinjiang, países-províncias muçulmanos que desejam a independência e cometem atos de terrorismo.
Outro ponto a ser visto é que, ao contrário do noticiado, Assad está se defendendo, e não atacando. Ele seria burríssimo se ainda estivesse na primeira fase, a da repressão, quando o movimento para derruba-lo começou. No momento ele tem observadores internacionais em seu país, tem a imprensa mundial contra sí, e é aconselhado pela Rússia para que não complique ainda mais sua situação promovendo massacres. Já escrevi muito sobre o assunto, estive no local, e os leitores interessados podem clicar em cima dos artigos ( que foram evoluindo conforme a própria situação se modificava: Caindo o governo sírio os maiores perdedores serão o Iran, O Hezbollah, o Hamas, terroristas menos votados, russos e chinêses Minha viagem para a Síria em momento crítico para o presidente Bashar Asad -(matéria completa sem a edição feita pelo Estadão ) Criança! Não verás nenhum país feito este! ; O dilema Assad Uma nota sobre a Síria Um sutil artigo de Kissinger sobre a Primavera Árabe e a dificílima posição americana Fernando Henrique é homenageado; A Síria