Falam os Militares – (infelizmente não dizem uma palavra sobre a intervenção em Agulhas Negras, Campo dos Afonsos e Escola Naval que, em futuro muito próximo, vão formar unicamente oficiais petistas)- comentário do blog
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Sobre a Comissão da Verdade
*Paulo Chagas
São preceitos da ética e fundamentos da honra pessoal do militar o culto à verdade, a lealdade, a probidade e a responsabilidade como fundamentos da dignidade pessoal. Portanto, nenhum soldado poderia ser contrário a uma comissão que pretendesse revelar a “verdade” sobre qualquer assunto ou fato histórico.
Por outro lado, contam as lendas que a verdade foi enviada por Deus ao mundo em forma de um gigantesco espelho. E quando o espelho estava chegando sobre a face da Terra quebrou-se, partiu-se em inumeráveis pedaços que se espalharam por todos os lados.
As pessoas sabiam que a verdade era o espelho, mas não sabiam que ele havia se partido.
E, por essa razão, as que encontravam um dos pedaços acreditavam que tinham nas mãos a verdade absoluta, quando, na realidade, possuíam apenas uma pequena parcela (do livro “A um passo da imortalidade”).
Desta forma, quem quiser conhecer a “verdade” deve buscar todos os pedaços do espelho e não contentar-se apenas com os que encontrou ou com os que lhe foram mostrados, estes não serão mais do que pontos e vista ou, no máximo, uma versão pessoal da verdade, porquanto esta é, também, relativa e dependente do crivo dos valores de quem por ela se interessa e das circunstâncias que a envolveram.
Pesquisar as atitudes, as formas de atuação e os possíveis excessos dos órgãos e agentes do Estado, sem antes conhecer os atos de violência seletiva e indiscriminada que impuseram a postura repressiva, é o mesmo que querer tratar a doença sem conhecer suas causas. É trabalho incompleto, faccioso, distorcido e fadado ao fracasso, caso busque, de fato, apenas a verdade!
Assim, erra quem pensa que aos militares não interessa tornar público, claro e transparente todos os fatos ocorridos no período abrangido pela pesquisa que se pretende fazer, entregando-os ao julgamento dos valores e dos princípios de cada cidadão brasileiro.
Erra também quem, inocentemente ou não, aceita as condicionantes parciais impostas na proposta revisionista, detendo-se nas conseqüências e fechando os olhos para as causas, as circunstâncias e o ambiente em que se deram.
Como muito bem se expressou o Governador do Rio Grande do Sul, Sr Tarso Genro, ao referir-se a recentes manifestações de Policiais Militares de seu Estado: “Atitudes de marginais devem ser tratadas em inquéritos policiais”. Ou seja, há que se devassar os fatos para conhecer a verdade e fazer justiça. NB : desnecessário e um pouco decepcionante esse passaporte que o general usou para poder expor o que pensa. Tarso Genro é uma espécie de Lavrenti Béria (chefe da NKVD de Stalin), e se pudesse despacharia todos nós que escrevemos contra o PT para um gulag perdido na Amazônia.
Qualquer coisa diferente disso revelará tão somente os pontos de vista dos que se interessam apenas por mentiras ou meias verdades.
O autor é General-de-Brigada