O inferno da corrupção; Mensalão ; O esquerdizoide Demetrio Magnoli está decepcionado com Obama; Universidades: nacionais, regionais ? (Prof.Simon Schwartzman)
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Prefeitura autoriza corte recorde de árvores para obra
Serão retirados 1.787 exemplares de fragmento da Mata Atlântica para a construção de um condomínio de alto luxo no Panamby
ADRIANA FERRAZ , DIEGO ZANCHETTA – O Estado de S.Paulo
Após cinco anos de polêmica, a Prefeitura de São Paulo autorizou o maior corte de árvores em benefício de um empreendimento comercial de que se tem registro. Para a construção de um residencial de alto padrão no Panamby, na zona sul, a gestão Fernando Haddad (PT) permitiu o corte de 1.787 árvores – centenas delas remanescentes de um fragmento de Mata Atlântica. É mais que o dobro da quantidade retirada dos canteiros da Marginal do Tietê durante a construção das novas pistas.
Quantos milhões de dólares Haddad recebeu ? E o Secretário do Meio-Ambiente ? Como é que vocês, brazucas, conseguem viver assim, dia após dia ?
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E João Havelange, que meteu a mão no dinheiro da FIFA, pelo menos fez uma administração brilhante. Roubou milhões e milhões de dólares, e sua punição foi renunciar à presidência de honra que ocupava ! Es-pan-to-so. Sendo inteligentíssimo, espertíssimo, deve ter envolvido um montão de gente, justamente para escapar da cadeia se o roubo fosse descoberto, o que afinal, aconteceu. E Platini, ( só um francês para dar uma dessa) disse que “Havelange é um mito, ainda que tenha cometido erros”. É mais do que provável que Platini também tenha entrado firme na grana. Vejam só o Estadão: ” Com a renúncia Havelange evitou sofrer um processo e uma sanção da entidade. Como não foi punido, ele continuará a receber normalmente a aposentadoria da Fifa”. Hilário. Claro que ele nem vai tomar conhecimento desse salário. O dinheiro vai ficar mofando no banco mês após mês, pois é apenas uma migalha perto do seu patrimônio gigantesco. Fica uma sugestão: Por que ele não manda fazer um depósito automático na MINHA CONTA ?
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Vejam o que publiquei em 27 de dezembro de 2012:
“Dora Kramer em seu artigo “Balanço Geral” diz :”Incorreu em grave equívoco quem pensou que o processo do mensalão acabaria “dando em nada”
Bem, ninguém cometeu ” grave equívoco” algum. A condenação da quadrilha foi uma das maiores surpresas do século. Parece que estamos levando um pito por não acreditarmos num Judiciário completamente desmoralizado. Ora, na Bolsa de Londres provavelmente o “dando em nada” estava pagando 50 por 1 . Espero que a Dora tenha a honestidade intelectual de se colocar entre os que acreditavam que o processo do mensalão iria terminar em pizza – o que seu artigo não deixa transparecer. E não se esqueçam: para o “dando em nada” perder, teremos que ver o Zé Dirceu atrás das grades. Até lá, é prudente mantermos nossas convicções“
Tantos meses se passaram, nada aconteceu, e será que a Dora, que resolveu nos dar uma lição de patriotismo não vai fazer nenhuma auto-crítica pedindo desculpas aos seus leitores ? Está passando da hora. Ainda mais que o tal do Barroso vai ser ministro do Supremo.
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Universidades: nacionais, regionais?
Professor Simon Schwartzman
Dados publicados recentemente pelo Ministério da Educação, e analisados em matéria do jornal O Globo, mostraram que São Paulo é o Estado que mais envia candidatos selecionados pelo sistema unificado de seleção (SISU, baseado no ENEM) para outras regiões do país. Os dados mostram também que a área de medicina é a aquela em que mais estudantes migram de estado, 46%, o triplo da média geral (O Globo 17 e 25/5/2013).
Interpretei isto como podendo significar que, ao invés de facilitar a mobilidade de estudantes de regiões mais pobres para outras mais desenvolvidas, tornando o ensino superior mais equânime deste ponto de vista, o SISU poderia estar tendo o efeito oposto, ao permitir que estudantes do Estado mais rico ocupassem as vagas nas universidades regionais, reduzindo assim as oportunidades de estudo da população local.
Esta conjectura levantou uma série de questões que precisam ser mais aprofundadas, algumas das quais estão analisadas em texto disponível aqui.
Primeiro, qual é ou deveria a função das universidades públicas e, mais especificamente, das universidades federais? Elas devem ser entendidas como instituições nacionais ou mesmo globais, abertas a estudantes de todas as origens e desenvolvendo trabalhos de pesquisa de valor universal, e neste sentido sua localização geográfica não seria relevante? Ou elas deveriam ser entendidas como instituições voltadas, pelo menos em parte, a atender às demandas de acesso à educação da população local, assim como realizar pesquisas e atividade de extensão de relevância também local ou regional?
A análise sugere que, embora o sistema de seleção unificada do SISU possa estar contribuindo para nacionalizar em certa medida as universidades federais, isto não chega a alterar o fato de que as instituições de ensino superior brasileiras sejam predominantemente locais, do ponto de vista da mobilidade dos estudantes, que é o que estes dados permitem ver. Existem diferenças em relação aos estados menores e de fronteira, que recebem e enviam mais estudantes para outras partes, e também por áreas de conhecimento, com destaque para a área de medicina e odontologia, que tende a operar em um marco mais nacional na seleção dos estudantes, em prejuízo dos estudantes de origem local.
Seriam necessários dados sobre pesquisas, atividades de extensão e emprego dos alunos formados para saber se, além de atender predominantemente à população local, as instituições de ensino superior estão atendendo de outras formas as necessidades e temas regionais, e contribuindo ou não para fixar os estudantes nos locais em que se formam. É possível supor que, além do SISU, outros mecanismos estão atuando para nacionalizar as instituições de ensino superior, incluindo as avaliações do ENADE, idênticas para todo o país, e, no setor privado, a crescente integração das instituições em conglomerados que buscam padronizar os cursos que proporcionam e, assim, ganhar economias de escala.
É um processo que ocorreu também no setor das comunicações, em que os jornais, rádios e estações de TV se integraram a redes nacionais, assim como na área financeira, com os grandes bancos nacionais que absorveram e substituíram os bancos locais, e assim por diante. É um processo inevitável, mas que não elimina o fato de que as pessoas, na sua grande maioria, vivem e permanecem nos locais em que nascem. A pergunta que fica é se, neste processo, a vida local não se esvazia, a capacidade de lidar com as questões do quotidiano, que são também em grande parte locais, se reduz, e se as instituições de ensino superior não deveriam ter alguma responsabilidade em lidar com isto.
Entrevista de Todd Chandler, filho do capitão Charles Chandler concedida ao jornal Zero Hora e publicada sob o título Órfãos da Ditadura em 12 de dezembro de 2005
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Major Charles Rodney Chandler
Por que mataram meu pai?
Morando na Flórida, pai de três filhos, bancário, Todd Chandler concedeu entrevista a ZH sobre o assassinato do Capitão do Exército americano Charles Chandler, em São Paulo, há 37 anos:
Zero Hora – O que o senhor lembra do crime?
Todd Chandler – Lembro os sons dos tiros e de correr para fora de casa para testemunhar os últimos momentos. Eles atiraram no meu pai quando ele estava dando marcha a ré no carro.
ZH – Como sua família enfrentou a tragédia?
Todd – Voltamos para os Estados Unidos em um avião militar, com o corpo. Minha mãe ficou profundamente afetada. Isso ainda assombra ela.
ZH – Como o senhor superou a morte do pai?
Todd – Nunca superei. Na medida em que cresci e soube de mais detalhes do evento e sobre os participantes dele, fiquei com muita raiva. Se acontecesse hoje, as conseqüências seriam drasticamente diferentes.
ZH – Como é a imagem de Chandler no seu país?
Todd – O mais surpreendente é que, fora da família, ninguém parece lembrar do meu pai. Se o fato acontecesse hoje, certamente seria um acontecimento internacional.
ZH – Como o senhor cultiva a memória de seu pai?
Todd – Vejo ele todos os dias. As pessoas falam que pareço com ele. Então, quando me olho no espelho, tento imaginar como seria se ele estivesse vivo e bem na minha idade.
ZH – Como era o seu pai, a carreira militar dele?
Todd – Meu pai nasceu e foi criado numa cidade muito pequena da Louisiana. Sua família ainda vive nessa área. Eles eram considerados relativamente pobres, e a família tirava seu sustento da agricultura. Quando ele foi aceito em West Point, foi uma honra tremenda para a família e para toda a cidade. Ele fez carreira nas forças armadas e serviu em diferentes países. Acho que chegamos ao Brasil em 1966 ou 1967.
ZH – Qual era a missão do seu pai no Brasil?
Todd – Não havia missão alguma. Pensem nisso: os EUA jamais mandariam a família civil com um oficial que estivesse em qualquer tipo de missão. Meu pai era um estudante. Não tenho a mínima idéia de por que ele foi o alvo.
ZH – Como o senhor se sente ?
Todd – Sei que as coisas eram diferentes naquela época, mas adoraria ter a chance de perguntar: “por quê”? Não entendo por que eles tinham de levar meu pai e deixar a minha família destruída. Todos os dias algo me lembra que um homem foi morto sem razão e que, em sua maioria, os assassinos ficaram impunes. harles Rodney Chandler
Capitão do Exército dos Estados Unidos – SP – 12/10/68
Herói na guerra com o Vietnã, veio ao Brasil para fazer o Curso de Sociologia e Política, na Fundação Álvares Penteado, em São Paulo/SP.
No início de outubro/68, um “Tribunal Revolucionário”, composto pelos dirigentes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), Onofre Pinto (Augusto, Ribeiro, Ari), João Carlos Kfouri Quartin de Morais (Manéco) e Ladislas Dowbor(Jamil), condenou o capitão Chandler à morte, porque ele “seria um agente da CIA”.
Os levantamentos da rotina de vida do capitão foram realizados por Dulce de Souza Maia (Judite).
O capitão Chandler quando retirava seu carro da garagem para seguir para a Faculdade, foi assassinado, friamente, com 14 tiros de metralhadora e vários tiros de revólver, na frente da sua esposa Joan e seus 3 filhos.
O grupo de execução era constituído pelos terroristas Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio), Diógenes José de Carvalho Oliveira (Luis, Leonardo, Pedro) e Marco Antônio Bráz de Carvalho (Marquito).
Charles Rodney Chandler, Captain of the Army of United States, (23 July 1938 in Louisiana, USA – 12 October 1968 in Sao Paulo, Brazil), is a symbol of the fight against communism in Brazil.
Hero in the war with the Vietnam, came to Brazil to make the Course of Sociology and Politics, in the Alvares Penteado Foundation, Sao Paulo.
At the beginning of October 68, one “Revolucionary” court, composition for the controllers of Revolutionary Vanguard Palmares (Palmares-VAR), Onofre Young (August), João Carlos Kfouri Quartin de Morais (Manéco) and Ladislas Dowbor (Jamil), condemned captain Chandler to the death, because it “she would be an agent of the CIA”.
The group of execution was constituted of the terrorists Pedro Lobo de Oliveira, Diogenes Jose de Carvalho Oliveira and Landmark Antonio Braz de Carvalho (Marquito).
Comentários (1)
A discussão sobre as perspectivas futuras do ensino superior pode ser concentrada no exame de duas questões centrais: a possibilidade de transformar a estratificação que hoje existe em uma diferenciação real e a de traduzir o corporativismo que hoje paralisa o sistema em formas autênticas e adequadas de autonomia. Estas duas questões dependem de uma terceira, que é a da eventual tendência à substituição da lógica do controle institucional e formal, que até hoje predominou, por mecanismos semelhantes ao de mercado. Estas questões estarão condicionadas à expansão que o ensino superior deverá ter, e que, ainda que não repita as altas taxas de crescimento das décadas anteriores, devida à incorporação do contingente feminino e dos estudantes noturnos, deverá sem dúvida reagir de forma vigorosa ao represamento ocorrido nos últimos 10 anos.