Jatos israelenses X Bombas atômicas iranianas (Daniel Pipes)- artigo importante justamente por ter sido escrito no meio da segunda administração Bush
por Daniel Pipes
New York Sun
Original em inglês: Israeli Jets vs. Iranian Nukes
Tradução: Joseph Skilnik
Nota do blog – Este artigo foi feito antes da descoberta da usina secreta de Qom, em setembro de 2009, distante 160 km de Teerã. A Turquia não estava contra Israel. É muito interessante ver o que pensavam os analistas um pouco depois da meio do segundo mandato de Bush. De que maneira manejavam as variaveis da época. Comparando-se com o momento que vivemos a situação piorou para Israel.
Para evitar um “desdobramento catastrófico”, como nos informa o “Middle East Newsline”, George Bush decidiu não atacar o Irã. Uma fonte de sua administração esclarece que Washington julga a cooperação do Irã “necessária para a retirada [das forças norte-americanas] do Iraque”.
Se for assim, isto implica que os estado judeu está só contra um regime que ameaça apagar Israel do mapa e está construíndo as armas nucleares para isso. Os líderes israelenses estão indicando que a sua paciência está acabando; O vice-primeiro-ministro Shaul Mofaz há pouco advertiu que os “esforços diplomáticos deveriam dar resultados até o final de 2007”.
As Forças de Defesa de Israel podem de fato interromper o programa nuclear do Irã?
As principais análises secretas de agências de inteligência regularmente respondem a este tipo de pergunta. Porém outros analistas talentosos, usando fontes não secretas, também podem tentar dar uma mão. Whitney Raas e Austin Long estudaram este problema no The Massachusetts Institute of Technology e publicaram sua impressionante análise, “Retroceder Osirak? Avaliando a Capacidade Israelense de Destruir as Instalações Nucleares Iranianas“, na revista International Security.
Raas e Long se focalizaram exclusivamente na viabilidade, não no anseio político ou nas ramificações estratégicas: Caso o comando nacional israelense decida danificar a infra-estrutura iraniana, seriam suas forças capazes de realizar esta missão? Os autores consideram cinco componentes de um ataque bem sucedido:
A usina de enriquecimento de urânio em Natanz. | |
Inteligência: Impedir a produção de material fissionável requer incapacitar somente três instalações da infra-estrutura nuclear do Irã. Em ordem ascendente de importância, são eles: a fábrica de água pesada e a produção de reatores de plutônio em construção em Arak, uma instalação de conversão de urânio em Isfahan, e uma usina de enriquecimento de urânio em Natanz. Destruir a usina de Natanz em particular, observam eles “é crítico para impedir o progresso para a nuclearização do Irã “.
Artilharia: Danificar as três instalações com razoável confiança requer – dado o tamanho delas, o fato de serem subterrâneas, as armas disponíveis às forças israelenses e outros fatores – vinte e quatro armas de 2268 kg. e vinte e quatro de 907 kg.
Plataformas: Observando a “estranha união de tecnologias” disponíveis aos iranianos e as limitações dos seus aviões de combate e de suas defesas terrestres de resistir a alta tecnologia da força aérea de israelense, Raas-Long calcula que o IDF (Força Aérea de Israel) precisa de um pacote relativamente pequeno de vinte e cinco F-15Is e vinte e cinco F-16Is.
Rotas: Jatos israelenses podem alcançar seus objetivos por três vias: A Turquia ao norte, a Jordânia e Iraque ao meio, ou a Arábia Saudita ao sul. Em termos de combustível e carga, as distâncias nos três casos são manejáveis.
Um F-15I | |
Forças de defesa: Em vez de prever o resultado de uma confrontação israelense-iraniana, os autores calculam quantos dos 50 aviões israelenses teriam que alcançar os três objetivos para a operação ter sucesso. Eles calcularam que 24 aviões teriam que alcançar Natanz, 6 Isfahan e 5 Arak, ou seja 35 ao todo. Resumindo, isso significa que a defesa iraniana teria que no mínimo neutralizar de 16 a 50 aviões, ou um terço da força de ataque. Os autores consideram esta taxa de atrito “considerável” para Natanz e “quase inimaginável” para os outros dois alvos.
Levando tudo em consideração, Raas-Long acham que a modernização inexorável da força aérea de Israel lhe dá “a capacidade para destruir alvos até mesmo bem-protegidos no Irã com bom nível de confiança”. Comparando uma operação iraniana ao ataque de Israel ao reator nuclear Osirak no Iraque em 1981 que foi um total sucesso, eles acham que esta “não pareceria ser mais arriscada” que a anterior.
O grande ponto de interrogação que pendura a respeito da operação, sobre o qual os autores não especulam, é se os governos sejam eles turcos, jordanianos, americanos ou sauditas consentiriam na penetração de israelenses nos seus espaços aéreos. (O Iraque lembre-se, está sob controle americano). A menos que os israelenses obtenham de antemão permissão para cruzar estes territórios, seus jatos poderiam ter que lutar para alcançarem o Irã. Mais do que qualquer outro fator, este põe em perigo o projeto inteiro. (A IDF poderia reduzir este problema voando ao longo das fronteiras, por exemplo, a fronteira Turca-Síria, permitindo a ambos os países na rota de reclamarem que aviões israelenses estavam no espaço aéreo do outro.)
Raas-Long implicam mas não afirmam que a IDF pode chegar à Ilha de Kharg através da qual mais de 90 por cento de petróleo iraniano é exportado, danificando pesadamente a economia Iraniana.
Dado que as forças israelenses têm “uma chance razoável de sucesso” de unilateralmente destruir instalações nucleares iranianas chave poderiam ajudar a deter Teerã em prosseguir com seu programa armamentista. Portanto, o estudo Raas-Long faz com que um tratado diplomático seja mais provável. Seus resultados merecem a maior disseminação possível.