Lula: Apedrejado pelo Iran (artigo do Washington Post)
JACKSON DIEHL
O melhor amigo dos tiranos no mundo democrático, o presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva, foi outra vez humilhado por um dos seus clientes.
Desta vez foi o patrocinador do terrorismo, o homem que nega o Holocausto, o presidente do Iran Mahmoud Ahmadinejad, a quem Lula abraçou publicamente – e literalmente. Durante o fim de semana, em virtude de protestos domésticos, Lula apelou ao presidente iraniano para que libertasse Sakineh Ashtiani, uma mulher iraniana que foi condenada a morte por apedrejamento sob a acusação de adultério, e permitisse que ela recebesse asilo no Brasil.
“Se a minha amizade e afeição pelo presidente do Iran contam, e essa mulher está causando problemas lá, ela será bem vinda aqui, no Brasil, disse Lula.
Na terça-feira o lider brasileiro teve a reposta: uma direta negativa do governo de Ahmadinejad o qual, com refinada condescendência, descreve Lula como mole. “Pelo que nós sabemos Lula é uma pessoa muito humana e emocional, que provavelmente não teve informação suficiente sobre o caso, disse o porta-voz do ministro de Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast. O que pode ser feito é fazê-lo conhecer detalhes do caso dessa pessoa que cometeu um crime e foi condenada.”
Os detalhes são: Ashtiani, uma mulher de 43 anos, mãe de dois filhos, foi considerada culpada em 2006 de ter “uma relação ilícita” com dois homens. Ela foi condenada a levar 99 chibatadas. Então a corte mudou a acusação para adultério e a sentenciou a morte por apedrejamento. Ashtiani tem sido assunto de uma campanha internacional, inclusive no Brasil, onde um abaixo assinado, condenando a posição de Lula quando fala nos direitos humanos no Iran, recebeu mais de 100 mil assinaturas.
Esta não é a primeira vez que Lula passa vergonha por causa do seu “amigo” iraniano. Em maio, Ahmadinejad o seduziu a fazer o papel de idiota útil às vésperas da votação de sanções do Conselho de Segurança da ONU. Em Teerã o presidente brasileiro assinou um acordo delineando um presumivel compromisso com o programa nuclear do Irã.– o que se revelou vantajoso para Teerã, e um possivel fracasso para os membros do Conselho de Segurança. Mas a votação das sanções foi em frente.
Ahmadinejad também não é o único ditador a explorar o apoio incondicional de Lula. O presidente brasileiro estava ocupado alisando Raul e Fidel Castro em Cuba, em fevereiro passado, quando o regime anunciou que um dissidente preso, Orlando Zapata Tamayo, havia morrido devido a uma greve de fome. Lula disse que “lamentava” mas continuou a sua visita – mesmo quando o regime encenou uma campanha de propaganda para se desculpar pela morte de Zapata. (nota do blog: de fato foi muito pior do que isso. Lula fez uma terrivel e cínica afirmação, desconhecendo que se tratava de um preso político, e tratando Zapata como um criminoso comum)
O mandato de Lula como presidente brasileiro está acabando; ele está fortemente empenhado na campanha para eleger seu sucessor, a candidata escolhida por ele, Dilma Rousseff, uma antiga guerrilheira marxista que também compartilha sua afeição por ditadores anti-americanos. Existem boatos de que Lula sonha em ser o próximo secretário-geral da ONU. Daí o seu desejo de demonstrar que ele pode persuadir governantes como Ahmadinejad a dar ouvidos à razão – o que aparentemente ele não pode.