Mitt Romney é o único que pode ganhar do varapau de orelhas grandes – Ann Coulter analisa a eleição nos EUA
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Se não for Romney, quem então? Se não for agora, quando então?
Agora, parece que temos que passar pelo momento da mídia importunar Newt Gingrich. Isso vai ser fantástico.
Além de ter um caso no meio do ‘impeachment’ de Clinton; de se desculpar com Jesse Jackson em nome de J. C. Watts – um dos dois republicanos negros no Congresso na época – por ter criticado “informantes da pobreza”, e então convidar Jackson para uma conferencia de estado; de fazer um comercial sobre aquecimento global com Nancy Pelosi; apoiar o candidato de George Soros, Dede Scozzafava, numa eleição especial no Congresso; de aparecer em público com o Reverendo Al Sharpton para promover reforma educacional não específica; e de chamar o plano de Paul Ryan para salvar a Previdência Social de “engenharia social da direita”, nós descobrimos esta semana que Gingrich foi um receptor do dinheiro político da Freddie Mac.
(Até eu admito, entretanto, que Newt foi grande quando ele era presidente da GOPAC – Organização Global de Parlamentares Contra a Corrupção nos anos 90, com Gay Gaines no leme.)
Embora Fannie Mae e Freddie Mac – as instituições mais responsáveis pela atual crise financeira da nação – fossem quase que inteiramente as galinhas dos ovos de ouro democráticas, elas conseguiram manchar um número suficiente de republicanos para que soasse como uma corrupção bipartidária.
Os democratas sugaram centenas de milhões de dólares dessas instituições: Franklin Raines, 90 milhões; Jamie Gorelick, 26,4 milhões; Jim Johnson, 20 milhões.
Para os republicanos, pelo contrário, ficou barato. Pelo impressionante e ótimo preço de 300 mil dólares para cada um, Fannie e Freddie compraram a boa vontade de Vin Weber, Republicano-Minnessota, Susan Molinari, Republicana-N.Y., e Nwet Gingrich, Rebublicano-Georgia*. Para o ex-senador Alfonse D’Amato, Republicano-N.Y., foi ainda mais barato, 240 mil dólares.
(*Correção: Após Gingrich ter admitido na semana passada ter recebido 300 mil dólares da Freddie, descobrimos essa semana que, na verdade, foi perto de 1.6 milhões de dólares.)
Então agora os conservadores evitam denunciar essas organizações desonestas por medo de se depararem com Vin Weber num coquetel.
Sinto muito caras – pelo lado positivo, vocês são milionários, mas no lado negativo, vocês ganharam o desprezo de seus colegas.
A mídia dominante continua empurrando alternativas para Mitt Romney não só porque eles estão aterrorizados de ficar contra ele, mas também porque eles querem manter os republicanos brigando, permitindo aos democratas obter um salto de quatro meses adiante de nós. Enquanto isso, todo mundo sabe que o candidato nomeado será Romney.
Isto não é tão ruim se você pensar que as questões mais importantes nessa eleição são derrotar Obama e anular o Obamacare.
Deve haver melhores maneiras de parar o Obamacare do que Romney, mas, infelizmente, elas não estão disponíveis agora. (E, a propósito, aonde vocês estavam, puristas conservadores, quando os republicanos determinavam Simulação de Afogamento-é-Tortura-Jerry-Falwell-é-Um Agente-de-Intolerância-Meu-Bom-Amigo-Teddy-Kennedy-Anistia-Para-Ilegais-John McCain-Feingold para presidente?)
Entre os aspectos positivos de Romney há o fato de que ele tem uma habilidade demonstrada para iludir os liberais a votar nele. Ele foi eleito governador de Massachusetts– um dos estados mais liberais da União – apelando aos democratas, independentes e mulheres suburbanas.
Ele quase chegou a evitar que a maior calamidade acontecesse nessa nação desde Pearl Harbor, ao quase derrotar Teddy Kennedy na corrida ao senado. (Isto foi quando ele disse muitas coisas sobre as quais ele tem, desde então, “mudado a sua mente”). Se ele tivesse ganhado, nos estaríamos esculpindo a sua imagem no Monte Rushmore.
Ele não é parte da estrutura de Washington, então ele não será pego tomando dinheiro da Freddie Mac ou rachando comerciais com Nancy Pelosi.
E ainda, Romney será o primeiro candidato presidencial republicano desde Ronald Reagan que pode falar. Os liberais vão ter de tirar a poeira de seus cadernos de táticas de 30 anos atrás para calcular como concorrer com um candidato republicano que não tem a língua presa.
Como já sabemos há tempos, seus pontos negativos são: Romneycare e Mormonismo.
Procuramos com entusiasmada antecipação por uma explosão de novas estórias sobre alguns dos estranhos aspectos do Mormonismo. Os artigos já foram escritos, mas eles não estão agendados para liberação até o dia em que Romney estiver envolvido com a nominação.
Considerando que o único argumento dos democratas para o varapau de orelhas grandes que quase arruinou o país, é que você deve ser um racista se você se opõe a Obama, assume-se que muita atenção será esbanjada, sobre a posição histórica da Igreja Mórmon em relação aos negros. O fundador da Igreja, Joseph Smith, disse que os negros tinham a maldição de Cain sobre eles e os baniu do sacerdócio, uma diretiva que só foi revogada em 1978.
Não há evidencia de que isso foi uma política ferozmente impulsionada por Mitt Romney. Ao contrario, quando seu pai, George Romney era governador de Michigan, ele era o oficial eleito mais a favor dos direitos civis em todo o país, muito a frente de qualquer democrata.
Ninguém está preocupado se Romney vai nos enganar sobre anular o Obamacare. Nós nos preocupamos se o Romneycare fará com que seja mais difícil para ele se eleger.
Mas, uma vez mais, Romney é o republicano articulado. Ele já explicou que permitir um mandato de um seguro saúde em um estado liberal particularmente rico do Nordeste é diferente de impô-lo no país inteiro. Nossa constituição estabelece um sistema federalista que permite a experimentar idéias diferentes em diferentes estados.
Como governador, Romney não teve a habilidade de mudar leis federais que requeriam salas de emergência em hospitais para tratar todo imigrante ilegal, traficante de drogas e andarilho que passasse pela porta e, então, mandar as contas para os contribuintes. (Embora David Axelrod, Michelle Obama, Eric Whitaker e Valerie Jarret calcularam uma maneira de expulsar os negros pobres do Centro Médico da Universidade de Chicago…)
A Heritage Foundation, uma dominante usina de pensamentos conservadores, apoiou o Romneycare naquela época. O maior sinal de alarme deveria ter sido o de que Gincrich apoiou isso também.
Mais importante, Romney disse – de forma rigorosa e repetida – que em seu primeiro dia no gabinete ele iria expedir um comunicado oficial de 50 estados, de abdicação do Obamacare e, então, procurar uma revogação formal.
Romney não vai chegar a Casa Branca e anunciar, “A primeira coisa que eu vou fazer é, implementar este fantástico plano nacional de saúde assinado pelo meu companheiro, Barack!”.
Diferente de todas as outras principais legislações na historia da nação, o Obamacare passou por pouco pelas linhas partidárias por uma aberrante grande maioria totalitária no Congresso. (Obrigado, partidários de McCain!) Nenhum único republicano no Congresso votou nisso, nem mesmo John McCain.
O Obamacare vai ser revogado – somente se um republicano ganhar a próxima eleição presidencial.
Se um republicano não ganhar, entretanto, o Obamacare nunca será revogado. Ao lembrar-se disto, para ostentar a incrível economia de ganhos do Obamacare, os democratas tiveram que configurar a lei para que as taxas a pagar começassem logo, mas as coisas boas não estarão por aí até 2014.
Uma vez que o povo tenha se livrado de seus planos de seguro e seja forçado a depender do governo para atendimento de saúde de graça, o Obamacare esta aqui para ficar. (E Newt Gingrich estará denominando os planos a serem ajustados de “engenharia social da direita”.)
Em vez de sentar, esperando que Ronald Reagan esteja por perto, ou caçando o ultimo coelhinho mecânico iluminado pela mídia, os conservadores deveriam começar a colaborar com Romney como o único republicano que tem a chance de bater Obama. Nós poderemos ataca-lo quando ele for presidente.
É engraçado ser um purista, mas vamos colocar isso em espera até que Obama e seu abominável plano de saúde tenham ido embora, por favor.
TRADUÇÃO: Célia Savietto Barbosa