Ninguém quer analisar o fato extraordinário de que os generais vão ficar em posição de sentido e bater continência para uma terrorista e assaltante de banco que não se arrepende de nada. O vídeo que o PT quer proibir
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Caro amigo,
O vídeo é muito bom, mas : 1) pensar que ainda se pode derrotar a Dilma é infantilidade; 2) os violentos e-mails que recebemos por esses dias deveriam continuar a ser propagados durante o próximo governo. Precisamos de uma Oposição de verdade, uma oposição aguerrida, não essa perfumaria de Serra, FH, e outros esquerdistas lights que – você mesmo disse – ainda sofrem de um paternalismo dinossáurico pela figura do sindicalista, o destituído, o injustiçado.
Que mal pergunte, mas quando é que seus colegas PhDs vão começar a falar nos militares ? Quando vão começar as análises sobre as Forças Armadas ? Ontem, conversei com dois generais no Clube Militar. Um deles me disse a propósito do perigo ( minha obsessão), de que seja mudada a orientação nas escolas militares, e os novos oficiais possam vir a ser petistas: ” E o senhor acha que nós vamos deixar que isso aconteça?” Nossa, na hora eu dei duas cambalhotas prá frente e duas prá trás. Mas… pode ser pura fanfarronice. Ele me disse que os militares ficaram marcados pela Intentona Comunista de 1935, e estão vacinados contra a esquerda pelo resto da eternidade. Será ? A Intentona foi motor do comportamento militar anti-comuna por décadas, mas talvez já esteja perdida no tempo. Não interessa. O que me deixa pasmo é que os intelectuais e os formadores de opinião se recusam a falar sobre um dos mais importantes fatores que podem impedir que nos tornemos uma nova Venezuela. Os “tanques na rua” fazem parte de nossa história, e que negócio é esse de se esconder atrás de um pudor, um medo, totalmente sem sentido ? Veja, não sou idiota o suficiente para estar pregando um golpe militar, estou querendo é saber o que pensam os milicos, se vão aceitar, ou não, uma tentativa de república sindicalista -capitalista que pode perfeitamente acontecer.
O PT fica quase auto-suficiente depois dessas eleições. Fortíssimo, soberano.Vai fazer muita coisa que Lula não conseguiu. (Sou pessimista quanto ao que S.Paulo e Minas possam evitar). Devem estar com os planos os mais escabrosos, porque a vitória retumbante permite tudo. Serão contratados dezenas de milhares de novos funcionários. O objetivo, todo mundo sabe, é montar uma máquina estatal impressionante, e perpetuar o partido no poder. Com mais uma, ou duas nomeações, o Supremo Tribunal Federal, que já é uma corja,vai ficar inteiramente nas mãos deles. O canalha Zé Dirceu volta com tudo. O vídeo que coloquei no início do artigo diz que Dilma não vai conseguir segurar o PT, mostrando uma ótima imagem de Lula contendo uns cachorros rotweillers. Existe a possibilidade de que ela e seu patrão resolvam solta-los, se sentirem que podem ser atropelados pelos acontecimentos. Sabemos que é muito comum a liderança ter medo de ficar aquém dos sentimentos dos liderados. (Jango em 64)
Lula, que vai continuar mandando, descobriu que o socialismo á moda antiga é insustentável, e a macroeconomia adotada por Chávez uma burrice. Mas, quem sabe o que se esconde no fundo da sua alma, os perigosos labirintos psíquicos que podem levá-lo a cometer uma barbaridade ? As pessoas não são racionais. De uma hora para a outra ele joga tudo para o alto e embarca na solidariedade operária que pode levar à ditadura. O que aconteceu em seu último ano de governo é de assustar, principalmente a aliança com bandidos internacionais em diversos continentes, e o consequente afastamento do mundo ocidental. Mas, para chegar a ter o mesmo poder do seu comparsa da Venezuela ele precisa do apoio dos militares. E embora nossos intelectuais e articulistas finjam que eles não existem, quem foram aqueles que não deixaram que o Plano de Direitos Humanos modificasse a anistia ? Quem? Essa é a questão: Qual o limite que os militares se impõem ?
Quanta mediocridade carregada de medo é preciso para se analisar o momento político que atravessamos, evitando colocar a variavel “Forças Armadas”, que sempre foi tão presente em nossa vida política ? A Dilma é uma ex-guerrilheira. Será que nada disso tem importância para que seus amigos (nossos amigos) se dignem a escrever uma meia dúzia de linhas sobre o comportamento dos milicos ? Os generais vão bater bater continência e juntar os cascos para uma mulher que assaltou banco, que era terrorista! Seria inimaginável há poucos anos. Esse fenômeno não merece uma palavra ? Procurem um exemplo melhor do que o Nelson Mandela, porque ele, embora tenha sido terrorista, desejava mudanças com as quais os militares concordaram. Brizola governador também nem chega perto do que essa dona representa. A república sindicalista da Dilma ainda não é aceita pelos nossos generais, espero. Mas temos medo de sermos taxados de golpistas se mexermos nesse vespeiro, e nem o Reinaldo Azevedo se atreve a falar sobre o assunto.
A ditadura acabou há somente 25 anos. Os militares não sumiram, não desapareceram, como por encanto. Nós não os vemos porque não andam fardados nas ruas. Como é que eu posso levar a sério essa turma de intelectuais que parece que foi atacada de amnésia ?
Ontem, no Clube Militar, o Reinaldo falou rapidamente, mas com veemência, na “oposição vagabunda” que tivemos. Ótima palavra, vagabunda mesmo. Essa façanha grotesca, que durou oito longos anos, e que jogou pela janela o bilhete premiado do mensalão, deveria ser lembrada o tempo todo, para se possivel envergonhar e coagir os culpados. No entanto, com a situação muito mais dificil, o mais provavel é que a oposição fique ainda pior com a Dilma. De tão pior, pode receber oxigênio sabe-se lá de onde, e participar de um movimento sério pela redemocratização. Tudo pode acontecer. EU NÃO QUERO VIVER SOB UMA DITADURA PETISTA.
Reinaldo cometeu um erro quando em certo momento disse, com total insegurança: “os senhores aprenderam com o passado, mas eles não!” Foi rápido feito um raio. Eu não gostei nada. Senti a grosseria impensada, no desejo de mostrar isenção e coragem. Para se tocar nesse ponto seria necessário que a palestra fosse aberta aos debates. Eu, por exemplo, faço a distinção entre um golpe necessário e uma subsequente ditadura desnecessária, e não teria deixado a observação passar de graça. E o lugar não era próprio para um exorcismo do que houve em 1964. Seria muito deselegante.
Todos nós somos democratas, e nunca assistimos à nenhuma intervenção militar. Nunca houve isso no Brasil, não é mesmo ? Mas, que interessante (sou obrigado a repetir), outro dia mesmo os generais deram um murro na mesa quando saiu o maldito Plano de Direitos Humanos. Quando questionei os dois generais, eles concordaram: foi indisciplina, mas disseram que tinham que protestar, era sério demais. Também me contaram que existe uma classe de majores que frequentam faculdades – eles têm um nome especial, mas me esqueci. Esses sim, poderiam ser afetados pelo esquerdismo. Mas, disseram os generais, eles só podem chegar até o posto limite de tenente-coroneis.