Minha viagem à Coreia do Norte (No coração das trevas)
Fotos: Claudio Mafra. Reprodução permitida mediante citação dos créditos.Sua escuridão era impenetrável. Olhava para ele como olharia alguém que se encontra no fundo de um precipício onde o sol nunca brilha” (Joseph Conrad)
Em 2005, viajei para a Coréia do Norte, saindo de Pequim, na China. Escrevi um artigo para o jornal O Estado de São Paulo. O jornal publicou a matéria completa, sem edição..
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No país mais fechado do mundo, o último que conserva o stalinismo em seu estado puro, é terminantemente proibida a entrada de jornalistas sem expressa autorização do governo. A única agência de turismo em contato com os norte-coreanos exige que a pessoa assine uma declaração afirmando não ser da imprensa e faz uma longa advertência sobre as consequências de uma mentira. Afastada essa hipótese, e sem querer me expor, pedindo uma permissão que certamente seria negada, decidi tentar diretamente a embaixada norte-coreana, onde meu plano era o de contar uma meia verdade, dizendo ser um funcionário público aposentado querendo fazer turismo.
A tensão começa quando o soldado chinês abre o portão da embaixada. Tecnicamente eu e a minha intérprete já estamos em território da Coréia do Norte e este é um país muito perigoso. Fomos levados para uma pequena sala onde o funcionário, fumando um cigarro atrás do outro, abre um sorriso quando nos apresentamos e faz a habitual introdução que é o grande trunfo dos brasileiros em qualquer lugar do mundo: “Brasil, futebol”. Faltou a continuação, que é “Ronaldo, Rivaldo”, mas já está muito bom. A intérprete entra firme com a história do funcionário público e do turismo. Depois de alguns minutos de conversa ele se levanta e diz para voltarmos no outro dia. E assim foi durante toda a semana. Pequenas entrevistas onde a única coisa que muda é o preço da viagem, sempre subindo. Finalmente ele anuncia que eu vou poder viajar. O pacote é para quatro dias e cinco noites. Vou visitar a capital Pyongyang, as cidades de Muohyang, Kaesong, e um lugar especial, Panmunjom, na fronteira com a Coréia do Sul. Os hotéis, refeições, transporte e guias estão incluídos no preço de 860 euros. A passagem de avião Pequim-Pyongyang-Pequim custa 286 euros. No total são 1.146 euros, ou 1.433 dólares. O dólar foi oficialmente banido da Coréia do Norte, mas é o que eu tenho na mão, e ele o aceita sem qualquer hesitação. Um pouco sem graça me pergunta se eu quero que ele mesmo compre a passagem. Avisa que vai ficar mais caro. Não posso comprá-la sem sua autorização, é claro. Percebo que existe malandragem nessa história, procuro deixá-lo à vontade, e concordo com tudo. Também fico mais aliviado. Afinal não são tão durões assim. Imagino se ele não está arriscando o seu pescoço.
Na manhã seguinte, quando vou buscar os meus papéis, a intérprete me diz que não vou mais poder viajar. Será que eles descobriram alguma coisa? Não, é apenas um truque para gerar insegurança. O próprio funcionário já havia me advertido de que nada é definitivo. Eu posso ir, ou não, o programa ser mudado, ou até me despacharem de volta antes da hora. Estou tendo uma demonstração, no microcosmos, do que a comunidade internacional conhece como sendo a imprevisibilidade e truculência do comportamento norte-coreano. Mais alguns minutos de conversa e fica o dito pelo não dito – a viagem foi autorizada. Três horas antes do embarque me entregam o passaporte sem o visto, apenas com um papel carimbado, solto entre as folhas. A passagem é só de ida. Nenhum documento sobre os hotéis e sobre os guias. O funcionário da embaixada diz que é para eu não ficar preocupado. O pessoal dele vai me reconhecer por fotografia quando eu desembarcar. E a passagem de volta? Recebo outro “não se preocupe”. O engraçado nessa história é que eu tenho todos os motivos para me preocupar.
Finalmente embarco no avião russo, caindo aos pedaços, da Air Koryo. A viagem é curta, 1 hora e 40 minutos e, pela janela, a primeira visão que tenho da Coréia do Norte é a de um espaço desolador. As estradas chamam atenção pela ausência de veículos.
Após o desembarque, quando todos pegaram suas malas e foram embora, me deixando completamente sozinho no aeroporto, e já na iminência de ser interpelado por um guarda, achei que não tinha sido uma idéia muito boa haver entrado naquele avião. Eu me encontrava na delicada posição de não haver contado toda a verdade sobre a minha identidade e, no feroz regime da Coréia do Norte, o sequestro, a tortura, a morte, ou o confinamento em campos de concentração são uma rotina. Neste estado paranóico, todo estrangeiro é um potencial agente da CIA planejando assassinar o líder. O governo norte-coreano já provou várias vezes não ter a menor preocupação sobre o que pensa o resto do mundo a respeito do seu comportamento delinquente. Protestos diplomáticos e apelos de organizações internacionais são sumariamente ignorados.
Para meu alívio, chegaram os guias, um homem e uma mulher bonita, muito sorridentes, provavelmente satisfeitos por haverem cumprido sua primeira tarefa, que é a de haver me deixado nervoso. É a técnica que usam. Tudo acontece no último momento, no limite. Nosso carro é um luxuoso Nissan 4×4, e parece que os guias estão impressionados por eu ter vindo sozinho, o que tornou a viagem muito mais cara. Estou sendo tratado como um VIP. Saímos do aeroporto em direção a Pyongyang, e nesses primeiros momentos recebo instruções sobre o comportamento de um turista: não posso ir a lugar nenhum sem que pelo menos um dos dois esteja comigo; só posso fotografar estando fora do carro e com a permissão deles; não posso me dirigir a ninguém na rua. As primeiras perguntas que me fazem, por mais comuns que sejam, sempre causam desconforto, porque estes não são guias comuns. Tenho que ser cauteloso com o que digo.
Enquanto vamos conversando, a caminho do hotel, os guias recebem o meu apoio incondicional para tudo que digam a respeito de assuntos políticos. Longe de mim cometer a insensatez de discordar. Eles não perdem tempo e expõem a tese que seria martelada incansavelmente durante toda minha viagem: a Coreia do Norte é uma democracia governada pelos trabalhadores, um país pacífico, que o imperialismo americano quer destruir. O ponto central de suas vidas é a espera da inevitável guerra onde derrotarão os Estados Unidos e o governo fantoche da Coreia do Sul, conseguindo desta maneira a reunificação das duas Coreias sob um governo comunista. Sentem-se ultrajados com o país dividido. Em tudo o que dizem conseguem colocar um parêntesis onde tecem louvores a Kim Il-sung, o Grande Líder, e antigo ditador, e ao seu filho Kim Jong-il, o Querido Lider, e atual ditador. É uma ladainha interminável e, nesses primeiros momentos, se não se prestar muita atenção fica-se perdido entre os dois nomes e tantos elogios qualificativos, tornando-se difícil descobrir de qual dos dois eles estão falando.
Kim Il-sung foi o introdutor do comunismo na Coreia do Norte e ficou no poder desde 1948 até sua morte, em 1994. Quando Stalin caiu em desgraça na União Soviética, em 1956, sendo denunciado como criminoso, e suas estátuas foram destruídas em todo o mundo comunista, o ditador norte-coreano se recusou a aceitar os novos padrões ditados pelo governo soviético. O país continuou sua trajetória stalinista até os dias de hoje, transformando-se em um raríssimo anacronismo, fascinante para os scholars tal qual seria uma ilha de dinossauros para paleontólogos. Eu acredito que em pouco tempo este regime vai desaparecer, portanto não posso perder essa oportunidade única. É extraordinário poder voltar até os tempos da Rússia de Stalin, simplesmente pegando um avião, ao invés de uma máquina do tempo.
Além de ser O Grande Líder, Kim Il-sung também é conhecido como “O Sol Vermelho dos Povos Oprimidos”, “O Sempre Vitorioso Brilhante Comandante”, “O Sol da Humanidade”, “O Sol da Nação”. Depois de sua morte tornou-se “O Eterno Presidente”. Seu aniversário, em 15 de abril, é o dia de Natal da Coreia do Norte. Nos bottons, obrigatoriamente usados por todos os norte-coreanos que entram em contato com estrangeiros, é a sua cara que aparece, ao invés da bandeira nacional. A “Canção do General Kim Il-sung” é mais importante do que o hino nacional. Parece que esse personagem de realismo fantástico, embora morto, continua a gozar de boa saúde, porque ele assina os vistos norte-coreanos, isto é, seu nome está abaixo da linha onde alguém faz alguns rabiscos. Seu nome também está em muitos outros documentos, porque Kim Il-sung ainda é oficialmente o chefe de Estado da Coreia do Norte. Impossível esquecê-lo. Um homem que podia controlar o tempo, fazendo o sol brilhar, ou as chuvas chegarem. O governo da Coreia do Norte é também uma religião.
Kim Jong-iL, o Querido Líder, está vivíssimo e, ao contrário do pai, que preferia se manter na obscuridade para o mundo exterior, tornou-se figurinha fácil no noticiário da televisão em virtude do programa nuclear norte-coreano. Ele também pode ser chamado de “O Grande General”, (muito usado pela minha guia), ou “Querido General”, “Centro do Partido”, “Respeitado Líder”, “Supremo Comandante”, “Pai do Povo”, “Extraordinário Estrategista Militar”, “Líder de Aço”, “Pai da Nação”, “Líder do Povo”, “Nosso Pai”, “Nosso General”, “Líder do Século Vinte e Um”, “Sol do Século Vinte e Um”, “Glorioso Sol do Século Vinte e Um”, e mais alguns outros nomes modestos. Para quem acha bizarro é bom lembrar que Stalin, reverenciado por famosos intelectuais de esquerda no Ocidente, também era chamado de “Farol da Humanidade”, “Pai”, “Paizinho”, “Professor”, “Grande Líder do Povo Soviético”, “Herdeiro da Causa de Lênin”, “Criador da Constituição de Stalin”, “Transformador da Natureza”, “Grande Timoneiro”, “Grande Estrategista da Revolução”, “Gênio da Humanidade”, o “Maior Gênio de Todos os Tempos e Povos”.
Quando o nosso carro passa ao lado de um grande arco do triunfo pergunto se posso fotografar. Claro que posso. É justamente o que esperam que eu faça. Belas fotos de tudo que tenha aparência de prosperidade. Enquanto caminho, procurando pelos melhores ângulos, não posso deixar de reparar que os guias se mantêm muito alertas, olhando para todos os lados. Eles me dizem, com razão, que o arco é ainda maior do que o de Paris, e que foi construído no lugar onde o Grande Líder fez o seu discurso quando a Coreia se libertou do domínio japonês, depois da Segunda Guerra Mundial.
Pyongyang é uma cidade bonita, com grandes praças, jardins, e alguns edifícios, que no conjunto dão uma forte impressão de monumentalidade. Essa arquitetura de imensos espaços tem a função de ser um palco para as paradas militares e demonstrações artísticas em homenagem a Kim Il-sung, e a Kim Jong-il. Exatamente como eu havia percebido pela janela do avião, são poucos os carros circulando, não existe nenhum comércio e o silêncio é perturbador. Ninguém fala em voz alta, mas, longe de ser educação, é medo.
Fico hospedado no Hotel Yanggakdo, o melhor de Pyongyang, que ostenta a cotação bastante generosa de ser um cinco estrelas. Os dois guias começam a se revezar, e apenas o rapaz me leva para jantar. (Vou chamá-lo de Kong, e a moça de Hona.) A escuridão nas ruas é completa. Se na capital é assim, é fácil imaginar o interior do país. Feéricamente iluminada está a imensa torre com sua tocha vermelha, símbolo da eternidade do Partido Comunista, construída em 1982, deliberadamente um metro maior do que o Monumento a Washington, e com 22 mil blocos de granito branco, cada um para o número de dias que o Grande Líder vivera até aquela data. Acho que é o momento certo para ensaiar uma conversa inocente sobre fontes de energia, e menciono a perigosa palavra nuclear. Kong não responde, ficou mudo, ainda não é hora para essas liberdades, e ele espera que eu entenda as regras do jogo e não faça nada que possa comprometê-lo. Após um breve constrangimento, o assunto já é a excelência do restaurante para onde estamos indo. O lugar é bem modesto, fuma-se muito, e as pessoas em outras mesas só olham para mim no momento em que entramos. Esta seria a única vez em que eu comeria em público. Durante toda a viagem eu ficaria sozinho em alguma sala, sendo servido com grande deferência e o elegante ritual que só se encontra no oriente. Neste momento outras pessoas também estão em nossa mesa, e se divertem me ensinando como pescar o ovo frito que consegue boiar em cima de alguma coisa que não consegui identificar. Provavelmente também eram guias, já que os norte-coreanos comuns são proibidos de se dirigirem aos estrangeiros.
No outro dia, no café da manhã, depois de me cumprimentar, Hona pergunta por que eu havia me levantado três vezes durante a noite. A esta crua declaração de que sou vigiado dentro do meu quarto, respondi, com uma naturalidade estudada, que sinto sede de noite. Não deixei de ficar com um pouco de vergonha porque teriam visto a minha mala abarrotada de biscoitos, maçãs, toddynhos, latas de atum, sardinhas, e cigarros ocidentais. Tudo isto por conta da recomendação da agência de turismo de Pequim, que por experiência sabe que muitos turistas rejeitam a comida norte-coreana. Os cigarros são para dar aos soldados na fronteira, em outra etapa da viagem.
Saímos do hotel e vamos para o belo parque Chilgol, onde está a réplica da choupana onde supostamente nasceu o Grande Líder. Um bando de escolares escuta suas professoras, visivelmente nervosas com a proximidade dos guias. Neste país todo mundo vigia todo mundo. Em seguida, caminhando para a Praça Kim Il-sung, eu posso ver ao longe uma menina que vem descendo a rua sozinha, e quando se aproxima é notável como está bem vestida. Chamaria atenção em qualquer lugar do mundo. Quando paramos para que eu a fotografasse, ela faz uma profunda reverência, graciosa, curiosamente séria. Depois segue seu caminho, no mesmo ritmo. Surpreso, pergunto para a guia o que ela estaria fazendo ali, tão pequena, sem ninguém ao lado. Recebo uma resposta sem sentido. Mais tarde, com a experiência que fui adquirindo, eu saberia que provavelmente foi plantada no meu caminho. É assim que funciona.
O Grande Líder construiu estátuas dele mesmo em todos os lugares da Coreia. A maior delas está em Pyongyang. São vinte metros de altura, feita de bronze e pintada de ouro. Cheguei perto do monstrengo e depositei flores. Afastei-me andando de costas, parei, curvei a cabeça em sinal de respeito, e, quase que militarmente, me virei, caminhando em direção à Hona, que me recebeu com um enorme sorriso. Eu sou o turista sonho dos guias. Dali mesmo, da praça Kim Il-sung, eu posso ver a Universidade Kim Il-sung e o Estádio Kim Il-sung. Nada de usar os nomes de Marx, Lênin ou Stalin. Vai tudo mesmo para o Sol Vermelho do Povo Oprimido.
Andando pelas margens do Daedong, o bonito rio que divide Pyongyang, fotografo alguns pescadores. Nenhum deles olha para mim. É o medo de cometer algum erro, que provavelmente nem sabem qual seria. Quando vejo uma velhinha andando em farrapos, a imagem do desamparo, não resisto à tentação e tiro a foto, fingindo não ouvir o grito de NO! dado por Kong, distante uns cinquenta metros. Ele grita outra vez, e eu faço um sinal de que não havia ouvido. Disfarço e vou em frente, fotografando outras coisas. Quando, afinal, nos encontramos, vejo que está sendo advertido por um homem saído do nada. Nem consigo ver o rosto do novo personagem e ele já foi embora. O guia está muito sério. Eu vou ter que lhe entregar o filme. Fico nervoso, não sei se o episódio vai terminar desta maneira tão simples, e além do mais ele já está no bolso, misturado com outros. Kong me diz que se a foto não estiver naquele que eu escolhi para lhe entregar vão me confiscar todos eles. O quê? Só isso? Até que está barato. Pensei que fossem me despachar para Pequim, ou ser interrogado. De tarde fico sabendo que dei sorte e acharam a foto da velhinha.
Agora vão me mostrar duas estações do metrô de Pyongyang que seriam verdadeiras obras de arte. As escadas rolantes não param de nos levar cada vez mais para o fundo da terra, fico impressionado, e o guia confirma, orgulhoso, que o metrô é também um abrigo nuclear com 100 metros de profundidade. Quando finalmente chegamos, eu posso ver que as estações são uma tentativa canhestra de repetir aquelas que foram construídas por Stalin, em Moscou, famosas pela beleza. Aqui é tudo feio, de mau gosto, kitsch. O Presidente Eterno não poderia faltar na decoração, e lá está ele, feito de pastilhas coloridas, caminhando junto com seu povo eufórico com tanta felicidade.
O erro desse programa foi entrarmos em um vagão para irmos de uma estação para outra. Pude ver as pessoas, amontoadas, encolhidas, muito magras, as roupas escuras, os rostos com expressão de medo, os olhos voltados para o chão. Os zumbis norte-coreanos. Fico chocado com a cena e espantado com a insensibilidade de Kong. Ele continua rindo e conversando comigo, não se dando conta de que era exatamente a imagem que não poderia ser mostrada.
No imenso Palácio para Estudantes e Crianças de Pyongyang, sou levado para ver meninas que estudam música, ballet, acrobacia, bordado. Todas com um sorriso tão ensaiado que vai se tornando alguma coisa insuportável, na medida em que as portas das salas de aula vão sendo abertas. Mas, o que é perversidade, e eu custei um pouco a perceber, é que as suas faces não expressam simplesmente uma gentileza forçada para o visitante que chega. Isso é comum, nós conhecemos. O que acontece é que as meninas fingem que não me viram entrar. Os sorrisos significam que elas estão em permanente estado de graça e nem percebem quando a porta é aberta e alguém começa a rodopiar pela sala, com uma câmera enorme. Não há como evitar o sentimento de vergonha por estar sendo instrumento de uma farsa, desta vez envolvendo as pobres crianças.
No auditório assistimos a um espetáculo com a fina flor dos estudantes. Até que é bom, mas os onipresentes, Grande Líder e Querido Líder, não param de mostrar suas caras em slides projetados no fundo e dos lados do palco. A guia me explica que as canções são apologias sobre o Grande Líder e aproveita para perguntar se estou percebendo como as crianças estão alegres. Claro que estou. Todas elas estão com a famosa felicidade dos que vivem no paraíso norte-coreano.
Na platéia, um grupo chama a atenção. São dezenas de meninos, entre seus dez e 13 anos de idade, uniformizados, cabeças raspadas, maneiras arrogantes, expressão debochada. Olham para mim de alto a baixo, com a maior segurança. São os pequenos guerreiros, cadetes da escola militar. A elite da elite. Em toda a viagem foi o momento de maior orgulho de minha guia. Ela aponta para os garotos e me diz que os americanos e os sul-coreanos têm medo deles. Concordo, desta vez com toda sinceridade.
O exército norte-coreano é o quinto do mundo. Mais de um milhão de soldados estão em pé de guerra, e mais de seis milhões podem ser convocados imediatamente. O serviço militar obrigatório é de dez anos para o homem e de sete anos para a mulher. O regime gasta mais de cinco bilhões de dólares por ano na sua defesa, incríveis 32% do PIB. Um pequeno país de 23 milhões de habitantes que é o mais militarizado do mundo.
Agora vamos para Myohyang, região de montanhas. O jipe desliza veloz pela estrada, sempre deserta. À medida que vamos subindo, cresce o humor dentro do carro e Kong inicia uma sessão de piadas. Logo elas se tornam pesadas, e depois da tradução até o chofer está rindo. Nesse momento a moça diz que eu sou muito inteligente para ser um turista. Finjo que não prestei atenção, continuo brincando, mas não gostei nada. O que ela quis dizer com isso? Que os turistas são burros, ou que eu não sou turista? Desde o início da viagem essa fanática está tentando me pegar em alguma contradição. Que os dois são diferentes, eu não tenho dúvida. Ela é muito mais aplicada no seu papel de espiã. O rapaz me parece mais seguro, e houve um dia em que simplesmente me contou que estava tranquilo porque eu havia sido investigado. Ótimo.
Chegamos ao templo budista Pohyon, onde querem me mostrar que existe liberdade de religião. Lá está o monge de plantão fingindo que é feliz. É patético vê-lo juntando as mãos enquanto se curva para mim. Neste lugar, o enredo é mal elaborado, não engana ninguém, e eu acho que não é à toa que, nas coisas mais ridículas, Kong caia fora e deixe a tarefa para Hona. Depois de também cumprir o meu papel, começo a fotografar os belos jardins do templo, mas a minha Querida Guia resolve me dizer que tudo o que estou vendo foi bombardeado pelos americanos na guerra da Coréia, em 1951. Faz um pequeno discurso sobre a maldade do inimigo e a coragem dos norte-coreanos. A mocinha é realmente beligerante.
A próxima etapa é uma visita ao Palácio da Exibição da Amizade Internacional. Desta vez sou recebido por uma mulher linda, vestida com um luxuoso traje típico norte-coreano. É uma pena que esteja desperdiçada aqui, neste fim do mundo. Deixo de olhar para ela e quase caio de costas quando se abre uma porta e vejo nada mais, nada menos, do que o Querido Líder! Sim, lá está ele, altíssimo, sentado em um trono, do mesmo jeito que um faraó, uma estátua enorme, todo o ambiente decorado em rosa-choque, azul-bebê, e outras cores berrantes em papel crepom vermelho. Um delírio kitsch. O grotesco absoluto. A loucura total. É um choque difícil de ser controlado. Em qualquer lugar do mundo saberiam que é espanto, e não admiração, mas aqui, eu só vejo orgulho nos olhos das duas mulheres que me observam. Isto é muito mais do que qualquer coisa que Stalin, O Farol da Humanidade, possa ter imaginado, porque embora tenha criado o “culto da personalidade”, ele tinha senso do ridículo, e não fez os russos pensarem que era um deus. Se eu fosse escolher só uma coisa para dizer o que é a Coreia do Norte, seria esta sala. Fico imaginando o comportamento dos verdadeiros turistas que passam por este teste de autocontrole. Fingindo respeito pelo lugar, apenas sussurro para elas que estou muito impressionado. Outra porta se abre, e desta vez é o Grande Líder, de pé, cercado de flores, um céu muito azul por cima de sua cabeça, uma paisagem bucólica, uma estátua de cera feita pelos chineses. É muito menor do que a outra, perde longe para seu filho, o “Grande General”, e por não ser mais surpresa não tem graça.
O Palácio da Exibição Internacional da Amizade foi construído para mostrar aos presentes que o Grande Líder e o Querido Líder ganharam de outros países. São longos corredores só de tapetes, quadros, jóias, vasos, esculturas, e peças típicas de cada lugar. Começo vendo os do Grande Líder. Com exceção dos que vieram da China e Rússia, é difícil encontrar alguma coisa que tenha a qualidade que se espera para que sejam oferecidas a um chefe de estado. Na verdade é um monte de quinquilharias empilhadas nas vitrines, e parece que ninguém levou a sério esse negócio de presentear ditadores malucos escondidos em um país que pertence a outra galáxia. Provavelmente a maioria dessas coisas jamais veio de lugar algum, muitos nomes de países estão escritos de maneira errada e o mais provável é que tenham sido fabricados na Coréia mesmo. Enquanto vamos andando, a guia me diz que de seis em seis meses todos os presentes são trocados, e se eu ficasse um minuto admirando cada um, iria levar um ano e meio para terminar. É uma ótima desculpa para acelerar o passo e acabar logo com isso. Infelizmente me esqueci de perguntar pelo presente brasileiro. Será que existe alguma estátua do Pelé, perdida no meio da bagunça?
Em outra ala do palácio estão os presentes do “Líder do Século Vinte e Um”. A mesma coisa, só que a qualidade baixou ainda mais. Para bajular e conseguir favores é possível ver tanto um feiíssimo carro de luxo, oferecido pela Hyunday, quanto um inacreditável micro-ondas! A visita aos presentes terminou, e com notável ingenuidade a moça me pergunta se eu conheço outro lugar com coisas tão lindas. Meio sem jeito digo que, talvez, o Vaticano. Afinal, não posso ficar concordando com tudo. Antes de qualquer outro comentário, a luz se apaga. A escuridão é absoluta, porque não existem janelas. Fico paralisado, elas trocam algumas palavras e de repente sinto o levíssimo toque das suas mãos nas minhas, e assim vão me levando, bem devagar, com enorme delicadeza, até a saída. Um comportamento tão feminino só mesmo no Oriente.
Entro no carro e vou logo dizendo o quanto a mulher era bonita. A guia pergunta, um pouquinho depressa demais, um pouquinho alto demais, porque eu não disse isto para ela, já que era assim tão maravilhosa. Uma pequena cena de ciúmes no coração das trevas.
Deixamos Moyang e vamos em direção à cidade de Kaesong, que está na fronteira com a Coreia do Sul. Uma viagem agradável, por uma autoestrada excelente e… deserta. Os guias estão cada vez mais descontraídos, sem ter ninguém para vigiá-los. O rapaz já esteve na Alemanha. Fico surpreso. Será que não percebeu a diferença do mundo exterior? Faço uma ou outra pergunta que não pareçam comparações desvantajosas para a Coreia, mas ele jamais irá se expor em frente à moça. E quem garante que o chofer não fala inglês? No entanto, com o tempo, já no fim da minha viagem, percebi que os guias também não têm a idéia geral do que seja a Coreia do Norte. Sabem que não é o que me estão contando, sabem que estão escondendo muita coisa, mas não chegaram ao conjunto. Jamais acreditariam que eles próprios são parte de uma mentira de proporções astronômicas. Os norte-coreanos há décadas estão submetidos a uma inacreditável lavagem cerebral que faz com que acreditem que suas vidas estão para todo o sempre ligadas aos Queridos Demônios. Tudo é impossível sem eles. São obrigados a ter o retrato dos dois, pendurados na parede de suas casas. Passam toda sua existência ouvindo hinos de louvores a Kim Il-sung, hinos que os acompanham nas ruas, nas estações de trem, no trabalho, e quando vão dormir. Estudam os seus sábios pensamentos, aprendem que Ele os amou, que Ele é a própria Coreia do Norte, onde as pessoas serão ainda mais felizes, apesar de já estarem no “paraíso dos trabalhadores”, que Ele construiu.
Por viverem ferreamente enclausurados em suas fronteiras, os norte-coreanos não têm a mínima ideia do que seja o mundo exterior. Pensam que Kim Il-sung, quando estava vivo, era o homem mais famoso do mundo. Desconhecem qualquer personalidade ocidental, e jamais acreditariam que um americano pisou na lua. Também não sabem o que está acontecendo em seu próprio país, já que são impedidos de viajar de um lado para o outro. Não têm ídolos comuns como estrelas de cinema, cantores, personalidades de TV, atletas, músicos, escritores, políticos. Nos filmes da TV não aparecem os nomes dos atores, diretores, nenhum crédito. Mas, uma coisa todos os norte-coreanos sabem, e têm medo: o gulag. O serviço secreto da Coreia do Sul estimou que em 1999 havia duzentos mil prisioneiros nos 10 terríveis campos de concentração espalhados por remotas regiões do país.
A vida é a sobrevivência do dia a dia. Estima-se que, em 1998, três milhões de pessoas morreram de fome. Uma criança norte-coreana de sete anos de idade é vinte centímetros menor e dez quilos mais magra do que seu correspondente na Coreia do Sul. Já foi dito que o Querido Líder é o único gordo da Coreia do Norte. Centenas de milhares de norte-coreanos correndo o risco de prisão, ou mesmo de perder suas vidas, tentam atravessar a fronteira com a China. Infelizmente, para eles, as autoridades chinesas prezam mais suas boas relações com o governo da Coreia do Norte do que suas obrigações com a Convenção das Nações Unidas para Refugiados e entregam os fugitivos à polícia norte-coreana, o que representa condená-los a um longo encarceramento. Se houver uma segunda tentativa, a punição é a prisão perpétua ou a execução, que é estendida para os que tentarem o asilo político, entrarem em contato com sul-coreanos, com missionários estrangeiros, com agentes de ajuda humanitária, com jornalistas, ou tiverem relações sexuais com estrangeiros.
Os dias de minha viagem se passaram como se eu estivesse em outro mundo, alguma coisa irreal. É horrível ver as pessoas andando devagar pelas ruas, cabisbaixas, tão magras, silenciosas, a tristeza visível em seus poucos gestos. Não é somente uma população de escravos, mas de mortos vivos. Em seus cérebros esvaziados de qualquer motivação, a existência está ligada para todo o sempre aos dois Kim, os arquitetos dessa maldade infernal.
Em Kaesong, uma cidade sombria, vejo o túmulo do rei Kongmin e outros sítios arqueológicos sem nenhum interesse, mas a 8km de distância está realmente um lugar muito importante, Panmunjom, onde, em 1953, o armistício – não a paz – foi assinado entre as duas Coreias. Todas as casas de madeira que serviram para as conferências entre americanos e sul-coreanos, de um lado, e chineses e norte-coreanos, do outro, estão dentro da Coreia do Norte, e posso visitá-las, sentar-me nas cadeiras históricas, e divertir-me com o grande número de turistas chineses, que me requisitam todo o tempo para tirar fotos em que apertamos as mãos, cada um de um lado da mesa, eu fazendo o papel dos americanos, já que sou o único ocidental.
Com a advertência para ficarmos sempre juntos, fomos levados para ver a “terra de ninguém”, ou DMZ (Zona Desmilitarizada): uma estreita faixa de uns trinta metros, que separa as duas Coreias. Aqui, neste lugar carregado de eletricidade e ódio, os soldados dos dois países montam guarda, andando em alguns quadrados de cores diferentes, tão perto uns dos outros que, se estendessem os braços, poderiam se tocar. Os coreanos do norte com seus uniformes cor cáqui, modelos da década de cinquenta, figuras esqueléticas, um pouco de miséria em seus rostos, e os sul-coreanos completamente americanizados, de capacetes e óculos ray-ban. Existe um enorme cuidado para que não se quebre o delicado equilíbrio entre eles. Os soldados são substituídos a pequenos intervalos, para que não se cansem e cometam algum erro. Caminhando com os olhos no visor da câmera, sem querer coloquei um pé na faixa branca, início da “terra de ninguém” do lado norte-coreano. Foi uma gritaria pânica, onde se uniram guias, soldados, turistas. Comecei a pedir tantas desculpas que só faltei me dirigir também aos coreanos do sul, agitadíssimos, olhando para nós, sem saber o que acontecera. O soldado guia, a quem estavam destinados os cigarros que eu trouxera, e que esqueci no hotel, veio para o meu lado e disse que algum tempo atrás um inglês também se distraíra e quase havia entrado na Coreia do Sul, sendo fuzilado antes disso. Sim senhor, muita amabilidade sua me avisar.
De volta ao centro de Pyongyang, a intimidade com os guias alcança o seu nível mais alto. Eu sempre quis fotografar a guardinha de trânsito, muito bem fardada em azul, usando um bastãozinho com tanta energia que até parece que existe tráfego. Agora, quando passamos outra vez pelo mesmo lugar, o rapaz manda o chofer parar o carro e, bem malicioso, diz que posso descer e tirar minhas fotos. Respondo que não me interessa, porque de uma hora para outra pode sair alguém de trás do poste e me confiscar o filme. Os dois explodem em gargalhadas.
Agora virou galhofa, e por isso mesmo um pouco mais tarde, eu me vejo conversando sobre o que não devo. Estou sozinho com Hona, e ela quer saber o que as pessoas do lado de fora pensam sobre seu país. A mocinha parece tão frágil que eu tenho um ataque de meia sinceridade e vou respondendo que os norte-coreanos estão muito isolados, que infelizmente o comunismo acabou em quase todo o mundo, falo no Vietnam, China, Rússia, e digo que a reunificação da maneira que imaginam é difícil. Ela vai ouvindo e concordando com a cabeça. Para minha sorte foi chamada por alguém, e sai por um instante, tempo suficiente para que eu me dê conta da bobagem que estava fazendo. Quando ela volta, já sou outro, e começo com um lengalenga propositadamente confuso, e não adianta forçar nada porque só falta eu perguntar onde está a estátua mais próxima do Grande Líder, acometido que sou de um irresistível desejo de colocar mais flores aos seus pés.
Sou levado para ver o “USS Pueblo”, que foi trazido do porto de Wonsan para o rio Daedong, em Pyongyang. Este é um grande troféu de guerra. O Pueblo era um navio espião americano que foi aprendido pelos norte-coreanos em 1968, provavelmente em águas internacionais. O capitão do barco, após a ameaça de que todos os 83 membros da tripulação seriam mortos, a partir do mais moço, até chegar a ele próprio, assinou uma confissão dizendo que estava espionando os norte-coreanos. Foi um episódio que provocou uma grande crise internacional durante a Guerra Fria, e provocou um enorme desgaste na imagem dos Estados Unidos.
Sou apresentado ao marinheiro que primeiro colocou os pés no navio, após uma rápida batalha. Agora ele é o “capitão” do Pueblo e, todo elétrico, mostra os buracos feitos pelas balas de metralhadoras e canhões dos navios norte-coreanos. Enquanto vamos andando pelos corredores apertados, subindo e descendo escadas, o herói começa a me contar muitas histórias, onde exalta a coragem dos seus antigos companheiros e ri da covardia dos americanos. O clímax é quando ele mesmo deu um chute no traseiro do capitão Bucher que tentava se esconder debaixo de uma mesa. Aprovo tudo que está me dizendo, mas a cena é mesmo de comédia pastelão misturada com uma infantilidade sinistra, porque além do absurdo do capitão tentando fugir, a mesa é ridiculamente pequena. Olho em volta, mas o guia já se mandou. Ele é muito esperto. Definitivamente não quer se envergonhar na minha frente. Preferiu me esperar do lado de fora do navio para os seus comentários políticos. Kong me diz que os russos fizeram enorme pressão para que a tripulação do Pueblo fosse logo libertada, e que o embaixador soviético em Pyongyang chegou a ameaçar o governo do Grande Líder com retaliações econômicas e políticas. Mesmo assim, Ele não cedeu; impossível imaginar que Ele fizesse isso. Os russos poderiam ficar com medo dos Estados Unidos, mas jamais a Coreia do Norte. Aponta para o Pueblo, que é a prova incontestável do que diz: emoldurada em uma das salas do navio está a cópia da humilhante confissão do capitão Bucher. (O pobre Bucher, quando chegou aos Estados Unidos, foi muito mal recebido e forçado a se aposentar).
Peço para ser fotografado apertando a mão do folclórico capitão, que está satisfeitíssimo por ter saído da chatice de ficar naquele navio o dia inteiro, sem ninguém para contar as suas histórias extraordinárias.
Já está chegando a hora do meu embarque e nada de aparecer o ticket da Air Koryo.
O guia me diz que está fazendo um grande esforço, parece que o avião está lotado, mas ele tem um amigo que talvez possa resolver o problema. Bem, essa história eu já conheço. Afinal o amigo conseguiu a passagem, mas infelizmente teve muitas despesas e ela… ficou mais cara. Novamente fico impressionado. Um regime de ferro, e as pessoas se arriscam de qualquer maneira.
No aeroporto os guias estão satisfeitos. Parece que realmente gostaram de mim, e além do mais, dei uma gorjeta alta para os dois. Muitos abraços e beijos. Perto estão alguns militares e um deles chama a atenção pelo monte de estrelas que tem no ombro. Pergunto se é um general. O rapaz responde baixinho que não pode falar sobre isto. Tomo a sinceridade da declaração como uma prova de amizade, novas despedidas e vou para a sala de espera do aeroporto, onde encontro um brasileiro, funcionário da FAO, que veio para um programa de ajuda à Coreia. Está muito desanimado porque, devido ao atraso norte-coreano, a tecnologia que trouxe não pode ser aplicada. Trocamos impressões da viagem, e ele me conta que, passeando em Pyongyang, ficou muito distante do guia, o que lhe valeu uma reprimenda surpreendente: “Se o senhor for sequestrado a culpa não é minha”. Mas que hospício mais barra pesada!
Comentários (196)
Sabedoria Oriental – para filosofar é preciso ter algum tempo… Os orientais que tiveram esse tempo foram alimentados pela massa que trabalha, essa mesma massa que esta dirigindo os taxis mesmo sem saber ler, que nao tem paciencia…
Que coragem a sua!! Fiquei absolutamente chocada com seu relato. Como pode um povo inteiro viver escravizado dessa forma?
Obrigado, Ana. Outro dia consegui entrar em contato com a intérprete que me acompanhou algumas vezes à embaixada norte-coreana. Ela me disse, pela primeira vez, que achava que eu não voltaria. Veja o meu pequeno artigo sobre os jogadores norte-coreanos na Copa do Mundo.
te amo! me ajudo no meu trabalho de geografia 🙂
Nasci para servir
Senhor Cláudio, a Coreia do Norte nunca me atraiu, aliás, nenhum daqueles países da região. Contudo, foi um prazer ler o que escreveu, mesmo lastimando o brete em que se meteu aquela pobre população, tristonha de corpo e alma. E, sinceramente, não posso imaginar quando despertarão dessa letargia imposta por “guias” nefastos. Seria muito importante que grande parte do nosso povo lesse-o e abrisse os olhos, antes que nasça, por aqui, algum “líder iluminado”, ou outro falso brilhante.
Meus parabéns e obrigado pelo que escreveu.
Lino
Muito obrigado, Lino, e acho que no Brasil não vamos além do “nosso guia”, Lula. A Coreia do Norte é alguma coisa extraordinária, única,não vai haver repeteco.
Muito tendenciosa essa reportagem, muito me admira que alguem de credibilidade e ainda acredite em tudo sem questionar. E isso porque quem sofre lavagem cerebral é o Norte Coreano e não brasileiro (que ainda acredita que o brasil vai se tornar um EUA da vida).
Gozado como sempre tem um comuna que nao consegue ver um palmo a frente do nariz… ACORDA
Concordo com a tendenciosidade. O tempo todo, a palavra “medo”. Ora, em qualquer local do mundo posso usar essa palavra. Há máfias e gangues no mundo inteiro. E cada país tem seu sistema de leis. Não sou adepto desse comunismo fechado, mas foi o caminho trilhado por eles. Devemos respeitar a soberania de cada povo. Talvez eles, em toda a clausura em que supostamente vivem, sejam mais “felizes” que nós, que vivemos numa suposta “liberdade”.
Não difere das ladainhas do Jornal Nacional, Fantástico, Globo Repórter… Viagem feita com intenções de difamar, afirmar preconceitos e visões pessoais, tudo isso é percebido claramente. Sem querer te desprezar, mas o relato de Elias Jabbour, que apesar de ser comunista e do PCdoB, é bem mais concreto e bem mas bem menos romantizado.
Onde está o relato do tal Elias Jabbour ? Gostaria de dar uma olhada.
Sr. Cláudio Mafra, os relatos de viagem de minha ida à Coreia do Norte no mês de agosto de 2009 encontram-se disponíveis na Internet onde trabalos diversos aspectos do problema desde a formação social asiática e coreana em particular até a economia e a sociedade. Tentei ao máximo sair da superficialidade latente de relatos jornalísticos (logo, com nenhum comprometimento científico).
Tratam-se de quatro partes. Digite Elias Jabbour e Viagem à Coréia do Norte no Google que as encontrará. Ou então procure meu link entre os colunistas do Portal Vermelho. Abraço respeitoso
O cara indica um relato de um membro do PC do B e depois vem falar de ‘visões pessoais’ e ‘ladainhas’…
Pois é, Rodolfo, e até agora não me enviou o paper do comuna. abraço
Leia primeiro o relato do outro cara, para depois criticar. Ele respondeu aí em cima, olha.
Excelte reportagem Claudio Mafra,
Sua reportagem nao e’ tendenciosa nao como a patrulha comunista acima esta alegando.
A patrulha comunista acima nao consegue entender que comunismo e’ uma insanidade mental, no caso da Coreia do Norte sofrem de uma sociopatia generalizada e grupal.
Muito obrigado por esse material, pois vou utiliza-lo em minhas palestras com a sua permissao.
Um abraco
Rus
obrigado pela força, Ruslan
Apesar de eu me considerar “esquerdista” por ser a favor de uma sociedade mais justa onde todos tenham oportunidade de estudo, emprego, alimentação e saúde…
Achei sua matéria muito legal, você teve um censo de humor nos momentos mais dramaticos como no momento em que você colocou o pé na faixa branca da fronteira com a Coréia do Sul.
Sempre tive vontade de conhecer a DMZ, mas enquanto não consigo saceio minha vontade assistindo vídeos de turistas no YouTube.
Obrigado por compartihar sua experiência.
Abraços e muita paz a todos.
A Hillary esteve por esses dias na DMZ, e existe uma boa foto do soldado norte-coreano olhando para ela pela janela. um abraço
Meu Deus, é incrível como algumas pessoas (provavelmente de esquerdistas extremos) vêm aqui falar que VOCÊ está fazendo um relato tendencioso!
Não é engraçado?
Elas nunca foram e provavelmente jamais irão a Coréia do Norte, e tem a AUDÁCIA de vir no SEU blog e falar que VOCÊ está sendo TENDENCIOSO.
Excelente relato, Cláudio. Eu ando procurando muitos relatos de visitas a Coréia do Norte, e praticamente todos exaltam essa atmosfera pesada que você descreveu. O que me chamou a atenção também é a semelhança com a descrição da população: Uma verdadeira sociedade zumbi, como você mesmo disse. Talvez não tenha sido esse exatamente o termo utilizado em outros relatos, mas uma infinidade de outros adjetivos que me fez ter justamente essa impressão.
É triste e curioso ao mesmo tempo.
Ótimo relato, e não ligue para os esquerdistas que jamais colocariam o pé em Cuba ou na Coréia do Norte.
Bem, Rafael, as pessoas enxergam O QUE DESEJAM ENXERGAR. Fazem o tipo que considera a medicina cubana muito boa, mas ao mesmo tempo concordam em que o país não tem dinheiro nem para comprar arroz. Como é possivel ? abraço
Oi Cláudio! Tudo bem?!
Parece piada! Mas só porque você falou, veja este vídeo aos 9:05 minutos exatos….eis o presente brasileiro ao grande líder! Hahaha..não é possível que o Pelé realmente assinou aquilo! Hahaha..
Um abraço! Parabéns pelo relato!
JP
http://www.youtube.com/watch?v=MSMQrMV5vcM&feature=fvst
É, você achou mesmo! Falso, ou verdadeiro, não poderia faltar. Gostei do vídeo porque andei tentando identificar a beldade que me atendeu lá dentro do palácio. Não consigo entender porque não tenho um foto dela. Com toda certeza não deixou que eu a fotografasse. Obrigado, João Paulo. Estou procurando um vídeo muito engraçado (só pode ser da Coréia do Sul) sobre um desses carinhas que segura um cartaz para compor aqueles desenhos sensacionais nos dias de grandes paradas. O rapaz dorme demais, perde a hora, e no momento em que eles fazem a figura do Grande Líder fica aquele buraco clássico na dentadura. Ele era o que deveria segurar um daqueles dentões da frente. Hilário.
Parabéns Cláudio, por conseguir nos mostrar algo de um local tão “distante” do resto do mundo. Impressionante como existem pessoas que ainda defendem esse tipo de ideologia, que jamais deu certo e ainda com aquela velha ladainha de culpa da mídia em querer manipular as pessoas. Manipuladas são os que vivem nessas ditas “democracias populares”, que só possuem acesso a “informação” através da imprensa rigidamente controlada pelo governo, não tendo, em sua maioria, um discernimento para perceberem que o que estão lhe botando goela abaixo é manipulado, diferente da maioria dos países, onde mesmo tendo interesses sim, em querer manipular parte da população, essa já possuí uma série de ferramentas para saberem que estão sendo enganadas. Um exemplo é esse próprio link, que em lugares como Cuba e a Coréia, seria impensável que simples mortais como nós, conseguíssemos ler e comentar nossas opiniões. Mais uma vez, parabéns Cláudio e como alguém citou: “uma verdadeira sociedade zumbi”, acredito que seja o verdadeiro adjetivo para esse povo, não muito diferente ao de Cuba.
Alexandre, muito obrigado pelas palavras amáveis. Antigamente o embaixador brasileiro na China também exercia o cargo na Mongólia e em Pyongyang, e evidentemente só aparecia por aquelas bandas para apresentar suas credenciais e nunca mais. Agora, em 2010 (2009 ?), inauguramos a nossa embaixada na Coréia do Norte e temos um embaixador só para esse posto. Estamos nos aproximando mais e mais da canalha mundial. abraço
Grande relato, encontrei ele através de um link no orkut, vou mostrar aos meus amigos. Aliás que coincidência o nome do seu blog(risos). O meu é o Reflexões Masculinas.
Muito obrigado, e vou vistar o seu blog.
Ela disse que a beleza da norte coreana estava desperdiçada na coreia do norte.Talvez na cabeça dessa pessoa manipulada pelos ditadores de washington ,CREIA que a coreana estivesse melhor entre os zumbis dos cafetões de las vegas.Ainda pensa que é free.
Estou lendo tudo sobre a Coréia do Norte, ultimamente ando obcecado querendo visitar este país.
E ótimo relato esse o seu Claudio, meus parabéns!
Muito obrigado, Fabiano. Espero que consiga visitar o país. Boa sorte.
Olá Cláudio. Bem,lhe parabenizo pela forma com que tudo foi escrito. Lendo o que foi relatado deu a sensação de realmente estar no país, nos passou a sensação de “viajar” apenas lendo. A única coisa que respeitosamente sempre torci o nariz quando li foi dessa coisa de “menosprezo” da Coreia do Norte sobre o sistema comunista. Bem, hoje em dia é fácil encontrar pessoas (como os comentaristas acima) sempre dando pitacos sobre o regime e sobre o governo de tais países citados aqui. O que eu quero dizer é que não julguemos este ou aquele como o sistema comunista ou socialista, na verdade vejo um erro quando tenta associar a imagem de fome e tristeza do país por causa do Comunismo. A Coreia, apesar da simpatia por tal regime, é algo único no mundo, onde o governo é simplesmente ditatorial. Parece que o país é assim por causa dos governos de esquerda, mas quem conhece mesmo a teoria, sabe que a Coreia não tem nada a ver com isso, é apenas balela onde os internautas comentarista só sabem falar mal sem conhecimento nenhum. Não concordo só em juntar a imagem do país como um sistema comunista num todo. Quando você fala das crianças tristes passando fome na Coreia do Norte, você deveria citar os casos das felizes crianças obesas nos EUA, onde muitas estão doentes e também morrem por isso, mas o capitalismo também não quer mostar, já que “todos” vivem a liberdade e ditadura da imagem dos MC Donalds ou Donut´s. Novamente lhe parabenizo pela matéria, mas dizer que não há algo tendencioso, isso eu discordo.
Muito obrigado pelo elogio. Na minha opinião o amigo se engana. A Coréia do Norte é um campo de extermínio – conjugado com um hospício – em virtude do regime comunista. A outra Coréia, a do Sul, é muito desenvolvida e capitalista. Mas, meu caro, o que interessa mesmo é liberdade e, dentro desse princípio, principalmente o direito de ir e vir. abraço
Prezado Cláudio, agradeço pela rápida resposta. Bem, eu sei que a Coreia do Norte é realmente um enorme hospício, só falei que é um regime único inventadopor eles. Sim, Stalin apoiou fortemente a Coreia do Norte após a guerra, mas depois disso a coisa tomou um rumo muito pior.
Eu tiro Cuba como base, mesmo lá não sendo uma maravilha, é bem diferente da Coreia do Norte. Sempre que falo ou escrevo sobre os norte-coreanos, eu uso somente o termo de regime ditatorial, porque vai paracer que todo seja voltado para a esquerda é ou será igual a eles, o que não é verdade. Ressalto novamente, a União Soviética teve forte influência na criação do país, mas não quer dizer que o país vive assim por causa deles.
Sobre a Coreia do Sul, conheço muito bem. Dei aula numa escola sul-coreana e obtive um enorme respeito por eles. Só convivendo com eles pra saber da enorme capacidade deles.
Abraços!
obrigado, continue escrevendo
Gostaria de saber resumidamente como foi a viagem do Brasil até a Coreia do Sul, ou seja, de quando saiu do Brasil, onde fez escalas, como e quanto tempo levou da China até a Coreia, etc.
OBS – E quanto gastou ao todo?
Desculpe pelas inúmeras perguntas, é que sou formado em jornalismo e geografia e esse país é um grande “mistério” para mim. Sem dúvidas um dos três que mais tenho vontade de conhecer. Agradeço novamente pelas rápidas respostas.
Eu morava na China, saí de Beijing. A viagem até Pyong-Yang leva 1 hora e meia, se não me engano. Não me lembro quanto gastei mas devem ter sido uns 1.500 euros. Tenho a impressão de que está na matéria. abraço e boa sorte. Existe embaixada da Coréia do Norte em Brasília, ou existia.
NOSSA! Que relato! Eles sabem que isto virou reportagem? Recebeu alguma ameaça?
Existe uma embaixada norte-coreana em Brasilia. O que eles devem fazer além de ler jornal ? Sem dúvida avisaram Pyongyang imediatamente. Sem ameaças, mas temo pelo destino dos guias e de quem me deu o visto.
Macabro, sombrio, que exagero…. basta ser diferente que a gente constrói preconceitos
. Já critiquei muito esse modo de vida proposto por Carl Max, mas francamente pessoal, morrer de trabalhar, pra passar horas num trânsito horrível (la com certeza não tem congestionamentos), pra depois comprar um monte de coisas que não precisamos num shopping também lotado com filas pra todo lado. Pessoal, as vezes fico achando que esse povo é que tá certo, ninguém lá tá preocupado com a fatura do cartão de crédito, pois não tem mesmo. Francamente, me sinto um capitalista idiota, gordo, sedentário, pois não ando a pé sequer 500 m por dia. desculpa pessoal, foi só um desabafo. No fundo, não sinto que somos melhores que eles em nada. Abraços a todos, inclusive ao povo norte coreano que merece nosso respeito.
Pegue uma tesoura corte seu cartão de crédito, pegue seu iphone e estrassa-lhe-o no chao, venda ou doe seu bens, com o dinheiro compre uma passagem de ida para Cuba ou Coréia do Norte, envie de la um texto explicativo de como estara sendo as merecidas férias no estado comunista. Isso se conseguir vlw flw.
Só corrigindo: Karl Max, pois coloquei com C. Mas aproveitando, sempre que assisto algum documentário deste país (Coreia do Norte), é enfatizado que há poucos carros. Ora senhores, todo documentário diz também que eles são os mais isolados do mundo, então ninguém poderia esperar que chegando iria encontrar FIAT, FORD, CHEVROLET WOLKS etc, pois eles são isolados por embargo econômicos há décadas. Imaginemos o Brasil sem essas mesmas montadores devido a um embargo econômico, aconteceria exatamente o mesmo mistério assustador da falta de carros nas ruas. Que droga, estamos debatendo o óbvio. Enquanto ficarmos nesse debate mesquinho de que fulaninho num presta, regime tal é isso, regime tal é aquilo, restarão sempre as guerras para resolver os problemas de soberba da raça mais inteligente do planeta. Senhores, vivemos numa sociedade onde as drogas e a violência prosperam. Se lá a lavagem cerebral é para adorar um líder opressor, luxando as custas do povo, aqui a mídia faz lavagem cerebral pra gente comprar um monte de porcarias que sem elas viveríamos muito melhor. A lavagem cerebral aqui na sociedade livre serve para tão somente induzir o consumo de bens supérfluos. Seria mais interessante que os formadores de opinião apontassem soluções para a resolução dos problemas da humanidade, ao invés de alimentar ainda mais a segregação das sociedades. Para mim senhores, não interessa se é capitalista ou comunista, em ambos há privilegiados e oprimidos. O que está faltando são valores nas relações humanas, tais como: cooperação, amizade, solidariedade e empatia. Os regimes só debatem divisão de riquezas, por isso nenhum resolverá o problema. Vamos embora , deixa os coreanos do norte com a lavagem cerebral deles que nós ficaremos com a nossa, porque no fundo somos muito parecidos, não enxergamos porque temos preguiça de pensar um pouco. Um abraço a todos, inclusive ao povo iraquiano que depois da invasão americana convive com atentados quase que diários. As intervenções militares só pioram a situação das sociedades.
Caro Marcos, concordo que todos nós somos vítimas de lavagem cerebral das mais variedades espécies, entre elas a que nos induz ao consumo. Mas, no artigo estamos tratando de algo muito mais importante: LIBERDADE de ir e vir, assassinatos em massa, campos de concentração, a fome programada – que é muito diferente das que ocorrem em virtude das lutas entre tribos africanas. Naquele país temos um fenômeno único, o homem deixou de ser homem, é alguma coisa diferente, e nem sei exatamente o que dizer a esse respeito. O que acontece alí é algo espantoso, e cabe aos chinêses a responsabilidade pela continuidade do regime. Provavelmente os melhores exemplos para o inferno devem ser: em primeiro lugar homens se enfrentando em uma batalha, e em segundo a Coréia do Norte. abraço
Olá Claudio Mafra!
Inicialmente parabéns pelo texto, um dos melhores sobre o assunto que li.
Sou estudante de Direito, e estou finalizando um TCC
exatamente sobre a politica de governo da Coreia do Norte, e seria de valor imensurável uma entrevista com o senhor!
Prometo que serei breve,
Envio meu e-mail, caso possa ajudar em meu trabalho acadêmico: line_hand13@hotmail.com
Serei breve em meus questionamentos!
Agradeço desde já,
Aline Rocha
Dizer que o seu texto é tendencioso seria redundante. Lembrou-me o personagem Simonini, do romance O Cemitério de Praga, onde o tal capitão escreve e cria libelos antissemitas pois foi assim que seu avô o ensinou, o mesmo nunca sequer conviveu com judeus. Acho que teríamos o mesmo efeito se enviássemos a sua personagem Hona, imbuída do discurso do “Grande Líder” visitar Munique ou Nova Iorque, acho que pode imaginar o resultado.
Mas gostaria de dizer que senti uma grande decepção, o senhor viveu uma grande experiência ao visitar um país tão singular e como vc mesmo disse, uma viagem no tempo possível, poderia ter sido um ótimo material sobre vários aspectos sociais caso não estivesse tão preocupado em descrever os males e o perigo do comunismo para o tranquilo e correto mundo ocidentalizado.
De qualquer forma não deixa de ser um relato (aliás, não surpreende o fato de ter sido publicado no Estado de S. Paulo)
Com o perdão da palavra, mas o senhor é comunista ?
A todos que criticam o relato chamando de tendencioso só tenho a dizer que é muito fácil ser um pseudo comunista no conforto da sua casa acessando a internet.
Obrigado pelo comentário, e insisto em dizer que as pessoas enxergam AQUILO QUE DESEJAM ENXERGAR.
Igualzinho a você. Está bem claro o seu objetivo. Foi uma viagem perdida.
Li tantos outros relatos sobre a DPRK, mas nenhum foi tão dramático quanto o seu.
Muito obrigado.
Contribuindo para o Blog:
Tradução para o português do áudio do vídeo: Nesta noite, o Guia Genial dos Povos, o Pai da Grande Coréia, O Guardião da Grande Chama da Liberdade, Nosso Líder Querido, Kim Jing Un, apresentou aos seus compatriotas a sua mais nova criação artística : O MUNDO ENCANTADO DE KIM, um espetáculo onde personagens desenvolvidos por seus estúdios de animação cantam e dançam várias músicas que enaltecem a nobreza e coragem do trabalhador coreano em sua incessante luta contra o capital sionista neoliberal das potências ocidentais. É emocionante
http://www.youtube.com/watch?v=SXkoHzDIboM
————————————————————-
As aventuras de KIm – O casamento de KIm
http://www.youtube.com/watch?v=f37K0hIv3zk
http://www.youtube.com/watch?v=sEcqXObQCrw
Vida longa ao líder genial dos povos, que conduzirá o socialismo e os trabalhadores em sua grande marcha vitoriosa contra o o capitalismo imperialista sionista euro – americano, sustentado pelas forças conservadoras da elite dominante, proprietárias da grande mídia, dos complexos monopolistas agroindustriais e financeiros de todo o mundo.
Todo poder aos trabalhadores do mundo. Pelo fim das listas de chamadas das escolas, do uso da cueca e de das demais práticas burguesas, do X-Salada, da Disney e de qualquer outra forma de exploração alienatória e escravocrata das massas
RSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRSRR!!!!!!QUE COMÉDIA! Valeu Mafra. Mais um relato que mostra onde a maldade do ser humano pode chegar.
Obrigado pela ótima contribuição, Marcos.
Olá Claudio Mafra, estou escrevendo apenas para te parabenizar pelo relato de viagem a Coréia do Norte, sou fascinado pela historia e pela sociedade norte coreana, devido a isto, já assisti a inúmeros documentários e li diversas reportagens e livros sobre a Coréia do Norte (alguns inclusive publicados apenas fora do Brasil e em outros idiomas) e posso dizer que seu artigo não fica devendo em nada para os outros materiais que eu já tive acesso. Mais uma vez meus parabéns pelo artigo, fiquei muito feliz em ler um artigo tão bom de um colega de trabalho (também sou funcionário do Grupo Estado) sobre um lugar com acesso tão restrito e que desperta tanta curiosidade como é a Coréia do Norte. Um grande abraço.
Olá, colega,
Obrigado pelo parabéns. Foi uma viagem muito dificil, como vc pode ter observado, mas valeu a pena. O problema que sempre se coloca é o que deve ter acontecido aos guias e a quem me concedeu o visto. abraço
Sim é verdade, normalmente em se tratando da RDPC a vida das pessoas nunca melhora e realmente não é uma viagem fácil, como você mesmo falou acredito que já faz parte da estrategia de terror deles criar este clima de insegurança no visitante para que ele não pense em se arriscar e sair do que eles estipulam, fiquei impressionado quando você comentou que a Hona questionou o porque de você ter levantado três vezes durante a noite, isto é realmente muito orwelliano. É como te falei, você descreveu muito bem os momentos passados lá, acredito que você poderia escrever um livro sobre a RDPC, existe muita gente que tem muita curiosidade por conhecer mais este lugar tão fechado. Aproveitando, você viu que sera realizada agora dia 25 de setembro um reunião da assembleia suprema da Coreia do Norte ? Alguns meio de comunicação expressaram uma certa esperança de alguma abertura por parte do regime, eu sinceramente não tenho muita esperança nesse sentido. Novamente um grande abraço.
Tudo é possivel. Desde uma abertura orientada pela China, até mesmo o menos provavel: iniciarem uma guerra contra a Coréia do Sul. abraço
Cláudio, que belo relato! Concordo com o comentarista que lhe sugeriu escrever um livro – talvez até já tenha escrito? – e me impressiono sempre com a resistência e o atraso para a queda do muro ideológico aqui na América do Sul. Incrível que ainda haja pessoas que associam “justiça social” a uma ideologia que não conseguiu chegar nem perto disso em lugar algum. Lamentável ver um texto primoroso ser acusado de “parcialidade” como se houvesse de fato algum espaço para se tomar partido nesse. Acho que, bem ao contrário, a sua preocupação genuína com as pessoas que você viu e conviveu são a tônica do relato. Parabéns e muito obrigado!
Muito obrigado a você, Walber!
A nossa situação é difícil. Gostaria que lesse o meu artigo: Os Liberais, as Ciências Humanas e a Matemática.
Muito bom.
Obrigado, Raizen
O seu relato me lembra bastante os textos de Júlio Verne. O brio com que se escreve é capaz de nos transportar para um universo paralelo e nos desligar por instantes, da realidade.
Gosto da clareza com que escreve, mas sobretudo gosto do seu lado Humano, que tende sempre a questionar e por em mesa assuntos que são quase tabus e que geram quase sempre discussões com pessoas alienadas. Somos todos iguais mas ao mesmo tempo somos todos diferentes. A diferença que nos molda, traçam a beleza da nossa cultura, mas pelos inúmeros textos que leio sobre quem visitou a Coreia do Norte, a única beleza que vejo no pobre povo oprimido, é a beleza do Bizarro.
Victor, muito obrigado pela sua intervenção.
Excelente texto. Parabéns!
Abraços
Muito obrigado, volte sempre
Ótimo relato, realmente um desenho completo do que é a Coréia do Norte. Mas imagino que os guias tenham sido punidos assim que ficaram sabendo da matéria. Fico triste, porque por mais que sejam fantoches dessa ditadura, são vítimas como toda população norte coreana.
Obrigado, André. Prefiro não pensar no que aconteceu com os guias. Em algum lugar do blog eu conto que por azar a embaixada norte-coreana tinha sido inaugurada em Brasília apenas seis meses antes de minha viagem. Eles devem ter lido o jornal, tanto por obrigação, quanto por falta do que fazer. A matéria foi muito plagiada. O último caso deu-se com a VEJA. A moça, uma editora, me ligou várias vezes elogiando o texto, pedindo conselhos, eu a encorajei, etc. e tal. Quando saiu a publicação (matéria de capa), simplesmente sumiu do mapa. abraço
Me desculpe, mas sou obrigado a concordar com algumas pessoas sobre o fato de o seu relato ser um puro clichê ou então você está tão imbuído dessa mentalidade e dessa lógica ocidental que não conseguiu enxergar nada além da paranoia. Se me permite, indico um blog de uma pessoa que também viajou pra lá e o relato dela vem de encontro ao seu em vários momentos, a começar pelo aeroporto – que o mesmo relata como sendo como qualquer outro. Seu exagero não é relatado em momento algum por este viajante experiente.
E antes que você me chame de comunista, não sou, obrigado, apenas tenho o bom senso de perceber quando um discurso é tão tendencioso que provavelmente estragou a sua viagem.
gabrielquerviajar ponto com ponto br / category / coreia-do-norte
Caro Murilo,
as pessoas enxergam o que DESEJAM enxergar. De certa forma, freudianamente falando, deve ser uma doença. Muita gente ( inclusive meu primo) viaja para Cuba e volta falando maravilhas. Quando estava me preparando para ir ao Hospício, fui abordado na rua por um entusiasmado comunista moçambicano que eu mal conhecia: “Fiquei sabendo que você vai para a Coréia do Norte ! Que ótimo! Tudo que falam de lá é mentira e agora você vai ver com os próprios olhos que lugar sensacional!” A minha reação imediata foi de raiva porque havia vazado o “segredo” da minha viagem, o que aumentava o risco de não conseguir voltar, de ser enfiado num gulag. (Você deve achar muita graça nesta manifestação de “paranóia”).
Murilo, a minha viagem não foi estragada pelo medo inconsequente. O que aconteceu é que de tanto mentir, de tanto me cuidar com as palavras, de tanta tensão, emagreci alguns quilos em poucos dias. Passar bem, meu caro
Cláudio, você parece o GRANDE LIDER do pedaço. Quem concorda com você, só elogios(adoras um culto a personalidade, também!). Quem critica minimamente é COMUNISTA. Coréias, EUA, China, Cuba, Europa, Africa, LIBERDADE, tudo parte da mesma lixeira……..você não saberia definir nada disso, pena. Você é a contradição em pessoa,….e é isso o que eu quero ver. Sua tentativa foi válida.
Ser ditatorial é a minha vocação. Não aceito críticas e nem sequer conselhos. Não consegui enganá-lo ? Pena, espero que fatos como este não se repitam. Antes que me esqueça, não gosto de Grande Lider do Pedaço. Prefiro que vc me trate de O Sempre Vitorioso Brilhante Comandante de Todos os Blogues.
ahehehheaheeha!
Vi esse post só agora, e não pude deixar de comentar a sua resposta, “O Sempre Vitorioso Brilhante Comandante de Todos os Blogues”.
Gente, é a Coréia do Norte. Nem mesmo o mais imparcial dos imparciais deixaria de ser parcial. É ditadura, pura e simples. E ditadura é uma coisa errada. Ponto.
Bruno, imagine se houvesse um Reagan após a queda da URSS. Duvido que regimes feito o cubano e o norte-coreano ainda existissem. Obrigado pelo comentário
Claudio seu texto foi simplesmente maravilhoso e chocante, como você mesmo disse as pessoas enxergam aquilo que querem ver, e isso vai do ponto de vista e da opinião de cada um, tenho certeza que em seu lugar eu teria essa mesma impressão, mesmo sem nunca ter viajado e confesso não ter muito conhecimento a respeito desse pais, senti como se você descrevesse aquilo que eu sabia, pois é isso que uma ditadura nos transmite. É lamentável que as pessoas vivam sem a liberdade nessa altura da historia da humanidade, bom nos resta torce para que esse regime um dia caia e aqueles cidadãos possam ter o seu direito de ir e vir e que possam pensar por si só, abraços.
Muito obrigado, Lidiane. A falta de liberdade está bem perto de nós, é só obsevar o obsceno aperto de mão entre Obama-Raul Castro. Os cubanos estão logo alí, vivem numa espécie de campo de concentração e ninguém se incomoda. O que mais me faz ficar indignado é que os “comandantes” não aguentam um tapa. Basta os Estados Unidos estacionarem um porta-aviões diante de Havana e o regime cai. Você deveria ler o meu artigo “Yoani-Obama. USA:Potência de Segunda Classe ?” procurando em “Alguns artigos mais lidos”, ou no dia 21 de novembro de 2009. abraço
O pior é saber que nós estamos tão atrasados quanto eles! Se o Brasil não fosse tão grande já teria eclodido um Golpe Vermelho(declarado)…
Estatismo e Educação(falta de), rumo ao HEXA!
Excelente texto, é de arrepiar. Lendo eu não deixei de lembrar de Nineteen Eighty-Four (1984). Parabéns pela coragem.
Obrigado, Lucas
Olá, primeiro gostaria de parabenizar-lo pelo brilhante relato do que é o mais puro e autoritário regime socialista na qual vive esse pais sem democracia que se torna uma incógnita, que não sabemos quando será desvendada o que a faz muito interessante em termo de história, fazendo de uma simples viagem turística uma volta no tempo, quando havia escassez de informação e liberdade de expressão. O que me deixa perplexo é o poder de um homem como esse sobre a mente das pessoas, como manipular e impulsionar os outros a acreditar no que seria sua verdade, isso pra min nada mais era do que um ego inflado no caso do Kim Il-sung, que foi passado para seu filho Kim Jong-il. A censura é a forma que o país encontrou para prender e reprimir todos os cidadãos norte coreanos em uma prisão sem muros que estão condenados a viverem passando necessidades, sofrimentos privações em prol do bem estar e do desejo de se mostrar superior e alto-suficiente diante das demais nações, do filho de um homem que se intitulava deus . Eu tinha muita vontade de conhecer a Coreia do norte e pelas suas palavras me senti vendo as privações, repressão e uma ditadura totalitarista stalinista na prática. Tirei uma conclusão, não teria de ver a história do passando atuando no presente e principalmente modificando a vida de várias pessoas negativamente sem poder fazer nada para ajudar.
Olá Cláudio, tudo bem?
Cláudio, quais são as chances de obter um visto permanente e morar na Coréia do Norte?
Sabe a minha vontade? Ir pra lá pregar o evangelho.. Ser uma embaixadora de Cristo, pra esse povo escravizado pelos ideais de um homem que está morto!!! E sim, sabendo de todo o risco.
Mas olha, seus relatos são impressionantes. Fiquei muito feliz em conhecer um pouquinho mais sobre este país.
GOD BLESS YOU!
Danielle Fonseca (Rondonópolis, MT – Brasil)
Cara Danielle,
Você tem que levar mais a sério suas sessões com o psiquiatra. Tem faltado muito. Assim fica dificil.
Parabéns Claudio!
Sempre quis saber como funcionam as coisas na Coréia do Norte e você foi bastante esclarecedor!
Como um amigo ai de cima disse, o relato foi tão bem escrito que parecia que eu estava lá.
Não vou me envover em debate político, mas não ligue para os comentários dos “comunas”. Você sabe o que você viu e sentiu! Parabéns mais uma vez
Obrigado, fico muito satisfeito por haver feito, na sua opinião, uma boa descrição do inferno norte-coreano.
Depois que li o seu relato, fui atrás de outros. Fica tão claro,mas tããão claro, que os norte-coreanos querem passar uma imagem positiva do país deles, que chega a ser nojento. Só quem é comunista cego ao extremo não percebe isso!
Não sei se viajaria pra lá, até pq eu achei o preço salgado, mas, acho uma experiencia de vida incrível! Parabéns mais uma vez!
Acho vc tão interessado no assunto que deveria ir, mesmo façando um esforço monetário. E a Coréia está no Sudeste Asiático, região cheia de países interessantes para serem vistos – por causa das guerras. Que tal as barbaridades no Cambodja, onde 1/3 da população foi assassinada ? Se vc tem idade para ter vivido a guerra do Vietnam, o passeio é interessantíssimo. Outro fenômeno único é a China, país dificil de entender. Tem uma férrea estrutura comunista, mas ao mesmo tempo… Escrevi sobre isto, e o principal é o seguinte: O chinês não sabe o que é um chinês. abraço
Perdi meu tempo lendo tanta ladainha de um direitista como você. E ainda é sarcastico com aqueles que vem dar opinião contrario a sua.
Mais um cão de guarda da nova ordem. Que merda
Fico chateado por vc. haver perdido tempo lendo as minhas pobres observações. Tentando me recuperar recomendo o livro ” As veias abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano. É a sua cara.
Ótimo resumo de viagem!
Muito obrigado, Edy. Volte sempre.
Menos 2 guias e o povo do consulado que vc foi provavelmente devem ter sido mandados para o campo de trabalho forçado… Aquele país não possui nenhuma riquesa para despertar o interesse de grandes nações? Nesse sentido acho que é igual o caso de cuba.
Att.
Cesar.
Riqueza é com z. Só depois de publicar que vi o erro. Aproveitando o encejo, informo que tem um filme documentario chamado “campo 14” onde mostra a pura (e cruel) realidade para 200.000 pessoas presos “politicas” na coreia do norte.
Ola! Parabens pelo texto. Foi o melhor relato que encontrei na internet sobre uma visao do turista na KN.
A comida era boa? Você percebia que a comida era diferente da dos demais?
Abracoes !
A comida era péssima, mas não sou bom para esse tipo de informação porque também achava a comida chinesa servida na China (a daqui é diferente) muito ruim. abraço e obrigado pelos parabéns.
Gostei de mais do teu texto, Cláudio.
Gosto da inteligência humana, sobretudo no seu máximo seja na repressão seja na liberdade.
Gostaria apenas de acrescentar que em vez de usar “ao invés” deves usar “em vez”. A primeira é usada apenas quando há relação de contrariedade.
Ao invés de me mandar embora, deixou-me entrar.
Sei que lerás, portanto agradeço duas vezes. Uma por me entender e a outra por compartilhar este texto magnífico.
Olá, Nicholas
Obrigado pelos elogios e também pelas correções no texto. Volte sempre. abraço
Parabéns pela coragem e pelo texto Claudio! Deve ter sido uma experiência incrível! Fico abismado com a quantidade de doentes mentais (Comunistas) que existe neste Brasil.
Estamos perto de se tornar uma Cuba e ainda tem brasileiro que defende e vota no PT! Se isso não fosse suficiente ainda tem petralhas alienados que visitam o blog para defender regimes como o da Coreia do Norte e Cuba.
Sinceramente, acho que em 2014 ou o comunismo será banido de vez do Brasil ou logo teremos que colocar flores aos pés das estátuas de Lula e Fidel.
Gostei da ironia. Acho que em 2014 não há chances do comunismo ser banido do Brasil porque é um fenômeno mundial. Acontecendo o mais provável, a derrota do Aécio, estaremos numa situação que só tende a piorar. Lula vem aí.
Obrigado pelo elogio, foi uma experiência necessária. Conforme-se com os comunas. Se eles não foram mandados para o lixo com a queda da URSS mostraram que vieram para ficar. abraço
Vejo que li o texto com relativo atraso (2014). Quero parabenizá-lo pela coragem, além da necessária paciência, de viajar para este lugar parado no tempo e ainda gastar uma considerável quantia.
Torçamos para que no futuro nossos netos não tenham que reverenciar o Líder Glorioso Barbudo ou a Luz Dentuça do Universo.
Obrigado, Marcelo.
Os nossos macunaímicos iluminados nos fazem mal pelo simples fato de existirem. Insuportável ver as imagens dos dois, mas ainda estão longe do que gostariam de fazer conosco, isto é, pisar fundo nos nossos pescoços.
caro amigo Claudio Mafra. você esta de parabéns por esses relatos sobrea Coréia do Norte nota 100!!!
Muito obrigado, Ricardo. Já faz tempo que não nos vemos. abraço
Cara, fiquei muito satisfeito com as informações que você compartilhou. Te parabenizo por dois motivos:
1º Pelo trabalho maravilhoso;
2º Pela paciência e jogo de cintura em lidar com a tosquice de alguns críticos nos comentários. Por Deus, você (desculpe o termo) é foda! hahahaha
saudações!
obrigado, Jota, que bom que gostou tanto. os comentários desfavoráveis em nível pessoal não me desagradam : gosto de proporcionar sessões de catarse. forte abraço
Hahahaha, ótimo! Abs
Irado o seu relato Cláudio , pude me imaginar pelas ruas cinzentas enquanto lia , e sobre a gata coreana hein ? com certeza ficara na memoria pra sempre , até na minha ficou hehehe , quais as chances de um xaveco numa gata coreana por lá , 0 ?