O coronel Ustra e Claudio Fonteles – Algumas considerações sobre a AP (Ação Popular)

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Estes são membros da Comissão da Verdade, na visão de Claudio Fonteles As Vestais também fazem parte da comissão.A última do lado esquerdo, com as mãos cruzadas é o próprio Fonteles disfarçado
 
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Esta é a verdadeira Comissão da Verdade-em seu segmento feminino.Fonteles pode ser visto disfarçado, logo a frente, com os cabelos loiros.

 

Na macunaímica Comissão da Verdade o coronel Ustra perdeu uma boa oportunidade para fazer ótimas perguntas ao Claudio Fonteles. Poderia ser assim : ” O senhor me permitiria umas duas ou três curtas perguntas sobre o comportamento dos estudantes  ANTES da intervenção militar ?  Fonteles talvez não concordasse, dizendo que o depoente era o coronel, e não ele.  Não quero dar lições ao advogado que assistia Ustra, mas tudo depende do momento, e da maneira, como se insiste no pedido. Diante da recusa Ustra diria: ” O senhor não está sendo razoável, não quero inquiri-lo, busco apenas me defender. Acredito que o senhor possa me atender sem prejuízo dos trabalhos da Comissão.

 

Fonteles não é a pessoa mais durona que conheço, e uma pequena investida, serena, educada, poderia levá-lo a concordar, amedrontado com o perigo de passar uma imagem de intolerante, de despótico, e assim prejudicar a Comissão. Lembrem-se de que toda a imprensa estava presente, e mesmo os repórteres carregados de ódio por Ustra, registrariam o diálogo. A recusa da vestal  não seria favorável aos devotados restauradores da memória nacional. Mas, concordando, ou não, em ceder a palavra para o coronel, o fato é que nessas situações quem falar mais alto, quem insistir, sem se incomodar com os pedidos de silêncio, sempre consegue se fazer ouvir. Repito: No mínimo os repórteres registrariam as três perguntas – que deveriam ser formuladas de uma só vez. Elas falam por si mesmas. São essenciais.

 

1) O senhor admira Fidel Castro, ou admirou na sua mocidade ?

2) Que tipo de regime o senhor desejava para o Brasil. O socialismo ?

3) O senhor era militante da AP, Ação Popular ? A Ação Popular era aliada do Partido Comunista ?  A AP participou das guerrilhas ?

 

Sabemos que admirar Fidel é privilégio até da semi-analfabeta que nos governa;  haver desejado, ou desejar, o socialismo não incrimina ninguém ; ser militante da AP, e partir para as guerrilhas, acontecia naqueles tempos – a presidente foi guerrilheira, ou dizem que foi. O QUE SE PRETENDE É QUE FORMULANDO AS PERGUNTAS O CORONEL ESTARIA DEFENDENDO A NECESSIDADE DO GOLPE MILITAR E A POSTERIOR REPRESSÃO, SEM QUE FOSSE PRECISO EM NENHUM MOMENTO SE REFERIR AOS DOIS FATOS.  Desta maneira ele seria preciso e elegante ao mesmo tempo. Dali para a frente, Ustra, dependendo de seu interesse, diria: “Já respondi através das declarações do Sr. Claudio Fonteles” , ou, se Fonteles se houvesse negado a responder: ” Já respondi através de minhas perguntas ao sr. Claudio Fonteles.” 

Observem que se não fosse pela Lei da Anistia, ceteris paribus, claudio fonteles, dilma, zé genoino, zé dirceu, seriam outlaws. As perguntas do coronel colocam os acusadores no papel de acusados, OU, por outro prisma, cumprindo-se a lei o coronel não poderia estar sendo investigado.

 

Aqueles que no tempo de Figueiredo queriam apenas usufruir de todos os benefícios da lei, isto é, desejavam retornar sem problemas à sociedade, concordando que as mortes e torturas praticadas pelos militares deveriam ser esquecidas, resolveram virar a mesa. Neste momento estão se aproveitando da fraqueza (auto-imposta) dos seus inimigos. Jamais os antigos generais concordariam em anistiá-los se pudessem imaginar o que lhes estaria reservado: humilhação e o perigo de modificação arbitrária da lei.

Os guerrilheiros não desmentem a maneira como trataram os seus próprios companheiros: julgamento sumário e fuzilamento. Imagino as súplicas dos pobres-diabos. Por outro lado, as torturas e mortes pelas quais os militares foram responsáveis, estavam muito bem justificadas (para os que assim procederam) quando estes tinham em mente a Intentona de 1937 e o comportamento comunista ao redor do mundo. Imaginavam, com toda a razão, que o mesmo lhes estaria reservado se os guerrilheiros fossem vitoriosos. 

Não concordo com as torturas praticadas pela repressão. Acredito que a superioridade moral deva se sobrepor ao comportamento do adversário.                                                                                                                                                                                                                                 Infelizmente a situação mudou porque agora estamos falando em centenas de milhares de vítimas civís, ou seja, do emprego de bombas atômicas  ou bacteriológicas por terroristas. Sou inteiramente a favor da tortura no caso do terrorismo islâmico que estamos vivenciando, assim como Bush, Obama, e milhões de pessoas que antes jamais admitiriam que se encostasse um dedo no prisioneiro. Assunto para outros artigos, mas o leitor pode clicar em cima de:   Você torturaria um terrorista ?   

 

 

Não me interessa saber se Fonteles foi militante da AP, mas é o que consta a seu respeito na Wikipedia. Essa organização, por motívos táticos-estratégicos, quase sempre foi aliada do Partido Comunista. Eu posso dizer com autoridade porque fui coordenador regional do grupo em Brasília, um pouco antes de Fonteles se tornar universitário.  Descobrir, depois dos 40 anos de idade, que o socialismo é a antítese da liberdade, não redime, por si só, os nossos atos. É necessário que se renegue o passado. Nada de argumentos de “generosidade da juventude” e outras baboseiras. O que nós queríamos para o Brasil era uma ditadura de esquerda, socialismo, ou seja, estávamos do lado da crueldade.  É o que precisamos encarar de frente. TODOS os regimes verdadeiramente socialistas tornaram-se famosos pelas barbaridades que cometeram.

 

 

Também não sei e nem quero saber se Fonteles deixou o socialismo de lado, ou não gosta mais de Fidel. Provavelmente a resposta é dúbia para ambas as questões. Em sua cabeça confusa ele ainda deve ver grandes qualidades no carismático ditador. Na primeira vez que eu estive em Cuba, discuti com uma mulher numa pequena cidade. Desconfio que era uma líder do Partido. Para colocá-la na defensiva, para irritá-la, eu perguntei o que achava de Stalin:  ” Foi um grande homem, mas como todos nós cometeu erros. Ele errou 30% e acertou 70%.   Na hora achei natural, mas depois descobri que os percentuais eram UMA PALAVRA DE ORDEM DO PARTIDO porque outro militante cubano respondeu a mesma coisa, e na China,  com respeito a Mao, também recebi os notórios   30% e  70%.   Façam a mesma pergunta ao ministro Aldo Rebelo, ou até para o deputado Roberto Freire. A resposta seria uma curiosidade. Aliás, não entendo porque nenhum repórter pergunta na cara do ministro: ” O senhor é comunista ? ” Se ele é  integrante do Partido Comunista do Brasil qual deveria ser a sua resposta ?  Não assisto muito a televisão brasileira, portanto se já o encostaram na parede me desculpem.  Nos jornais nunca vi nada nem parecido. 

 

A meu ver Fonteles continua sendo culpado, já que não se arrepende de nada e, pelo contrário, faria tudo de novo. Se o PT não houvesse abandonado seus ideais “revolucionários”, trocando-os pela roubalheira mais descarada em nossa história, o nosso Vishinsky de galinheiro continuaria desejando, feito no passado, tomar o poder pelas armas ou através de leis votadas por um Congresso pressionado por sindicatos, estudantes, militares, e grupos fora da lei.  Repito: Fonteles, como quase todos nós, desejava colocar o Brasil num curral e promover “reformas estruturais”

nota do blog:  Leitores interessados podem clicar em cima do título dos artigos: O vaidoso dono da Justiça, Claudio Fonteles, quer pegar os velhos militares…     ;        Quem será o heroi que vai dizer que o golpe de 1964 foi necessário? (ou, como serão os militares hoje ?)

 

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Bem, nós da AP, éramos aliados dos comunistas e outras organizações menores.  Com a exceção de Brasília, tínhamos a maioria dos estudantes em todos os estados do Brasil, e por essa razão, e de comum acordo com o Partido, o cargo de presidente da UNE era nosso. Os últimos presidentes da entidade, antes do golpe,  foram, em sequência: Aldo Arantes (depois tornou-se deputado federal) Vinicius Caldeira Brant e o  Serra. O Partidão ficava com o primeiro cargo abaixo da Presidência,  a Vice-Presidência para Assuntos Nacionais (o último foi Marcelo Cerqueira, também eleito deputado federal pelo PMDB). O antigo presidente do Supremo Tribunal Federal , José Paulo Sepúlveda Pertence, foi vice-presidente para Assuntos Nacionais na gestão de João Conrado. A distribuição dos outros cargos já não me lembro mais. Bem, vamos em frente – depois de haver dedado todo mundo.

 

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Nós, da AP, nos considerávamos muito espertos, e como a UNE era pra lá de importante, não tínhamos medo do Partido, deixando de lado o fato histórico que os comunas, muitíssimo mais bem organizados, sempre engoliram seus aliados em todos os países onde as revoluções foram bem sucedidas. Sabíamos disso, mas não achávamos que fosse acontecer conosco. Havia um bocado de inocência quando não discutíamos o fato de que os estudantes podem ser importantes, mas em qualquer revolução o que importa mesmo são os trabalhadores, os operários, sendo que estes o Partidão controlava. Um grande exemplo foi o movimento de 1968 na França. Tudo corria muito bem e a estudantada fazia e acontecia. Os jovens pareciam estar no comando. Com medo de perder o controle da situação o Partido Comunista Francês ordenou que os operários voltassem ao trabalho. Foi o fim do movimento. 

Também concordávamos em que os comunas de certa forma nos consideravam idiotas úteis, mas nada parecido com a brutal inocência que hoje vemos em artistas, escritores, intelectuais. Não se pode esquecer que alguns de nós foram para a guerrilha.

Na maioria das vezes nós os acusávamos de estarem em posições excessivamente cautelosas. Esquecíamos que eram muito mais experientes, gatos escaldados com a intentona de 1937 e outros momentos da vida nacional. Sabíamos que cumpriam as diretrizes vindas do exterior, da URSS, o que detestávamos, sendo uma das maiores razões para que muitos de nós tivéssemos nos dirigido para a AP. Também nos desagradava o ateísmo primário e debochado que praticavam. Em nossos quadros tínhamos um núcleo cristão, vindo da JUC  – Juventude Universitária Católica. Também não gostávamos, achávamos ridículo, alguns rituais comunas do tipo “auto-crítica”. Mesmo assim éramos muito amigos, embora eu não tivesse a menor ilusão de que nas reuniões do Comitê Central a análise que faziam de mim era fria, calculista, isenta das fraternas conversas do dia a dia.

 

 

Fora da Igreja da Teologia da Libertação (padres de passeata e freiras de mini-saia) , provavelmente Fonteles não deve ter nenhum porto seguro. Quer a justiça social mas não faz a mínima idéia de que maneira encontrá-la.  Detesta o capitalismo mas sabe que sem ele é o retrocesso. Talvez imagine, sei lá, uma espécie de kibutz dentro de um welfare state. Gosta do PT porque além das vantagens  materiais não vai querer aos 66 anos de idade se desestruturar, desmoronar psíquicamente, sentir-se perdido. Portanto continua em sua jornada até a morte numa tragédia de quinta categoria, porque essa não é individual, e sim compartilhada com centenas de milhões de pessoas, que não conseguiram deixar os valores da juventude e seguem na mediocridade abissal do caminho esquerdista.

 

EM TEMPOO BLOG QUER APOSTAR QUE O PRÓXIMO MINISTRO DO SUPREMO,  O TAL DO BARROSO, VAI FAZER TUDO O QUE O PT QUISER.  DAMOS A VANTAGEM DE  20/1  .  APOSTA MÍNIMA DE 100 MIL REAIS.

É provável, segundo me disseram, que  venha a ser um dos homens mais ricos do Bananão quando se aposentar, daqui há 15 anos., Centenas de milhões de dólares depositados no exterior. Vai cobrar fortunas por seus pareceres e votos. Será verdade ? Duvido.

 

 

24 maio, 2013 às 10:17

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Categoria: Artigos

Comentários (10)

 

  1. Marco disse:

    Ótimo post amigo! Estava sentindo a sua falta! Abraços!

  2. Paulo Emilio disse:

    Parabéns pelas postagens! Descobri o “Reflexões Radicais” somente agora, e já é um dos meus favoritos.

  3. Etta Oneill disse:

    Uma das lembranças mais antigas que tenho sobre mim mesmo está no fato de ter nascido na prisão e de ser filho de comunistas. Minha avó, Cordolina Fonteles de Lima, contava que os agentes da repressão atrasaram minha entrega para a família, por horas, porque simplesmente não haviam encontrado algemas que dessem em meus pulsos de recém-nascido, eles deviam me achar bastante perigoso!

    • claudiomafra disse:

      Ora, meu caro, vá contar mentira assim na praia. Essa foi fenomenal. Algemas nos pulsos de um recém nascido! Sem a menor sombra de dúvida você é mesmo perigosíssimo. É brincadeira ? Fiquei na dúvida.
      Já que enviou esse comentário estou com vontade de colocá-lo no próximo artigo. abraço, e estou esperando novas revelações sensacionais.

  4. Paulo Emilio disse:

    Algemas nos pulsos de um recém-nascido? Não havia também uma mordaça? Semelhante à que foi colocada no Dr. Hannibal Lecter, no filme “Silêncio dos Inocentes”? Sim à liberdade de expressão, mas esse comentário é simplesmente hilário!!!

  5. dilene maria zolandek disse:

    parabéns pelo seu trabalho, abraço Dilene

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