O ególatra Obama desiste da guerra e se desmoraliza; Vídeo com entrevista de Assad em momento crítico da crise; Merval Pereira abraça Dilma ; Serra, Petrobrás, O Brasil é inimigo dos Estados Unidos ; Artigo de Krauthammer sobre a Síria (Washington Post); Os estrategistas não querem a guerra na Síria ( General Robert Scales)
AS ULTIMAS NOTÍCIAS DIZEM QUE OBAMA DESISTIU DA GUERRA. ACEITOU O COMPROMISSO DA SÍRIA DESTRUIR SUAS ARMAS QUÍMICAS, UMA PROPOSTA RUSSA . SUA DESMORALIZAÇÃO FOI COMPLETA, MAS VOCÊS CORREM O RISCO DE SÓ OUVIREM ELOGIOS Á SUA ATITUDE, JÁ QUE NÃO TEMOS MAIS A FOX NEWS, EMISSORA CONSERVADORA, DE OPOSIÇÃO A OBAMA, RETIRADA DO AR NO BRASIL. “Nos EUA, a Fox News é o canal de notícias mais visto (cerca de 2 milhões contra apenas 400 mil da CNN) e também é campeã de faturamento na TV paga. Há mais de 5 anos a CNN segue o caminho contrário: tem perdido cada vez mais audiência e prestígio, sendo chamada por alguns analistas como “um canal decadente”.
Vejam um trecho da festejada entrevista de Charlie Rose com Bashar al Assad, considerada espetacular por ter sido em momento crítico.
President Bashar Assad warned Sunday that if President Obama decides to launch military strikes on Syria, the U.S. and its allies should “expect every action” in retaliation.
In a clear reference to his allies in Iran and the Islamic militant group Hezbollah, Assad warned that his government is “not the only player in this region.”
“You have different parties, you have different factions, you have different ideology. You have everything in this region now,” said Assad, who has been accused by the White House of killing 1,400 of his own people in an Aug. 21 chemical weapons attack on the Damascus suburbs.
Asked by Rose whether any retaliation for U.S. strikes could include the use of chemical weapons, Assad — whose government has never confirmed officially that it even has chemical weapons — said it would depend “if the rebels or the terrorists in this region or any other group have it. It could happen, I don’t know. I am not fortune teller.”
Rose said Sunday on “Face The Nation” that the Syrian dictator was “remarkably calm” during the interview as he addressed the claims that he had gassed his own people.
Rose’s full interview with Assad will air Monday night on PBS’s “Charlie Rose“. More excerpts were released Monday on “CBS This Morning.”
Assad’s government has blamed the Aug. 21 attack in Damascus’ eastern Ghouta suburbs on opposition forces which have been battling to topple him from power for more than two years.
- Assad: I’m no “butcher,” I’m like a doctor who saves lives
- Assad says any U.S. strike on Syria “is going to support al Qaeda”
- Assad: U.S. does not have “a single shred of evidence” of chemical weapons attack
A nossa paciência é testada todos os dias pelos formadores de opinião:
Merval Pereira em seu artigo “A hora da verdade”, hoje, dia 9 de setembro, analisa a possibilidade do processo do Mensalão dar em pizza:
“A opinião pública terá confirmada a suspeita de que a Justiça brasileira não funciona para aqueles criminosos do colarinho branco que têm bons advogados e conexões políticas ?”
NÃO, Merval, a opinião pública não suspeita “que a Justiça brasileira não funciona para aqueles criminosos do colarinho branco”, ELA TEM CERTEZA!!! Em que país vive esse cara ?
Por que a corrupção avassaladora não atingiria os ministros do Supremo? O país esta podre de alto a baixo. Por que eles não venderiam seus votos ?
E, para os patriotas fanáticos, existe o consolo de que nos Estados Unidos o povo também não acredita que os colarinhos brancos sejam punidos da mesma forma que as pessoas comuns. Claro que lá não se pensa na compra do voto de um ministro, mas nas condições econômicas que levam à possibilidade de contratação de grandes advogados, aliás, uma das duas hipóteses admitidas pelo colunista para explicar a possivel infâmia do Supremo. A outra é a dos mensaleiros (porque ele está se referindo a eles) contarem com “conexões políticas”, cujo significado Merval não explicou. Compromisso na hora da nomeação para o cargo ? Ficamos sem saber. É muito chato esse negócio de articulistas consagrados até hoje não perceberem a extensão da corrupção brasileira. É provavel que Merval não acredite que Lula roubou. Até prova em contrário o cara é inocente. Muito bem. Só que no Brasil já passamos muitíssimo desse ponto. É impossivel Lula não haver roubado. É só perguntar a qualquer um na rua. O sujeito vai votar nele mas acha que roubou e não tem importância. É impossivel os presidentes e diretores financeiros das fundações não estarem roubando, neste momento em que escrevo.
Merval considera Dilma uma verdadeira dama.
Alguns trechos de artigo de Merval a respeito da espionagem americana e o governo brasileiro,
“O governo brasileiro está tratando do assunto com muita propriedade desde o início, reagiu duramente, mas evitou bravatas no transcurso da crise.” Evitou bravatas ? Nossa, foi uma onda de promessas de fazer e acontecer que não tinha mais fim. O comportamento governamental encorajou os repórteres e âncoras da Globo a alucinarem em seu anti-americanismo.
A descoberta de que a própria presidente teve sua correspondência com assessores e amigos monitoradas, mesmo que não tenham sido lidos e-mails nem ouvidas conversas telefônicas, deixou a situação mais desafiadora, e o governo brasileiro voltou a agir com firmeza, mas sem bravatas . Claro, é um governo sereno, austero, composto por damas e cavalheiros do mais alto gabarito e estirpe.
Exigiu explicações “por escrito”, sinalizando que não aceitaria mais conversas diplomáticas, e a própria presidente Dilma transmitiu ao presidente Barack Obama sua “indignação” e a do país com essa invasão de sua privacidade. Nossa. Se não houve bravata, talvez seja a maneira como Merval está escrevendo. Quem sabe é inconsciente o gênero ” eu sou durão” que ele está empregando no texto? E o que Merval consideraria bravata ? Uma declaração dizendo que não vão mais comprar os aviões americanos ? Talvez um tanto perigoso fazer isso porque os gringos devem ter as gravações das negociações envolvendo o suborno para a compra da porcaria francesa, o caça Rafalle. Em tempos de vazamento de informações tudo é possivel.
Merval parece desconhecer que a “privacidade” dessa dona é um chiqueiro de Erenices, Zés Dirceus, e todos os ladrões e cafajestes que somos obrigados a suportar, o que nos diminui, baixa nossa auto-estima, faz mal para a saúde. Mas o Merval vive disto e não se importa. Para ele tanto faz que a presidente seja a lavadeira, ou Margaret Tatcher. Aliás, deve preferir a lavadeira. E a dona deve ter ficado furiosa com o perigo da exposição do material sujo que ficou em mãos estranhas.
Ao mesmo tempo em que aguarda as explicações pessoais de Obama, que se comprometeu a encontrar “a fonte da tensão” entre os dois países, a presidente Dilma vai propor, na ONU, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 24 de setembro, em Nova Iorque, “uma nova governança contra invasão de privacidade”. Essa proposta é o máximo do ridículo. Eu me enganei quando pensei que as passeatas de junho haviam acabado com o triunfalismo petista. Imaginei que as imagens que correram o mundo mostrando o protesto popular, imagens reforçadas pela ajuda dos vândalos, teriam feito baixar a crista do governo e seus sonhos de grandeza junto à comunidade internacional. Mas, fico satisfeito de haver feito uma ressalva dizendo que seria necessário “os protestos se repetirem”.
É feio que um articulista famoso, experiente, elogie uma proposta que ele sabe muito bem tratar-se de demagogia barata. A grande maioria dos seus leitores desconhece o fato de que uma coisa é o plenário da ONU, onde tudo que for contra os Estados Unidos será automaticamente aprovado, e outra coisa é o Conselho Permanente de Segurança, que através de apenas um voto contrário joga no lixo o que o que plenário aprovou. Portanto, a proposta da lavadeira, que prejudica em particular os países que estão no Conselho: Estados Unidos, China, Rússia, Inglaterra e França, não tem a menor chance de algum dia ser colocada em prática. Merval sabe disto.
A crer-se na maneira quase afetuosa com que Obama despediu-se de Dilma, com beijinhos na face, tudo indica que a maneira firme, mas delicada, com que tratou do assunto dará mais certo. Nossa, é demais. Obama estava com a cabeça pegando fogo por conta do problema da Síria, e deve ter sido um esforço tremendo conseguir prestar o mínimo de atenção no que a porcina gaguejava. Só pensava em ir embora e conversar com Putin, Merkel, e quem realmente conta. É claro que ele nem sabe o nome da dona. A cada encontro precisa de um assessor para dizer quem ela é, e está claro que não faz o mínimo esforço para reter a informação. Só se fosse doido. E, para terminar, o que vier da Dilma nunca será “delicado”, como Merval escreveu. Ela é grossa por natureza. Aliás, “delicada e Dilma” são duas palavras que não combinam de forma alguma.
Nesta questão da espionagem que provoca indignação nos patriotas, é preciso considerar que o governo brasileiro é INIMIGO dos Estados Unidos . Em comparação com o PT o Arnaldo Jabor ama os americanos. Somos amigos da Venezuela, Cuba, Nicarágua, Equador, Argentina e outros países bandidos pelo mundo afora. Nosso governo é comunista, ou semi-comunista, ou néo-comunista, ou anti-capitalista, bolivarianista, qualquer porcaria desse tipo. E vai essa dona, a semi-analfabeta, ficar p. da vida porque estão nos espionando. Claro, se o PT, que está no poder, cultiva a fantasia da destruição dos Estados Unidos, nada mais natural que os malditos ianques queiram saber um pouquinho a respeito do que conversam seus inimigos. Mas, é só um pouquinho, afinal nossa importância é muito menor do que os alucinados petistas imaginam.
Serra é mesmo um pé no saco. Sua última brilhante declaração:
“Não é aceitável a surrada invocação do combate ao terrorismo a fim de abonar as arbitrariedades dos órgãos de segurança americanos (…) Pistas sobre o terrorismo mundial em SMS ou e-mails da Dilma ? Ridículo”
Ridículo é ele, tentando pegar carona na popularidade do Lula em 2010, e agora se solidarizando com a Dilma. Dizem que os tucanos ficaram revoltados com esta mensagem no Facebook. Lembram-se como era simpática a palavra, a expressão, “tucanos”, um verdadeiro achado para a turma do PSDB? Agora ela é desagradavel, está associada à derrota, vaidade, desencanto, incompetência, e, principalmente: esquerdismo. Custamos a perceber que essa turma de políticos tucanos nada tinha a ver com os economistas do governo FH, que de alguma forma fizeram um bem ao país. Tucanato… todos contra a privatização do Petrobrás.
Manchete no Globo:
“Espionagem dos EUA contra a Petrobras coloca em risco exploração do pré-sal’
Para começar, quem fez a manchete colocou “contra a Petrobrás”. Já induz o incauto leitor a pensar nos gatunos ianques indo CONTRA a nossa pérola, o nosso orgulho nacional. Normalmente seria “na Petrobrás” . Se esse antro de ladrões, fosse colocado à venda pela metade do que vale já seria ótimo. Mas, seguem os zumbis brazucas sendo enganados até o fim de suas vidas. E os idiotas da Globo-News estão seguros de que os Estados Unidos vão tentar roubar o nosso idolatrado Pré-Sal. Afinal, eles roubam tudo no mundo, principalmente petróleo, são loucos por óleo, todas as guerras que eles inventam tem como objetivo unicamente as riquezas naturais dos países que invadem. Iraque, Afeganistão, Síria, não têm nada a ver com terrorismo, é PETRÓLEO! Graças a Deus até agora não conseguiram passar a mão na nossa querida Amazônia, mas temos que ficar muito atentos. Ufa, é tanta burrice que até dá vontade de fugir para a Islândia.
E o Estadão faz uma pequena matéria a respeito da hipótese do presidente do fundo de pensão do Banco do Brasil (Previ), estar roubando. O que ? Uma Fundação roubando ??? Não acredito! Isso não existe, é calúnia! Há 40 anos que TODAS ELAS, principalmente a Petrus ( da Petrobrás) são absolutamente honestas!
A cidade cristã de Maloula, na Síria, a 50 km a nordeste de Damasco, foi tomada pela Al Qaeda. É um dos últimos lugares do mundo onde se fala o aramaico, a língua de Jesus Cristo. Em Aleppo também tremula a bandeira negra do terror em alguns prédios governamentais. Existe maior exemplo para mostrar a complexidade, o risco, de um ataque militar americano naquele país ? Enfraquecer Assad pode fazer da Síria um reduto abertamente terrorista. Mas o ataque tornou-se um problema pessoal de Obama, quando ele traçou a “linha vermelha”. O que é péssimo pode se tornar ainda pior. A opção racional seria tentar controlar Assad à distância, voltar ao status de antes da rebelião. Depois de tudo que aconteceu o ditador certamente está muito mais fraco, e por consequência mais dócil ao Ocidente. E se os sírios querem se engalfinhar que o façam, problema deles. Não basta o que aconteceu no Egito ? A Irmandade Muçulmana tomou o poder e partiu para uma república terrorista. Foi o acontecimento mais previsivel do século, mas mesmo assim o Ocidente ajudou a derrubar Mubarak, um ótimo aliado por 30 anos. Era um ditador ? Sim, e daí ? Para nossa sorte o exército egípcio corrigiu a situação e tomou o poder de volta.
Seria muita burrice de Assad usar o gás sarin. Duvido que o tenha feito. Ele não é louco feito Saddam Hussein, ou Gadafi. Primeiro pensei que fossem os próprios rebeldes, mas agora chega uma outra notícia o : gás foi lançado contra as suas ordens, segundo o jornal alemão,Bild am Sonn-tag. Uma coisa é certa: Obama se ferrou completamente nesse episódio.
( Charles Krauthammer, Washington Post)
Senador Bob Corker: “O que é que vocês estão procurando?
General Martin Dempsey, presidente do Estado Maior Conjunto: “Não posso responder sobre o que estamos procurando.”
(Audiência do Senado sobre o uso da força na Síria, em 03 de setembro)
Nós temos um problema. O presidente propõe atacar a Síria e o militar mais graduado dos Estados Unidos não pode lhes dizer sobre seu objetivo. Será que o comandante em chefe sabe do seu próprio objetivo? Ora, sim. “Um tiro de advertência”, explicou Barack Obama.
Agora, um tiro de advertência é um aviso. Seu propósito é dizer: Parem e desistam, ou o próximo tiro vai acabar com vocês. Mas Obama já disse ao mundo – e a Bashar al-Assad em particular – que não haverá um outo tiro. Ele tem insistido repetidamente que a operação terá um fim e será altamente limitada. Dar o tiro, matar alguns peixes e voltar para casa.
Então, qual é o objetivo? O Comandante do Estado Maior, general Dempsey, não tem idéia, mas o Secretario de Estado John Kerry diz que o ataque aprovará e proclamará uma norma e com isso vai impedir o uso futuro de armas químicas. Com uns poucos mísseis Tomahawk? Atingindo lugares que, graças ao vazamento da lista de alvos pela administração, já foram limpos e não mostram mais itens militares importantes? Isso é risível. Na melhor das hipóteses será uma alfinetada da qual Assad sairá ileso, aumentando sua estatura e justificando sua conduta.
A dissuasão depende inteiramente de percepção, e a percepção no Oriente Médio é universal: Obama não quer nada com a Síria.
Assad tem que partir, diz Obama, e então não levanta um dedo por dois anos. Obama traça uma “linha vermelha”, e então a ignora. Finalmente, envergonhado por um ataque pesado de gás venenoso, ele enviou Kerry para fazer a defesa apaixonada de uma retaliação urgente, e no dia seguinte estragou tudo declarando um intervalo indefinido de tempo para buscar apoio do Congresso.
O atordoante ziguezague após meses de hesitação, ambivalência, contradição e atrasos estudados, deixou nossos aliados na região chocados e nossos inimigos felizes. Defendi vigorosamente que devíamos ir ao Congresso. Mas foi algo inconcebível que, em vez de requerer uma sessão de emergência do Congresso, Obama simplesmente deixou tudo suspenso até o Congresso terminar seus churrascos do Dia do Trabalho, e correu para Estocolmo e São Petersburgo. E quanto à urgência de fazer valer um tabu internacional falando pelas crianças mortas de Damasco ?
É desta maneira que a intimidação funciona no Oriente Médio. A Síria, há muito tempo comprometida com a destruição de Israel, não entra num conflito militar com Israel há 30 anos. Por quê? Porque sabe que Israel é um adversário sério com políticas sérias
.Somente este ano Israel realizou quatro ataques aéreos contra a Síria.
Não houve nenhuma reação síria. Como Israel consegue se sair tão bem ? Israel tinha anunciado que não toleraria que Assad adquirisse ou transferisse para o Hezbollah armamento avançado. Não foram feitos discursos grandiloquentes pelo ministro do exterior de Israel. Não foram vazadas listas com os alvos do ataque. Na verdade, os israelenses nem mesmo reconheceram os ataques mesmo depois de serem realizados. Ao contrário do presidente americano, eles não têm nenhum interesse em se vangloriar de serem durões. Eles se importam somente com o resultado. Eles só se importam com uma única audiência – a parte a ser intimidada, ou seja, Assad e seus aliados.
Assad sabe muito bem o que Israel fez.. Ele não precisou ver o primeiro ministro de Israel orgulhando-se disso na televisão mundial.
E ainda assim, aqui está Obama, que ainda não fez nada a não ser hesitar, ameaçar, retrair e perambular pelo cenário do conflito sírio, ter a coragem de reindivicar na Suécia, quarta-feira, ser a consciência do mundo, defendendo não sua própria linha vermelha, mas a do universo. E incidentalmente, uma linha vermelha do Congresso – uma tentativa visivel de livrar-se de responsabilidade do que pode vir a acontecer.
Para a sua base pacifista, Obama insiste em quão limitado e militarmente marginal o ataque será. Para os defensores da incursão militar como os senadores John McCain e Lindsey Graham, que estão preparados para apoiar uma política que realmente modificaria o curso da guerra civil, ele vagamente promete o oposto – desintegrar o exército de Assad enquanto melhora o da resistência.
O problema é que Obama prometeu armamento americano três meses atrás e nenhum rifle chegou. Desta vez, o que parece estar em desenvolvimento é uma mera alfinetada designada a ser, conforme disse um oficial americano para o Los Angeles Times, “apenas robusta o suficiente para não ser motivo de piada”.
É por isso que Dempsey está tão carrancudo. É por isso que os aliados dos Estados Unidos estão tão espantados. Não há estratégia, não há propósito aqui a não ser ajudar Obama a escapar de uma humilhação auto-infligida.
Isso é de uma falta de seriedade profunda. A menos que Obama possa mostrar ao país que o seu ataque aéreo- para não ser ridicularizado – seja, de fato, parte de uma séria estratégia para alterar a trajetória da guerra síria, o Congresso deveria votar não.
Os estrategistas não querem a guerra
Os líderes civis dos EUA deveriam prestar atenção nos sinais de indignação dos que entendem de combates
As gravações dizem tudo. Basta olhar as imagens do soldado da mais alta patente do país, o general Martin Dempsey, e sua linguagem corporal durante as audiências da Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre a Síria, na terça-feira. É evidentemente óbvio que Dempsey, comandante do Estado-Maior Conjunto, não quer a guerra.
Enquanto a voz vibrante e o movimento dos braços do secretário de Estado, John Kerry, exprimiam sua indignação contra as atrocidades de Bashar Assad, Dempsey permaneceu em grande parte num respeitoso silêncio.
As palavras que Dempsey não pronunciou refletem a opinião da maioria dos oficiais de alta patente do Exército. De modo algum pretendo falar em nome de todos os homens e mulheres em uniforme. Mas posso justificadamente compartilhar dos sentimentos dos que estão no Pentágono elaborando planos e desenvolvendo estratégias para combater em nossas guerras. Depois de conversar pessoalmente com dezenas de soldados da ativa e da reserva nos últimos dias, sinto-me à vontade para achar que esse meu depoimento representa a opinião majoritária dos profissionais militares que foram as testemunhas mais próximas da série de eventos que deve conduzir os EUA à próxima guerra.
Eles se sentem embaraçados por serem associados ao amadorismo das tentativas do governo Obama de elaborar um plano que tenha algum sentido em termos estratégicos. Nenhum dos integrantes da equipe da Casa Branca tem experiência da guerra ou a entendem. Até o momento, pelo menos, o caminho escolhido infringe todos os princípios da guerra, incluindo o fator-surpresa, a possibilidade de alcançar massa crítica e ter um objetivo claramente definido e factível.
Causa repúdio a eles a hipocrisia da mídia, que alerta contra o retorno do hitlerismo, enquanto em particular admite que o motivo para pôr em risco vidas americanas é nossa “responsabilidade para com a proteção” de inocentes. Uma eventual ação americana na Síria não tem a ver com ameaças à segurança americana. Os líderes civis dos militares americanos estão indignados porque, o que deve vir a ocorrer é um ato de guerra – e a disposição a arriscar vidas americanas para compensar um lapso de verborragia a respeito de “linhas vermelhas”.
Esses fatos seriam de punição e pela restauração da reputação de um presidente. Nossos profissionais da ativa destacam que matar mais sírios não dissuadirá os iranianos de nos enfrentar. Os iranianos já receberam a mensagem.
O nosso povo lamenta nossa iniciativa solitária. Nossos veteranos se orgulham do compromisso assumido no passado de combater ao lado dos aliados e em coalizões que compartilharam dos nossos objetivos estratégicos. Entretanto, essa guerra será exclusivamente nossa.
Eles estão cansados de aspirantes a soldados que continuam fascinados pela guerra tecnológica sem sangue. “Olhe”, um deles me disse, “se o senhor quiser acabar com isso de maneira decisiva, mande as tropas para lá e deixe que elas derrotem o Exército sírio. Se a nação não acha que a Síria vale um compromisso sério, então deixe-as sozinhas”. Mas os nossos soldados também advertem que a Síria não é a Líbia e nem a Sérvia.
Talvez os Estados Unidos tenham se acostumado demais a combater exércitos de terceira categoria. Como os israelenses aprenderam em 1973, os sírios são assassinos duros e mesquinhos, sem nada a perder.
Nossos militares compreendem e levam a sério seu juramento de defender a autoridade constitucional dos seus líderes civis. Eles compreendem que os Estados Unidos são a única democracia liberal que jamais foi governada por seus militares. Mas os soldados de hoje conhecem a guerra e não toleram os estrategistas civis que querem que os militares combatam uma guerra que nem eles nem seus parentes experimentarão diretamente.
O controle civil dos serviços armados não significa que os civis não deveriam dar ouvidos aos que testemunharam a guerra.
Nosso presidente soldado mais estimado, Dwight Eisenhower, teve a seriedade e a coragem de dizer não à guerra oito vezes durante sua presidência. Ele acabou com a Guerra da Coreia e recusou-se a ajudar os franceses na Indochina; disse não à Grã-Bretanha e à França, nações amigas na época da guerra, quando pediram a participação americana na tomada da Companhia do Canal de Suez.
E resistiu aos democratas liberais que queriam ajudar a nação recentemente constituída do Vietnã do Sul. Todos sabemos o que aconteceu depois que o sucessor ignorou o conselho de Eisenhower. Minha geração teve de ir à guerra.
Nos últimos dias, as opiniões dos oficiais que me fizeram suas confidências até certo ponto mudaram. A resignação parece ter se introduzido em sua indignação.
Um oficial me disse: “Para o inferno com eles. Se esse cara quiser ir à guerra, que vá. De qualquer maneira, parece que ninguém acabará se machucando”.
Logo os militares estarão prestando respeitosamente continência e despejando centenas de mísseis de cruzeiro num esforço que, inevitavelmente, matará alguns dos que pretendem proteger.
E o farão com todo o profissionalismo e a perícia que esperamos dos soldados mais competentes do mundo. Gostaria que John Kerry parasse um momento para olhar as imagens das audiências desta semana antes de irmos novamente para a guerra. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA