O Maior Estrategista da História
Osama bin Laden é considerado, por Arnaldo Jabor, “o maior estrategista da História!”. Puxa vida, maior do que Napoleão? Maior do que Júlio Cesar? Do que Anibal? Eu acho que o cronista está levando pelo caminho errado esse desejo de procurar se confundir com o genial Nelson Rodrigues nas excêntricas frases de efeito.
Bem, é inacreditável que o estrategista milionário tenha atacado as torres sem prever as consequências extraordináriamente adversas para a sua causa. Por burrice, ignorância, vaidade, ao invés de esperar quietinho, na moita, por uns dez anos, quando certamente teria a bomba atômica, ou bombas bacteriológicas para matar milhões, preferiu naquele dia perder toda sua elite, que era apenas de dezenove homens em um ataque com um número limitado de mortos. Um imenso golpe publicitário, comemorado em todo o Islã, mas… o que aconteceu depois? Nada. Não conseguiu fazer mais nada, além de ficar pulando de caverna em caverna no Afeganistão, caçado como um animal, se escondendo, tendo o pescoço a prêmio. Por que “o maior estrategista da História” não esperou? Tudo estava a seu favor. Clinton havia praticamente desarmado os Estados Unidos. A CIA e o FBI estavam podados, e no momento do ataque apenas um agente do FBI em Nova Yorque falava árabe, e em todo o país, somente dezessete. Provavelmente a situação não seria a mesma com um governo republicano, mas evoluiria lentamente. Sem o incentivo do ataque, Bush jamais teria a Lei Patriota, todos os recursos financeiros, e a determinação dos americanos em se vingarem, em não permitirem que fossem atacados novamente. A reação de outros países foi parecida. Atenção despertada para a movimentação financeira suspeita de financiar o terror, contas bloqueadas, vigilância extrema, e uma nova e brilhante tecnologia desenvolvida especialmente para esse tipo de luta. Em suma, o mundo, horrorizado, acordou. A Europa, que permitia liberdade obscena para o trânsito e agrupamentos de notórios terroristas, descobriu que a brincadeira precisava terminar. Se “o maior estrategista da História” houvesse esperado um pouco, um pouquinho mais, hoje estaria ditando seus termos, negociando cara a cara com os líderes dos países mais importantes do mundo. Sem dúvida, ele é o pior cérebro militar de que se tem notícia desde o período da pedra lascada. Esteve na na situação de optar estrategicamente: ou o extraordinário poder de destruir cidades, ou destruir dois prédios. Preferiu destruir dois prédios. A pergunta que se pode fazer é: se houvesse esperado ele teria chegado às bombas? A resposta é que provavelmente sim. Se hoje ainda existe o risco, imagine-se naqueles tempos de ingenuidade e inação. O notável estrategista deu uma pedrada na onça adormecida e saiu correndo.
O sentimento anti-americano dominante contabiliza como vitória Bin Laden ainda não ter sido capturado ou morto. É uma grosseira inversão de valores. O que eu não entendo é a recompensa por sua cabeça ser tão baixa, 50 milhões de dólares. Em tempos onde só se fala em centenas de bilhões, porque não aumentar o prêmio para 500 milhões? Quanto maior o valor, mais difícil para ele se esconder. Desnecessário comentar como seria gigantesca, espetacular, a vitória política do governo americano em caso de sua captura ou morte.
Digamos que uma companhia do exército paquistanes (150 homens) esteja chegando perto. Sentindo-se perdido, Osama com seus próprios recursos pode pagar os 50 milhões e pular para outra caverna. Para isso, ele conta com a eterna chantagem sobre os príncipes sauditas. Outro problema é de que maneira o dinheiro vai ser dividido entre os captores. Claro que o chefe do exército paquistanês vai querer uma fatia muito grande e o outros generais também, sobrando para os soldados uns míseros trocados. O entusiasmo vai embora, não vale a pena arriscar a vida, e afinal, para os paquistaneses, ele não é tão antipático assim. Agora, com 500 milhões, já é bem diferente. É dinheiro demais, vai dar prá todo mundo. Os seus guarda-costas podem começar a ter maus pensamentos: “ele só dá trabalho, não explode mais nada, até que o Mohammd Faissal, alí do lado, seria um líder melhor, uhmmm, não sei não”. Os príncipes sauditas vão achar que já passou dos limites e, vai ser raro para Osama conseguir uma boa noite de sono. Vamos dificultar a situação para o bandido. Por que não?
Comentários (7)
Caro, discordo dos termos acima descritos, em todos os aspectos.
Inclusive que ele foi o maior estrategista militar, mas também discordo que não tenha sido inteligênte.
O notável Osama, simplesmente não está “nem aí”, para dinheiro e/ou negociações para com os Estados Unidos da América.
Ele só deu ‘o’ alerta, para o país que se dizia ser o mais seguro, o mais esperto, o mais rico, o mais… o mais… o mais…
(“Clinton havia praticamente desarmado os Estados Unidos. A CIA e o FBI estavam podados, e no momento do ataque apenas um agente do FBI em Nova Yorque falava árabe, e em todo o país, somente dezessete. Provavelmente a situação não seria a mesma com um governo republicano, mas evoluiria lentamente. Sem o incentivo do ataque, Bush jamais teria a Lei Patriota, todos os recursos financeiros, e a determinação dos americanos em se vingarem, em não permitirem que fossem atacados novamente.”)
Bem, preste atenção no que você mesmo disse.
Osama sabia de tudo isso, ele sabe disso, loogo, ele mostrou aos USA, que eles não tem tanta capacidade assim de possuir assim uma segurança tão forte com os seus cidadãos.
Aquele carro bomba em NY, porque será que não explodiu?
Se foi ele quem fez com que o carro estivesse lá, ele não iria mesmo explodir, é só mais uma prova.
Espere pois, foi só mais um alerta, ele quer provar que com toda a segurança alerta, ele pode cada vez mais.
É um psicopata, e psicopatas não estão nem ai para essas brincadeiras de politicagem, eles querem é mostrar e se mostrarem. (Os bons).
E se fosse para discutir quem foi um grande estrategista, citaria aqui Gengis Khan, Alexandre o Grande, Joana D’arc que morreu aos 19 anos e tinha todo aquele histórico, ou até mesmo nosso queridíssimo Hitler.
OI, Felipe, obrigado pelo comentário, mas seguimos discordando
Caros Amigos,
Não discordo totalmente de voces, mas o que eu acredito é que isso foi sim uma estratégia boa(mas não do Osama e sim dos USA) voces ja se perguntaram sobre o que aconteceu depois dos ataques? porque um numero limitado de pessoas morreram, como eles conseguiram tomar as aeronaves, porque só as torres foram destruidas, como poucos sabem as torres gemeas,simbolo de poder, simbolizavam a dualidade, simbolo dos Iluminatis, para os cristaos isso é um simbolo pagão e os americanos são totalmente “cristaos”, isso foi uma farça forjada, pois logo apos os ataques o dolar subiu, mesmo com os votos contra a guerra ao iraque eles atacaram, para que? o que eles protegeram no iraque? o que os iraquianos tentaram destruir para impedir que os americanos tomassem? O PETROLEO. isso foi sim uma estrategia de marketing financeiro, eu sei que voces vao se perguntar porque atacar seu proprio pais e matar seus pessoal, mas como os grandes estrategistas pensam? como as formigas uma formiga não é importante, mas sim a colonia.
E sim os EUA são sim belos estrategistas criaram um vilão que provavelmete tenha sido ajudado a sair em segurança dos EUA, por causa de petroleo e armas os americanos tem como maior parte do pib a venda de armas a outros paizes e eles foram ao iraque demonstrar do que seu brinquedos sao capazes.
Prezados colegas,
De início quero parabenizar o idealizador deste blog. Independente se eu concorde ou não com suas palavras, creio que, certamente, iniciativas como estas tornará a sociedade brasileira muito mais crítica, afinal, a divergência de opniões eleva o nosso potencial argumentativo. Como disse Morin “a negação de uma crítica profunda é uma ideia ainda mais pronfunda”.
Eu acredito que, com algumas ressalvas, de certo modo as três opniões constituem parte de uma análise de um evento que pode perfeitamente conter todos esses elementos. Talvez, todas estas polêmicas, que de certo modo são especulativas, são advindas do fato de não se conhecer mais a fundo o Osama. Se realmente ele for uma psicopata, a crítica do Filipe é válida, no entanto, seria necessário que Osama passasse por uma avaliação psicológica – até mesmo psicanalítica – detalhada.
Com relação às práticas Anglo Americana, é bem mais fácil entender as suas ações, já que adotam a mesma política imperialista desde o momento das ideias iluministas que nortearam a Idependência do EUA. Há um documentário que ficou muito famoso: Fahrenheit 11 de Setembro. E um filme muito bom que fala sobre o negócio de armas no mundo, e que envolve também os norte americanos é: O Senhor das Armas.
Agora, se Osama e os Norte Americanos quiserem ser grandes estrategistas deveriam ler “A Arte da Guerra; de Sun Tzu”. Considerado o maior estrategista da História, precursor de todos os outros citados acima. Viveu entre o século IV e V a.C.
Caro Mamede, Muito obrigado pela intervenção que contribui para o debate. Conheço “A Arte da Guerra” e realmente é indispensavel. Quanto aos filmes, eles são na quase absoluta maioria anti-Estados Unidos, uma propaganda política pouco sofisticada, quase sempre voltada para o mercado interno americano. abraço
Desde já, agradeço a oportunidade, e parabenizo pelo blog.
Ideias bem elaboradas, todos olhando para mesma direção, no entanto por ângulos diferentes, acho isso primordial.
Vejo Osama como um grande estrategista, acredito que ele conseguiu seu objetivo, que era não só trazer o terror ao seio da nação americana, como humilha-los, achei o ponto de vista do claudio bem interessante, só acredito que a intenção de Osama não era negociar ou mesmo obter algum lucro financeiro, ou mesmo algo palpável, acredito que o verdadeiro intuído era expor os E.U.A. ao ridículo, mostrar que eles não eram tudo aquilo que pensavam, expondo quanto eram prepotentes.
Mas não o maior estrategista da história, nem um doente, só um homem insensato que usou de seus vastos recurso para realizar um sonho, desmoralizar o inimigo, se valeu a pena para ele não sei, isso só quem poderia responder era o próprio. Sei que foi algo bem elaborado, e se valeu de uma das principais regras de estratégia, nunca subestime seu inimigo.
Eliezer, muito obrigado pela colaboração. Bem, o meu ponto de vista vc leu no artigo: Osama é um marco na disposição do Ocidente para não mais aceitar o Islã, embora esse sentimento seja disfarçado todos os dias. Para os muçulmanos ele vai ser lembrado como um desastre irreparavel. abraço