O roubalheira no “instituto” São Roque” e os nossos geniais jornalistas-blogueiros ; Não ao Estado-babá (Rubem Novaes); Cartoons

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dizei-me espelho meu, existe algum jornalista mais vaidoso do que eu ?

Eu não disse, no último artigo, que havia corrupção no Instituto Royal, o tal que torturava os beagles ?  Estava na cara que o desespero dos malucos do “Instituto” não era pela pesquisa.  Escrevi assim:    Essa mulher (Silvia Ortiz) deve ser doida e cínica, mas provavelmente ela e seus “cientistas” não rasgam dinheiro. Podem ter certeza: está rolando grana nessa parada. Trata-se de uma verba federal.”  

 

 

AGORA VEJAM NO GLOBO:

“Repasses do governo federal ao Instituto Royal poderão ser investigados pelo TCU e PGR”

 

BRASÍLIA – O caso do Instituto Royal, de onde foram levados 178 cães da raça beagle, poderá ser investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), entrou nesta segunda-feira com uma representação para que a PGR investigue denúncias de maus tratos contra os animais e também os repasses do Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas (Finep) ao instituto. O parlamentar sugeriu ainda que a comissão externa da Câmara criada para investigar o caso peça ao TCU uma investigação sobre esses repasses.

 

Durante audiência pública na Câmara, Izar disse que foram liberados dois repasses – um de R$ 4,326 milhões e outro de R$ 583 mil -antes mesmo de o Royal ter registro no Conselho de Controle de Experimentação Animal (Concea) e no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal (Siconv).

 

E tem mais:

Duas das maiores sociedades científicas do país decidiram se posicionar a favor da abolição dos testes de cosméticos em animais desde que a legislação mude para que uma alternativa possa ser comercializada no Brasil. Trata-se de um kit de pele de origem humana. Ele pode ser produzido a partir de qualquer pedaço de pele que sobre de uma cirurgia e que, do contrário, seria jogado fora”.

http://www.dci.com.br/imagens/fotos/2013/10/Sede-do-Instituto-Royal,-em-Sao-Roque-x4rme24182455-f3.jpg

Fotos da espelunca onde trabalhavam os “cientistas” nas suas “pesquisas” . Muito parecido com as instalações do MIT, Johns Hopkins, Oxford, pois não? Segundo disseram alguns jornalistas e blogueiros, os que invadiram os cárceres e salvaram os Beagles atrasaram em 10 anos a cura do câncer !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!  Mas que afirmação irresponsável e ridícula ! Cura do câncer no “Instituto” São Roque ! O que esses caras têm na cabeça ?  Imaginam-se inteligentíssimos, sem se darem conta que são favorecidos por uma irracionalidade dominante tão extraordinária que mesmo um idiota de alguns anos atrás seria considerado um gênio nos dias de hoje.  Esses atuais luminares desceram o cacete nos “ignorantes” que pela força invadiram o lugar. Mostraram-se desinformados, atrasados, intolerantes, mas foram  aplaudidos por “sofisticados” intelectuais, além das costumeiras macacas de auditório.

O problema é que são considerados os comandantes da santa cruzada anti-petista. Possuem a fórmula para livrar-nos da corja, e se não concordam com alguma coisa, mesmo que venha da parte de outros que também querem ver o PT derrotado, logo os acusam de um bando de simplórios infiltrados por bandidos. Não percebem, nem de longe, o tamanho do seu totalitarismo, esses paparicados guerreiros liberais, os “eleitos” para derrotar os petistas (sempre pelo voto! sempre pelo voto !) Outro dia vimos uma maravilhosa “Carta Aberta para Aécio”:  Criticar rumos tomados por um político é mais do que natural, é a essência de um articulista, mas dar instruções de como fazer para conseguir se aproximar deste ou daquele adversário, que tática usar na campanha, dar uma aula de mineirice para o neto do Tancredo é o cúmulo da ingenuidade e pretensão.

E existe quem diz (todo santo dia) ser muito corajoso, que ninguém duvide. Mas infelizmente não sabemos onde a coragem foi demonstrada. Talvez alguém foi despedido porque discordou do patrão? Nossa! Levou uma carreira da polícia nos tempos do Figueiredo? Puxa! Dormiu uma noite no xadrez? Nem posso imaginar o horror da cena. Mas, com toda essa bravura, NÃO DIZEM UMA PALAVRA SOBRE OS MILITARES. Aliás, o que eu li de um dos articulistas-blogueiros, é que até agora ele ainda não sabe se apoia ou não o golpe de 1964. Quase não acreditei. Apoiar o golpe é condição básica para se entender não só o PT como todo um período mundial chamado Guerra Fria. Quer dizer, por mais que nos despejem toneladas de informação sobre as bandalheiras dos petistas e seu monumental despreparo para governar o país, por mais que metam o pau no Lula, de manhã, de tarde, e de noite, por mais que ridicularizem a Dilma e a nossa pobre Oposição, de fato não tem uma visão integrada do país no mundo em que vivemos. Exceção para o velho e atrevido filósofo.

Pois bem, esta  atual ” A Nova Classe”** de opositores ao regime nem se incomodou com os beagles porque está além da sua compreensão o amor aos animais. Não entenderam nada do que se passou. Confundiram uma posição moderna com um anacrônico e inaceitavel ataque à ciência. E se nos dias subsequentes são desmentidos pelos fatos (vide notícia no início deste artigo) nem se preocupam: pior para os fatos.  Só pensam em Dilma-ZéDirceu-Serra-Aécio e de como ficar na crista da onda através da sua oposição ao governo. Eu não me surpreenderia nem um pouco se fossem esquizofrênicos, ou inconscientemente desonestos, torcendo para que essa ditadura constitucional dure para sempre. Sem ela teriam uma queda espetacular na sua audiência.

Fica aqui a minha admiração pelos que libertaram os cachorrinhos. Falar é fácil, mas ir lá, arrebentar os portões, enfrentar os seguranças, a polícia, e o provavel histerismo agressivo dos charlatães que tiravam o seu sustento torturando os bichinhos, é algo digno de respeito. 

** para os novatos: ” A Nova Classe” é o nome do livro, (1955),  de Milovan Djilas , onde o dissidente iugoslavo escreve (na prisão) a respeito do surgimento de uma casta privilegiada no regime comunista.

 

as vítimas do ” Instituto” se libertam dos Josephs Mengeles  tupiniquins

 

 

                      VIVA!

 

 

vejam o medo no cachorrinho  (“eles nunca foram colocados no colo” (Silvia Ortiz). Quer dizer, a turma de “cientistas”  não sentia a mínima compaixão pelas suas vítimas.                    

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Não ao Estado-babá

Rubem Novaes* – O Estado de S.Paulo

 

A mais recente manifestação da interferência dos governantes em nossa vida está no que o jornalista americano David Harsanyi convencionou chamar de Estado-babá, em seu best-seller de 1997, Nanny State. Políticos e burocratas, acreditando saber mais do que nós o que é bom para nós mesmos, passaram a interferir, com incrível intensidade, em questões miúdas de nossa vida, que deveriam pertencer ao âmbito das decisões pessoais ou familiares.

Aqui, no Brasil, onde a mais importante manifestação do Estado-babá foi a imposição do voto obrigatório, em 1932, algumas áreas têm merecido especial atenção dos políticos e burocratas na tentativa de nos impor padrões de comportamento. Destacam-se a segurança no trânsito (cinto de segurança, Lei Seca, vistorias do Detran, etc.), os cuidados com a alimentação e a saúde em geral (inúmeras medidas da Anvisa e iniciativas de diferentes órgãos legislativos) e a imposição do que seria considerado politicamente correto no campo da moral e dos costumes (leis defendendo direitos e privilégios para minorias, medidas ecológicas exageradas, etc.). Exemplo da importância que o tema vem ganhando em nossa sociedade foi a escolha da Lei Seca como tema de redação em prova recente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quando já se admite que serão penalizados os estudantes que discordarem dos rigores de uma lei que pune o pré-crime, sem a configuração do dano a terceiros.

Ora, que os políticos e burocratas queiram impor sua vontade não surpreende. Surpreende de verdade é constatar que, mesmo no seio da população bem informada, uma parcela expressiva aceite passivamente que seus gostos, sua segurança e suas ações sejam pautados por terceiros. É como se a população estivesse convencida de que semelhantes seus, desde que em funções públicas, adquirem uma sabedoria e um tirocínio muito especiais, que os fazem merecedores do respeito e da obediência de todos.

As iniciativas públicas que configuram o Estado-babá partem do princípio de que há um interesse social que se deve sobrepor ao somatório das vontades individuais. É como se o Estado, esse ser supremo, pudesse ter uma vontade própria, independente da dos seus cidadãos, mesmo sem que qualquer “contrato social” pudesse ser concebido ou percebido para regular as situações sob exame.

Por trás da atitude dos governantes, que não aceitam a pecha de babás, dizendo-se defensores dos mais altos interesses da sociedade, há todo um discurso de caráter técnico lastreado na teoria das “externalidades”. Segundo essa teoria, consagrada em manuais de economia, indivíduos, em certas situações, não levariam em conta devidamente efeitos de suas ações sobre terceiros, o que justificaria punições e proibições estatais. Quando alguém fuma perturba os outros que estão por perto. Quando alguém adoece ou engorda e se utiliza do sistema público de saúde está impondo custos sobre os contribuintes em geral. Quando alguém põe seu carro no trânsito contribui para o engarrafamento e o aumento da poluição. O argumento de que devam pagar um preço por isso faz sentido, mas é clara a sensação de que as medidas restritivas tomadas na esfera governamental extrapolam de muito o que seria justificável em termos de “externalidades não internalizadas”. O governo, ao intervir, cheio das boas intenções, pode estar gerando mais custos e problemas do que os que pretende eliminar.

Outro ponto a considerar é que, aceita a lógica de que cabe ao Estado cuidar da população para resolver os seus problemas, o que se verifica é uma competição de todos pela obtenção de mais e mais benesses. Mamar nas tetas do governo, tirar uma “lasca” de seus recursos, passa a ser o esporte predileto das massas infantilizadas, que passam a agir como “bebê chorão”. Afinal, se o Estado é a babá que me infantiliza, eu vou ser o “bebê chorão”, que “chora” para obter os favores do Estado.

Esquecem os governantes intervencionistas, tão preocupados com a nossa segurança e a nossa alimentação, que não queremos, conscientemente, maximizar nossa saúde e a longevidade de nossa vida (lembremo-nos aqui de Vinicius de Moraes e tantos outros que preferiram uma vida intensa a uma vida longeva). Nem agir com tudo certinho dentro de alguns princípios rígidos da moral e dos costumes. Isso porque há muitos aspectos agradáveis da vida que conspiram contra esses objetivos puros e austeros. Não somos ascetas, apreciamos a adrenalina do risco e somos tentados por prazeres etílico-gastronômicos e outros a nos entregarmos a emoções irresponsáveis. Por certo, a monotonia não tem a preferência da natureza humana, sempre atraída pelos pecados da luxúria e da gula. Mas o Estado moderno, além de ser grande, quer agora ser chato. E quer que tenhamos uma vida chata.

Cabe notar, finalmente, a tênue linha que há separando um Estado-babá de um Estado realmente opressor. O Welfare State moderno, com uma infinidade de programas que pretendem resolver problemas que antes estavam no âmbito da responsabilidade individual, já enfraqueceu de muito a figura do cidadão perante o Estado. Se, nas questões mais comezinhas, o Estado passa também a se intrometer e a ditar regras de comportamento, andamos um passo adiante na fragilização do indivíduo no que este tem de mais nobre: sua ânsia por independência e liberdade. E uma população que se tornou passiva e pusilânime, mediante um longo processo de destruição de suas vontades, é o caminho aberto, sem resistências, para o retorno das tiranias mais radicais.

Vamos resistir ao Estado-babá enquanto é tempo!

*Rubem Novaes é economista (UFRJ) com doutorado na Universidade de Chicago, foi diretor do BNDES e presidente do Sebrae. E-mail:rfnovaes@uol.com.br 
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7 novembro, 2013 às 16:50

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Categoria: Artigos

Comentários (1)

 

  1. Eduardo S. P. disse:

    Sem reparos!
    Vou recomendar (ou compartilhar, como dizem).

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