Obama e o general McChrystal (FOX NEWS), e artigo de Henry Kissinger sobre o Afeganistão- 24 de junho( Washington Post)
The Factor ( Bill O’Reilly)
Não terminou nada bem para o general Stanley McChrystal, um herói de guerra e patriota.
Um erro tolo, ao permitir um repórter da revista Rolling Stones inserir-se em seu círculo interno, foi o motivo de sua demissão por seu comandante-em-chefe, Barack Obama.
A pergunta: O presidente estava certo ao demitir o homem?
(início do videoclip)
Presidente Barack Obama: Mesmo sendo difícil perder o general McChrystal, acredito que esta é a decisão certa para nossa segurança nacional. A conduta representada no artigo recentemente publicado, não vai de encontro ao padrão que deveria ser exercido por um general comandante. Ela mina o controle civil sobre os militares que está no centro do nosso sistema democrático.
(fim do videoclip)
Em outras palavras, o presidente iria parecer um fraco se mantivesse o general, e a essa altura de sua presidência, Barack Obama não suporta passar por fraco.
Ademais, ele tem o general David Petraeus “na manga”, como substituto de McChrystal, o que seria uma promoção para Petraeus.
Como vocês sabem, as coisas não estão indo muito bem no campo de batalha, principalmente porque a maioria dos afegãos não quer lutar, e nossos homens não podem usar todos os seus recursos por causa da questão das baixas civis
O presidente Obama sabe muito bem que ele não aguenta uma derrota no Afeganistão. É a sua guerra. Ele a está lutando à sua maneira. Se os talebans prevalecerem, o Sr. Obama sofrerá um enorme golpe, e ele tem somente um ano (por sua própria escolha) para declarar vitória.
( início do videoclip)
Obama: Eu tenho a responsabilidade de fazer o que for necessário para vencer no Afeganistão e em nosso grande esforço para desmantelar e derrotar a Al-Qaeda. Acredito que essa missão demanda unidade de esforço de nossa aliança e da minha equipe de segurança nacional.
(fim do videoclip)
No cerne da controvérsia está o repórter da Rolling Stone, Michael Hastings, que retrata McChrystal, e seu staff, mostrando desdém pela administração Obama. O presidente não é um homem que abraça a crítica; portanto, o destino do general estava selado.
E McChrystal sabe que a maior parte das falhas são de responsabilidade dele mesmo. Hastings é um cara de extrema esquerda, e não esconde isso. Ele diz abertamente que seu trabalho é “f…” aqueles que estão no poder. Ele chamou Rudy Giuliani de maníaco, e John McCain de “Capitão Ahab”. Porque teria o general permitido que um cara como esse tivesse acesso a ele e ao seu pessoal? É espantoso.
Mas como eu disse terça-feira a noite, eu fiz a mesma coisa há poucos anos atrás e também fui criticado pela Rolling Stones. O plano era alcançar uma audiência que conhecia pouco a Fox News. Foi uma burrice; eu fui burro. Essas coisas acontecem.
Todo esse negócio de McChrystal é claramente ruim para o país e para os militares. Mas talvez o general Petraeus possa salvar o dia, como ele fez no Iraque.
Entretanto, a verdade é que existe uma situação caótica justamente agora na América, o que dificulta qualquer coisa.
E esta é a mensagem.
A America precisa de uma estratégia afegã e não de um álibi.
Henry A. Kissinger, washingtonpost.com, 24 de junho de 2010
A premissa central é que logo, em determinado ponto, os Estados Unidos estarão aptos a passar as responsabilidades da segurança a um governo afegão, e a um exército nacional que está sendo intimado a se capacitar para isso em todo o país. Essa mudança está para começar no próximo verão.
Nem a premissa e nem a data limite são realistas.
O Afeganistão nunca foi pacificado por forças estrangeiras. Ao mesmo tempo, a dificuldade de seu território combinada com o selvagem senso de autonomia de sua população tem, historicamente, frustrado os esforços de se alcançar um governo central transparente.
O argumento de que um prazo é necessário para obrigar o presidente Hamid Karzai a criar um governo central moderno desafia a experiência. O que enfraquece uma forma de governar central e transparente não são tanto as intenções de Karzai, por mais ambíguas que sejam, mas sim, a estrutura da sua sociedade, funcionando por séculos na base das relações pessoais. Exigências feitas a um aliado – publicamente influenciado por uma retirada iminente – para que vença padrões estabelecidos há tanto tempo, em questão de meses, podem estar além da capacidade de qualquer líder.
Todo instinto que eu tenho se rebela contra esta conclusão. Mas é essencial evitar o debilitante ciclo doméstico que deteriorou especialmente as guerras do Vietnã e do Iraque, nas quais o humor público mudou abruptamente – e frequentemente com pouca relação com as realidades militares – de extenso suporte às ofensivas violentas, até a exigência para uma estratégia de retirada, com ênfase na retirada, e não na estratégia.
Tradução: CÉLIA SAVIETTO BARBOSA