OI, TIM, CLARO – Fato inédito no Brasil: punição para crime
Fato inédito no Brasil é manchete de primeira página em todos os jornais: Foram punidas a OI, a TIM, e a CLARO. Espanto geral. Claro que todas elas são umas porcarias de operadoras, mas o brasileiro não sabia que ainda existia condenação para quem trata o povo aos pontapés. Esta notícia deveria estar na décima quinta página, mas devido ao inusitado do acontecimento foi direto para a frente do jornal. Alguma coisa não funcionou no suborno que a Anatel deveria receber para que tudo continuasse como sempre foi. Algum erro. (Dizem que o rapazinho da mala saiu correndo mas chegou atrasado). Foi sensacional: de uma hora para a outra ficamos sabendo que entidades, e por consequência pessoas, podem ser punidas. Que maravilha se fosse sempre assim, mas aproveitem, vai demorar para acontecer alguma coisa parecida outra vez.
Comentários (2)
Caro Mafra,
Encaminho-lhe artigo do Mauad sobre a intervenção da Anatel. GRande abraço!
Faça como eu digo, não como eu faço
Por João Luiz Mauad·26/07/2012·
“Por que será que vocês estatistas não aprendem nada sobre o governo? Vocês veem uma falha qualquer no mercado como razão para o governo crescer, mas raramente veem as falhas do governo como razão para limitá-lo.” (Lawrence W. Reed)
“A característica distintiva do estado é a sua arrogância, a presunção de estar sempre no controle de tudo, e a maneira como ele utiliza a força para exercer esse controle.” (Jeffrey Tucker)
A principal notícia econômica da semana passada foi a lamentável e prepotente decisão da Agência Nacional de Telecomunicações, que suspendeu a venda, em diferentes estados, de chips para celular de três das quatro grandes operadoras, sob a alegação de excesso de reclamações dos consumidores.
Segundo a Anatel, as reclamações cresceram tanto no último ano que a agência decidiu pela punição mais drástica. De acordo com o presidente da Anatel, estudos e levantamentos foram realizados para que não houvesse punições fora da realidade. “O que precisa ser resolvido é que o aumento do número de clientes precisa corresponder também à qualidade”, afirmou João Rezende.
Em nota distribuída à imprensa, o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular disse que a Anatel se baseou em queixas que não revelam as reais condições das redes e que a principal barreira está na dificuldade de expansão. Para o sindicato, a suspensão das vendas só traz prejuízos para a população e não resolve os eventuais problemas de qualidade dos sinais. “Nós temos aproximadamente 250 leis que restringem a implantação de antenas e torres. É exatamente este o ponto que nos dificulta, principalmente pela necessidade imperiosa de ampliação para dar um serviço com a qualidade que a população merece”, esclareceu o diretor-executivo do sindicato, Eduardo Levy.
Quem conhece um pouco mais de perto os labirintos da burocracia pátria é capaz de apostar que as empresas, neste caso, estão, senão com toda a razão do seu lado, pelo menos com a maior parte dela. Tocar qualquer negócio no Brasil tornou-se uma verdadeira Via Crucis burocrática. Entretanto, é bom ressalvar que o pessoal da Teles não pode reclamar muito, pois a Anatel que hoje as pune é a mesma cujos bons préstimos mantêm o mercado restrito e regulado, evitando a entrada de novos concorrentes.
O que mais causa espanto, porém, é ver o governo impondo punições e multas por ineficiência. Quanta hipocrisia! Eu fico divagando e imaginando como seria se, assim como existem as agências reguladoras, cujo objetivo é proteger o consumidor da ganância e da incompetência dos empresários, houvesse também agências similares para proteger os pagadores de impostos da sanha governamental. O leitor já imaginou se criassem uma agência independente que tivesse o poder de suspender temporariamente a cobrança de impostos ou a disponibilização de novos serviços pelos governos, em caso de excesso reclamações?
Mas não era sobre isso que eu queria falar. O ponto importante aqui é que, na verdade, apesar das reclamações (e nunca é demais lembrar que toda empresa com muitos clientes sempre terá muitas reclamações), as empresas de telefonia móvel, movidas pela busca do lucro (ganância?), têm feito muito mais pela humanidade, aqui e alhures, do que qualquer governo, por mais eficiente e bem intencionado. Duvida?
O Banco Mundial divulgou recentemente um estudo sobre informação e comunicação no qual, entre outras coisas, destaca que cerca de três quartos dos habitantes do mundo já têm acesso a um telefone celular. O número de assinaturas móveis em uso no mundo cresceu de menos de 1 bilhão em 2000 para mais de 6 bilhões, das quais de quase 5 bilhões encontram-se em países em desenvolvimento – destaque-se que o Brasil é o quarto colocado em números totais, atrás apenas de China, Índia e EUA. Como a propriedade de múltiplas assinaturas está se tornando cada vez mais comum, pode-se supor que, em breve, este número superará o da própria população.
Esta é, sem dúvida, a tecnologia moderna mais disseminada em todo planeta. Ademais, não é exagerado afirmar que, em alguns países subdesenvolvidos, inclusive no Brasil – apesar da propalada ineficiência das operadoras -, mais pessoas têm acesso a um telefone móvel do que a uma conta bancária, a serviços de eletricidade, esgoto sanitário ou a água limpa corrente. Tudo isso não seria possível sem os pesados investimentos das empresas, malgrado todos os problemas.
Segundo conclusões do mesmo estudo, a telefonia móvel, além de encurtar as distâncias entre as pessoas, oferece grandes oportunidades para o avanço do desenvolvimento humano, seja através do fornecimento de acesso básico à informação, e com ela o incremento da educação e da saúde, por exemplo, seja para facilitar a vida das pessoas, como fazer pagamentos, consultar mapas, extratos bancários, etc.
De fato, os telefones celulares não possibilitam somente comunicação, eles enriquecem as vidas dos usuários e aumentam sobremaneira os meios de subsistência, além, é claro, de impulsionar a economia como um todo. Com efeito, as novas tecnologias e aplicativos transformaram o bom e velho telefone numa arma poderosíssima, incrementando de forma fantástica a vida e o bem estar das pessoas, principalmente nos países mais pobres.
Enfim, a telefonia móvel é um serviço importante demais para deixar sob a supervisão e regulamentação da incompetente, porém soberba, burocracia estatal.
Caríssimo, vc andava sumido. Gostaria de passar longe do rótulo de filósofo de botequim mas acho que nós, os de sensibilidade à flor da pele, possivelmente não estamos incorporando o que poderia ser alegria do progresso à nossa vida emocional -no caso o indispensavel celular. Será que ocorre o mesmo na Finlândia ? Pior, “mudou ou Natal, ou…” abraço