Um leitor comenta e o blog responde; Coronel do Exército, Comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, no Pará, briga com a Comissão da Verdade; E Viva o ENEM! (Simon’s Site) ; Dois dados sobre o ENEM (Simon’s Site)
RECEBI DE UM LEITOR , PhD pelo MIT:
van der Mafra: que horror! não precisa apoiar o Obama. Mas, para contraste, por que criar um ente imaginário, o Sr. Romney!? Imagine. Não concordo, por exemplo, com o requinte religioso do Sr.Romney. Enfim… Ele não me convenceu durante toda a campanha. Um camaleão. Abraço indignado do ..
Escrito depois: É evidente que considero a ELITE conservadora superior à ELITE liberal, ou… estaríamos liquidados. Outro ponto a ser observado é que o liberal, como regra, está ligado às Ciências Humanas. Isto é fundamental porque, como eu já disse, implica em que os jornalistas sejam liberais, e na qualidade de formadores de opinião por excelência, está montada uma máquina infernal, que espalhada pelo mundo faz de Obama o favorito de todos, até de um menino jogando futebol num campinho em Zanzibar.
Convencer um sociólogo liberal de que a bomba em Hiroshima foi uma benção porque salvou a vida de, no mínimo, 11 milhões de pessoas é impossivel. As placas do seu cérebro já colaram, feito as antigas baterias de carros. Então vamos conversar com um engenheiro, que também, por ter sido informado pelos agressivos jornalistas e intelectuais liberais, considera o lançamento da bomba um crime. No entanto, devido à sua formação matemática ele sim, pode aceitar meus argumentos que são baseados em números e fatos concretos, ao invés da ficção que nos foi impingida. Mas, acima de tudo, ele está em seu terreno quanto ao encadeamento lógico, e desta maneira muda de opinião sem nenhum problema. Então: quanto mais matemática menos chances de liberalismo.
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ENEM no IDEB? Oportunidade ou Manipulação?.
José Francisco Soares
GAME-FAE- UFMG
O ministro da educação Aloísio Mercadante anunciou recentemente que o IDEB para o ensino médio será calculado usando-se os resultados do ENEM, ao invés dos resultados da Prova Brasil aplicada aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, tal como é hoje.
Para analisar quão apropriada é esta sugestão é preciso explicitar algumas características do IDEB. Este indicador é o produto de uma medida de aprendizado dos alunos, colocada em uma escala de 0 a 10, pela média da taxa de aprovação na etapa do ensino considerada, que é um número entre 0 e 1.
A taxa de aprovação consiste no número de aprovados dividido pelo número total de matriculados. Ou seja, para que essa taxa seja alta é preciso que tanto a reprovação quanto o abandono sejam pouco freqüentes. No entanto, o abandono é particularmente freqüente no ensino médio. Ou seja, independente da forma de medir o desempenho, o IDEB do ensino médio será baixo considerando as atuais taxas de aprovação no ensino médio.
Para transformar a nota da prova Brasil em um número de 0 a 10 o INEP usa uma transformação linear, construída a partir do maior e menor valor observado para a nota dos alunos em 1997, ano em que a escala foi estabelecida. Como a variação das notas de matemática é maior, a nota padronizada de matemática de uma escola é quase sempre maior que a respectiva nota padronizada em leitura. Assim, pelo IDEB, os estudantes brasileiros aparecem como melhores em matemática do que em leitura, resultado que é um mero efeito da maneira em que as notas são padronizadas, e que é contrário a outras evidências como as do PISA, a avaliação internacional da OECD. Além disso, a medida de desempenho dos alunos usada IDEB considera apenas os alunos presentes na escola no dia da Prova Brasil. Uma consulta aos microdados da Prova Brasil referentes a 2009, recém divulgados, mostra que 15, 25 e 50% dos alunos que deveriam fazer o teste, respectivamente, no quinto e nono ano do ensino fundamental e no terceiro ano do ensino médio, não o fizeram. No ensino médio é fácil entender a grande taxa de ausência: a prova Brasil é aplicada depois que os alunos fizeram o ENEM e não é obrigatória. Assim não tem nenhum interesse para os alunos. Com isso, não se sabe exatamente quais são os alunos que a responderam.
A proposta de introdução da métrica do ENEM para o cálculo do IDEB do ensino médio coloca questões técnicas cuja solução pode se constituir em uma ótima oportunidade de tornar mais conhecidos os mecanismos internos da bússola da educação brasileira. Entre tantas perguntas destacam-se: Como serão padronizadas as notas das quatro provas do ENEM? A nota de redação será incluída, mesmo com os questionamentos da sua comparabilidade em relação às outras provas? Como será tratado o problema da ausência de alunos? Como serão calculadas as metas das escolas de ensino médio? Para responder essa última pergunta será preciso pensar como, no caso do Ensino Médio, o PISA pode ser usado como comparação, como foi feito no primeiro IDEB. Isso implica em discutir quais são os níveis do ENEM que podem ser considerados adequados. Ou seja, introduzir uma interpretação pedagógica dos escores do ENEM.
Uma eventual troca de indicadores exige um estudo técnico, que apresente respostas para questões como as indicadas acima e que seja posteriormente validado por amplo debate. Se bem feita, a troca permitiria que fossem estabelecidas metas individuais para cada escola, tal como já existe com o IDEB para o ensino fundamental. No entanto é preciso salientar que essa mudança, por si só, não toca nos reais problemas do ensino médio: sua natureza enciclopédica, seu oferecimento, majoritariamente, no turno noturno, sua organização única e acadêmica. Neste sentido a discussão do indicador é secundária, ainda que necessária e útil.
Enquanto aguardamos os resultados do ENEM deste ano, vale a pena olhar alguns dados de 2010, os últimos disponíveis para análise. Naquele ano se inscreveram 4.6 milhões de pessoas, mas só cerca de 3.2 milhões, ou 70%, fizeram as provas. Não encontrei uma explicação para isto, mas o que se observa é que a desistência está fortemente relacionada com a educação dos pais, que, como sabemos, também está relacionada com nível de renda da família, ter estudado em escola pública, etc. Entre os candidatos com pais que não estudaram, 38% desistiram da prova de matemática, por exemplo. Entre os com mais de nível superior, a desistência foi de 18%, a metade.
O Ministério da Educação decidiu que o ENEM serviria também para dar um certificado de nível médio para quem não tivesse este diploma, e que o requisito para isto seria ter pelo menos 400 pontos em todas as provas. Naquele ano, 540 mil pessoas tentaram obter este certificado, e só 26% conseguiram. Para este ano o Ministério achou que 400 pontos era pouco, e elevou para 450. Aplicando este critério para os candidatos ao certificado em 2010, a percentagem de aprovados cairia para 11%.
Se o critério para ter o certificado do ensino médio são 450 pontos ou mais em todas as provas, quantos dos candidatos do ENEM de 2010 satisfazem este critério, ou seja, têm a qualificação mínima necessária para quem conclui o ensino médio? A tabela acima mostra que são somente 27% do total, variando, como era de se esperar, de apenas 12% para pessoas cujos pais não estudaram a 49% para os filhos de pais com educação superior.
Não há muita novidade nestes dados, que confirmam a péssima qualidade de nosso ensino médio, que afeta sobretudo a população de famílias mais pobres e menos educadas. Eles mostram que, para a grande maioria dos que se candidatam ao ENEM, a prova é uma ilusão cruel, cujo resultado já está em grande parte predeterminado pelas suas condições socioeconômicas e pela má qualidade da educação que tiveram até aí. A solução correta para esta situação seria, antes de mais nada, melhorar o ensino médio, e , ao mesmo tempo, não exigir que todos passem pelo mesmo tipo de prova, em nome de uma igualdade que não existe (veja a charge que publiquei ontem sobre isto). A solução mais fácil é criar uma política de cotas que, sempre em nome da equidade social, transfere para as universidades públicas a responsabilidade de lidar com um problema para o qual elas não estão equipadas para resolver.
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RECEBI DE UM LEITOR (e, puxa vida, achei ótima, sesquipedal, a atitude do coronel, pena que não existam outros feito ele)
Internamente, a atitude do coronel foi considerada grave, mas superável. Tá bom. Teria que perder o comando no mesmo dia. Se não aconteceu é sinal de fraqueza dos petistas. Se o ministro da Defesa, Celsinho Amorim, fosse um homem, e não um lagarto, teria destituído o coronel. Oficialmente, o Ministério da Defesa e a Secretaria de Direitos Humanos informaram que estão tratando do assunto. Desde a última sexta-feira, a cúpula da secretaria tem debatido o assunto e chegou a redigir uma nota pública condenando o gesto do coronel. O militar pode ser afastado das próximas expedições do GTA. Só isso ? Hilário.
O presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Marco Antônio Barbosa, criticou Cordeiro. A comissão é vinculada à SDH.
— Isso que ocorreu foi grave. A colaboração do Exército até agora era de uma logística de boa qualidade. Foi surpreendente. Um gesto violento e incompatível com os tempos de hoje. Que tempos ? Os de Lula, Zé Genoino, Zé Dirceu, tempos de canalhas ? É lamentável, e o que se espera é que seja dada uma resposta à altura e compatível com a história dos parentes — disse ele.
Sete parentes de desaparecidos e vítimas da ditadura presentes ao encontro elaboraram uma carta aos ministros da Defesa, da Justiça e dos Direitos Humanos na qual repudiam o fato. No texto, os parentes fazem um protesto contra a “atitude malsã e desequilibrada do oficial militar”.
Ex-vereador do PCdoB, Paulo Fonteles Filho, observador do grupo e presente à reunião, escreveu no seu blog: “(O coronel) esbaforido e nervoso gritou, no meio da sessão, orientando grosseiramente que todos os seus subordinados se retirassem dali”.
nota do blog: Para quem se esquece, é bom lembrar que esse PC doB quer dizer : PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL. Então, meus caros, o tal do Paulo Fonteles Filho é comunista. Isso quer dizer alguma coisa, ou vocês já se esqueceram do que significa a maldita palavra ?