Paraguai: Honduras repetida, mas o principal ator, Obama, não entrou no palco

Obama foi educado pensando que todo e qualquer golpe militar na América Latina era imoral. Acontece que na maioria dos casos os milicos estavam evitando que o país caísse nas mãos de comunistas, fato impossivel de ser compreendido pelos Liberais americanos. Na sua incapacidade para uma análise política global, aliada ao sentimento de culpa por todos os problemas mundiais, eles censuravam os Republicanos que, ao contrário, sabiam que durante a Guerra Fria era preferível uma ditadura de direita a um governo dirigido pelo Politiburo da URSS.  Esse sentimento de culpa a que me referi é autênticamente fascista. Os fascistas acham que podem tudo, e quem pensa assim assume que a fome no Burundi é culpa sua. O Liberal americano é, portanto,  um fascista.

 

Muito bem, a Guerra Fria acabou e um belo dia um sujeito desclassificado, chamado Zelaya, presidente de Honduras,  rasga a Constituição e tenta se eternizar no poder. O Congresso votou seu impeachment e a Suprema Corte do país aprovou. Tudo absolutamente correto. Bem, para fazer cumprir a ordem do Legislativo e do Judiciário não se manda a polícia civil, alguns detetives, irem de encontro ao ex-presidente. Isso é feito, logicamente por generais.  Foi o que aconteceu. Pegaram o cafajeste, que aliado a Chavez tentava um regime bolivariano em Honduras, meteram o homem dentro de um avião e o despacharam para Costa Rica. Não se sabe se foi um erro chutá-lo para fora do país. O medo dos milicos era de que o sujeito comandasse uma resistência , partisse talvez para uma guerrilha, ou apenas botasse fogo no país, ajudado por todos os regimes esquerdistas da América Latina, incluindo o Brasil, como depois ficou provado. O ato de força colocando-o no avião foi ilegal, jamais a sua deposição, mas esse foi o detalhe que impressionou figuras feito Mário Vargas Llosa, um tipo Fernando Henrique com talento.

 

Bem, Obama quando ficou sabendo da deposição pensou, todo entusiasmado, que havia chegado a sua hora. Sim, ele jamais permitiria tal violência. Isso seria coisa de Republicano. Revolucionar a política externa americana era uma das suas metas mais ambiciosas. Partiu com toda a força para condenar o que seria mais um golpe militar numa república de bananas. Hillary, a mulher mais mentirosa do hemisfério norte, também lançou-se ao ataque. Os dois bobocas deram um monte de declaraçoes violentas, uma por cima da outra. Logo vieram as sanções econômicas, e imediatamente a falida União Européia aderiu. Atormentaram a pequenina Honduras, e foi um verdadeiro milagre que ela tenha sobrevivido. Hillary, que é mais esperta do que o messias, devagarzinho percebeu o engano e foi tirando o time. Logo depois o seu patrão convenceu-se que havia cometido mais uma gafe, e sem maiores explicações calou a boca e tratou de fingir que nunca tinha ouvido falar no assunto. Em tempo: Os Republicanos no Congresso decidiram não aceitar nenhuma nomeção para embaixadores na América Latina se o moleque não retirasse a pressão contra Honduras.

Não vou discorrer sobre a participação do Brasil, que foi histórica, incrível, transformando a embaixada brasileira no quartel –general de Zelaya-Chavez. Apenas afirmo que houve muito de freudiano na ação brasileira: já que Lula não podia bater nos militares em seu próprio país, que tal bater nos fracotes de Honduras ?

Tudo isso a propósito do que acontece agora no Paraguai. O Brasil tenta o mesmo que falhou em Honduras, mas, vocês repararam que Obama ficou quietinho ? Desta vez, antes de pular da cadeira ele procurou saber se teria sido constitucional. Com a resposta afirmativa não mexeu um dedo. Aprendeu a lição hondurenha. Os jornais brasileiros levaram muitos dias para noticiar o fato.

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26 junho, 2012 às 23:02

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Categoria: Artigos

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